Santa Prisca, a protomártir romana
Origens
Sobre a história de Santa Prisca é difícil estabelecer a verdadeira identidade desta mártir romana, apesar dos numerosos documentos antigos, pois as várias notícias a seu respeito referem-se provavelmente a três pessoas diferentes. O nome significa antiga, dos primeiros tempos.
A Protomártir Romana
Uma antiga tradição diz que Santa Prisca teria sido batizada, aos treze anos, por São Pedro. E como diz seu nome romano, teria sido a “primeira” mulher do Ocidente a dar testemunho, com o martírio, da sua fé em Cristo. A protomártir romana teria sido decapitada em meados do primeiro século.
Esposa de Áquila
No século VIII, a mártir romana começou a ser identificada com Prisca, esposa de Áquila, de quem fala São Paulo: “Saudai Prisca e Áquila, meus colaboradores em Jesus Cristo, que expuseram suas cabeças para salvar minha vida. A eles devo graças, não somente eu, mas também todas as igrejas dos gentios” (Rm 16,3).
Santa Prisca e a Basílica no monte Aventino
A celebração
A celebração deste dia quer homenagear o fundador da Igreja titular no Aventino, a quem se refere a epígrafe funerária do século V, preservada no claustro de São Paulo fora dos muros. A antiga igreja, querida por quem gosta de redescobrir os recantos intactos da Roma antiga, à sombra discreta e repousante das suas naves, assenta sobre os alicerces de uma grande casa romana do século II, como provaram as recentes escavações arqueológicas.
Páscoa
A protomártir romana teria sido decapitada durante a perseguição de Cláudio II (268-270), em meados do primeiro século e seu sepultamento na Via Ostiense, de onde seu corpo teria sido levado para o Aventino. Há outros documentos que dizem que Santa Prisca foi martirizada na época de Tibério (45-54).
Relíquias
Atribui-se a santa de hoje ter sido sepultada nas catacumbas de Priscila, às quais terá dado o nome, Priscila é diminutivo de Prisca. Outra tradição pretende que a mártir seja do século III, da perseguição de Cláudio II, o Gótico (268-270).
Título Cardinalício
O título “titulus Aquilae et Priscae” começou a ser usado devido a santa, o que modifica o título primitivo do qual já temos notícias do sínodo romano de 499. O título cardinalício com o qual queriam homenagear a igreja de S. Prisca, uma santa hoje quase esquecida pelos calendários.
Minha oração
“ Exemplo de mulher, na qual a tua fé e dedicação se tornou fruto em meio à comunidade primitiva. Conceda-nos uma fé inabalável como a tua, e um amor ardente ao Senhor como o teu. Amém.”
Santa Prisca, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 18 de janeiro
- Em Cartago, na atual Tunísia, os santos mártires Sucesso, Paulo e Lúcio, bispos. († 259)
- Em Nicéia, na Bitínia, hoje Iznik, na Turquia, os santos Coscónio, Zenão e Melanipo, mártires. († s. III-IV)
- Em Foix, na Gália Narbonense, atualmente na França, o passamento de São Volusiano, bispo de Tours. († c. 498)
- No mosteiro de Lure, na Borgonha, atualmente na França, São Deícolo, abade, que era natural da Irlanda e discípulo de São Columbano e, segundo a tradição, fundou este mosteiro. († s. VII)
- Em Ferrara, na Emília, atualmente Emília-Romanha, região da Itália, Santa Beatriz d’Este, monja. († c. 1262)
- Em Budapeste, na Hungria, Santa Margarida, virgem, filha do rei Bela IV. († 1270)
- Em Cremona, na Lombardia, região da Itália, o Beato Fácio. († 1272)
- Em Morbegno, nos Alpes, também na Itália, o Beato André de Peschiera Grego, presbítero da Ordem dos Pregadores. († 1485)
- Em L’Áquila, nos Abruzos, região da Itália, a Beata Cristina (Matias) Ciccarélli, virgem da Ordem de Santo Agostinho. († 1543)
- Em Braniewo, na Prússia, na atual Polônia, a Beata Regina Protmann, virgem, que fundou a Congregação das Irmãs de Santa Catarina. († 1613)
- Em Avrillé, perto de Angers, na França, as beatas Felicidade Pricet, Mónica Pichery, Carla Lucas e Vitória Gusteau, mártires. († 1794)
- Em Cássia, na Itália, a Beata Maria Teresa Fasce (Maria Joana Fasce), abadessa da Ordem de Santo Agostinho. († 1947)
Fonte:
- Livro “Santos de cada dia” – José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003]
- Martirológio Romano
- Santiebeati.it
- Vaticannews.va
- Vatican.va
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
Nossa Senhora de Guadalupe, a padroeira da América Latina
Origens
Num sábado, no ano de 1531, a Virgem Santíssima apareceu a um indígena que, de seu lugarejo, caminhava para a cidade do México, a fim de participar da catequese e da Santa Missa, enquanto estava na colina de Tepeyac, perto da capital. Esse índio convertido chamava-se Juan Diego (canonizado pelo Papa João Paulo II em 2002).
O Pedido
Então, Nossa Senhora disse a Juan Diego que ele fosse até o bispo e lhe pedisse que, naquele lugar, fosse construído um santuário para a honra e glória de Deus. O bispo local, usando de prudência, pediu um sinal da Virgem ao indígena que, somente na terceira aparição, foi concedido. Isso ocorreu quando Juan Diego buscava um sacerdote para o tio doente:
“Escute, meu filho, não há nada o que temer, não fique preocupado nem assustado; não tema esta doença, nem outro qualquer dissabor ou aflição. Não estou eu aqui, a seu lado? Eu sou a sua Mãe dadivosa. Acaso não o escolhi para mim e o tomei aos meus cuidados? Que deseja mais do que isto? Não permita que nada o aflija nem o perturbe. Quanto à doença do seu tio, ela não é mortal. Eu lhe peço, acredite agora mesmo, porque ele já está curado. Filho querido, essas rosas são o sinal que você vai levar ao Bispo. Diga-lhe, em meu nome, que, nessas rosas, ele verá minha vontade e a cumprirá. Você é meu embaixador e merece a minha confiança. Quando chegar diante dele, desdobre a sua “tilma” (manto) e mostre-lhe o que carrega, porém, só em sua presença. Diga-lhe tudo o que viu e ouviu, nada omita”.
Nossa Senhora de Guadalupe: o milagre do manto e as rosas
O Grande Sinal
O prelado viu não somente as rosas, mas o milagre da imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, pintada prodigiosamente no manto do humilde indígena. Ele levou o manto com a imagem da Santíssima Virgem para a capela e, ali, em meio às lágrimas, pediu perdão a Nossa Senhora. Era o dia 12 de dezembro de 1531.
A Confirmação
Uma linda confirmação deu-se quando Juan Diego fora visitar o seu tio, que sadio narrou: “Eu também a vi. Ela veio a esta casa e falou a mim. Disse-me também que desejava a construção de um templo na colina de Tepeyac e que sua imagem seria chamada de ‘Santa Maria de Guadalupe’, embora não tenha explicado o porquê”. Diante de tudo isso, muitos se converteram e o santuário foi construído.
O Milagre
O grande milagre de Nossa Senhora de Guadalupe é a sua própria imagem. O tecido, feito de cacto, não dura mais do que 20 anos e esse já existe há mais de quatro séculos e meio. Durante 16 anos, a tela esteve totalmente desprotegida, sendo que a imagem nunca foi retocada e, até hoje, os peritos em pintura e química não encontraram na tela nenhum sinal de corrupção.
Um acidente
No ano de 1971, alguns peritos inadvertidamente deixaram cair ácido nítrico sobre toda a pintura. E nem a força de um ácido tão corrosivo estragou ou manchou a imagem.
A Imagem gravada nos olhos de Nossa Senhora de Guadalupe
O reflexo nos olhos
Com a invenção e ampliação da fotografia, descobriu-se que, assim como a figura das pessoas com as quais falamos se reflete em nossos olhos, da mesma forma, a figura de Juan Diego, do referido bispo e do intérprete se refletiu e ficou gravada nos olhos do quadro de Nossa Senhora. Cientistas americanos chegaram à conclusão de que essas três figuras estampadas nos olhos de Nossa Senhora não são pinturas, mas imagens gravadas nos olhos de uma pessoa viva.
O Papa Bento XIV
Declarou o Papa Bento XIV em 1754: “Nela tudo é milagroso: uma Imagem que provém de flores colhidas num terreno totalmente estéril, no qual só podem crescer espinheiros… Uma Imagem estampada numa tela tão rala que, através dela, pode se enxergar o povo e a nave da Igreja… Deus não agiu assim com nenhuma outra nação”.
A Padroeira
Coroada, em 1875, durante o Pontificado de Leão XIII, Nossa Senhora de Guadalupe foi declarada “Padroeira de toda a América” pelo Papa Pio XII no dia 12 de outubro de 1945.
A Basílica
A Basílica, construída em 1976, reúne todos os anos milhões de peregrinos. No Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe, os devotos demonstram o amor e a fé pela santa. O manto (tilmátli) de Juan Diego está preservado no santuário.
A Consagração
No dia 27 de janeiro de 1979, durante sua viagem apostólica ao México, o Papa João Paulo II visitou o Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe e consagrou a Mãe Santíssima em toda a América Latina, da qual a Virgem de Guadalupe é Padroeira.
Minha oração
“ Mãe da América Latina, especialmente dos mexicanos, te rogamos a sua proteção e cuidado. Zelai pela defesa da vida e dos valores em nossos povos, pois sabemos que és a nossa padroeira amorosa. A ti confiamos plenamente e esperamos contra toda esperança. Amém.”
Nossa Senhora de Guadalupe, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 12 de dezembro
- Comemoração dos santos mártires de Alexandria Epímaco e Alexandre. Com eles sofreram o martírio as santas Amonária, virgem, Mercúria, Dionísia e outras. († 250)
- Na ilha de Chipre, Santo Espiridão, bispo. († c. 348)
- Em Clonard, na Hibérnia, atual Irlanda, São Finiano, abade, que fundou muitos mosteiros . († 549)
- Em Quimper, na Bretanha Menor, na hodierna França, São Corentino, venerado como o primeiro bispo desta cidade. († s. VII/VIII)
- Em Le Dorat, no território de Limoges, na Aquitânia, atualmente na França, Santo Israel, presbítero e cónego regrante. († 1014)
- Em Neumünster, na região do Holstein, na Alemanha, o dia natal de São Vicelino, bispo de Oldenburg. († 1154)
- Em Célloli, localidade da Etrúria, hoje na Toscana, região da Itália, o Beato Bártolo Buonpedóni, presbítero. († 1300)
- Em Bástia, perto de Assis, na Úmbria, região da Itália, o Beato Conrado de Óffida, presbítero da Ordem dos Menores. († 1306)
- Em Nápoles, na Campânia, também região da Itália, a comemoração do Beato Tiago Capócci, bispo. († 1308)
- Em Hué, no Anam, hoje no Vietnam, São Simão Phan Dac Hoa, mártir. († 1840)
- Perto de Cracóvia, na Polônia, o Beato Pio Bartosik, presbítero da Ordem dos Frades Menores Conventuais e mártir. († 1941)
Fonte:
- Livro “Santos de cada dia” – José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003]
- Martirológio Romano
- Vaticannews.va
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
São Dâmaso I, o "Papa das Catacumbas"
Origens
São Dâmaso, de origem espanhola, nasceu em meados do ano 305. Ocupou a Sé de Roma de 366 a 384. Foi natural, ou pelo menos originário, da antiga Hispânia. Seu pai e uma irmã ao menos, Santa Irene, viveram também em Roma. São Dâmaso erigiu em Roma a Basílica de São Lourenço, que recebeu o cognome de in Damaso.
Pontificado
Viveu num período de grande agitação para a Igreja. No tempo de seu Pontificado, era Bispo de Milão o grande Santo Ambrósio, e São Jerônimo punha sua formidável inteligência a serviço da Igreja. São Dâmaso teve que enfrentar um cisma causado por um antipapa, isso no início do seu Pontificado. Infelizmente, esse não consistiu no único problema para Dâmaso, já que teve de combater o Arianismo, que negava a consubstancialidade de Cristo com o Pai. Sendo ele Papa, chegou quase a extinguir-se a heresia ariana. O Imperador Teodósio, se não encontrou nele um indomável mestre de moral como Santo Ambrósio, encontrou um Papa que afirmou sempre, com serena firmeza, a “autoridade da Sé Apostólica”.
Unidade da Igreja
São Dâmaso fez de tudo pela unidade da Igreja, e para deixar claro o Primado do Papa, pois foi o próprio Cristo quem quis: “E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16,18).
São Dâmaso I: contribuiu para os dogmas e a liturgia
Confissão de Fé
Papa Dâmaso celebrou, em Constantinopla, o II Concílio Ecumênico, onde publicou a fórmula da confissão de fé, com a definição dogmática sobre a Divindade do Espírito Santo.
Contribuição nas Liturgias
Em seu pontificado, ordenou o canto dos Salmos nas diversas horas do dia, nas igrejas, nos mosteiros, obrigatórios para os bispos e o clero. Foi ele quem encarregou São Jerônimo na tradução da Bíblia da língua original para o latim, língua oficial da Igreja.
Restauração das Catacumbas
Conhecido como o “Papa das Catacumbas”, São Dâmaso foi responsável pela zelosa restauração das catacumbas dos mártires. Restaurou estes antigos cemitérios e, ele próprio, lavrou inscrições em latim clássico, com a finalidade de manter notícias sobre a vida dos mártires. Em Roma, conseguiu separar Estado e Paganismo. A sua obra foi paciente e oculta, mas não medíocre nem definhante. Soube ligar à Sé apostólica todas as Igrejas e obteve do poder civil o maior respeito.
Páscoa
São Dâmaso, o Papa mais notável do século IV, faleceu em 11 de dezembro de 384. Na chamada Cripta dos Papas, por ele explorada nas Catacumbas de São Calisto, no fim de uma longa inscrição, escreveu: “Aqui eu, Dâmaso, desejaria mandar sepultar os meus restos, mas tenho medo de perturbar as piedosas cinzas dos santos”. Humildade e discrição de um Papa verdadeiramente santo, que, de fato, preparou para si a sepultura longe, num local solitário, à margem da Via Ardeatina, próximo ao sepulcro de sua mãe e irmã.
Minha oração
“Ao Papa te rogamos que zelai pelos almas dos defuntos do mesmo modo que zelou pelas tumbas dos mártires e também pelos cemitérios para que sejam lugares de oração e boas recordações. Protegei o nosso papa e todos que o auxiliam. Amém. ”
São Dâmaso, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 11 de dezembro
- No território de Amiens, na Gália Bélgica, atualmente na França, os santos Vitorico e Fusciano, mártires. († c. s. III)
- Em Piacenza, na Emília-Romanha, região da Itália, São Sabino, bispo. († c. s. IV)
- Em Constantinopla, hoje Istambul, na Turquia, São Daniel Estilita, presbítero. († 493)
- No mosteiro de Himmerod, perto de Tréveris, na Alemanha, o Beato David, monge.(† 1179)
- Em Sena, na Etrúria, hoje na Toscana, região da Itália, o Beato Franco Líppi, eremita da Ordem dos Carmelitas. († 1292)
- No território de Camerino, no Piceno, hoje nas Marcas, região da Itália, o Beato Hugolino Magalótti, eremita, da Ordem Terceira de São Francisco. († 1373)
- Em Sant’Ângelo in Vado, no Piceno da Itália, o Beato Jerónimo, presbítero da Ordem dos Servitas de Maria. († c. 1468)
- Em Nagasáki, no Japão, os beatos Martinho Lumbreras Peralta e Melchior Sánchez Pérez, presbíteros da Ordem de Santo Agostinho e mártires. († 1632)
- Em Londres, na Inglaterra, o Beato Artur Bell, presbítero da Ordem dos Frades Menores e mártir. († 1643)
- Em El Saler, localidade próxima de Valência, na Espanha, a Beata Maria do Pilar Villalonga Vilallba, virgem e mártir. († 1936)
- Em Goradze, na Bósna-Herzegovina, as beatas María Julia Ivanisevic e quatro Companheiras, religiosas professas do Instituto das Filhas da Divina Caridade e mártires. († 1941)
- Em La Aldehuela, localidade da região de Madrid, na Espanha, Santa Maria Maravillas Pidal y Chico de Guzmán, virgem da Ordem das Carmelitas Descalças. († 1974)
Fonte:
- Livro “Santos de cada dia” – José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003]
- Martirológio Romano
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
São Juan Diego Cuauhtlatoatzin e a Nossa Senhora de Guadalupe
Origens
São Juan Diego nasceu em 1474, em Cuauhtitlan, no México. Antes de ser batizado, tinha o nome de Cuauhtlatoatzin. Recebeu o nome de Juan Diego, pois o hábito dos missionários era dar o nome de “João” a todos os batizados. De origem pobre, Juan pertencia à mais baixa casta do Império Asteca.
A Conversão
Atraído pela doutrina franciscana, que chegou ao México em 1524, Juan converteu-se e foi batizado junto com sua esposa. O missionário responsável por sua evangelização foi Frei Toríbio de Benavente.
O Longo Percurso
São Juan Diego tinha o costume de realizar um percurso de vinte quilômetros para participar da Santa Missa em Tlatelolco. Tirava proveito das celebrações para aumentar sua instrução religiosa e também para venerar a Virgem Maria.
São Juan Diego Cuauhtlatoatzin: o homem querido pela Virgem Maria
Homem Simples
Reconhecido como um homem piedoso e de intensa espiritualidade, era amigo da oração e concentrado na meditação dos mistérios religiosos. Andava descalço e vestia, nas manhãs frias, uma roupa de tecido grosso de fibra de cactos como um manto, chamado tilma ou ayate, como todos de sua classe social.
A Viuvez
Ficou viúvo, em 1529, após a morte de sua esposa, Maria Lúcia. Ele ficou doente e acabou não suportando. Foi então morar com seu tio, diminuindo a distância da igreja para nove milhas.
A Primeira aparição de Nossa Senhora de Guadalupe
No dia 9 de dezembro de 1531, por volta de três horas e meia, durante uma de suas idas à igreja, em Tepeyac, ocorreu a primeira aparição de Nossa Senhora de Guadalupe. O local hoje é chamado de “Capela do Cerrinho”, onde a Virgem Maria o chamou em sua língua nativa, nahuatl, dizendo: “Joãozinho, João Dieguito”, “o mais humilde de meus filhos”, “meu filho caçula”, “meu queridinho”.
O Pedido de Nossa Senhora de Guadalupe
Encarregado pela Virgem Maria, foi pedir ao bispo, o franciscano João de Zumárraga, para construir uma igreja no lugar da aparição. O bispo não se convenceu, então, Ela sugeriu que Juan Diego insistisse. No dia seguinte, domingo, voltou a falar com o bispo, que pediu provas concretas sobre a aparição.
O Manto coberto de rosas e a Imagem de Nossa Senhora de Guadalupe
O Milagre
No dia 12 de dezembro de 1531, Juan estava indo à cidade quando a Virgem apareceu e o consolou. Em seguida, mandou que ele fosse no alto da colina de Tepeyac e colhesse flores para ela. “No píncaro da colina, encontrarás a surpresa de flores desabrochadas. Só tens de as colher e trazê-las aqui. Vai, espero por ti!”. Apesar do frio, ele encontrou lindas flores, que colheu, colocou no seu manto e levou para Nossa Senhora. Ela pediu que Juan as entregasse ao bispo como prova da aparição. Diante do bispo, Juan Diego abriu sua túnica, as flores caíram e no tecido apareceu impressa a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe. O bispo e todos os presentes ajoelharam-se diante deste milagre.
Páscoa
Após o milagre de Guadalupe, Juan foi morar numa sala ao lado da capela que acolheu a sagrada imagem. Dedicou o restante de sua vida propagando as aparições de Guadalupe aos seus conterrâneos nativos, que se converteram. Juan Diego faleceu no dia 3 de junho de 1548, aos 74 anos.
Via de Santificação
São Juan Diego foi beatificado em 6 de maio de 1990, pelo Papa João Paulo II, no México. Durante a canonização de Juan Diego, em 31 de julho de 2002, João Paulo II designou a festa litúrgica para o dia 9 de dezembro, dia da primeira aparição de Nossa Senhora de Guadalupe, e em louvor a São Juan Diego pela sua simples fé nutrida pelo Catecismo, como um modelo de humildade para todos nós.
Minha oração
“Homem escolhido por Maria para ser seu representante e porta-voz, dai a nós a simplicidade e humildade necessárias para agradar o coração de Deus, assim como o amor e o zelo com a Virgem Maria e sua mensagem. Amém.”
São Juan Diego, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 09 de dezembro
- Em Toledo, na Hispânia, Santa Leocádia, virgem e mártir. († c. 304)
- Em Pavia, na Ligúria, hoje na Lombardia, região da Itália, São Siro, primeiro bispo da cidade. († s. IV)
- Em Nazianzo, na Capadócia, na hodierna Turquia, Santa Gorgónia, mãe de família.(† c. 370)
- No mosteiro de Genouillac, junto de Périgueux, na Gália, atualmente na França, São Cipriano, abade, ilustre pela dedicação aos enfermos. († s. VI)
- Em Yatsushiro, no Japão, os beatos Simão Takeda Gohyoe, Joana Takeda, Inês Takeda, Madalena Minami e Luís Minami, mártires.(† 1603)
- Junto ao rio Meno, na Baviera, região da Alemanha, o Beato Libório Wagner, presbítero e mártir. († 1631)
- Em Gray, na Borgonha, hoje na França, onde se tinha acolhido ao ser exilado, o passamento de São Pedro Fourier, presbítero, que, restaurou os Cónegos Regrantes do Nosso Salvador e fundou o Instituto das Canonisas Regrantes de Nossa Senhora. († 1640)
- Em Moricone, na Sabina, hoje no Lácio, região da Itália, o Beato Bernardo Maria de Jesus , presbítero da Congregação da Paixão.(† 1911)
- Em Llombay, localidade da província de Valência, na Espanha, o Beato José Ferrer Esteve, presbítero da Ordem dos Cónegos Regrantes das Escolas Pias e mártir. († 1936)
- Em Picadero de Paterna, também na província de Valência, os beatos Recaredo de los Rios Fabregat, Julião Rodríguez Sánchez e José Giménez López, presbíteros da Sociedade Salesiana e mártires. († 1936)
- Em Barcelona, na Espanha, o Beato Agápio José, religioso da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs e mártir. († 1936)
Fonte:
- Martirológio Romano
- Vaticannews.va
- Vatican.va
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
Nossa Senhora da Imaculada Conceição, um dogma de fé
Origens
A festa litúrgica que celebramos, hoje, exalta uma das grandes maravilhas da história de nossa salvação: a Imaculada Conceição de Maria. Durante toda a sua vida terrena, Maria foi livre da mancha do pecado. Essa verdade, reconhecida pela Igreja de Cristo, é muito antiga. “Entrando, o anjo disse-lhe: ‘Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo’” (Lucas 1,28). Muitos padres e doutores da Igreja Oriental, ao exaltarem a grandeza de Maria, Mãe de Deus, usavam expressões como: cheia de graça, lírio da inocência, mais pura do que os anjos.
A Repulsa
A Igreja Ocidental, que sempre amou a Santíssima Virgem, tinha uma certa dificuldade para a aceitação do mistério da Imaculada Conceição. Não por repulsa a Nossa Senhora, mas para conservar a doutrina da redenção operada por Cristo em favor de todos.
A Comprovação Teológica
Em 1304, o Papa Bento XI reuniu, na Universidade de Paris, uma assembleia dos doutores mais eminentes em Teologia, para terminar as questões de escola sobre a Imaculada Conceição da Virgem. Foi o franciscano João Duns Escoto quem solucionou a dificuldade ao mostrar que era sumamente conveniente que Deus preservasse Maria do pecado original, pois a Santíssima Virgem era destinada a ser mãe do seu Filho. Isso é possível para a Onipotência de Deus, portanto, o Senhor, de fato, a preservou, antecipando-lhe os frutos da redenção de Cristo.
Da repulsa da doutrina da Imaculada Conceição de Maria ao Calendário Romano
O Calendário Romano
Rapidamente, a doutrina da Imaculada Conceição de Maria, no seio de sua mãe Sant’Ana, foi introduzida no calendário romano. José de Anchieta foi o apóstolo que propagou essa doutrina no Brasil. Desde o início de sua colonização, dedicou igrejas a esse ministério.
A Medalha
A própria Virgem Maria apareceu, em 1830, a Santa Catarina Labouré pedindo que se cunhasse uma medalha com a oração: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”. Esta medalha, anunciada em todo o mundo, possibilitou a devoção a Maria Imaculada, induzindo os bispos a solicitarem ao Papa a definição do dogma, que já era vivenciado entre os cristãos.
O Dogma
Sendo assim, no dia 8 de dezembro de 1854, através da bula Ineffabilis Deus do Papa Pio IX, a Igreja oficialmente reconheceu e declarou solenemente como dogma: “Maria isenta do pecado original”.
A Confirmação
A própria Virgem Maria, na sua aparição em Lourdes, em 1858, confirmou a definição dogmática e a fé do povo dizendo para Santa Bernadette e para todos nós: “Eu sou a Imaculada Conceição”.
Minha oração
“ Mãezinha, fostes concebida sem a mancha do pecado, mas para além desse dom sobrenatural sob seguir o Cristo de modo perfeito, conceda a nós a força para vencer os pecados e nos tornarmos cada vez mais a imagem e semelhança de seu Filho Jesus. Amém.”
Nossa Senhora da Imaculada Conceição, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 8 de dezembro
- Alexandria, no Egipto, a comemoração de São Macário, mártir. († 250)
- Em Roma, no cemitério de Calisto, junto à Via Ápia, o sepultamento de Santo Eutiquiano, papa. († 283)
- Em Tréveris, na Gália Bélgica, na atual Alemanha, Santo Eucário, considerado o primeiro bispo desta cidade. († s. III)
- Comemoração de São Patápio, solitário, que, oriundo da Tebaida. († s. V/VI)
- Nos montes Vosgos, na Borgonha, atualmente na França, São Romarico, abade. († 653)
- Em Vaux-de-Cernay, na região de Paris, São Teobaldo de Marliaco, abade da Ordem Cisterciense. († 1247)
- Em Kumamoto, cidade do Japão, o Beato João Minami Gorozaemon, pai de família e mártir. († 1603)
- No Ontário, província do Canadá, a paixão de São Natal Chabanel, presbítero da Companhia de Jesus e mártir. († 1649)
- Em Lima, no Peru, Santa Narcisa de Jesus Martillo Moran, virgem. († 1869)
- Em Picadero de la Paterna, localidade da província de Valência, na Espanha, o Beato José Maria Zabal Blasco, mártir. († 1936)
- No campo de concentração de Dachau, perto de Munique da Baviera, região da Alemanha, o Beato Luís Liguda, presbítero da Sociedade do Verbo Divino e mártir. († 1942)
Fonte:
- Livro ‘O Santo do dia’ – Dom Servilio Conti, I.M.C.
- Martirológio Romano
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
São Josafá, o incessante zelo ao seu povo à unidade católica
Origens
João Kuncewicz nasceu em Wladimir (Ucrânia), no ano de 1580, numa família de ortodoxos cismáticos, ou seja, ligados à Igreja Bizantina e não à Igreja Romana. Com a mudança de vida, mudou também o nome para Josafá, pois era comerciante; até que, tocado pelo Espírito do Senhor, abraçou a fé católica e entrou para a Ordem de São Basílio.
Ordenação
Como monge desde os 24 anos, tornou-se apóstolo da unidade e sacerdote do Senhor em 1609, quando foi ordenado. Em seguida, nomeado superior dos conventos de Briten e, logo depois, arquimandrita de Vilna.
Virtuoso
Dotado de muitas virtudes e dons, tornou-se Arcebispo de Polotsk, sede primacial dos Rutenos, em 1617. Lutou pela formação do clero, pela catequese do povo e pela evangelização de todos.
São Josafá havia um grande coração para acolher os necessitados
Caridade
As portas de sua casa e do seu coração estavam sempre abertas para acolher os pobres e necessitados. Josafá, além de promover com o seu testemunho a caridade para com os pobres, desgastou-se por inteiro na promoção da unidade da Igreja Bizantina com a Romana, por isso, conseguiu levar muitos a viver unidos na Igreja de Cristo. Os que entravam em comunhão com a Igreja Romana, como Josafá, passaram a ser chamados de “uniatas”, ou seja, excluídos e acusados de maus patriotas e apóstolos, segundo os ortodoxos.
Unificação da Igreja
Dedicou-se no trabalho de unificação das Igrejas, buscando remover o cisma e reconduzir os hereges e cismáticos à união com a Cátedra de São Pedro. Seu apostolado foi coroado com êxito, pois muitos hereges voltaram ao seio da Igreja.
Páscoa
Seu zelo pelas causas da Igreja resultou em muitas perseguições, calúnias e oposições por parte dos cismáticos. Aconteceu que, em 1623, numa viagem pastoral, Josafá, com 43 anos na época, foi atacado, maltratado e martirizado. Após ser assassinado, São Josafá foi preso a um cão morto e lançado num rio. Dessa forma, entrou no Céu, donde continua intercedendo pela unidade dos cristãos, tanto assim que os próprios assassinos, mais tarde, converteram-se à unidade desejada por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Via de Santificação
Reconhecido pela Igreja por suas virtudes heroicas e, sobretudo, pela santidade de seu martírio, São Josafá foi solenemente canonizado por Pio IX em 1867.
Minha oração
“Santo bispo, combatente dos hereges e cismáticos, dai-nos a mesma busca pela unidade na verdade. Com teu pastoreio, ponha-nos diante do nosso Salvador, a fim de adorá-Lo e amá-Lo acima de tudo. Intercedei pela Igreja e seus membros desgarrados. Amém.”
São Josafá, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 12 de novembro
- Em Ancira, na Galácia, hoje Ancara, na Turquia, São Nilo, abade. († c. 430)
- Em Mull, ilha da Escócia, São Macário, bispo, oriundo da Irlanda, que é considerado discípulo de São Columba e fundador desta Igreja. († s. VI in.)
- Em Vienne, na Borgonha, atualmente na França, Santo Hesíquio, bispo. († d. 552)
- Nos montes da região de Cogolla, perto de Berceo, na atual Espanha, Santo Emiliano, presbítero. († 574)
- Em Colónia, na Austrásia, atualmente na Alemanha, São Cuniberto, bispo. († 663)
- Em Daventer, na Frísia, na atual Holanda, São Lebuíno ou Livino, presbítero. († c. 775)
- Em Kasimierz, junto ao rio Warta, na Polónia, os santos Bento, João, Mateus e Isaac, mártires. Com eles se comemora também Cristiano. († 1003)
- Em Pisa, na Etrúria, hoje na Toscana, região da Itália, o Beato João Cíni, que passou do serviço militar ao serviço divino na Ordem Terceira de São Francisco. († c. 1335)
- Em Alcalá de Henares, na Espanha, São Diogo, religioso da Ordem dos Menores. († 1463)
- Em Tuliman, cidade do México, São Margarido Flores, presbítero e mártir. († 1927)
- Em Alcúdia de Carlet, localidade da província de Valência, na Espanha, o Beato José Medes Ferrís, mártir. († 1936)
Fonte:
- Livro ‘O Santo do dia’ – Dom Servilio Conti, I.M.C
- Martirológico Romano
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
São Martinho de Tours, o dono do manto que cobriu Jesus
Origens
Seu gesto: poucos personagens podem ter a sua história resumida em uma única ação tão poderosa a ponto de permanecer indelével e profunda em uma vida. São Martinho de Tours pertenceu a uma categoria especial de santos. Seu famoso manto é a antonomásia de um homem que nasceu em 316 ou 317, ao término do Tardo Império Romano, na Panônia, hoje Hungria.
O Serviço Militar
Filho de um tribuno militar, Martinho viveu em Pavia porque seu pai, um veterano do exército, havia recebido de presente um terreno naquela cidade. Seus pais eram pagãos, mas a criança era atraída pelo cristianismo. Com apenas 12 anos, queria ser asceta e retirar-se para o deserto. Mas um edito imperial colocou-lhe a farda e a espada antes de seu sonho de oração em solidão. Por isso Martinho teve que se alistar e acabou em um quartel na Gália.
O Grandioso Gesto com o Manto
Seu gesto do manto ocorreu em torno do ano 335. Como membro da guarda imperial, o jovem soldado era muito requisitado para as rondas noturnas. Em uma delas, durante o inverno, Martinho deparou-se, a cavalo, com um mendigo seminu. Movido de compaixão, tirou seu manto, cortou-o em duas partes e deu a metade ao pobre.
São Martinho de Tours teve compaixão pelo próximo
O Sacramento do Batismo
Na noite seguinte, Jesus apareceu-lhe em sonho, usando a metade do manto, dizendo aos anjos: “Este aqui é Martinho, o soldado romano não batizado: ele me cobriu com seu manto”. O sonho impressionou muito o jovem soldado que, na festa da Páscoa seguinte, foi batizado. Recebeu o Sacramento por volta dos 20 anos.
Testemunho de sua Fé
Por 20 anos, ele continuou a servir o exército de Roma, dando testemunho da sua fé em um ambiente tão distante dos seus sonhos de adolescente. Mas ele ainda tinha uma longa vida para ser vivida. Logo que pôde, ao ser dispensado do exército, foi ter com Dom Hilário, bispo de Poitiers, firme opositor da heresia ariana. Esta oposição do purpurado custou-lhe o exílio, pois o imperador Constâncio II era um seguidor da doutrina de Ário. No entanto, Martinho tinha ido visitar a sua família na Panônia. Ao saber da notícia, retirou-se para um mosteiro perto de Milão.
Fundação do Mosteiro
Quando o Bispo voltou do exílio, Martinho foi visitá-lo, obtendo dele a permissão para fundar um mosteiro perto de Tours, e por ele foi ordenado diácono e presbítero. Assim, vivendo uma vida austera em cabanas, o ex-soldado — que havia dado seu manto a Jesus —, tornou-se pobre como desejava. Rezava e pregava a fé católica em terras francesas, onde ficou conhecido por muitos.
As ações de São Martinho de Tours foi percebida pelo povo
Proclamado Bispo pelo povo
Cerca de 10 anos mais tarde, os cristãos de Tours, tendo ficado sem Pastor, aclamaram-no seu Bispo em 371. Desde então, Martinho dedicou-se com zelo fervoroso à evangelização no campo e à formação do clero. Martinho aceitou, mas com seu estilo próprio de vida: não quis viver como príncipe da Igreja, para que as pessoas – pobres, presos e enfermos – continuassem a encontrar abrigo sob seu manto. São Martinho de Tours viveu nas adjacências dos muros da cidade, no mosteiro de Marmoutier, o mais antigo da França. Dezenas de monges o seguiram, muitos deles pertenciam à casta nobre.
O fim e o legado de sua vida
Páscoa
Em 397, em Condate, atual Candes de Saint Martin, o Bispo de 80 anos partiu com a missão de reconstituir um cisma surgido entre o clero local. Em virtude do seu carisma, pacificou os ânimos. Mas, antes de regressar para Tours, foi acometido por uma série de febres violentas. São Martinho de Tours faleceu, deitado na terra nua, conforme o seu desejo. Uma grande multidão participou do enterro de um homem tão querido, generoso e solidário como um verdadeiro cavaleiro de Cristo.
Papa Emérito sobre São Martinho de Tours
Sobre ele, disse o Papa Emérito no Angelus em 11 de novembro de 2007:
“Queridos irmãos e irmãs, o gesto caritativo de São Martinho inscreve-se na mesma lógica que levou Jesus a multiplicar os pães para as multidões famintas, mas sobretudo a deixar-se a si mesmo como alimento para a humanidade na Eucaristia, Sinal supremo do amor de Deus, Sacramentum caritatis. É a lógica da partilha, com a qual se expressa de modo autêntico o amor ao próximo. Ajude-nos, São Martinho, a compreender que só através de um compromisso comum de partilha é possível responder ao grande desafio do nosso tempo: isto é, de construir um mundo de paz e de justiça, no qual cada homem possa viver com dignidade. Isso pode acontecer se prevalecer um modelo mundial de autêntica solidariedade, capaz de garantir a todos os habitantes do planeta o alimento, as curas médicas necessárias, mas também o trabalho e os recursos energéticos, assim como os bens culturais, o saber científico e tecnológico.”
Minha oração
“São Martinho, que cobristes Jesus com teu manto no pobre abandonado, que também possamos imitar-te com nossa vida, cuidando dos menos favorecidos. Ensinai-nos a olhar os pobres e encontrar neles o rosto de Cristo, amar esses irmãos como Jesus nos ensinou. Amém.”
São Martinho de Tours, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 11 de novembro
- Junto ao lago de Mariótides, no Egipto, São Menas, mártir. († s. IV in.)
- Em Vence, na Provença da Gália, atualmente na França, a comemoração de São Verão, bispo. († s. V in.)
- Na província de Sâmnio, território da atual Itália, a comemoração de São Menas, solitário, cujas virtudes são mencionadas pelo papa São Gregório Magno. († c. 580)
- Em Amatonte, próximo de Limassol, na ilha de Chipre, o passamento de São João o Esmoler, bispo de Alexandria. († 620)
- No mosteiro de Malone, no Brabante, na atual Bélgica, São Bertuíno, venerado como bispo e abade. († 698)
- Em Constantinopla, hoje Istambul, na Turquia, São Teodoro Estudita, abade. († 826)
- No mosteiro de Grottaferrata, na região de Frascáti, próximo de Roma, São Bartolomeu, abade.(† 1065)
- Em Nagasaki, no Japão, Santa Marina de Omura, virgem e mártir. († 1634)
- Em Verona, na Itália, a Beata Vicenta Maria, virgem, fundadora, juntamente com o beato Carlos Steeb, do Instituto das Irmãs da Misericórdia de Verona. († 1855)
- Em Laski Piasnica, perto da cidade de Wejherowo, na Polónia, a Beata Alice Kotowska, virgem da Congregação das Irmãs da Ressurreição do Senhor e mártir. († 1939)
- Em Sófia, na Bulgária, a paixão do Beato Vicente Eugénio Bossilkov, bispo de Nicópolis e mártir, da Congregação da Paixão de Jesus. († 1952)
Fonte:
- Martirológio Romano
- Vaticannews.va
- Vatican.va
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
São Leão Magno, o 45º Papa da Igreja Católica
Origens
São Leão Magno é natural da Toscana, tornou-se diácono da Igreja de Roma por volta do ano 430. Dez anos depois, Leão foi enviado pela imperatriz Plácida para pacificar a Gália, disputada pelo general Aécio e o prefeito pretoriano Albino. Após alguns meses, faleceu o Papa Sisto III. Leão, seu conselheiro, foi o Sucessor. Sua consagração como Pontífice – o 45º da história – ocorreu em 29 de setembro de 440.
Convenceu Átila a mudar de ideia
No ano 452 d.C., a península italiana tremia diante dos Hunos, liderados por Átila. Grande parte do norte já havia caído nas garras do invasor. As cidades de Aquileia, Pádua e Milão tinham sido conquistadas, saqueadas e arrasadas. Átila avançava na sua contínua corrida e se encontrava perto de Mântua, no rio Mincio. Ali, a história se detém e se forma. Leão Magno, eleito Papa doze anos antes, guiou uma delegação de Roma para se encontrar com Átila, o qual dissuadiu a continuar a guerra de invasão. A lenda – retomada depois por Raphael, nos afrescos das “Salas do Vaticano” – narra que o líder dos hunos se retirou após ter visto aparecer, atrás de Leão, os Apóstolos Pedro e Paulo, armados de espadas.
Impediu a cidade de ser incendiada
Três anos depois, em 455, foi ainda o “Papa Magno”, embora desarmado, a deter, às portas de Roma, os Vândalos da África, guiados pelo rei Genserico. Graças à sua intervenção, a cidade foi saqueada, mas não incendiada. Permaneceram intactas as Basílicas de São Pedro, de São Paulo fora dos Muros e de São João em Latrão. Nas Basílicas, a população encontrou abrigo e se salvou.
São Leão Magno: defendeu a Doutrina da Igreja
Defesa da Doutrina
A vida de Leão, porém, não consistiu apenas no seu compromisso com a paz, que levou adiante com coragem e sem cessar. O Pontífice dedicou-se muito também à defesa da doutrina. Foi ele que, de fato, inspirou o Concílio Ecumênico de Calcedônia – atual Kadiköy, na Turquia; que reconheceu e afirmou a unidade das duas naturezas em Cristo: humana e divina; rejeitou a “heresia de Eutiques”, que negava a essência humana do Filho de Deus. A intervenção de Leão no Concílio foi feita através de um texto doutrinal fundamental: o “Tomo de Leão” contra Flaviano, bispo de Constantinopla. O documento foi lido publicamente aos 350 padres conciliares, que o acolheram por aclamação, afirmando: “Pedro falou pela boca de Leão, que ensinou segundo a piedade e a verdade”.
Escritos
Sustentador e promotor da primazia de Roma, o “Pontífice Magno” deixou para a história quase 100 sermões e cerca de 150 cartas, nos quais demonstra ser teólogo e pastor, zeloso com a comunhão entre as várias Igrejas, sem jamais esquecer as necessidades dos fiéis. Foi para eles que incentivou as obras de caridade em uma Roma dominada pela escassez e pobreza, pelas injustiças e superstições pagãs; colocou em prática todas as ações necessárias para manter constantemente a justiça e “oferecer amorosamente a clemência, porque sem Cristo nada podemos fazer, mas com Ele tudo é possível”.
O Primeiro sucessor de Pedro a ser chamado “Magno”
Pontificado
Seu Pontificado, que durou 21 anos, colecionou várias primazias: foi o primeiro Bispo de Roma a ser chamado Leão. O primeiro sucessor de Pedro a ser chamado “Magno”. O primeiro Papa, que por sua pregação, foi também um dos dois únicos Papas – o outro foi Gregório Magno – a receber, em 1754, por desejo do Papa Bento XIV, o título de “Doutor da Igreja”.
Páscoa
A morte de Leão Magno ocorreu em 10 de novembro de 461. Segundo alguns historiadores, ele foi também o primeiro Papa a ser sepultado na Basílica Vaticana. Suas relíquias, ainda hoje, são conservadas na Capela de Nossa Senhora do Pilar, na Basílica de São Pedro.
Oração contra o desânimo (composta por São Leão Magno):
Não desista nunca: nem quando o cansaço se fizer sentir, nem quando os teus pés tropeçarem, nem quando os teus olhos arderem, nem quando os teus esforços forem ignorados, nem quando a desilusão te abater, nem quando o erro te desencorajar, nem quando a traição te ferir, nem quando o sucesso te abandonar, nem quando a ingratidão te desconcertar, nem quando a incompreensão te rodear, nem quando a fadiga te prostrar, nem quando tudo tenha o aspecto do nada, nem quando o peso do pecado te esmagar. Invoque sempre a Deus, junte as mãos, reze, sorria… E recomece!
Minha oração
“Doutor nas ciências de Cristo, sábio no conhecimento do Mestre dos mestres, sejamos vossos discípulos e nos tornemos grandes conhecedores de Deus. Que quanto mais O conhecemos, mais O amemos e adoremos, O exaltemos acima de tudo! Amém.”
São Leão Magno, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 10 de novembro
- Na antiga Pérsia, o passamento de São Demetriano, bispo de Antioquia. († c. 260)
- Em Tiana, na Capadócia, na hodierna Turquia, Santo Orestes, mártir. († s. III/IV)
- Em Ravena, na Flamínia, hoje nas Marcas, região da Itália, São Probo, bispo. († s. III/IV)
- Na antiga Pérsia, os santos mártires Narsés, bispo, venerável ancião, e José, seu discípulo. († 343)
- Em Cantuária, na Inglaterra, São Justo, bispo. († 627)
- Em Villa del Foro, localidade do Piemonte, região da Itália, São Baudulino, eremita. († s. VIII)
- Em Nápoles, Itália, Santo André Avelino, presbítero da Congregação dos Cónegos Regrantes. († 1608)
- Em Barcelona, na Espanha, o Beato Acisclo Joaquim Piña Piazuelo, religioso da Ordem de São João de Deus e mártir. († 1936)
- Em Madrid, na Espanha, as beatas Manuela do Sagrado Coração, virgem da Congregação das Adoradoras Escravas do Santíssimo Sacramento e Companheiras, mártires. († 1936)
- Em Hamburgo, na Alemanha, os beatos Eduardo Müller, Germano Lange e João Prassek, presbíteros da diocese de Lübeck e mártires. († 1943)
Fonte:
- Martirológio Romano
- Vaticannews.va
- Vatican.va
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
Dedicação da Basílica de Latrão, a Mãe de todas as Igrejas
Origens
Sob o Pontificado de Bento XIII, em 1724, houve a criação da Festa que hoje celebramos. Desde então, ela foi estendida a toda a cristandade. Bento reconsagrou a Basílica depois dela ser várias vezes destruída e reconstruída, tendo a sua última atualização nesta data. Na Igreja Latina, essa data é sinal de amor e unidade ao Papa. O dia é dedicado para rezar pelo Papa e fazer memória de sua importância religiosa particular e mundial. E ainda dia de louvor e agradecimento pelo local físico (Igreja, capela, Matriz), no qual cada um frequenta como patrimônio e fonte de união eclesial.
Liberdade aos Cristãos
Quando o imperador Constantino deu plena liberdade aos cristãos (ano 313), estes não pouparam esforços para construir templos ao Senhor. Por isso, muitas igrejas foram construídas naquela época.
O próprio imperador doou ao Papa Melquíades a antiga propriedade da família Lateranense. Ali, se construiu a Basílica, o Batistério e a “Patriarquia”, ou seja, a residência do Bispo de Roma. Onde os papas habitaram até o período de Avinhão.
Basílica do Santíssimo Salvador e dos Santos João Batista e João Evangelista de Latrão
A Dedicação
O Papa Silvestre I dedicou-a ao Santíssimo Salvador (318 ou 324). Só no século VI foram acrescentados os títulos dos santos São João Batista e João Evangelista. Ali, foi construída uma Capela dedicada a São João Batista, que servia de batistério. No século IX, o Papa Sérgio III confirmou a dedicação a João Batista. Por fim, no século XII, Papa Lúcio II também a dedicou a São João Evangelista. Daí a denominação da Basílica Papal do Santíssimo Salvador e dos Santos João Batista e Evangelista de Latrão. A Basílica é considerada pelos cristãos como a principal, “a mãe e cabeça de todas as igrejas da cidade e do mundo”.
A Importância dos Edifícios Materiais
Bento XVI expressou essa data da seguinte forma: “Queridos amigos, a festa de hoje celebra um Mistério sempre atual, isto é, Deus quer edificar no mundo um templo espiritual, uma comunidade que o adore em espírito e verdade (cf. Jo 4, 23-24). Mas esta celebração recorda também a importância dos edifícios materiais, nos quais as comunidades reúnem para celebrar o louvor de Deus. Cada comunidade tem, portanto, o dever de conservar com cuidado os próprios edifícios sagrados, que constituem um preciosos patrimônio religioso e histórico. Invoquemos então a intercessão de Maria Santíssima, para que nos ajude a tornar-nos como ela, ‘casa de Deus’, templo vivo do seu amor”. (Angelus, 9 de novembro de 2008).
Somos morada do Jesus Ressuscitado
Somos a casa de Deus
Assim, cada um de nós também é a “casa de Deus”, em Jesus ressuscitado, porque o Espírito mora em mim, em cada um de nós (1Cor 3,16). Por um lado, o simples fato de estarmos cientes disso, leva-nos a louvar o Senhor e, por outro, a dizer, às vezes, de modo excessivo: “Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha casa…” (Mt 8,8), esquecendo que Ele já está em nós, nos acolhe e nos ama, não como gostaríamos de ser, mas como somos, aqui e agora.
Tenhamos o olhar fixo em Jesus
As distrações, presentes em nós, tornam desfocada a face do Senhor! Quando aprendermos a manter o nosso olhar fixo em Jesus, autor e aperfeiçoador da nossa fé e da nossa amizade com Ele (Cf. Hb 12,1-4), então o nosso rosto brilhará com a luz, que brota de um coração “unificado”. O equilíbrio exigido não deve ser coisa passageira, mas todo um caminho de vida, um contínuo entrar em nós mesmos em vista da “morada do Rei” (Cf. Castelo Interior, Santa Teresa de Ávila).
Minha oração
“ Ao festejar essa basílica, pedimos ao Senhor que sejamos templos vivos de Deus e saibamos cuidar tanto do templo feito de tijolos quanto aqueles de carne. Que vejamos o sagrado nos objetos e nas pessoas que nos circundam. Amém.”
Outros santos e beatos celebrados em 9 de novembro
- Em Bourges, na Gália, atualmente na França, Santo Ursino, o primeiro bispo desta cidade. († s. III)
- Em Nápoles, na Campânia, região da Itália, Santo Agripino, bispo. († s. III)
- Em Verdun, na Gália Bélgica, atualmente na França, São Vito, bispo. († c. 530)
- Em Constantinopla, hoje Istambul, na Turquia, as santas Eustólia e Sópatra, virgens e monjas. († s. VI)
- Em Lodève, na Gália Narbonense, hoje na França, São Jorge, bispo. († c. 870)
- Em Signa, perto de Florença, na Etrúria, hoje na Toscana, região da Itália, a Beata Joana, virgem, que por Cristo abraçou a vida solitária. († 1307)
- Em Ancona, no Piceno, hoje nas Marcas, também região da Itália, o Beato Gabriel Ferrétti, presbítero da Ordem dos Menores. († 1456)
- Em Bolonha, na Emília-Romanha, região da Itália, o Beato Luís Morbióli. († 1485)
- Em Murano, na Venécia, hoje no Véneto, também região da Itália, o Beato Graça de Cátaro, religioso da Ordem de Santo Agostinho. († 1508)
- Em Oxford, na Inglaterra, o Beato Jorge Napper, presbítero e mártir. († 1610)
- Em Antequera, na Andaluzia, região da Espanha, a Beata Maria do Carmo do Menino Jesus, viúva e fundadora do Instituto das Irmãs Franciscanas dos Sagrados Corações. († 1899)
- Em Dijon, na França, Santa Isabel da Santíssima Trindade Catez, virgem da Ordem das Carmelitas Descalças. († 1906)
- Em Paracuellos del Jarama, localidade próxima de Madrid, na Espanha, o Beato Francisco José Martin López de Arroyave, religioso da Sociedade Salesiana e mártir. († 1936)
- Em Borysow, povoação da Polónia, o Beato Henrique Hlebowicz, presbítero e mártir. († 1941)
- Em Roma, o Beato Luís Beltrame Quattróchi, pai de família. († 1951)
Fonte:
- Martirológio Romano
- Vaticannews.va
- Vatican.va
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
São Deodato I, o pontífice que guiou os cristãos em épocas difíceis
Origens
São Deodato I foi, por quarenta anos, Padre em Roma, antes de suceder ao Papa Bonifácio IV a 19 de outubro de 615. Seu nome significa “dado por Deus”. Em Roma, o Papa não era somente o Bispo e o Pai espiritual, mas também o guia civil, o juiz, o supremo magistrado, a garantia da ordem. Com a morte de cada pontífice, os romanos se sentiam privados de proteção, expostos às invasões dos bárbaros nórdicos ou às reivindicações do império do Oriente. A teoria dos dois únicos, Papa e imperador, que deviam governar unidos, não encontrava grandes adesões em Constantinopla.
O Diálogo com o Imperador
O Papa Deodato, entretanto, buscou o diálogo junto ao imperador intercedendo pelas necessidades de seu povo. Apesar do imperador mostrar-se pouco solícito para o bem do povo, enviou o exarco Eleutério para acabar com as revoltas de Ravena e de Nápoles. Foi a única vez que o Papa Deodato, ocupado em aliviar os desconfortos da população da cidade, teve um contato com o imperador. Era uma época sombria, de fortes controvérsias doutrinárias entre Oriente e Ocidente.
Martirológio Romano
Foi inserido no Martirológio Romano um episódio que revalidaria a fama de santidade que circundava este pontífice que guiou os cristãos em épocas tão difíceis. Aconteceu durante uma das suas frequentes visitas aos doentes, aos mais abandonados, os que eram atingidos pela lepra. São Deodato teria curado um desses infelizes, após, amavelmente, o abraçar e beijar.
São Deodato I cuidou daqueles que mais precisavam
Páscoa
São Deodato morreu em novembro do ano 618. Foi amado e chorado pelos romanos que tiveram a oportunidade de apreciar seu bom coração. Durante as grandes calamidades que se abateram sobre Roma nos seus três anos de Pontificado, dedicou-se ao povo. Enfrentou, inclusive, um terremoto, que deu golpe de graça aos edifícios de mármore dos Foros, já devastados por sucessivas invasões bárbaras e horríveis epidemia.
Minha oração
“Sucessor de Pedro, de herança apostólica, Jesus lhe escolheu para perpetuar a Igreja e para governá-la, seja também o nosso guia espiritual, seja o guia do nosso Papa atual e também da Igreja, para que não percamos o foco — que é Jesus. Amém!”
São Deodato I, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 08 de novembro
- Comemoração dos santos Simproniano, Cláudio, Nicóstrato, Castório e Simplício, mártires. († 306)
- Na região de Tours, da Gália Lionense, na atual França, São Claro, presbítero. († c. 396)
- Em Bremen, na Saxónia, atualmente na Alemanha, São Vileado, bispo. († 789)
- Em Soissons, na França, o sepultamento de São Godofredo, bispo de Amiens. († 1115)
- Em Colónia, na Lotaríngia, actualmente na Alemanha, o Beato João Duns Escoto, presbítero da Ordem dos Menores. († 1308)
- Em Ostra Vétere, no Piceno, hoje nas Marcas, região da Itália, a Beata Maria Crucificada, abadessa da Ordem das Clarissas. († 1745)
- Em Nam Dinh, cidade do Tonquim, actualmente no Vietnam, os santos mártires José Nguyen Dinh Nghi, Paulo Nguyen Ngân, Martinho Ta Due Thinh, presbíteros, Martinho Tho e João Baptista Con, agricultores. († 1840)
Fonte:
- Livro “Um santo para cada dia” – Mário Sgarbossa – Luigi Giovannini [Paulus, Roma, 1978]
- Martirológio Romano
- Vaticannews.va
- Vatican.va
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
São Vilibrordo, o bispo de Utrecht
Origens
São Vilibrordo nasceu em Nortúmbria, Alemanha, em 658. Pertencente a uma família cristã, foi enviado pelo pai como oblato, aos cinco anos, para o mosteiro de York, Inglaterra. Crescido, decidiu dedicar-se ao estado monástico. Ingressou para a Irlanda para aperfeiçoar sua cultura teológica sob guia do abade Egberto. Após nove anos de estudos, foi ordenado sacerdote.
Missionário na Holanda
No ano de 690, foi enviado como missionário acompanhado de onze companheiros para a Frísia, para a evangelização de bárbaros que viviam na Holanda. Escolhido pelo rei Franco Pepino, foi-lhe confiado como campo de apostolado a região ao leste, onde viviam povos hostis ao Evangelho e estavam em frequentes revoltas.
Tornou-se Bispo pelo Papa Sérgio I
Realizou uma viagem para Roma, após sua experiência de apostolado, com o intuito de receber o apoio do Papa Sérgio I, que muito o animou e o presenteou com as relíquias de santos mártires para serem colocadas nas futuras igrejas. Voltou para Roma alguns anos mais tarde, a fim de relatar ao Papa seus sucessos, suas dificuldades e seus planos. Contente com seu empenho, o Papa decidiu torná-lo bispo, acrescentando ao seu nome um nome latino: Clemente.
São Vilibrorbo: o fundador de sedes episcopais e mosteiros
Sede episcopal em Utrecht
Em seu árduo apostolado, São Vilibrordo fundou sua primeira sede episcopal em Utrecht, conquistou a catedral, dedicando-a ao Santíssimo Redentor. Fez progressos na conversão da Frísia e, em seguida, na Dinamarca e na região da Turíngia.
O Afastamento de Frísia
Com a morte do rei Pepino, seu protetor, duque Ratbodo reconquistou parte do território que havia perdido na Frísia, obrigando São Vilibrordo a se afastar da região, ficando retirado perto de Treves, onde anteriormente havia fundado um mosteiro.
O Retorno
Retornou para a Frísia um tempo depois, após a morte de Ratbodo, ajudou São Bonifácio alguns anos no apostolado da Alemanha, conseguindo consolidar a evangelização entre os povos do norte da Europa.
Grande Homem
Descrito por muitos biógrafos com pequena estatura, São Vilibrordo foi um homem grandioso em suas ações, sobretudo um grande organizador, com destacado senso de comando que lhe permitiu graças também à formação de muitos bispos.
Páscoa
Cansado pelas fadigas apostólicas e debilitado pela idade, afastou-se no mosteiro de Echternach, onde faleceu no dia 7 de novembro de 739.
Minha oração
“Com grande alma formativa, soubeste ensinar o evangelho aos líderes tanto quanto aos mais simples, educai-nos para uma vida entregue a Deus na formação das nossas almas, assim como a daqueles que necessitam de orientação. Que sejamos fiéis conselheiros, sem medo da verdade e da caridade. Amém.”
São Vilibrordo, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 07 de novembro
- Em Pádua, Itália, São Prosdócimo, que é considerado o primeiro bispo desta Igreja. († s. III)
- Em Neocesareia, na atual Turquia, Santo Atenodoro, bispo. († s. III)
- Em Albi, na Aquitânia, atualmente na França, a comemoração de Santo Amaranto, mártir. († c. s. III)
- Em Melitene, na Arménia, hoje Turquia, os santos Hierão e muitos seus companheiros, mártires. († s. IV)
- Em Perúgia, Itália, Santo Herculano, bispo e mártir. († 548)
- Em Tours, na Nêustria, hoje na França, São Baldo, bispo. († c. 552)
- No lugar depois chamado Congresbury, na Inglaterra, São Cungaro, abade. († s. VI)
- Em Estrasburgo, na Borgonha, na hodierna França, a comemoração de São Florêncio, bispo.(† a. 614)
- No monte Galésio, próximo de Éfeso, em território da atual Turquia, São Lázaro, estilita. († 1054)
- Em Colónia, na Lotaríngia, atualmente na Alemanha, Santo Engelberto, bispo e mártir. († 1225)
- Em Pófi, localidade do Lácio, região da Itália, o Beato António Baldinúcci, presbítero da Companhia de Jesus. († 1717)
- Em Ket Cho, cidade do Tonquim, agora no Vietnam, os santos Jacinto Castañeda e Vicente Lê Quang Liêm, presbíteros da Ordem dos Pregadores e mártires. († 1773)
- Em Zunyi, localidade do Guizhou, província da China, São Pedro Wu Guosheng, catequista e mártir. († 1814)
- Em Cremona, na Itália, São Vicente Gróssi, presbítero, que fundou o Instituto das Filhas do Oratório. († 1917)
- Em Paracuellos del Jarama, próxima de Madrid, Espanha, os beatos mártires Alfredo Fanjul Acebal, presbítero da Ordem dos Pregadores e companheiros mártires. († 1936)
- Em Paracuellos de Jarama, o beato José Vega Riaño, presbítero da Congregação dos Missionários Oblatos de Maria Imaculada e mártir. († 1936)
- Em Soto de Aldovea, na província de Madrid, Espanha, o Beato Serviliano Riaño, religioso da Congregação dos Missionários Oblatos de Maria Imaculada e mártir. († 1936)
Fonte:
- Livro ‘O Santo do dia’ – Dom Servilio Conti, I.M.C
- Livro “Um santo para cada dia” – Mário Sgarbossa – Luigi Giovannini [Paulus, Roma, 1978]
- Martirológio Romano
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
São Nuno de Santa Maria, o grande Santo Condestável
Origens
Nuno Álvares Pereira nasceu em Portugal em 24 de junho de 1360. Filho do cavaleiro dos hospitalários, Álvaro Gonçalves Pereira recebeu a educação cavalheiresca, típica dos filhos das famílias nobres de seu tempo.
Juventude
Aos treze anos, tornou-se pajem da rainha D. Leonor, tendo sido bem recebido na Corte e acabando por ser, pouco depois, cavaleiro. Em 1376, aos 16 anos, casou-se, por vontade de seu pai, com a jovem e rica viúva, D. Leonor de Alvim. De sua união nasceram três filhos: dois homens, que morreram em tenra idade; e uma menina, Beatriz, a qual mais tarde viria a casar-se com o filho do rei D. João I, D. Afonso, primeiro duque de Bragança.
Condestável por D. João I
Em 1383, diante da crise causada pela morte do rei D. Fernando, sem ter deixado filhos varões, seu irmão D. João, Mestre de Avis, viu-se envolvido na luta pela coroa lusitana, que lhe era disputada pelo rei de Castela por ter se casado com a filha do falecido rei. Tomando o partido de D. João, o qual o nomeou Condestável, isto é, comandante supremo do exército, Nuno conduziu o exército português repetidas vezes à vitória, até ser consagrado na batalha de Aljubarrota, em 14 de agosto de 1385, a qual acabou por determinar a resolução do conflito.
A Perspicácia Militar de São Nuno de Santa Maria era acompanhado pela sua espiritualidade
Dotes Militares
Os dotes militares de São Nuno eram, no entanto, acompanhados por uma espiritualidade sincera e profunda. O amor pela Eucaristia e pela Virgem Maria eram os alicerces de sua vida interior. O estandarte que elegeu como insígnia pessoal traz as imagens do Crucificado, de Maria e dos cavaleiros de São Tiago e São Jorge. Construiu ainda às suas próprias custas numerosas igrejas e mosteiros, entre os quais se contam o Carmo de Lisboa e a Igreja de Santa Maria da Vitória.
Entrada no Convento
Após a morte de sua esposa, no ano 1387, Nuno recusou um novo casamento, tornando-se um modelo de pureza de vida. Quando finalmente alcançou a paz, distribuiu a maior parte de seus bens entre os seus companheiros, antigos combatentes, e acabou por se desfazer totalmente dos demais em 1423, quando decidiu entrar no convento carmelita por ele fundado, tomando então o nome de frei Nuno de Santa Maria.
São Nuno dedicou-se totalmente aos Serviços do Senhor e de Maria
Abandono das Armas
Impelido pelo amor, abandonando as armas e o poder, para revestir-se da armadura do Espírito recomendado pela Regra do Carmo, essa era a opção por uma mudança radical de vida em que selava o percurso da fé autêntica que sempre o tinha norteado.
Abandono dos Privilégios
O Condestável do rei de Portugal, o comandante supremo do exército e seu guia vitorioso, o fundador e benfeitor da comunidade carmelita, ao ingressar no convento, abriu mão de todos os privilégios para assumir a condição mais humilde, a de frade Donato, dedicando-se totalmente ao serviço do Senhor e de Maria — sua Padroeira que sempre venerou —, e dos pobres, nos quais reconhece o rosto de Jesus.
Páscoa
São Nuno de Santa Maria morreu aos 71 anos de idade. Era o domingo de Páscoa, dia 1 de abril de 1431. Após sua morte, passou imediatamente a ser aclamado “santo” pelo povo que, desde então, começou a chamá-lo de “Santo Condestável”.
Via de Santificação
Nuno Álvares Pereira foi beatificado em 23 de janeiro de 1918 pelo Papa Bento XV através do Decreto “Clementíssimus Deus”, e foi consagrado beato no dia 6 de novembro. O Santo Padre, Papa Bento XVI, durante o Consistório de 21 de fevereiro de 2009, determinou que o beato Nuno fosse inscrito no álbum dos santos no dia 26 de abril de 2009.
Minha oração
“São Nuno, que soube desapegar-se dos cargos para seguir a Deus por inteiro, rogai por nós para que não coloquemos o trabalho ou qualquer outro tipo de coisa acima do Senhor Jesus. Que Ele reine em nossas vidas e de nossas famílias. Amém.”
São Nuno de Santa Maria, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 6 de novembro
- Em Toniza, na Numídia, hoje Túnis, na Tunísia, São Félix, mártir. († s. III)
- Comemoração de São Paulo, bispo de Constantinopla. († c. 351)
- Em Rennes, na Bretanha Menor, atualmente na França, São Melânio, bispo. († d. 511)
- No mosteiro de Llanilltud Fawor, na Câmbria, hoje País de Gales, lugar que tomou o seu nome, Santo Iltuto, abade, que fundou este cenóbio. († c. 540)
- Em Noblac, perto de Limoges, na Aquitânia, atualmente na França, São Leonardo, eremita. († c. s. VI)
- Em Jerusalém, os santos Calínico, Himério, Teodoro, Estêvão, outro Teodoro, João, outro João e mais alguns cujo nome é desconhecido, mártires. († 638)
- Em Barcelona, na Hispânia, São Severo, que, segundo a tradição, recebeu a coroa do martírio. († c. s. VII)
- No território dos Helvécios, na Borgonha, atualmente na Suíça, São Protásio, venerado como bispo de Lausana. († s. VII)
- No território de Thérouanne, na Austrásia, hoje na França, São Vinoco, abade. († 716)
- Em Apt, na Provença da Gália, na França, Santo Estêvão, bispo. († 1046)
- Em Le Dorat, no território de Limoges, na Aquitânia, hoje também na França, São Teobaldo, presbítero,. († 1070)
- Perto de Colónia, na Lotaríngia, na atual Alemanha, a Beata Cristina de Stolmeln, virgem. († 1312)
- Em Nishizaka, no Japão, o Beato Tomás de Santo Agostinho, presbítero da Ordem de Santo Agostinho. († 1637)
Fonte:
- Martirológio Romano
- Vaticannews.va
- Vatican.va
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
Santa Bertila, uma nobre monja francesa que foi santa
Origem
Na França, a pequena Bertila, nascida em 630, de pais nobres e piedosos, não sentia satisfação com a vida fútil só de folguedos e festas. Com o passar dos anos, aumentou essa insatisfação e a certeza de que não encontraria a felicidade nos prazeres que o mundo oferecia, nas aldeias e nos palácios. Dizia sempre que sua vida estava destinada à caridade e à humildade a serviço de Deus. E, assim, aconteceu.
No início da adolescência, a seu pedido e com aprovação dos pais, ingressou no Mosteiro beneditino de Jouarre, próximo de Paris. A superiora era a própria a Santa Teodequildes, que logo percebeu a extrema vocação de Bertila. De fato, mesmo com pouca idade, ela assumiu com dedicação vários cargos de responsabilidade. Acabou sendo indicada para dirigir o novo Mosteiro de Chelles, fundado pela rainha Batildes, esposa do rei Clóvis II, e construído também nos arredores de Paris.
Piedade e caridade que ganharam a Europa
Bertila foi para lá no ano 659, como abadessa. O fervor que transmitia na piedade e caridade contagiou a todas as religiosas. A fama de celeiro de santidades do mosteiro ganhou as cortes de toda Europa. E os pedidos para ingressar no Mosteiro de Chelles começaram a chegar de todos os lugares. Eram dezenas e mais dezenas de mulheres que queriam seguir o exemplo de humildade da abadessa Bertila, abandonando a nobreza para dedicar a vida à penitencia, oração e caridade, aos pobres e doentes abandonados.
Assim, no Mosteiro de Chelles, ingressaram várias princesas e rainhas. Até mesmo a sua fundadora, rainha Batildes, que, influenciada pela jovem abadessa, trocou a coroa pelo hábito beneditino.
Santa incansável, páscoa e lembrança
A incansável Santa Bertila, como era chamada por todos ainda em vida, dirigiu a instituição por quarenta e seis anos, até morrer em 5 de novembro de 705. O seu corpo foi sepultado no cemitério do mosteiro, local que logo se tornou rota de peregrinação dos fiéis, desejosos de agradecer a intercessão da querida santa.
Mais tarde, o culto foi confirmado pela Igreja, e também a festa de Santa Bertila, que ocorre no dia de sua morte. As suas relíquias, hoje, estão guardadas na bela Catedral de Chelles.
Santa Bertila, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 05 de novembro
- Em Cesareia da Palestina, São Donino, mártir, que, ainda jovem médico, no início da perseguição de Diocleciano foi condenado ao trabalho nas minas de Mísmiya, onde, depois de sofrer cruéis vexações, foi lançado ao fogo por ordem do prefeito Urbano, no ano quinto da perseguição, por permanecer firme na confissão da fé. († 307)
- Também em Cesareia da Palestina, a comemoração dos santos Teótimo, Filoteu e Timóteo, mártires, que, sendo ainda jovens, foram condenados aos jogos de circo para diversão da plebe e depois, com Santo Auxêncio, já ancião, lançados às feras. († 307)
- Na Apúlia, região da Itália, São Marcos, bispo de Ecano. († c. s. IV)
- Em Tréveris, na Renânia da Austrásia, actualmente na Alemanha, São Fibício, bispo. († c. 450)
- Na Bretanha Menor, actualmente na França, São Guetnoco, venerado como irmão dos santos Vinvaleu e Jacuto. († s. VI)
- Em Beziers, na Gália Narbonense, igualmente na França, São Geraldo, bispo, homem de admirável honradez e simplicidade, que, sendo cónego regular, foi constrangido a aceitar o episcopado, em cuja dignidade se mostrou ainda mais humilde. († 1123)
- Em Constantinopla, hoje Istambul, na Turquia, o Beato Gómidas Keumurgian (Cosme de Carboniano), presbítero e mártir, que, sendo pai de família, nascido e ordenado na Igreja da Arménia, por se manter firme na confissão e propagação da fé católica professada no Concílio de Calcedónia, sofreu muitas tribulações e finalmente foi degolado enquanto recitava o Símbolo niceno. († 1707)
- Perto do rio Hung Yen, no Tonquim, hoje no Vietnam, São Domingos Mâu, presbítero da Ordem dos Pregadores e mártir, que, na perseguição do imperador Tu Duc, por mostrar publicamente a coroa do Rosário e exortar os cristãos à profissão da fé, foi conduzido ao suplício da decapitação, orando com as mãos juntas como quem sobe ao altar. († 1858)
- Em Parma, na Itália, São Guido Maria Confórti, bispo, que, como bom pastor, velou sempre pela defesa da Igreja e da fé do seu povo e, movido pela solicitude da evangelização dos povos, fundou a Pia Sociedade de São Francisco Xavier. († 1931)
- Em Madrid, na Espanha, o Beato João António Burró Más, religioso da Ordem de São João de Deus e mártir, que, por causa do seu testemunho evangélico, foi assassinado durante a perseguição contra a Igreja. († 1936)
- Em El Saler, localidade próxima de Valência, também na Espanha, a Beata Maria do Carmo Viel Ferrando, virgem e mártir, que na mesma perseguição consumou o combate glorioso. († 1936)
- Na fortaleza de Hof, na Alemanha, o Beato Bernardo Lichtenberg, presbítero e mártir, que, ao ver ofendida a dignidade de Deus e dos homens, orava publicamente pelos judeus desumanamente torturados e detidos; por isso foi enviado para o campo de concentração de Dachau e, durante a viagem para o cativeiro, foi barbaramente oprimido por iníquas vexações e morreu corajosamente por Cristo. († 1943)
- No campo de concentração da cidade de Abez, na Sibéria, província da Rússia, o Beato Gregório Lakota, bispo de Przemysl e mártir, que, durante a ignóbil perseguição contra a fé cristã na sua pátria, superando os tormentos corporais, morreu intrepidamente por Cristo. († 1950)
Fonte:
- Arquisp.org.br
- paulinas.org.br
- Martirológio Romano
– Pesquisa e Redação: Leonardo Girotto
São Carlos Borromeu, o reorganizador da Igreja Católica
Origens
Carlos, da ilustre família Borromeu, nasceu em 2 de outubro de 1538, em Arona, Itália. O menino revelou ótimo talento e uma inteligência rara. Ao lado dessas qualidades, manifestou forte inclinação para a vida religiosa, pela piedade e pelo temor a Deus.
Ainda criança, era seu prazer construir altares minúsculos, diante dos quais, em presença dos irmãos e companheiros de idade, imitava as funções sacerdotais que tinha observado na Igreja. O amor à oração e o aborrecimento aos divertimentos profanos eram os sinais mais positivos da vocação sacerdotal.
O Sacerdócio e a Reorganização da Igreja Católica
O ano de 1562 veio a Carlos a graça do sacerdócio. No silêncio da meditação, Carlos lançou planos grandiosos para a reorganização da Igreja Católica. Esses todos se concentraram na ideia de concluir o Concílio de Trento. De fato, era o que a Igreja mais necessitava, como base e fundamento da renovação e consolidação da vida religiosa.
Carlos, sem cessar, chamava a atenção do seu tio (que era Cardeal e foi eleito Papa, com o nome de Pio IV) para essa necessidade, reclamada por todos os amigos da Igreja. De fato, o Concílio se realizou, e Carlos quis ser o primeiro a executar as ordens da nova lei, ainda que, por essa obediência, tivesse de deixar sua posição para ocupar outra inferior.
São Carlos Borromeu: dom da Caridade
A Caridade que abre corações
São Carlos sabia muito bem que a caridade abre os corações também à religião. Por isso, grande parte de sua receita pertencia aos pobres, reservando para si só o indispensável. Heranças ou rendimentos que lhe vinham dos bens de família, distribuía-os entre os desvalidos. Tudo isso não aguenta comparação com as obras de caridade que o Arcebispo praticou. Quando, em 1569-1570, a fome e uma epidemia, semelhante à peste, invadiram a cidade de Milão, não tendo mais o que dar, pedia ele próprio esmolas para os pobres e abria assim fontes de auxílio que teriam ficado fechadas.
Consolava os Pobres
Quando, porém, em 1576, a cidade foi atingida pela peste e o povo abandonado pelos poderes públicos, visto que ninguém se compadecia do povo, ainda procurava os pobres doentes dos quais ninguém lembrava, consolava-os e dava-lhes os santos sacramentos.
Tendo-se esgotado todas as fontes de recurso, Carlos lançou mão de tudo o que possuía para amenizar a triste sorte dos doentes. Mais de cem sacerdotes tinham pago com a vida, na sua dedicação e serviço aos doentes. Deus conservava a vida do Arcebispo, e esse se aproveitou da ocasião para dizer duras verdades aos ímpios e ricos esquecidos de Deus.
Encontro com o Papa
Gregório XIII não só rejeitou as acusações infundados feitas ao Arcebispo, como também recebeu Carlos Borromeu em Roma, com as mais altas distinções. Em resposta a esse gesto do Papa, o governador de Milão organizou, no primeiro domingo da Quaresma de 1579, um indigno préstito carnavalesco pelas ruas de Milão, precisamente à hora da missa celebrada pelo Arcebispo.
São Carlos Borromeu possui um coração bondoso com os malfeitores
O mesmo governador, que tanta guerra ao Prelado movera e tantas hostilidades contra São Carlos estimulara, no leito de morte, reconheceu o erro e teve o consolo da assistência do santo Bispo na hora da agonia. Seu sucessor, Carlos de Aragão, duque de Terra Nova, viveu sempre em paz com a autoridade eclesiástica. O Arcebispo gozou desse período só dois anos.
Páscoa
Quando, em outubro de 1584, como era de costume, retirara-se para fazer os exercícios espirituais, teve fortes acessos de febre, aos quais não deu importância e dizia: “Um bom pastor de almas deve saber suportar três febres, antes de se meter na cama”. Os acessos renovaram-se e consumiram as forças do Arcebispo. Ao receber os santos sacramentos, expirou aos 03 de novembro de 1584. Suas últimas palavras foram: “Eis Senhor, eu venho, vou já”. São Carlos Borromeu tinha alcançado a idade de 46 anos.
Via de Santificação
Foi beatificado em 1602, por Clemente VIII e, depois, canonizado em 1610, por Paulo V, que fixou a festa do santo para o dia 4 de novembro. A grande influência de São Carlos Borromeu, pelo que realizou em Milão, serviu de exemplo para que a reforma da Igreja acontecesse em muitos outros países, no espírito do Concílio de Trento.
Minha oração
“ Óh, grande bispo, que, na tua sabedoria, soubeste organizar a Igreja e adequá-la ao tempo, dai a mesma sabedoria aos nossos bispos e responsáveis para que sejamos sempre atuantes na sociedade e propagadores do evangelho como grande obra de caridade. Por Cristo, nosso Senhor. Amém. ”
São Carlos Borromeu, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 04 de novembro
- Em Bolonha, na atual Emília-Romanha, região da Itália, os santos Vital e Agrícola, mártires. († 304)
- Em Mira, na Lícia, na hodierna Turquia, os santos mártires Nicandro, bispo, e Hermes, presbítero. († c. s. IV)
- Comemoração de São Piério, presbítero de Alexandria. († s. IV)
- Em Rodez, na Aquitânia, atualmente em França, Santo Amâncio, bispo, que é considerado o primeiro pontífice desta cidade. († s. V)
- Em Maastricht, no Brabante da Austrásia, atualmente na Holanda, São Perpétuo, bispo. († c. 620)
- Em Tréveris, na Austrásia, hoje na Alemanha, Santa Modesta, abadessa. († s. VII f.)
- Em Alba Regia, na Panónia, hoje Szekesfehervar, na Hungria, Santo Henrique ou Emerico, filho de Santo Estêvão, rei dos Húngaros, que teve morte prematura. († 1031)
- Em Pádua, no Véneto, região da Itália, a Beata Helena Enselmíni, virgem da Ordem das Clarissas. († 1231)
- Em Cerfroid, no território de Meaux, na França, São Félix de Valois, companheiro de São João da Mata na fundação da Ordem da Santíssima Trindade para a Redenção dos Cativos. († s. XIII)
- No convento de Nossa Senhora dos Escoceses, em Nantes, na França, a Beata Francisca de Amboise, fundou em Vannes o primeiro Carmelo feminino da França. († 1485)
- Em Montefusco, na Campânia, região da Itália, a Beata Teresa Manganiello, virgem da Ordem Terceira de São Francisco. († 1876)
- Em Madrid, na Espanha, o Beato José Gafo Muñiz, presbítero da Ordem dos Pregadores e mártir. († 1936)
Fonte:
- Livro ‘O Santo do dia’ – Dom Servilio Conti, I.M.C.
- Martirológio Romano
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
São Martinho de Lima, patrono dos barbeiros
Origens
São Martinho nasceu em Lima, no dia 9 de dezembro de 1579, filho de um nobre cavaleiro espanhol, João Porres, e de uma negra do Panamá, de origem africana, Ana Velásquez. Por causa da pele escura, o pai não o quis reconhecer, e, no livro de batizado, foi registrado como filho de pai ignorado.
O valor representativo de São Martinho na história da santidade deriva do fato de ser ele uma dessas “misturas” da América, como um cronista do século XVI definia ironicamente os mulatos.
Vida Simples
São Martinho viveu pobremente até os oitos anos de idade e na companhia da mãe e de uma irmãzinha, nascida dois anos depois dele. Educado por sua mãe, no santo temor de Deus, começou ainda criança a trabalhar como aprendiz de barbeiro. Era uma profissão manual e também desprezada pelos que tinham aspirações à nobreza, porém, naquela época, essa profissão não era como de hoje em dia, pois, naquele tempo, o barbeiro era também dentista e cirurgião.
São Martinho: pela Caridade alcançou a Santidade
Caridade
Martinho, alma extremamente sensível e de profundidade mística, fez de sua profissão um exercício de caridade para com os pobres, principalmente depois que se tornou ajudante de um médico.
O Convento
Com a idade de 15 anos, abandonou tudo e foi bater na porta do convento dos dominicanos em Lima. Aqui o espera uma nova humilhação. Foi admitido apenas como terciário e incumbido dos trabalhos mais humildes da comunidade. As suas funções eram as mais humildes, mas a sua vida espiritual, a mais profunda. Por fim, os superiores perceberam o que representava aquela alma para a Ordem e, acolhendo-o como membro efetivo no dia 2 de junho de 1603, admitiram-no então a profissão solene.
Solicitude pelos Irmão
A sua solicitude pelos irmãos doentes era viva. Encontravam-no junto deles para os aliviar, mesmo, segundo se diz, que a porta estivesse fechada à chave. Considerava-se escravo de todos e de cada um, e se a doença de algum irmão que ele cuidava piorava, o zelo crescia.
Feitos Extraordinários
Quis assim permanecer a escória do convento, mas a sua santidade começou a refulgir para além dos limites do convento, pelos extraordinários carismas com as quais era dotado, como profecias, os êxtases, as bilocações. Embora nunca tenha se distanciado de Lima, foi visto na África, na China e no Japão para confortar missionários em dificuldade. A este humilde irmão leigo recorriam para conselho; teólogos, bispos e autoridades civis, mais de uma vez o próprio vice-rei teve de aguardar diante da sua cela, porque frei Martinho estava em êxtase.
De Escória do Convento a Santidade
A Fundação do Hospital
Durante uma peste epidêmica, curou os que recorreram a ele, e os seus sessenta confrades curou-os prodigiosamente. Dedicava sua vida literalmente aos pobres: mendigo por amor aos mendigos. Com as esmolas que conseguia, fundou um hospital para os meninos abandonados e jejuava para dar de comer aos pobres. Jejuava todo o ano, quase não comendo senão restos de pão, mas discretamente, a tal ponto que ninguém reparava. Tudo isso era regado pelas orações que fazia durante a noite, assim como Jesus orava (Lucas 6,12).
Assim, sem fazer coisas extraordinárias além da prática de caridade, Martinho chegou a um alto grau de santidade.
Páscoa
Faleceu, santamente, em Lima no dia 3 de novembro de 1639, com sessenta anos de idade e imediatamente foi honrado e venerado como santo. Foi beatificado, em 1837, pelo Papa Gregório XVI; foi canonizado, no dia 6 de maio de 1962, por São João XXIII; e no ano de 1966, o Papa São Paulo VI o proclamou patrono dos barbeiros.
Minha oração
“Oh, Deus, que exaltou o humilde, que fizestes São Martinho, teu confessor, entrar no Reino celestial, concedei através do seu mérito e intercessão de modo que possamos seguir o exemplo da sua humildade e caridade na terra e um dia estarmos com ele no Céu, através de Cristo, Nosso Senhor.”
São Martinho de Lima, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 03 de novembro
- Em Cesareia, na Capadócia, hoje Turquia, os santos Germano, Teófilo e Cirilo, mártires. († data inc.)
- Em Agrigento, na Sicília, região da Itália, São Libertino, bispo e mártir. († s. III/IV)
- No território de Lauraguais, na atual França, São Pápulo, venerado como mártir. († s. III/IV)
- Em Viterbo, hoje no Lácio, região da Itália, os santos Valentim, presbítero, e Hilário, diácono, mártires. († data inc.)
- Na Bretanha Menor, na atual França, São Guenael, venerado como abade de Landévenec. († s. VI)
- Em Roma, a comemoração de Santa Sílvia, mãe do papa São Gregório Magno. († s. VII)
- No mosteiro de Hornbach, no território da atual França, o sepultamento de São Pirmino, bispo e abade de Reichenau.(† c. 755)
- No cenóbio de Antídio, na Bitínia, hoje na Turquia, São Joanício, monge. († 846)
- Em Alem, cidade da Flandres, na atual Holanda, o sepultamento de Santa Odrada, virgem. († c. s. XI)
- Em Urgel, na Catalunha, região da Espanha, Santo Ermengol ou Ermengáudio, bispo. († 1035)
- No território dos Marsos, nos Abruzos, região da Itália, São Berardo, bispo. († 1130)
- Em Cudot, no território de Sens, na França, a Beata Alpaídes, virgem. († 1211)
- Junto do mosteiro de Fischingen, na atual Suíça, Santa Ida, reclusa. († c. 1226)
- Em Rímini, no litoral da Flamínia, hoje na Emília-Romanha, região da Itália, o Beato Simão Balácchi, religioso da Ordem dos Pregadores. († 1319)
- Em Milão, na Lombardia, região da Itália, o dia natal de São Carlos Borromeu, bispo, cuja memória se celebra amanhã.(† 1584)
- Junto à fortaleza Xa Doai, no Tonquim, atualmente no Vietnam, São Pedro Francisco Néron, presbítero da Sociedade das Missões Estrangeiras de Paris e mártir.(† 1860)
- Em Valldibrera, perto de Barcelona, na Espanha, os beatos Cândido Alberto , Cirilo Pedro , Crisóstomo e Leónides Francisco, religiosos da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs e mártires. († 1936)
Fonte:
- Livro Santos de cada dia – Editora A.O.Braga
- Livro Um santo para cada dia – Mario Sgarbossa – Luigi Giovanni
- Livro O Santo do dia – Dom Servilio Conti, I.M.C
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
Na comemoração dos Fiéis Defuntos, recordemos das almas
Origens
Em vez de propor-nos, hoje, a veneração de um santo, a Igreja nos convida a comemorar, pelo nosso sufrágio, as almas dos fiéis já falecidos. A comemoração de todos os fiéis defuntos foi instituída neste dia a fim de socorrer, por boas obras gerais, os que não se beneficiam de preces especificamente dedicadas a eles. Deve-se a uma iniciativa tomada pelos monges beneditinos por volta do ano 1000.
A data
O abade São Odilo, superior mosteiro de Cluny na França, deu ordem para que em todos os conventos filiados a esta Ordem se celebrasse um ofício pelos defuntos na tarde do dia 1º de novembro. Essa comemoração foi adotada pela autoridade da Igreja, de tal modo que, aos poucos, se tornou universal a dedicação de dois de novembro à memória dos irmãos já falecidos.
Exortação de Paulo
Essa exortação de Paulo é dirigida também a cada um de nós:
“Irmãos, nos diz São Paulo apóstolo, não queremos que ignoreis o que se refere aos mortos, para não ficardes tristes como os outros que não tem esperança. Se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, cremos também que Deus levará com Jesus os que nele morrerem.” (ITs 4,13-14).
Dia dos Fiéis Defuntos: um dia para recordação, não tristeza
Dia de Saudosa Reflexão
O Dia dos Finados não é dia de tristeza nem lamúrias, como o é para aqueles que não tem fé, mas é dia de saudosa recordação, confortada pela fé, que nos garante que nosso relacionamento com as almas dos finados não está interrompido pela morte, mas é sempre vivo e atuante pela oração de sufrágio. A doutrina relativa aos finados põe em admirável luz a harmonia entre a justiça e a bondade de Deus Pai, de tal modo que também os corações mais frios não resistem hoje a um saudoso pensamento de piedade religiosa em favor dos irmãos falecidos.
Purgatório: o lugar de purificação
A fé nos ensina que existe um lugar de purificação pelas almas depois da morte, pois toda criatura que morre carrega faltas, misérias, dívidas espirituais por pecados cometidos, mesmo morrendo reconciliada com Deus. Essas faltas o impedem de entrar diretamente no Reino de Deus, que é o reino da santidade perfeita, da luz e felicidade. Deus, em Sua bondade, providenciou um lugar de purificação que a tradição da Igreja chamou de purgatório. O Catecismo da Igreja Católica afirma:
“O pecado grave priva-nos da comunhão com Deus e, portanto, torna-nos incapazes da vida eterna, cuja privação se chama «pena eterna» do pecado. Por outro lado, todo pecado, mesmo venial, traz consigo um apego desordenado às criaturas, o qual precisa ser purificado, quer nesta vida quer depois da morte, no estado que se chama Purgatório. Esta purificação liberta do que se chama «pena temporal» do pecado. Estas duas penas não devem ser consideradas como uma espécie de vingança, infligida por Deus, do exterior, mas como algo decorrente da própria natureza do pecado. Uma conversão procedente duma caridade fervorosa pode chegar à total purificação do pecador, de modo que nenhuma pena subsista (82).” (CIC 1472)
Temos condições de oferecer preces, sacrifícios em sufrágios das almas do purgatório
A Solidariedade Espiritual
Pela solidariedade espiritual que existe entre os batizados por força de nossa inserção no Corpo Místico de Cristo, temos condições de oferecer preces, sacrifícios em sufrágios das almas do purgatório que ficam assim beneficiadas em suas penas. Esta doutrina já era conhecida no Antigo Testamento. De fato, lemos, no Segundo livro do Macabeus que, depois de uma batalha do povo judeu contra os inimigos, Judas Macabeu mandou recolher ofertas a serem enviados ao Templo de Jerusalém solicitando orações e sacrifícios em sufrágio dos soldados tombados na guerra, pois ele concluiu: “É um pensamento santo e salutar orar pelos mortos para que sejam livres dos seus pecados” (2Mc 14,45). Também Jesus Cristo fez alusão aos pecados que não são perdoados nem nesta terra nem na outra vida.
Orações de Sufrágio
Orações de sufrágio em favor das almas dos mortos sempre foram praticadas nas Igrejas desde os primeiros séculos. Nas catacumbas romanas onde se sepultavam os cristãos há inúmeras inscrições alusivas a preces que os defuntos solicitam dos irmãos na fé. Santa Mônica, mãe de Santo Agostinho, ao falecer perto de Roma, enquanto viajava para África, assim falava aos dois filhos que a acompanhavam: “Ponde meu corpo em qualquer lugar, e não vos preocupeis com ele. Só vos peço que, no altar de Deus, vos lembreis de mim, onde quer que estiveres”.
As almas dos nossos falecidos parecem dizer com o patriarca Jó: “Compadecei-vos de mim, ao menos vós que sois meus amigos, porque a mão do meu Senhor me tocou”.
“Santo e salutar é o pensamento de orar pelos mortos, para que sejam livres dos seus pecados.”
A Indulgência e a Oração pelos falecidos
Indulgência:
No dia de Finados, “aos que visitarem o cemitério e rezarem, mesmo só mentalmente, pelos defuntos, concede-se uma Indulgência Plenária, só aplicável aos defuntos. Diariamente, do dia 1º ao dia 8 de novembro, nas condições costumeiras, isto é, confissão sacramental, comunhão eucarística e oração nas intenções do Sumo Pontífice; nos restantes dias do ano, Indulgência Parcial (Enchr. Indulgentiarum, n.13)”.
“Ainda neste dia, em todas as igrejas, oratórios públicos ou semipúblicos, igualmente lucra-se uma Indulgência Plenária, só aplicável aos defuntos; a obra que se prescreve é a piedosa visitação à igreja, durante a qual se deve rezar o Pai-Nosso e Creio, confissão sacramental, comunhão eucarística e oração na intenção do Sumo Pontífice (que pode ser um Pai-Nosso e Ave-Maria, ou qualquer outra oração conforme inspirar a piedade e devoção).” (pg. 462 do Diretório Litúrgico da CNBB).
Oração pelos falecidos:
Pai santo, Deus eterno e Todo-Poderoso, nós Vos pedimos por (nome do falecido), que chamastes deste mundo. Dai-lhe a felicidade, a luz e a paz. Que ele, tendo passado pela morte, participe do convívio de Vossos santos na luz eterna, como prometestes a Abraão e à sua descendência. Que sua alma nada sofra, e Vos digneis ressuscitá-lo com os Vossos santos no dia da ressurreição e da recompensa. Perdoai-lhe os pecados para que alcance junto a Vós a vida imortal no reino eterno. Por Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém! (Rezar Pai-Nosso e Ave-Maria.)
Dai-lhe, Senhor, o repouso eterno e brilhe para ele a Vossa luz! Amém.
Minha oração
“Senhor, nosso Deus, resgatai as almas dos nossos conhecidos e familiares do purgatório, além daquelas que necessitam das nossas orações. Pedimos também a intercessão para que sejamos santos e purificados nessa vida, a fim de chegar diretamente ao Céu. Amém.”
Almas do purgatório, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 2 de novembro
- Comemoração de São Vitorino, bispo de Poetóvio, na Panónia. († c. 303)
- Em Trieste, na Ístria, atualmente na Itália, São Justo, mártir. († c. s. IV)
- Em Sebaste, na Arménia, hoje Sivas, na Turquia, os santos Cartério, Estiríaco, Tobias, Eudóxio, Agápio e companheiros, mártires. († c. 320)
- Na antiga Pérsia, os santos Acindino, Pegásio, Aftónio, Elpidíforo, Anempodisto e numerosos companheiros mártires. († s. IV)
- Em Vienne, cidade da Gália Lionense, hoje na França, São Donino, bispo, que se dedicou à obra da redenção dos cativos. († c. 538)
- Comemoração de São Marciano, eremita, que, nascido em Ciro, se retirou para o deserto na Calcedónia.(† s. IV f.)
- No mosteiro de Agaune, entre os Helvécios, hoje Saint-Maurice-en-Valais, na Suíça, Santo Ambrósio, abade. († c. 520)
- Junto a uma fonte situada em Holywell, localidade do País de Gales, Santa Vinfreda, virgem, que é venerada como monja insigne. († c. s. VII)
- Em Vienne, cidade da Borgonha, na moderna França, São Jorge, bispo. († c. 670)
- No mosteiro de Claraval, também na Borgonha, o sepultamento de São Malaquias, bispo de Down e Connor. († 1148)
- Em Mortagne, cidade da Normandia, na França, a Beata Margarida de Lorena, ao ficar viúva, abraçou a vida religiosa no mosteiro das Clarissas. † 1521)
- Em Andover, no condado de Hampshire, na Inglaterra, o Beato João Bodey, mártir. († 1583)
- Em Casale, na Flamínia, hoje na Emília-Romanha, região da Itália, o Beato Pio de São Luís, religioso da Congregação da Paixão. († 1889)
Fonte:
- Catecismo da Igreja Católica
- Livro: O Santo do dia – Dom Servilio Conti, I.M.C.
- Vatican.va
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
Solenidade de Todos os Santos de Deus
Origens
A Solenidade de Todos os Santos de Deus é chamada por alguns de “Páscoa de outono”, é celebrada pela Igreja, que, mais uma vez, não olha para si mesma, mas olha para o céu e lhe aspira. De fato, a santidade é um caminho para o qual todos somos chamados a trilhar sob o exemplo desses nossos “irmãos mais velhos”, que nos são propostos como modelos, porque aceitaram ser encontrados por Jesus, rumo ao qual se encaminharam com confiança, com seus desejos, fraquezas e sofrimentos. “Todos os fiéis cristãos, de qualquer estado ou ordem, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade. Todos são chamados à santidade: ‘Deveis ser perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito’ “(Mt 5,48) (CIC 2013).
Raízes Antigas
A solenidade tem raízes antigas: no século IV começou a celebração dos mártires, comuns para as diferentes Igrejas. Os primeiros sinais desta celebração foram encontrados em Antioquia, no domingo após o dia de Pentecostes, sobre a qual já falava São João Crisóstomo.
Difusão da Festa
Entre os séculos VIII e IX, esta festa começou a difundir-se também na Europa, e, em Roma, de modo particular, no século IX. Ali, o Papa Gregório III (731-741) quis que esta festa fosse comemorada no dia 1º de novembro. A data foi escolhida porque coincidia com a consagração de uma Capela, na Basílica de São Pedro, dedicada às relíquias “dos santos Apóstolos, dos Santos mártires e confessores e de todos os Justos, que chegaram à perfeição e descansam em paz no mundo inteiro”. Na época de Carlos Magno, esta festa já era muito conhecida como ocasião para a Igreja, que vagueia e sofre na Terra, mas que olha para o céu, onde estão seus irmãos mais gloriosos.
É a festa da esperança, que nos recorda o objetivo da nossa vida
Memória Litúrgica
A memória litúrgica dedica um dia especial a todos aqueles que se uniram com Cristo em sua glória. Eles não nos são indicados apenas como arquétipos, mas invocados também como protetores das nossas ações. Todos os Santos são os filhos de Deus que atingiram a meta da salvação. Eles vivem, na eternidade, aquela condição de bem-aventurança expressa por Jesus no discurso da Montanha, narrado no Evangelho de Mateus (5,1-12).
Companheiros na Imitação de Cristo
Os Santos são aqueles que nos acompanham no nosso percurso de imitação de Jesus. Eles nos levam a ser pedra angular na construção do Reino de Deus. Neste dia, a Mãe Igreja faz este apelo a todos nós, seus filhos: “O apelo à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade se dirige a todos os fiéis cristãos.” “A perfeição cristã só tem um limite: ser ilimitada” (CIC 2028).
Um Interesse Humano
Sendo assim, nós passamos a compreender o início do sermão do Abade São Bernardo: “Para que louvar os santos, para que glorificá-los? Para que, enfim, esta solenidade? Que lhes importam as honras terrenas? A eles que, segundo a promessa do Filho, o Pai celeste glorifica? Os santos não precisam de nossas homenagens. Não há dúvida alguma, se veneramos os santos, o interesse é nosso, não deles”.
Convite para olhar para o Alto
A Igreja nos convida a contemplarmos os nossos “heróis” da fé, esperança e caridade. É um convite a olharmos para o Alto, pois, neste mundo escurecido pelo pecado, eles brilham no Céu com a luz do triunfo e esperança daqueles que viveram e morreram em Cristo, por Cristo e com Cristo, formando uma “constelação”, como São João havia dito: “Era uma imensa multidão, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas” (Ap 7,9).
Somos chamados a imitar o exemplo de Santidade
Sinal do Espírito Santo
Todos esses combatentes de Deus merecem nossa imitação, pois foram adolescentes, jovens, homens casados, mães de família, operários, empregados, patrões, sacerdotes, pobres mendigos, profissionais, militares ou religiosos que se tornaram um sinal do que o Espírito Santo pode fazer num ser humano que se decide a viver o Evangelho atuando na Igreja e na sociedade.
Modelos para os fiéis
Portanto, a vida desses modelos acabaram virando proposta para nós, uma vez que passaram fome, apelos carnais, perseguições, alegrias, situações de pecado, profundos arrependimentos, sede, doenças, sofrimentos por calúnia, ódio, falta de amor e injustiças. Esses constituem o cotidiano dos seguidores de Cristo que enfrentam os embates da vida sem perder o entusiasmo pela Pátria definitiva, pois “não sois mais estrangeiros, nem migrantes; sois concidadãos dos santos, sois da Família de Deus” (Ef. 2,19).
Oração:
“Jesus, que o mundo salvastes, dos que remistes cuidais, E vós, Mãe santa de Deus, por nós a Deus suplicai. Os coros todos dos Anjos, patriarcal legião, profetas de tantos méritos, pedi por nós o perdão. Ó precursor do Messias, ó Ostiário dos céus, com os Apóstolos todos, quebrai os laços dos réus. Santa Assembleia dos Mártires; vós, Confessores, Pastores, Virgens prudentes e castas, rogai por nós pecadores. Que os monges peçam por nós e todos que o céu habitam: a vida eterna consigam os que na terra militam. Honra e louvor tributemos ao Pai e ao Filho também, com seu Amor um só Deus, por todo o sempre. Amém.”
Minha oração
“Na solenidade de todos os santos, recordamos que é possível ser santo, recordamos que é possível contar com suas orações e intercessão, por isso pedimos as graças de que precisamos no tempo presente e a conversão dos pecadores da nossa família e amigos. Amém.”
Todos os Santos de Deus, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 1º de novembro
- Em Terracina, litoral do Lácio, na atual Itália, São Cesário, mártir. († data inc.)
- Em Dijon, na Gália Lionense, França, São Benigno, presbítero e mártir. († data inc.)
- Em Arvena, na Aquitânia, hoje Clermont-Ferrand, na França, Santo Austremónio, bispo. († s. III)
- Em Paris, na Gália Lionense, França, São Marcelo, bispo. († s. IV f.)
- No território de Bourges, na Aquitânia, França, São Rómulo, presbítero e abade. († s. V)
- Em Tívoli, no Lácio, na atual Itália, São Severino, monge. († c. s. VI)
- Em Milão, na Lombardia, na Itália, São Magno, bispo. († s. VI)
- Em Bayeux, na Gália Lionense, hoje na França, São Vigor, bispo, que foi discípulo de São Vedasto. († a. 538)
- Em Angers, na Nêustria, na França, São Licínio, bispo. († c. 606)
- Em Larchant, cidade do Gatinais da Aquitânia,na França, São Maturino, presbítero. († c. s. VII)
- No território de Thérouanne, em Flandres, França, Santo Audemaro,bispo dos Morinos. († c. 670)
- Em Sansepolcro, na Úmbria, hoje na Toscana, região da Itália, o Beato Rainério de Arezzo, religioso da Ordem dos Menores. († 1304)
- Em Lisboa, Portugal, São Nuno de Santa Maria , religioso da Ordem dos Carmelitas. († 1431)
- Em Shimabara, no Japão, os beatos Pedro Paulo Navarro, presbítero, Dionísio Fujishima e Pedro Onizuka Sandayu, religiosos da Companhia de Jesus, e Clemente Kyuemon, mártires. († 1622)
- Em Hai Duong, cidade do Tonquim, hoje Vietnam, Jerónimo Hermosilla e Valentim Bérrio Ochoa, bispos, e Pedro Almató Ribeira, presbítero, da Ordem dos Pregadores. († 1861)
- Em Munique, na Alemanha, o Beato Ruperto Mayer, presbítero da Companhia de Jesus. († 1945)
- Em Mukacevo, cidade da Ucrânia, o Beato Teodoro Jorge Romzsa, bispo e mártir(† 1947)
Fonte:
- Catecismo da Igreja Católica
- Martirológio Romano
- Vaticannews.va
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
Santo Afonso Rodrigues, padroeiro de Palma de Maiorca
Origens
Natural de Segóvia, na Espanha, veio à luz aos 25 de julho de 1532. Pertencente a uma família cristã, teve de interromper seus estudos no primário, pois, com a morte do pai, assumiu os compromissos com o comércio. Casou-se com Maria Soares, que amou tanto quanto os dois filhos, mas infelizmente, todos, com o tempo, faleceram.
A Crise Espiritual
Ao entrar em crise espiritual, Afonso entrega-se à oração, à penitência e, dirigido por um sacerdote, descobriu o seu chamado a ser Irmão religioso; e, assim, assumiu grandes dificuldades como a limitação dos estudos.
Entrou para a Companhia de Jesus
No ano de 1571, aos 38 anos, iniciou seu noviciado. Vencendo tudo em Deus, Afonso foi recebido na Companhia de Jesus como Irmão. Sua vida foi uma esplêndida realização da vocação. Depois do noviciado, foi enviado para o Colégio de formação Monte de Sião em Palma de Maiorca. No colégio, desempenhou os ofícios de porteiro; e a todos prestava vários serviços e, dentre as virtudes heroicas que conquistou na graça e querendo ser firme na fé, a obediência foi a sua prova de verdadeira humildade.
Santo Afonso Rodrigues: Homem Simples
Vontade de Deus
Santo Afonso Rodrigues sabia ser simples, pois aceitava, com amor, toda ordem e desejo dos superiores, como expressão da vontade de Deus. Tinha como regra “Agradar somente a Deus, cumprir sempre e em toda parte a Vontade Divina”. Esse santo encantador, com sua espiritualidade, ajudou a muitos, principalmente São Pedro Claver, um de seus filhos espirituais mais notáveis, quanto ao futuro apostolado na Colômbia.
Alma que suplicava Deus
Sua alma era sedenta de Deus: “A oração que tem é uma súplica a Deus e a Nossa Senhora de quatro amores: o amor de Deus; o amor de Jesus Cristo; o amor a Santíssima Virgem e o amor de uns para com os outros”. Em sua íntima relação com Deus, Maria sempre esteve presente.
Páscoa
Passou o resto da sua vida como porteiro em um convento da Ilha de Maiorca, onde foi exemplo de humildade, obediência, constância e santidade. Místico de muitos carismas, Santo Afonso Rodrigues sofreu muito antes de morrer em 31 de outubro de 1617. Foi canonizado em 15 de janeiro de 1888, por Leão XIII. Ele é o santo padroeiro dos goleiros e lanterninhas, e padroeiro de Palma de Maiorca.
Minha oração
“Santo Afonso, que, por sua obediência, conquistastes o Céu, dai-nos a graça de imitar essa virtude assim como o teu modelo de humildade. Ensina-nos a reconhecer Jesus nos trabalhos mais simples e desprezados. Amém!”
Santo Afonso Rodrigues , rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 31 de outubro
- Em Alexandria, no Egipto, Santo Epimáquio de Pelúsio, mártir. († c. 250)
- EmVermand, hoje Saint-Quentin, na Gália, Bélgica, atualmente na França, São Quintino, mártir.(† s. III)
- Em Fosses, no Brabante da Austrásia, no território da atual Bélgica, São Felano, presbítero e abade. († c. 655)
- Em Milão, na Lombardia, região da Itália, Santo Antonino, bispo. († c. 661)
- Em Ratisbona, na Baviera, actualmente na Alemanha, São Volfgango, bispo. († 994)
- Em Cahors, na Aquitânia, região da França, o Beato Cristóvão de Romanha, presbítero da Ordem dos Menores. († 1272)
- Em Riéti, na Sabina, território da Itália, o Beato Tomás de Florença Belláci, religioso da Ordem dos Menores. († 1447)
- Em Youghal, perto de Cork, na Irlanda, o Beato Domingos Collins, religioso da Companhia de Jesus. († 1602)
- Em Piotrkow Kujawski, localidade da Polónia, o Beato Leão Nowakowski, presbítero e mártir. († 1939)
- Em Sevilha, na Espanha, Santa Maria da Imaculada Conceição, virgem, fundadora do Instituto das Irmãs da Companhia da Cruz. († 1998)
Fonte:
- Livro “Santos de cada dia” – José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003]
- Martirológio Romano
- Vaticannews.va
- Santiebeati.it
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
São Marcelo de Tânger, mártir
O que Igreja diz
Diz o Martirológio Romano neste dia: “Em Tânger, na Mauritânia, no atual Marrocos, a paixão de São Marcelo, centurião, que na festa do imperador, enquanto todos faziam sacrifícios aos deuses, jogou o cinto militar, as armas e a própria vida diante da insígnia, professando ser cristão e não poder mais obedecer adequadamente ao juramento militar, mas apenas a Jesus Cristo, sofrendo assim o martírio por decapitação.”
Transmissão de sua Páscoa
A paixão de Marcello chegou até nós em duas resenhas, transmitidas por textos dispersos nas bibliotecas de Roma, Bruxelas, Londres, Madrid, Leão, Bordéus etc. Foi publicado pela primeira vez por Ruinart, depois por Allard e recentemente por Delehaye (1923), por García Villada (1929), por J. González (1943), por B. De Gaiffier (1943) e R. Rodriguez (1948).
Registros históricos e estudos
A resenha original é reconhecida como autêntica e consiste em dois relatórios de interrogatórios em dois tribunais diferentes com intervalo de três meses, em dois locais diferentes. Depois, por volta do século XI, são acrescentadas algumas interpolações que fazem de Marcello, o marido de são Nonia, ser o pai de doze filhos: Cláudio, Lupercio, Victorico, Facondo, Primitivo, Emeterio, Celidonio, Servando, Germano, Fausto, Gennaro e Marziale. A origem e evolução desta lenda, profundamente enraizada na tradição cristã do povo leonino, foi cuidadosamente estudada por De Gaiffier.
Segundo a passio, portanto, a festa dos “augostos imperadores” foi celebrada em 21 de julho de 298 e, nessa data, Marcelo, um centurião comum, depôs as armas na presença das tropas reunidas e proclamou a sua renúncia ao serviço militar. para servir na milícia de Cristo. No dia 28 de julho, foi interrogado pelo diretor Fortunato, que diante da gravidade do crime decidiu devolvê-lo ao seu superior hierárquico, Aurelio Agricolano de Tânger. No dia 30 de outubro, Marcelo foi novamente interrogado, desta vez em Tânger, e condenado à morte.
Do estudo cuidadoso de De Gaifiier fica claro que Marcelo é um autêntico mártir africano e que só nas sucessivas interpolações da paixão, feitas pelos escritores espanhóis, foi transformado em cidadão de Leão, sobre o falso fundamento de que pertencia a legio Traiarti, suposto fundador daquela cidade. Após esta identificação, feita no sec. XVI, acreditava-se também que Leão poderia indicar a casa do mártir perto da Porta Cauriense, hoje transformada em capela dedicada ao Cristo da Vitória. Seguindo esta mesma tradição, uma igreja dedicada a Marcelo foi construída em Leão com o advento da paz Constantiniana.
O código 11 do Arquivo da catedral de Leão relata que Ramiro I (842-850) “restaurou a igreja de Sâo Marcello no subúrbio Legionense perto da Porta Cauriense, fora dos muros da cidade…”. Perto desta igreja, surgiu um mosteiro onde viveu o famoso teólogo legionense, são Martin, e no sec. XII um hospital com o mesmo nome.
Surgimento da devoção
A devoção que fez de Marcelo o principal patrono da cidade de Leão, no entanto, nasceu e desenvolveu-se a partir dos seus restos mortais que foram preservados em Tânger, de modo que, imediatamente após a libertação desta cidade pelo Rei de Portugal, Leão solicitou os restos mortais de seu mártir. As cidades de Jerez e Sevilha também disputaram a sua posse. Em 29 de março de 1493, porém, os restos mortais de Marcelo trazidos pelo próprio rei Fernando, o Católico, entraram em Leão e foram colocados na igreja a ele dedicada. Segundo documentos contemporâneos conservados no arquivo municipal, os restos mortais foram recebidos “como nunca houve melhor”.
Relíquias de Marcello
As relíquias estão hoje guardadas em uma arca de prata no altar-mor; encontram-se também um pergaminho que narra a entrada na cidade e os milagres que a acompanharam, documentos relativos à doação de uma relíquia de M. à igreja de São Gil em Sevilha e algumas cartas do rei Henrique IV de Castela e de Isabel, a Católica, ao Papa Sisto IV sobre a transferência do corpo do mártir para Leão.
As relíquias foram transportadas em procissão juntamente com as de São Froilano, por ocasião de grandes calamidades públicas. Todos os anos, no dia 9 de outubro, data da festa, o capítulo da catedral e a câmara municipal da cidade vão em procissão ao templo de Marcelo para assistir à missa solene: os cónegos e os vereadores revezam-se para simbolizar o comum e igual direito de patrocínio que durante muitos séculos tiveram sobre a igreja de São Marcello e para a qual o prefeito guardou uma das chaves da arca que contém as relíquias do santo.
Minha oração
“Deus eterno e todo poderoso, que destes a São Marcelo, a graça da fidelidade até a morte, concedei-nos, por sua intercessão, suportar, por Vosso amor, as adversidades, e correr ao encontro de Vós que sois a nossa vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso filho, na unidade do Espírito Santo. São Marcelo orai por nós e pela Santa Igreja! Amém!”
São Marcelo, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 30 de outubro
- Em Siracusa, na Sicília, região da Itália, São Marciano, que é considerado o primeiro bispo desta cidade. († s. II)
- Comemoração de São Serapião, bispo de Antioquia, célebre pela sua erudição e doutrina, que deixou grande fama de santidade. († c. 211)
- Em Alexandria, no Egipto, Santa Eutrópia, mártir, que, por ter recusado negar a Cristo, foi cruelmente torturada até à morte. († c. s. III)
- Em Leão, na Hispânia, os santos Cláudio, Lupércio e Vitório, mártires, que, na perseguição de Diocleciano, sofreram a morte pelo nome de Cristo. († c.303/304)
- Em Cuma, na Campânia, região da Itália, São Máximo, mártir. († c. 303)
- Em Cápua, também na Campânia, São Germano, bispo, que é mencionado pelo papa São Gregório Magno nos seus escritos. († c. 540)
- Em Potenza, na Lucânia, hoje na Basilicata, região da Itália, São Gerardo, bispo. († 1122)
- Em Cividale del Friúli, na Venécia, hoje na Friúli-Venézia Giúlia, região da Itália, a Beata Benvinda Boiáni, virgem, das Irmãs da Penitência de São Domingos, que passou toda a sua vida entregue à oração e à austeridade. († 1292)
- Em Winchester, na Inglaterra, o Beato João Slade, mártir, que, por negar a competência da rainha Isabel I nas questões espirituais, foi enforcado e cruelmente esquartejado. († 1583)
- Em Limerick, na Irlanda, a paixão do Beato Terêncio Alberto O’Brien, bispo e mártir, da Ordem dos Pregadores, que, nomeado para a sede da Igreja de Emily, trabalhou intensamente na assistência aos afectados pela peste; mas, sob o regime de Oliver Cromwell, foi preso pelos soldados e levado ao patíbulo em ódio ao sacerdócio e à fé católica. († 1651)
- Em Ácri, na Calábria, região da Itália, o Beato Ângelo, presbítero da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, que percorreu incansavelmente o reino de Nápoles a pregar a palavra de Deus de modo apropriado ao povo simples. († 1739)
- Em Angers, na França, o Beato João Miguel Langevin, presbítero e mártir, degolado por ser sacerdote, o primeiro dos cerca de cem homens e mulheres que, durante a época do terror na Revolução Francesa, permaneceram unânimes e constantes na confissão da fé em Cristo até à morte. († 1793)
- Em Dolinka, perto de Karaganda, no Cazaquistão, o Beato Aleixo Zaryckyj, presbítero e mártir, que, sob um regime hostil a Deus, foi deportado para um campo de concentração e no combate da fé alcançou a vida eterna. († 1963)
Fonte:
- Livro “Santos de cada dia” – José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003]
- Martirológio Romano
- Santiebeati.it
- Milícia da Imaculada
– Pesquisa, redação e produção: Leonardo Girotto
São Narciso, o bispo de Jerusalém
Origens
São Narciso foi Bispo de Jerusalém e, quando se deu tal fato, devia ter quase cem anos de idade. Narciso não era judeu e teria nascido no ano 96. Homem austero, penitente, humilde, simples e puro, sabe-se que presidiu com Teófilo de Cesareia a um concílio onde foi aprovada a determinação de se celebrar sempre a Páscoa num Domingo.
Transformação da água em óleo
Eusébio narra que, em certo dia de festa, em que faltou o óleo necessário para as unções litúrgicas, Narciso mandou vir água de um poço vizinho e, com a sua bênção, a transformou em óleo. Conta também as circunstâncias que levaram Narciso a demitir-se das suas funções.
Acusado Falsamente
Para se justificarem de um crime, três homens acusaram o Bispo Narciso de certo ato infame. “Que me queimem vivo — disse o primeiro —, se eu minto”. “E a mim, que me devore a lepra”, disse o segundo. “E que eu fique cego”, acrescentou o terceiro. O desgosto de ser assim caluniado despertou em Narciso o seu antigo desejo pelo recolhimento e, por isso, sem dizer para onde iria, perdoou os caluniadores e saiu de Jerusalém em direção ao deserto.
São Narciso: protegido pela justiça divina
Considerando-o definitivamente desaparecido, deram-lhe por sucessor a Dio, ao qual por sua vez sucederam Germânio e Górdio. Todavia, os três caluniadores não tardaram a sofrer os castigos que em má hora tinham invocado, pois o primeiro pereceu num incêndio com todos os seus, o segundo morreu de lepra e o terceiro cegou à força de tanto chorar o seu pecado.
Páscoa
Alguns anos depois, Narciso reapareceu na cidade episcopal. Nunca tinha sido posta em dúvida a santidade do seu procedimento, por isso foi com imensa alegria que Jerusalém recebeu seu antigo pastor. Segundo diz Eusébio, continuou Narciso a governar a diocese até a idade de 119 anos, auxiliado por um coadjutor chamado Alexandre. Faleceu cerca do ano de 212.
Minha oração
“Pedimos ao padroeiro de Jerusalém, que cuidai dos cristãos naquela região. Fortalecei a fé desse povo e promove novas conversões, grandes conversões. Ajudai o povo para que encontrem na terra de Jesus a sua presença e experiência. Amém!”
São Narciso, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 29 de outubro
- Em Cartago, na hodierna Tunísia, São Feliciano, mártir. († c. s. III)
- Em Vercelas, na Ligúria, hoje no Piemonte, região da Itália, Santo Honorato, bispo. († s. IV/V in.)
- Em Sidónia, cidade da Fenícia, no atual Líbano, São Zenóbio, presbítero. († s. IV)
- Em Edessa, cidade do Osroene, hoje na Turquia, Santo Abraão, anacoreta. († 366)
- No território de Vienne, na Gália, atualmente na França, São Teodário, abade. († c. 575)
- Em Galway, na Irlanda, São Colmano, bispo. († 632)
- Em Moustiers-en-Fagne, próximo de Cambrai, na Nêustria, atualmente na França, São Dodão, abade. († s. VIII)
- Em Secondigliano, perto de Nápoles, na Itália, São Caetano Errico, presbítero, fundou a Congregação dos Missionários dos Sagrados Corações de Jesus e Maria.(† 1860)
Fonte:
- Livro “Santos de cada dia” – José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003]
- Martirológio Romano
- Vaticannews.va
- Vatican.va
– Pesquisa e redação: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
– Produção e edição: Melody de Paulo
São Simão e São Judas Tadeu, os apóstolos primos de Jesus
Origens
São Simão e São Judas Tadeu, estes dois Apóstolos, menos conhecidos que os outros, paradoxalmente, são dois parentes mais estreitos de Jesus: eram dois de seus primos. No que se refere a Judas Tadeu, a tradição é bastante precisa; sabe-se pelas Escrituras que seu pai, Alfeu, era irmão de São José; enquanto sua mãe, Maria de Cléofas, era prima da Virgem Maria. Por outro lado, sobre a existência de Simão, a tradição é bastante vaga.
São Simão
Simão, palavra hebraica que significa “zeloso”, tinha o cognome de Cananeu, derivado de Caná, aldeia da Galileia. Praticava a obediência, cumprindo os preceitos e compadecendo-se dos aflitos e necessitados. Trabalhava fervorosamente pela salvação das almas. Nicéforo Calisto diz que Simão pregou na África e na Grã-Bretanha.
São Judas Tadeu
Judas, um dos doze, era chamado também Tadeu ou Lebeu, que São Jerônimo interpreta como homem de senso prudente. Seu nome significa “confessor” ou “glorioso”. Judas Tadeu foi quem, na Última Ceia, perguntou ao Senhor: “Senhor, como é possível que tenhas de te manifestar a nós e não ao mundo?” (Jo 14,22).
São Simão e São Judas Tadeu, irmão de Tiago
Irmãos
Simão Cananeu e Judas Tadeu eram irmãos de Tiago, o Menor, e filhos de Maria de Cléofas, que foi casado com Alfeu. Logo após a ascensão do Senhor, Judas foi enviado por Tomé até Abgar, rei de Edessa.
Relíquias
São Fortunato, Bispo de Poitiers, no fim do século VI, indica estarem São Simão e São Judas Tadeu enterrados na Pérsia. Isso vem das histórias apócrifas dos apóstolos; segundo elas, foram martirizados em Suanir, na Pérsia, a mando de sacerdotes pagãos que instigaram as autoridades locais e o povo, tendo sido ambos decapitados. É o que rege o martirológio jeronimita.
Uma outra hipótese
Outros dizem que Simão foi sepultado perto do Mar Negro; na Caucásia, foi elevada em sua honra uma igreja entre o VI e o VIII séculos. Beda, pelo ano de 735, colocou os dois santos no martirológio a 28 de outubro; assim ainda hoje os celebramos. Na antiga basílica de São Pedro do Vaticano havia uma capela dos dois santos, Simão e Judas, e nela se conservava o Santíssimo Sacramento.
Epístola
Temos uma epístola de Judas “irmão de Tiago”, que foi classificada como uma das epístolas católicas. Parece ter em vista convertidos e combate seitas corrompidas na doutrina e nos costumes. Começa com estas palavras: “Judas, servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago, aos chamados e amados por Deus Pai, e conservados para Jesus Cristo: misericórdia, paz e amor vos sejam concedidos abundantemente”. Orígenes achava esta epístola “cheia de força e de graça do céu”.
São Judas Tadeu: Patrono dos Aflitos e Padroeiro das Causas Desesperadas
Maiores aflições
Segundo São Jerônimo, Judas terá pregado em Osroene (região de Edessa), sendo rei Abgar. Terá evangelizado a Mesopotâmia, segundo Nicéforo Calisto. São Paulino de Nola tinha-o como apóstolo da Líbia. Conta-se que Nosso Senhor, em revelações particulares, teria declarado que atenderia os pedidos daqueles que, nas suas maiores aflições, recorrerem a São Judas Tadeu.
Santa Brígida refere que Jesus lhe disse que recorresse a esse apóstolo, pois ele lhe valeria nas suas necessidades. Tantos e tão extraordinários são os favores que São Judas Tadeu concede aos seus devotos, que se tornou conhecido em todo o mundo com o título de Patrono dos aflitos e Padroeiro das causas desesperadas.
Minha oração
“Vós que conhecestes de perto o Salvador do mundo e dele puderam participar da mesma família, rogai para que nós também encontremos a salvação que necessitamos e nela sejamos somados ao corpo místico de Cristo pelo batismo. Amém.”
São Simão e São Judas Tadeu, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 28 de outubro
- Em Mogúncia, na Gália, Bélgica, atualmente na Alemanha, São Ferrúcio, mártir. († c. 300)
- Em Como, na Gália Cisalpina, hoje na Itália, São Fiel, mártir. († c. s. IV)
- Em Ávila, na Hispânia, a paixão dos santos Vicente, Sabina e Cristeta, mártires. († c. 305)
- Em Thiers, na Aquitânia, hoje na França, São Gens ou Genésio, que passou deste mundo ao céu pelo martírio, quando levava ainda a veste branca do Batismo. († c. s. IV)
- Em Amiens, na Nêustria da Gália, também na atual França, São Sálvio, bispo. († c. 625)
- Em Meaux, na Nêustria, hoje na França, São Farão, bispo, que, sendo familiar do rei, exortado por sua irmã Santa Fara a dedicar-se ao serviço de Deus. († c. 670)
- Em Annecy, na Savóia, também na França, a comemoração de São Germano, abade, que, fundou e dirigiu o priorato de Talloires. († s. XI)
- Em Fujian, província da China, os santos Francisco Serrano, bispo, e Joaquim Royo, João Alcober e Francisco Díaz del Rincon, presbíteros, todos da Ordem dos Pregadores e mártires. († 1748)
- Em Cho-Ra, povoação do Tonquim, hoje no Vietnam, São João Dat, presbítero e mártir. († 1798)
- Em Ejutla, localidade do México, São Rodrigo Aguilar, presbítero e mártir. († 1927)
- Em Alcira, na província de Valência, na Espanha, o Beato Salvador Damião Enguix Garés, mártir, pai de família. († 1936)
- Em Gilet, na província de Valência, o Beato José Ruiz Bruixola, presbítero e mártir. (†1936)
- Em Santander, na Espanha, os beatos Cláudio Julião Garcia San Roman e Leôncio Lope Garcia, presbíteros da Ordem de Santo Agostinho e mártires. († 1936)
Fonte:
- Legenda Áurea | Vida de santos – Jacopo de Varazze
- Martirológio Romano
- Vaticannews.va
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
São Gonçalo de Lagos, o padroeiro de Torres Vedras
Origens
São Gonçalo nasceu em Lagos, no Algarve, em Portugal, por volta do ano de 1370. Ainda jovem, aos 20 anos, tomou o hábito de Santo Agostinho no convento da Graça, onde, mais tarde, tornou-se presbítero da Ordem dos Eremitas.
Vida
Dedicou-se a uma vida de jejuns e de penitências, enquanto aplicava-se às letras e aos estudos. Homem zeloso na vivência da Regra Religiosa, virtuoso e cheio de pureza, Gonçalo dedicou-se também à pregação, chegando a ser superior de alguns mosteiros da sua Ordem. Distinguiu-se também pela sua dedicação em ensinar às crianças e aos incultos os preceitos cristãos.
Amor ao estudo
Ele logo se destacou pelo amor ao estudo, embora, por um espírito de humildade, apesar de ter habilidades indiscutíveis, não quis aceitar o ensino em teologia.
Tendo se tornado sacerdote, ele era muito apreciado tanto como pregador quanto pelo cuidado das almas.
São Gonçalo de Lagos: exemplo da verdadeira fé
Dedicado à verdadeira fé cristã
Adorava dedicar-se a ensinar as verdades da fé às pessoas mais humildes e ignorantes, especialmente às crianças. Eleito várias vezes prior, governou os maiores e mais importantes conventos da província portuguesa, como Lisboa e Santarém, mostrou em toda a parte um grande zelo pela observância regular.
Grandes Habilidades
Ele era dotado de calígrafo, miniaturista e compositor de canções sacras, mas não desdenhava realizar até os trabalhos mais humildes, como cozinheiro ou porteiro, se necessário. Seu espírito de piedade era grande, seu sentido ascético muito vivo.
Páscoa
Antes de falecer, desenvolveu a sua atividade incansável nos campos religioso, social e pedagógico, aliviando o sofrimento dos pobres, que lhe tinham um afeto filial. O último mosteiro foi o de Torres Vedras, onde morreu em 15 de outubro de 1422, depois de exortar os que viviam com ele no mosteiro à observância religiosa e para uma vida virtuosa.
Via de Santificação
Foi considerado o santo padroeiro de Torres Vedras, mas, em Portugal, lhe foi atribuído também o culto. Foi beatificado em 1798, por Pio VI.
Minha oração
“Querido São Gonçalo, amante das artes e da música, dai aos artistas o dom de expressar a Deus através de seus trabalhos. Inspirai novos compositores e músicos para a Igreja, para que Jesus encontre espaço nos corações mais endurecidos. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.”
São Gonçalo de Lagos, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 27 de outubro
- Em Roma, Santo Evaristo, papa, que dirigiu a Igreja Romana como quarto sucessor de São Pedro. († 108)
- Perto de Esmirna, na província da Ásia, atualmente na Turquia, São Traseias ou Tráseas, bispo de Euménia da Frígia e mártir. († c. 170/180)
- Em Arvena, na Aquitânia, hoje Clermont-Ferrand, na França, São Namácio, bispo, que construiu a igreja catedral. († c. 460)
- Em Nápoles, Itália, o sepultamento de São Gaudioso, bispo.(† s. V/VI)
- Em Iona, ilha da Escócia, Santo Oterano, monge, que foi um dos primeiros discípulos de São Columba. († s. VI)
- Em Vicenza, na Venécia, hoje no Vêneto, região da Itália, a comemoração do Beato Bartolomeu da Breganza, bispo da Ordem dos Pregadores, que fundou nesta cidade a Milícia de Jesus Cristo. († 1270)
- Em Paterna, no território de Valência, na Espanha, o Beato Salvador Mollar Ventura, religioso da Ordem dos Frades Menores e mártir. († 1711)
Fonte:
- Livro “Santos de cada dia” – José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003]
- Martirológio Romano
- Santiebeati.it
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
Santo Evaristo, o quinto Papa da Igreja Católica
Origens
Santo Evaristo, sucessor de São Clemente, segundo Santo Ireneu e Eusébio, foi, pelo ano 100, Papa – ou mais exatamente bispo de Roma (porque, nessa época, ao que parece, o termo Papa aplicava-se a qualquer prelado). Foi somente pelo século VI que o título de Papa começou a ser reservado só para o Pontífice Romano.
Papa da Antioquia
Segundo o Liber Pontificalis, Santo Evaristo era grego de Antioquia, como o pai judeu, chamado Judas, nascido em Belém. Pela mesma fonte é declarado mártir, do mesmo modo que sete (ou nove) outros pontífices, sem que se veja a razão nestes diferentes.
Pontificado
No exercício de seu Pontificado, aparecem duas lendárias disposições tomadas por ele. A distribuição dos sacerdotes de Roma nos vinte e cinco títulos ou igrejas paroquiais da cidade, que teriam sido instituídas por São Cleto.
Papa Evaristo: grande organizador da Igreja
Organização da Igreja
São Pedro já havia estabelecido sete diáconos, Evaristo decidiu que os diáconos estivessem ao lado do bispo enquanto este pregava e proclamava o prefácio da Missa, para testemunhar (em caso de necessidade), a ortodoxia e também para conferir maior solenidade à celebração.
Páscoa
Santo Evaristo morreu em 105. Uma tradição muito antiga afirma que ele teria sido mártir da fé durante a perseguição imposta pelo imperador Trajano, e que depois seu corpo teria sido abandonado perto do túmulo do apóstolo Pedro. Embora a fonte não seja precisa, sua morte foi oficialmente registrada no Livro dos Papas, em Roma.
Relíquias
Foi enterrado perto do corpo do bem-aventurado Pedro no Vaticano, no 6º das calendas de Novembro (27 de Outubro). Baronio preferiu colocá-lo no martirológio no dia 26. Evaristo vem do grego euarestos, engraçado, agradável.
Minha oração
“Sucessor dos apóstolos, tu bebeste das fontes do Evangelho, conduzi os cristãos ao verdadeiro entendimento do cristianismo, derrubai as ideologias e más interpretações sobre Jesus e o Reino de Deus. Amém!”
Santo Evaristo, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 26 de outubro
- Em Nicomédia, na Bitínia, na Turquia, os santos Luciano e Marciano, mártires. († c. 250)
- Em Cartago, na Tunísia, a comemoração de São Rogaciano, presbítero, a quem São Cipriano confiou a administração da Igreja de Cartago. († s. III)
- Em Estrasburgo, na Germânia, atualmente na França, Santo Amando, o primeiro bispo desta cidade. († s. IV)
- Em Narbona na atual França, São Rústico, bispo. († c. 461)
- Em Angoulème, na Aquitânia, hoje na França, Santo Aptónio, bispo. († c. 567)
- Em Lastingham, na Nortúmbria, região da Inglaterra, São Ceda foi ordenado bispo dos Saxões orientais por São Finano. († 664)
- Em Hexham, na Nortúmbria, Santo Eata, bispo, que regeu vários cenóbios e Igrejas. († c. 616)
- Em Metz, na Austrásia, atualmente na França, São Sigebaldo, bispo, fundador de vários mosteiros. († 741)
- No mosteiro de Heresfeld, na Alemanha, o sepultamento de São Vita ou Albuíno, primeiro bispo de Bürberg. († c. 786)
- Na Escócia, São Beano, bispo de Mortlach. († c. 1032)
- Em Pavia, na Lombardia, região da Itália, São Fulco, bispo, natural da Escócia, homem de paz, zelo apostólico e insigne caridade. († 1229)
- Em Réggio Emília, também na Itália, o Beato Damião Furchéri, presbítero da Ordem dos Pregadores, egrégio arauto do Evangelho. († 1484)
- Em Ravello, próximo de Amálfi, na Campânia, região da Itália, o Beato Boaventura de Potenza, presbítero da Ordem dos Frades Menores Conventuais. († 1711)
- Em Cracóvia, na Polônia, a Beata Celina Chludzindska Borzecka, religiosa, fundadora da Congregação das Irmãs da Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. († 1913)
Fonte:
- Arquisp.org.br
- Livro “Santos de cada dia” – José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003]
- Livro “Um santo para cada dia” – Mário Sgarbossa – Luigi Giovannini [Paulus, Roma, 1978]
- Martirológio Romano
- Vatican.va
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, o Frei Galvão
Origens
Frei Galvão nasceu no dia 10 de maio de 1739, na Vila de Santo Antônio de Guaratinguetá, atual cidade de Guaratinguetá, no Vale do Paraíba. A vila estava na região chamada Capitania de São Paulo, hoje, Estado de São Paulo.
Frei Galvão era o quarto de dez filhos de uma família muito religiosa, rica e nobre. Seu pai, Antônio Galvão de França, português, era o capitão-mor (prefeito) da vila, comerciante que pertencia à Ordem Terceira Franciscana. A mãe de Antônio Galvão era Isabel Leite de Barros.
Adolescência
Frei Galvão, aos 13 anos de idade, foi enviado pelos pais ao seminário jesuíta Colégio de Belém, em Cachoeira, na Bahia, para estudar ciências humanas. Ele estudou no seminário de 1752 a 1756, onde progrediu nos estudos, especialmente na construção civil e na prática cristã.
Frei Galvão: o padroeiro dos engenheiros, arquitetos e construtores
Mãe espiritual: Sant’Ana
Em 1755, recebeu a notícia da morte prematura de sua mãe. Esse fato fez com que ele assumisse Sant’Ana (Santana), de quem era devoto, como mãe espiritual. Tanto que seu futuro nome de religioso será “Frei Antônio de Sant’Anna Galvão”.
Franciscano
Tornou-se franciscano, no convento de Macacu, em Itaboraí, Rio de Janeiro. Em 11 de julho de 1762, o frei foi ordenado sacerdote e transferido para o Convento de São Francisco na cidade de São Paulo. Lá, ele continuou os estudos de filosofia e teologia.
Esplendor do convento
Em 1768, foi nomeado confessor, pregador e porteiro do convento. Era um cargo importante na época. Frei Galvão se destacou nesse cargo de tal forma, que a Câmara Municipal lhe deu o título de o “novo esplendor do Convento”. Em 1770, foi convidado para ser membro da Academia Paulistana de Letras. Isso porque ele compunha peças poéticas em latim, odes, ritmos e epigramas.
O pedido de Jesus
Entre 1769 e 1770, Frei Galvão recebeu a missão de ser confessor no Recolhimento de Santa Teresa, um tipo de convento que abrigava devotas de Santa Teresa de Ávila em São Paulo. Lá, ele conheceu a Irmã Helena Maria do Espírito Santo, uma freira penitente que dizia receber um pedido de Jesus: a fundação de um novo Recolhimento. Num tempo em que construções de conventos de ordens religiosas e até de igrejas estavam proibidas em todo o império pelo marquês de Pombal, Frei Galvão assumiu as consequências e fundou o novo Recolhimento, chamado Recolhimento Nossa Senhora da Luz.
A Fundação do Recolhimento Nossa Senhora da Luz
A resistência da fundação
A fundação foi inaugurada em 2 de fevereiro de 1774. A identidade espiritual da nova fundação era baseada na Ordem da Imaculada Conceição. Ele escreveu os estatutos, as regras e deu todo o amparo necessário. Um governador novo havia chegado a São Paulo e quis fechar o recolhimento. Frei Galvão obedeceu, mas as irmãs se recusaram a sair de lá. O governador então começou a agir com violência, enviando tropas e ameaçando destruir tudo. Mas o povo se revoltou e o governador teve que ceder. Assim, Frei Galvão voltou a liderar a construção e o recolhimento. O povo queria o Mosteiro da Luz. A construção demorou 28 anos e deu origem ao Bairro da Luz em São Paulo.
Mestre dos voviços
Ao defender um homem, o frei acabou sendo preso. Mas o povo, as irmãs e o Bispo de São Paulo, Dom Manuel da Ressurreição, recorreram ao superior provincial, escrevendo-lhe que “nenhum dos habitantes desta cidade será capaz de suportar a ausência deste religioso por um único momento”. Depois, em 1781, Frei Galvão foi nomeado mestre de noviços em Macacu e, em 1798, assumiu o cargo de guardião do Convento de São Francisco. Em 1811, Frei Galvão fundou o Convento de Santa Clara em Sorocaba.
Grande orientador e caridoso, Frei Galvão
Onze meses depois, voltou para o Convento de São Francisco, em São Paulo. Ali, atendia o povo, orientava, aconselhava, rezava pelas pessoas e ensinava as irmãs. Era um homem de muita e intensa oração. Por isso, alguns fenômenos místicos em sua vida foram presenciados por testemunhas. Fenômenos como o dom da cura, dom de ciência, bilocação, levitação foram famosos durante sua vida, sempre em vista do bem de doentes, moribundos e necessitados.
As pílulas
Certa ocasião, Frei Galvão foi à Guaratinguetá para pedir recursos para a construção do Mosteiro da Luz. Terminada sua missão, tinha de regressar por causa de compromissos no convento. Nisso, alguns homens vieram pedir que ele fosse até uma fazenda distante rezar por um amigo deles que estava padecendo com uma pedra no rim há dias. O homem estava quase morrendo. Impossibilitado de ir até lá, Frei Galvão teve uma inspiração: escreveu num pedacinho de papel uma frase do ofício de Nossa Senhora: “Depois do parto, ó Virgem, permaneceste intacta: Mãe de Deus, intercedei por nós”. Frei Galvão embrulhou o papelzinho em forma de pílula e deu aos amigos do doente dizendo que ele tomasse aquilo em clima de oração, rezando o terço de Nossa Senhora.
As pílulas de Frei Galvão: inúmeras graças alcançadas
Mais tarde, espalhou-se a notícia da cura daquele doente. Tempos depois, o Frei foi procurado por um homem aflito. Sua esposa estava em trabalho de parto há quase um dia e corria risco de morte. O religioso fez três pílulas e deu ao homem com as mesmas recomendações. O homem levou as pílulas para a esposa, que as tomou e conseguiu dar à luz um filho com saúde. Daí em diante, a fama das pílulas de Frei Galvão se espalhou. O povo começou a procurá-las de tal maneira que ele teve que pedir às irmãs do Recolhimento que produzissem as pílulas. Depois, ele as abençoava e as irmãs distribuíam para o povo. Desde esse tempo, há inúmeros relatos de graças alcançadas através das Pílulas de Frei Galvão.
Páscoa
Frei Galvão faleceu no Mosteiro da Luz, em 23 de dezembro de 1822, poucos meses depois da independência do Brasil. Faleceu na graça de Deus, com fama de santidade. Uma multidão de luto veio se despedir do santo que encantou a cidade de São Paulo. Ele foi sepultado na igreja do Mosteiro da Luz. Até hoje, o seu túmulo é destino de peregrinação de fiéis que vêm pedir e agradecer as graças recebidas pela sua intercessão.
Via de santificação
Em 1998, Frei Galvão foi beatificado pelo Papa João Paulo II, recebendo os títulos de Homem da Paz e da Caridade e de Patrono da Construção Civil no Brasil. De seu processo de beatificação constam 27.800 graças documentadas, além de outras consideradas milagres. Em 2007, foi canonizado por Bento XVI, tornando-se o primeiro santo brasileiro.
Minha oração
“Poderoso santo brasileiro que, através da tua intensa devoção mariana, alcançaste milhares de prodígios, sede o nosso protetor, nosso padroeiro, nosso pai espiritual. Dai a nós o mesmo amor a Maria para que sejamos santos como tu. Amém.”
Frei Galvão, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 25 de outubro
- Em Roma, no cemitério de Trasão, junto à Via Salária Nova, os santos Crisanto e Daria, mártires. († c. 253)
- Em Soissons, na Gália, Bélgica, atualmente na França, os santos Crispim e Crispiniano, mártires. († c. s. III)
- Em Florença, na Etrúria, atualmente na Toscana, região da Itália, São Miniato, mártir. († c. s. III)
- Em Périgueux, na Aquitânia, França, São Frontão, considerado o primeiro anunciador do Evangelho nesta cidade. († c. s. III)
- Em Constantinopla, hoje Istambul, na Turquia, os santos Martírio, subdiácono, e Marciano, cantor. († c. 351)
- Em Bréscia, na Venécia, Itália, São Gaudêncio, bispo, que, ordenado por Santo Ambrósio. († c. 410)
- No território de Javols, na Gália, atualmente na França, Santo Hilário, bispo de Mende. († s. VI)
- Perto de Segóvia, na Hispânia, São Fruto, que levou vida eremítica entre ásperos rochedos. († c. 715)
- Em Pécs, na Hungria, Santo Amaro, bispo, que se fez monge e depois foi abade do mosteiro de São Martinho. († 1070)
- Em Vic, na Catalunha, região da Espanha, São Bernardo Calbó, bispo, que foi monge cisterciense e abade do seu mosteiro. († 1243)
- Em Borgo Sant’ António, no Piemonte, região da Itália, o falecimento do Beato Tadeu Machar, bispo de Cork e Cloyne, na Irlanda. († 1492)
- Em Nules, povoação próxima de Tortosa, na Espanha, o Beato Recaredo Centelles Abad, presbítero da Irmandade dos Sacerdotes Operários Diocesanos e mártir. († 1936)
- Em Alcira, na Espanha, as beatas Maria Teresa Ferragud Roig e suas filhas Maria de Jesus , Maria Verónica, Maria Felicidade Masiá Ferragud, virgens da Ordem das Clarissas Capuchinhas, e Josefa da Purificação, virgem da Ordem das Agostinhas Descalças, todas elas mártires.(† 1936)
Fonte:
- A vida de Frei Galvão – Maristela, Ed. Vozes
- Frei Antônio de Sant’Anna Galvão – Mosteiro das Irmãs Concepcionistas
- Martirológio Romano
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
Santo Antônio Maria Claret, fundador dos Claretianos e Claretianas
Origens
Santo Antônio Maria Claret nasceu em Sallent, uma cidade próxima de Barcelona, em 1807. De uma família numerosa, foi educado de modo profundamente cristão. Distinguiu-se logo pela sua devoção à Virgem Maria e à Eucaristia, mas, como em todas as famílias numerosas, teve que dar uma mão. Por isso, dedicou-se à atividade de tecelão junto com seu pai. Porém, sabia bem que o seu lugar não era aquele.
Vida Sacerdotal
Santo Antônio Maria Claret ajudou o pai numa fábrica de tecidos até os 22 anos. Abandonou tudo e ingressou para o seminário, pois almejava um sacerdócio santo. Aos 28 anos, foi ordenado sacerdote. Dedicou-se de corpo e alma ao serviço ministerial, desejando consagrar-se nas difíceis missões da Espanha.
Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria
Seu ideal, entretanto, ultrapassava os limites de sua paróquia. Ao ver a pobreza dos missionários e as portas se abrindo, Santo Antônio Maria Claret, com amigos sacerdotes, tratou de fundar a Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria, conhecidos como Claretianos.
Santo Antônio Maria Claret: Grande Impulsionador da Fé na Mãe de Deus
O Carisma
O Carisma era evangelizar todos os setores por meio da caridade de Cristo que constrangia, por isso dizia: “Não posso resistir aos impulsos interiores que me chamam para salvar almas. Tenho sede de derramar o meu sangue por Cristo!”. Mal tinha fundado a Congregação, o Espírito o nomeou para Arcebispo de Santiago de Cuba, onde fez de tudo, até arriscar a própria vida, para defender os oprimidos da ilha e converter a todos. Conta-se que, ao chegar às terras cubanas, foi logo visitar e consagrar o apostolado a Nossa Senhora do Cobre.
Evangelizador
Com os amigos, o Arcebispo Santo Antônio Maria Claret evangelizou milhares de almas, isso por meio de missões populares e escritos, que chegaram a 144 obras. Não obstante, em Cuba, em 1855, com a ajuda da venerável Maria Antônia Paris, fundou o ramo feminino da Congregação: as “Religiosas de Maria Imaculada” também chamadas “Missionárias Claretianas”.
A Missão: Evangelizar pela caridade de Cristo
Páscoa
Em 1857, a Rainha da Espanha convocou Antônio para voltar a Madrid, e teve de obedecer, para ser seu Confessor. Ligado à monarquia espanhola, seu destino mudou, em 1868, foi exilado, com a rainha, para Paris, onde continuou as suas pregações. Em Roma, participou do Concílio Vaticano I, no qual defendeu a infalibilidade do Pontífice. Enfim, refugiou-se no mosteiro de Fontfroide, em Narbona, na França, onde faleceu em 1870.
Via de Santificação
Foi beatificado, em 1934, pelo Papa Pio XI, e canonizado por Pio XII em 1950. Pelo seu amor ao Imaculado Coração de Maria e pelo seu apostolado do Rosário, tem uma estátua de mármore no interior da Basílica de Fátima.
Oração de Santo Antônio Maria Claret
“Ó Deus, que aos vossos pastores associastes Santo Antônio Maria Claret, animado de ardente caridade e da fé que vence o mundo, dai-nos, por sua intercessão, perseverar na caridade e na fé, para participarmos de sua glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.”
Minha oração
“Zeloso pastor das almas, pedimos a tua graça sobre os ramos claretianos, para que sigam fielmente o teu exemplo e carisma, a fim de que, assim, o nome de Jesus seja amado e adorado em todos os cantos do mundo. Amém.”
Santo Antônio Maria Claret, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 24 de outubro:
- Em Hierápolis, na Frígia, hoje Turquia, os santos Ciríaco e Claudiano, mártires. († data inc.)
- Em Constantinopla, hoje Istambul, na Turquia, São Proclo, bispo, que proclamou com firmeza a Bem-aventurada Virgem Maria como Mãe de Deus. († 446)
- Em Nagran, na Arábia, a paixão dos santos Aretas, príncipe da cidade, e trezentos e quarenta companheiros, no tempo do imperador Justino e de Du Nuwas. († 523)
- Na região de Tours, na Nêustria, França, São Senóquio, presbítero, que construiu um mosteiro numas ruínas antigas. († 576)
- No mosteiro de Vertou, na Gália,França, São Martinho, diácono e abade, que São Félix, bispo de Nantes, enviou para converter os pagãos. († s. VI)
- No Brabante da Austrásia, hoje na Bélgica, Santo Evergislo, bispo de Colónia e mártir. († c. 590)
- Na Bretanha Menor, na atual França, São Maglório, que, segundo a tradição, foi discípulo de Santo Iltuto, sucedeu a São Sansão como bispo de Dol. († c. 605)
- Em Coutances, na Nêustria, na atual França, São Fromundo, bispo, que fundou o mosteiro de monjas de Ham e exerceu o ministério pastoral. († s. VII)
- Em Hué, no Anam, hoje no Vietnam, São José Lê Dang Thi, mártir, que, sendo militar no tempo do imperador Tu Duc, foi encarcerado por ser cristão. († 1860)
- Em Como, na Itália, São Luís Guanella, presbítero, que fundou a Congregação dos Servos da Caridade e também a das Filhas de Santa Maria da Providência. († 1915)
- Em Ronco all’Ádige, na província de Verona, na Itália, o Beato José Baldo, presbítero, que, fundou a Congregação das Pequenas Filhas de São José. († 1915)
Fonte:
- Arquisp.org.br
- Livro “Santos de cada dia” – José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003]
- Martirológio Romano
- Santiebeati.it
- Vaticannews.va
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
São João de Capistrano, patrono dos capelães militares
Origens
Capistrano, em Abruzzo, é a cidade natal de São João de Capistrano, filho de um barão alemão, que logo se mudou para Perugia para estudar direito. Rapidamente fez carreira, tornou-se jurista e governador da cidade, mas com a ocupação desta pela família Malatesta foi preso.
Chamado na prisão
É na prisão que descobre que o Senhor o chama; assim, uma vez que sai, torna-se sacerdote da Ordem dos Frades Menores. Entre os franciscanos, João trata da pregação, da defesa da ortodoxia católica e da reforma da Ordem por dentro. É a sua pregação, sobretudo no Advento e na Quaresma, que inflama as pessoas, provoca conversões, renova espiritualmente as populações que o ouvem.
Amizade em Deus
Nesse período, São João de Capistrano conheceu Bernardino de Siena, também frade franciscano, de quem se tornou amigo. Bernardino explica-lhe a sua particular devoção ao Nome de Jesus, condensado na sigla IHS, que é “Jesus salvador dos homens”: seria o próprio João quem o defendesse das acusações de heresia.
São João de Capistrano: combatente das heresias e mentiras
Reformador da Ordem
São João de Capistrano também está envolvido em desmascarar o “fraticellismo”, a prática de difundir doutrinas disfarçadas pela Regra franciscana e declaradas heréticas pela Igreja. Por isso, São João de Capistrano é considerado um dos maiores reformadores da Ordem e apelidado de “Coluna da Observância”. Ele também será responsável por combater a prática da usura.
Combatente das heresias
Em 1453, a capital do Império Romano do Oriente, Constantinopla, cai. O sentimento de ameaça ao cristianismo se avulta devido ao avanço imparável do islamismo e dos turcos: para muitos, começa a ser uma preocupação forte e concreta. São João de Capistrano, em nome do Papa Nicolau V, está na Áustria com 12 companheiros para evangelizar as terras europeias mais negligenciadas e combater as heresias generalizadas, mas logo tudo isso fica em segundo plano.
Em total dedicação à causa do evangelho, ele começa a viajar pela Europa central na tentativa de recrutar homens. Grande resposta terá entre as populações húngaras, as mais expostas às ameaças dos turcos. À frente de um exército de cinco mil homens, parte então para Belgrado: o objetivo é romper o cerco da cidade operada pela frota fluvial liderada por Mohammed II.
Páscoa
Uma semana depois, vem a vitória terrena, que transforma o frade idoso em general vitorioso. No caminho de volta, no entanto, prostrado de fadiga e tendo contraído a peste, São João de Capistrano morreu no convento de Ilok, na atual Croácia, em 23 de outubro de 1456. Canonizado por Alexandre VII, em 1690, é padroeiro dos capelães militares desde 1984.
Minha oração
“ Ao general celeste, rogamos a sua proteção sobre os soldados e suas autoridades. Sede o exemplo dos padres capelães e militares, assim como daqueles que são combatentes à fé e defensores das heresias. Dai-nos a tua coragem na evangelização. Amém.”
São João de Capistrano, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 23 de outubro
- Perto de Cádiz, na Bética, região da Hispânia, os santos Servando e Germano, mártires. († s. IV in.)
- Na antiga Pérsia, os santos mártires João, bispo, e Tiago, presbítero. († 344)
- Em Antioquia, na Síria, hoje Antakya, na Turquia, São Teodoreto, presbítero e mártir. († c. 362)
- Em Colónia, na atual Alemanha, a comemoração de São Severino, bispo. († c. 400)
- Em Pavia, na Ligúria, hoje na Lombardia, Itália, a comemoração de São Severino Boécio, mártir. († 524)
- Em Siracusa, na Sicília, Itália, São João, bispo. († c. 609)
- Em Ruão, na Nêustria, na atual França, São Romão, bispo. († c. 644)
- No território de Herbauge, perto de Poitiers, na Aquitânia, hoje na França, São Bento, presbítero. († a. s. IX)
- Em Constantinopla, hoje Istambul, Santo Inácio, bispo. († 877)
- Em Rumsey, na Inglaterra, Santa Etelfleda, abadessa. († s. X)
- Em Campugliano, na Etrúria, hoje na Toscana, região da Itália, Santo Alúcio.(† 1134)
- Em Mântua, na Lombardia, Itália, o Beato João Bom, eremita, que fundou uma Congregação sob a Regra de Santo Agostinho. (†1249)
- Em Milão, na Lombardia, o Beato João Ângelo Porro, presbítero da Ordem dos Servos de Maria. († 1506)
- Na Inglaterra, o Beato Tomás Thwing, presbítero e mártir. († 1680)
- Em Valenciennes, na França, as beatas Maria Clotilde Ângela de São Francisco de Bórgia e cinco companheiras, virgens e mártires. († 1794)
- Em Tho-Duc, cidade do Anam, atualmente no Vietnam, São Paulo Tong Viet Buong, mártir. († 1833)
- Em Reims, na França, o Beato Arnaldo, religioso da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs. († 1890)
- Em Ciudad Real, na Espanha, os beatos mártires Ildefonso da Cruz e Justiniano de São Gabriel da Senhora das Dores, presbíteros da Congregação da Paixão, e quatro companheiros religiosos. († 1936)
- Em El Saler, na Espanha, o Beato Leonardo Olivera Buera, presbítero e mártir. († 1936)
- Em Benimaclet, na Espanha, os beatos Ambrósio Leão , Florêncio Martinho e Honorato André, religiosos da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs e mártires. († 1936)
Fonte:
- Martirológio Romano
- Santiebeati.it
- Vaticannews.va
- Vatican.va
– Pesquisa e redação: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
– Produção e edição: Melody de Paulo
São João Paulo II, o terceiro maior Pontificado da História da Igreja
Origens
Karol Józef Wojtyła nasceu em 18 de maio de 1920, em Wadowice. Era o mais novo de três irmãos (sua irmã, Olga, morreu antes de seu nascimento). Filho do oficial do exército polonês, Karol, e de Emilia Kaczorowska, teve uma gestação de risco. Os médicos até chegaram a aconselhar a mãe que interrompesse a gravidez, dado ao risco de vida que corria. Porém, num gesto profético, Emilia opta pela gestação daquele que, anos à frente, seria um grande defensor da família e da vida.
O falecimento de seus familiares
Com a saúde debilitada, Emília morreu nove anos após o nascimento de Lolek, apelido carinhoso de Karol dado por sua mãe. Três anos depois, a morte voltaria a visitar sua vida: seu irmão mais velho, Edmund, que era médico e tratou de doentes vítimas de uma epidemia de escarlatina, acabando por contrair a infecção que lhe seria fatal. Karol o lembrava como “mártir do dever”.
O Exemplo de seu Pai
Aos 21 anos, Karol ainda perderia o último membro da família: seu pai. Foi com ele que aprendeu o amor a Virgem Maria, a honestidade, a bravura, o patriotismo. “A dor dele se transformava em oração. O simples fato de vê-lo se ajoelhar teve uma influência decisiva nos meus anos jovens. Não falávamos de vocação ao sacerdócio, mas o exemplo dele foi para mim, de qualquer modo, o primeiro seminário, um tipo de seminário doméstico”, confessou mais tarde o já Papa João Paulo II.
Da não vocação ao terceiro maior pontificado da história
Ocupação Nazista na Polônia
Mesmo com todas as perdas, o amor recebido na família movia o coração do jovem Karol a Deus e alimentava a força para enfrentar outras dores e sofrimentos, como a ocupação nazista na Polônia. Para driblar o regime opressor, o Papa, que queria ser ator, chegou a trabalhar em uma pedreira e uma indústria química para evitar a deportação para Alemanha.
Assistiu aos horrores da Guerra
Mesmo sem ser deportado, assistiu de perto aos horrores da guerra, as profundas marcas deixadas em sua amada Polônia; e conheceu várias histórias de sofrimento, como a de uma jovem de 13 anos, que salvou da fome após sair de um campo de concentração, e a de outra jovem, vítima de experimentos científicos nazistas. A dor da nação o ensinou a amar seu país e a enxergar que o caminho da paz sempre será o mais acertado a ser seguido. As experiências com as pessoas ensinou que “quem salva uma vida, salva o mundo inteiro”.
Caminho ao Sacerdócio
Foi também durante a ocupação nazista que Karol já caminhava em direção ao sacerdócio. Clandestinamente, em 1942, entrou para o seminário, tendo aulas secretas na residência do arcebispo de Cracóvia. Quatro anos mais tarde, em 1 de novembro de 1946, Karol Wojtyla foi ordenado padre pelo cardeal Adam Sapieha. Durante doze anos, alternou sua vida presbiteral entre estudos, licenciatura de teologia e ética social, além dos trabalhos próprios do exercício do ministério sacerdotal, como vigário de algumas paróquias de Cracóvia. Doze anos após a ordenação presbiteral, Wojtyla se tornou bispo de Ombi e bispo auxiliar da Cracóvia. Em 1964, tornou-se Arcebispo da Cracóvia. Em 1967, tornou-se cardeal, por indicação de Paulo VI.
João Paulo II: Eleito Papa em 1978
Eleito Papa
Wojtyla foi eleito Papa em 16 de outubro de 1978, no conclave que sucedeu a morte do Papa João Paulo I. Era a primeira vez, em cerca de 450, que era eleito um Papa não italiano. Escolheu o nome João Paulo II e implantou em seu papado os valores que tinha aprendido ao longo da vida no anúncio do Evangelho de Cristo.
Mediador da Paz
Manteve discurso conciliador e pacificador, mediando a paz em várias situações de conflito, porém, sem se esquivar da luta contra a influência comunista na Polônia sem uso de nenhuma arma, senão o Evangelho e o amor. Defendeu ferrenhamente os valores da família – que chamou de santuário da vida –, e a inviolável dignidade de todo ser humano dentro do projeto de amor de Deus por cada um – de onde brota aquilo que ficou conhecido como a Teologia do Corpo.
O grande lema “Totus Tuus”
Lema
Com o lema “Totus tuus”, “todo teu, Maria”, declarou seu amor e total devoção a Virgem Maria, particularmente a Nossa Senhora de Częstochowa, padroeira da Polônia. E foi a Virgem Maria que o Papa atribuiu a sobrevivência ao atentado que sofreu em 13 de maio de 1981.
Feitos do Sumo Pontífice
João Paulo II criou as Jornadas Mundiais da Juventude, escreveu 14 encíclicas, organizou 15 assembleias do Sínodo dos Bispos, nomeou 231 cardeais, beatificou 1338 pessoas e canonizou 482 santos. Mas foi além das palavras e demonstrou sua santidade, mesmo nos momentos de dor.
João Paulo II: Santo Súbito
Páscoa
Nos últimos anos de vida, lutou bravamente contra o Parkinson. Entrou para eternidade no dia 2 de abril de 2005. Seu funeral reuniu milhões de fiéis em Roma e mais de 200 representantes de governos. No seu funeral, era declarado pelas multidões “Santo Súbito!” (santo imediatamente). Lido e explicado à luz do amor, seu legado permanece vivo e firme; e seu convite feito na homilia do início do seu pontificado continua a ecoar: “Não tenhais medo! Abri, melhor, escancarai as portas a Cristo!”.
Legado
Vinte e seis anos. O terceiro maior Pontificado da História da Igreja. Duas décadas e meia que revolucionaram a sociedade contemporânea no campo político, social e humanitário. De fato, São João Paulo II desenvolveu na prática a expressão de um dos Paulo VI: civilização do amor. Sua atuação no combate ao comunismo, na defesa da família, do estímulo ao diálogo inter-religioso e na promoção da paz o levou a ser conhecido carinhosamente como “peregrino do amor”, em alusão às suas constantes visitas papais: foram 129 países em que o papa polonês repetia o gesto que se tornou símbolo da sua presença: beijar o chão de cada novo lugar que visitava logo depois de descer do avião.
Minha oração
“Nosso santo Papa da Juventude, suscitai novos pastores de jovens e dai a eles o mesmo amor que tiveste. Conduzi teus filhos queridos para que encontrem e realizem sua própria vocação em cada estado de vida. Amém!”
São João Paulo II, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 22 de outubro
- Em Roma, no cemitério de Comodila, junto à Via Ostiense, a comemoração de Santa Emérita, mártir. († data inc.)
- Em Agaune, hoje Saint-Maurice, na Suíça, os santos mártires Maurício, Exupério e Cândido, soldados, juntamente com os companheiros da Legião Tebana e o veterano Vítor. († c. 302)
- Em Roma, junto à Via Salária Antiga, o sepultamento de Santa Basila, mártir. († 304)
- Em Levroux, na Aquitânia, atualmente na França, São Silvano, eremita. († c. s. V)
- No monte Glonna, junto ao rio Loire, na Gália, França, São Florêncio, presbítero. († c. s. VI)
- No território de Coutances, França, São Lauto ou Laudo, bispo. († d. 549)
- Em Laon, na Nêustria, atual França, Santa Salaberga, abadessa. († c. 664)
- Em Ratisbona, cidade da Baviera, na Alemanha, Santo Emeramo, bispo. († c. 690)
- No mosteiro cisterciense de Morimond, na França, a páscoa do Beato Otão, bispo de Freising. († 1158)
- Em Turim, no Piemonte, região da Itália, Santo Inácio de Santhiá , presbítero da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. († 1770)
- Ao largo de Rochefort, na França, o Beato José Marchandon, presbítero e mártir. († 1794)
- Em Seul, na Coreia, a paixão dos santos Paulo Chong Ha-sang e Agostinho Yu Chin-gil, mártires. († 1839)
- Em Monserrat, na província de Valência, na Espanha, o Beato Carlos Navarro Miguel, presbítero da Ordem dos Clérigos das Escolas Pias e mártir. († 1936)
- No mesmo lugar, o Beato Germano Gonçalvo Andréu, presbítero e mártir. († 1936)
- Em Alcira, na província de Valência, os beatos mártires Vicente Pelufo Corts, presbítero, e Josefina Moscardó Montalvá, virgem. († 1936)
- Em Bolbaite, também na província de Valência, o Beato Vicente Sicluna Hernández, presbítero e mártir. († 1936)
- Em Corbera, Espanha, a Beata Maria da Purificação Vidal Pastor, virgem e mártir. († 1936)
- Em Madrid, Espanha, os beatos Estêvão Cobo Sanz e Frederico Cobo Sanz, religiosos da Sociedade Salesiana e mártires. († 1936)
- Na Espanha, os beatos Félix Echevarría Gorostiaga, presbítero da Ordem dos Frades Menores e companheiros mártires. († 1936)
Fonte:
- Martirológio Romano
- Santiebeati.it
- Vaticannews.va
- Vatican.va
– Pesquisa e redação: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
– Produção e edição: Melody de Paulo
Santa Úrsula e as onze companheiras mártires
Origens
Santa Úrsula nasceu no ano 362. Filha dos reis da Cornúbia, na Inglaterra, a fama de sua beleza se espalhou, e ela passou a ser desejada por vários pretendentes (embora Úrsula tenha feito um voto secreto de consagração total a Deus). Seu pai acabou aceitando a proposta de casamento feita pelo duque Conanus, um general de exército pagão, seu aliado.
A Preparação para o Casamento
Santa Úrsula foi educada nos princípios cristãos. Por isso, ficou muito triste ao saber que seu pretendente era pagão. Quis recusar a proposta, mas, conforme costume da época, deveria acatar a decisão de seu pai. Pediu, então, um período de três anos para se preparar. Ela esperava converter o general Conanus durante esse tempo ou então encontrar um meio de evitar o casamento, mas não conseguiu nem uma coisa nem outra.
A Partida
Conforme o combinado, ela partiu para as núpcias, viajando de navio, acompanhada de onze jovens, virgens como ela, que iriam se casar com onze soldados do duque Conanus. Há lendas e tradições que falam em onze mil virgens, em vez de onze apenas. Mas outros escritos da época e pesquisas arqueológicas revelaram que foram mesmo onze meninas.
Santa Úrsula: esposa de todos os Reis da Terra, Jesus Cristo
Páscoa
Foram navegando pelo rio Reno e chegaram à Colônia, na Alemanha. A cidade havia sido tomada pelo exército de Átila, rei dos hunos. Eles mataram toda a comitiva, sobrando apenas Úrsula, cuja beleza deixou encantado o próprio Átila. Ele tentou seduzi-la e propôs-lhe casamento. Ela recusou, dizendo que já era esposa do mais poderoso de todos os reis da Terra, Jesus Cristo. Átila, enfurecido, degolou pessoalmente a jovem no dia 21 de outubro de 383. Em Colônia, uma Igreja guarda o túmulo de Santa Úrsula e suas companheiras.
Companhia de Santa Úrsula
Durante a Idade Média, a italiana Ângela de Mérici fundou a Companhia de Santa Úrsula com o objetivo de dar formação cristã às meninas. Seu projeto foi que essas futuras mamães seriam multiplicadoras do Evangelho, catequizando seus próprios filhos. Foi um avanço, tendo em vista que, nesta época, a preocupação com a educação era voltada apenas para os homens. Segundo a fundadora, o nome da ordem surgiu de uma visão que ela teve.
Atualmente, as Irmãs Ursulinas, como são chamadas as filhas de Santa Ângela, estão presentes nos cinco continentes, mantendo acesas as memórias de Santa Ângela e Santa Úrsula.
Minha oração
“As santas mártires — que deram o testemunho de Cristo com seu próprio sangue, além de viverem dedicadas à educação cristã —, intercedei pelas religiosas que propagam o carisma e sede um auxílio materno a todos que recorrem a ti. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.”
Santa Úrsula, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 21 de outubro:
- Em Nicomédia, na Bitínia, hoje Izmit, na Turquia, os santos Dásio, Zótico e Caio. († 303)
- Na ilha de Chipre, Santo Hilarião, abade, que, foi fundador e exemplo da vida eremítica nesta região. († c. 371)
- Comemoração de São Malco, monge, cuja ilustre vida ascética em Marónia, perto de Antioquia da Síria, na atual Turquia.(† s. IV)
- Em Bordéus, na Aquitânia, na atual França, São Severino, bispo. († s. V)
- Em Laon, na Gália, na França, Santa Cilínia, mãe dos santos bispos Princípio de Soissons e Remígio de Reims. († d. 458)
- Em Lião, hoje na França, a comemoração de São Viador, leitor, que foi discípulo e ministro de São Justo, bispo de Lião, e o acompanhou no ermo do Egito e na sua morte. († d. 481)
- Em Tréveris, na Austrásia, atualmente na Alemanha, São Vendelino, eremita. († s. VII)
- Em Marselha, na Provença da Gália, na hodierna França, São Mauronto, bispo, que foi também abade do mosteiro de São Vítor. († c. 780)
- Em Cortona, na Etrúria, hoje na Toscana, região da Itália, o Beato Pedro Capúcci, presbítero da Ordem dos Pregadores. († 1445)
- Em Nishizaka, colina de Nagasaki, Julião Nakaura, religioso da Companhia de Jesus e mártir. († 1633)
- Em Seul, na Coreia, São Pedro Yu Tae-ch’ol, mártir. († 1839)
- Em Montes de Saja, na Cantábria, no litoral da Espanha, o Beato Estanislau Garcia Obeso, presbítero da Ordem dos Pregadores e mártir. († 1936)
- Em Belencito, na Colômbia, Santa Laura de Santa Catarina de Sena, virgem, que, fundou a Congregação das Irmãs Missionárias de Maria Imaculada e Santa Catarina de Sena. († 1949)
Fonte:
- Arquisp.org.br
- Livro “Santos de cada dia” – José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003]
- Martirológio Romano
- Vaticannews.va
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
Santa Maria Bertilla Boscardin, enfermeira na Primeira Guerra Mundial
Origens
Santa Maria Bertilla Boscardin, batizada com o nome de Ana Francisca, nasceu em 6 de outubro de 1888, em Brendola, Itália, numa família de origem humilde e camponesa. Era a mais velha de três filhos.
Infância
Desde menina, gostava muito de rezar e tinha um grande amor por Nossa Senhora. Sempre que podia, rezava diante de um quadro de Nossa Senhora, que ficava pendurado na parede da cozinha de sua casa. Sendo tão piedosa, conseguiu fazer Primeira Comunhão aos nove anos de idade.
Entrada no Convento
Aos dezessete anos de idade, resolveu seguir sua própria vocação religiosa, ingressando no Convento Irmãs Mestras de Santa Dorotéia Filhas dos Sagrados Corações, adotando o nome de Maria Bertilla. Fora-lhe entregue trabalhos relacionados à lavanderia e o cuidado com o forno.
Santa Maria Bertilla Boscardin: serva de todos
Enfermeira
Recebeu o diploma de enfermeira para ser útil no tratamento dos doentes. Em seu diário, ela escreveu: “Quero ser serva de todos, quero trabalhar, sofrer e deixar toda satisfação aos outros”. Em seu segundo ano de noviciado, foi enviada para o hospital em Treviso (Itália), onde exerceu a função de enfermeira. Foi colocada na ala infantil, cuidando de crianças vítimas da guerra.
A Primeira Guerra Mundial fez com que Maria Bertilla se dedicasse aos cuidados com os soldados feridos. Mas precisou sair de Treviso, que se encontrava na frente das operações militares.
Páscoa
Em 1910, foi diagnosticada com um câncer; sua saúde estava debilitada e precisou passar por uma cirurgia, retirando-se um tempo para se recuperar. Voltando novamente para o hospital em Treviso, ficou mais uma vez doente, precisando realizar outra cirurgia, mas não resistiu ao tempo de sua recuperação. Morreu no dia 20 de outubro de 1922, após converter o médico-chefe do hospital.
Via de Santificação
Em 1952, foi beatificada pelo Papa Pio XII e, em 1961, canonizado por Papa João XXIII. No discurso de canonização da santa, Papa João recordou a piedade de Santa Maria Bertila para com Deus, sua integridade de costumes e pureza de alma e, por último, o seu ardor em ajudar os outros, especialmente os infelizes e os enfermos.
Minha oração
“ Enfermeira do corpo e da alma, amparai os doentes que a ti recorrem dando a eles a cura completa e total. Intercedei pelos hospitais e clínicas, pelos médicos e profissionais da saúde. Dai a todos a capacidade de compadecer-se nos sofrimentos alheios e o cuidado necessário. Amém.”
Santa Maria Bertilla Boscardin, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 20 de outubro
- Comemoração de São Cornélio, centurião que, em Cesareia da Palestina, foi batizado por São Pedro, como primícias da Igreja dos gentios.
- Em Agen, na Aquitânia, atualmente na França, São Caprásio, mártir. († c. 303)
- Em Aussonce, no território de Reims, na Nêustria, na atual França, São Sindolfo, eremita, que seguiu a vida solitária, somente conhecido por Deus. († c. 600)
- Em Salzburgo, na Baviera, hoje na Áustria, São Vital, bispo, que, originário da Irlanda, foi discípulo de São Ruperto. († c. 730)
- Em Constantinopla, hoje Istambul, na Turquia, Santo André, monge e mártir. († 767)
- Em Troyes, junto ao rio Sena, na França, Santo Aderaldo, arcediago, que ilustrou a Regra canonical com as suas palavras. († c. 1002)
- Em Savigny, na Normandia, na França, Santa Adelina, primeira abadessa do mosteiro de Mortain, que fundou com a ajuda de seu irmão São Vital. († c. 1125)
- Em L’viv, na Ruténia, na atual Ucrânia, o Beato Tiago Strepa, bispo de Halic, da Ordem dos Menores. († 1409)
- Em Treviso, na Itália, Santa Maria Bertila, virgem da Congregação das Irmãs de Santa Doroteia dos Sagrados Corações. († 1922)
- Em Viena, na Áustria, o Beato Tiago Kern , presbítero da Ordem Premonstratense. († 1924)
Fonte:
- Livro “Um santo para cada dia” – Mário Sgarbossa – Luigi Giovannini [Paulus, Roma, 1978]
- Livro “Santos de cada dia” – José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003]
- Martirológio Romano
- Vatican.va
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
São Pedro de Alcântara, padroeiro do Brasil
Origens
São Pedro de Alcântara nasceu em Alcântara, na Espanha, em 1499, descendente de uma nobre família. Era um menino simples, orante e de bom comportamento. Estudou na universidade ainda novo, mas soube igualmente destacar-se no cultivo das virtudes cristãs. Ao obedecer ao Mestre, o casto e caridoso jovem entrou para a Ordem de São Francisco, embora seu pai quisesse para ele o Direito.
Vida Sacerdotal
São Pedro de Alcântara foi ordenado sacerdote e tornou-se modelo de perfeição monástica e ocupante de altos cargos, que administrou até chegar, com vinte anos, a superior do convento, e, mais tarde, eleito provincial da Ordem.
Provincial Franciscano
Franciscano de espírito e convicção, era sempre de oração e jejum, poucas horas de sono, hábito surrado, grande pregador e companheiro das viagens. Como provincial, visitou todos os conventos da sua jurisdição, promovendo uma reforma de acordo com a regra primeira de São Francisco, da qual era testemunho vivo.
São Pedro de Alcântara: diretor espiritual de Santa Teresa d’Ávila
Conselheiro de Carlos V e João III
Conhecido, sem desejar, em toda a Europa, foi conselheiro do imperador Carlos V e do rei João III; além de amigo dos santos e diretor espiritual de Santa Teresa de Ávila. Esta atestou sobre ele depois da morte do santo: “Pedro viveu e morreu como um santo, e, por sua intercessão, conseguiu muitas graças de Deus”. Foi São Pedro quem obteve a autorização para que Santa Teresa fundasse, em Ávila, seu primeiro convento de carmelitas.
Páscoa
Considerado um dos grandes místicos espanhóis do século XVI e dos que levaram a austeridade até um grau sobre-humano, entrou no Céu com 63 anos, em 1562, após sofrer muito e receber os últimos Sinais do Amor (Sacramentos), que o preparou para um lindo encontro com Cristo. São Pedro de Alcântara soube vencer o corpo do pecado por meio de muita oração e muitas mortificações.
Via de Santificação
Foi beatificado por Gregório XV em 1622; em 1669, canonizado por Clemente IX. No ano 1826, foi declarado Padroeiro do Brasil por solicitação de Dom Pedro I, que tinha o santo como devoção particular de sua família.
Minha oração
“Ao nosso querido padroeiro, escolhido pela corte real, assim como elevado à corte celeste, sede o auxílio e proteção do povo brasileiro. Inspirai os políticos e representantes para que sigam os valores do evangelho e instalem o Reino de Cristo. Olhai para os mais excluídos dando a eles o necessário para encontrar Jesus. Amém.”
São Pedro de Alcântara, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 19 de outubro
- Os santos mártires João de Brébeuf, Isaac Jogues, presbíteros, e companheiros, da Companhia de Jesus. São João de la Lande, religioso, assassinado nos Estados Unidos. O martírio São Renato Goupil. Venerados conjuntamente os seus santos companheiros Gabriel Lalemant, António Daniel, Carlos Garnier e Natal Chabanel, no Canadá. († 1642-1649)
- São Paulo da Cruz, presbítero, que fundou a Congregação dos Clérigos Regrantes da Cruz e Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. († 1775)
- Comemoração de São Joel, profeta.
- Em Roma, a comemoração dos santos Ptolomeu, Lúcio e outro companheiro. († c. 160)
- Em Óstia, no Lácio, região da Itália, Santo Astério, mártir. († c. s. III)
- Perto de Sens, na Gália Lionense, atualmente na França, a comemoração dos santos Sabiniano e Potenciano. († c. s. IV)
- No Egito, Santo Varão, soldado, que viveu no tempo do imperador Maximiano. († 307)
- Em Oloron, junto aos Pireneus, na Aquitânia, hoje na França, São Grato, bispo. († d. 506)
- Na Bretanha Menor, na atual França, Santo Etvino, monge. († d. 589)
- Em Cavaillon, na Provença, hoje França, São Verão, bispo. († s. VI)
- Em Evreux, na Gália, hoje na França, Santo Aquilino, bispo. († c. 690)
- Em Oxford, na Inglaterra, Santa Fridesvida, virgem, que, sendo de estirpe régia e eleita abadessa, dirigiu dois mosteiros. († 1257)
- Em Biville, próximo de Cherburgo, na Normandia, região da França, o Beato Tomás Hélye, presbítero. († 1595)
- Em Londres, na Inglaterra, São Filipe Howard, mártir. († 1633)
- Em Nagasaki, no Japão, os santos mártires Lucas Afonso Gorda, presbítero, e Mateus Koyioye, religioso, ambos da Ordem dos Pregadores. († 1634)
- Em Langeac, junto ao rio Allier, na França, a Beata Inês de Jesus Galand, virgem da Ordem dos Pregadores. († 1634)
- Em Wloclawek, na Polônia, o Beato Jorge Popieluszko, presbítero da diocese de Varsóvia e mártir.(† 1984)
Fonte:
- Arquisp.org.br
- Livro “Santos de cada dia” – José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003]
- Martirológio Romano
- Santiebeati.it
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
São Lucas, o Evangelista
Origens
São Lucas Evangelista, que, segundo a tradição, nasceu em Antioquia de uma família pagã, era médico de profissão. Convertido à fé de Cristo, foi companheiro caríssimo do apóstolo São Paulo até a confissão (martírio) deste. Serviu irrepreensivelmente ao Senhor, jamais tomou mulher nem teve filhos.
Características do Evangelho
É possível perceber a característica mais original do Evangelho de Lucas graças aos seis milagres e às dezoito parábolas, que não encontramos nos outros Evangelhos. Ele dedica atenção particular aos pobres e às vítimas das injustiças, aos pecadores arrependidos, acolhidos pelo perdão e a misericórdia de Deus.
São Lucas: o Evangelista da Misericórdia
Parábolas Narradas
Ele narra a parábola do pobre Lázaro e o rico Epulão. Fala do Filho Pródigo e do pai misericordioso, que o acolhe de braços abertos. Descreve a ação da pecadora perdoada, que lava os pés de Jesus com as suas lágrimas e os enxuga com seus cabelos. Cita as palavras de Maria, no Magnificat, quando ela proclama que Deus “derruba do trono os poderosos e eleva os humildes; aos famintos enche de bens e despede os ricos de mãos vazias!” (Lc 1,52-53).
Padroeiro dos Médicos, Pintores e Vidraceiros
Pintor
Os cristãos orientais atribuem ao “médico pintor”, Lucas, numerosos quadros representando a Virgem. Em seu Evangelho, escrito em grego fluente e límpido, Lucas traça a biografia da Virgem e fala da infância de Jesus.
Conhecia os outros Evangelistas
Lucas conhecia os Evangelhos de Mateus e Marcos quando começou a escrever o seu, antes do ano 70. Julgava que ao primeiro faltava uma certa ordem no desenvolvimento dos fatos e considerava o segundo por demais conciso.
Como diligente estudioso, Lucas, depois de ter documentado escrupulosamente as notícias da vida de Jesus ,“desde o início”, quis narrá-la novamente de forma ordenada, de modo que os fatos e ensinamentos progredirem pari passu como a realidade.
Deu prova da mesma agradável fluência narrativa também na redação dos Atos dos Apóstolos.
Maria é o foco do seu Evangelho
Evangelista dedicado a Maria
A relação particular que Lucas tem com Maria é outra característica do seu Evangelho. Por meio dele e — podemos imaginar —, por meio da narração que Maria lhe fez pessoalmente, conhecemos as palavras da Anunciação, da Visita a Isabel e do Magnificat.
Por seu intermédio, sabemos os particulares da Apresentação de Jesus ao Templo e a angústia de seus pais, Maria e José, por não poder encontrar seu filho de doze anos no Templo. Provavelmente, graças a esta sua sensibilidade narrativa e descritiva, que nasce a tradição de ser o primeiro iconógrafo, sabemos que Lucas era pintor.
Páscoa
As notícias concernentes à sua morte são incertas: algumas fontes falam do seu martírio; outras dizem que viveu até a idade avançada. A tradição mais antiga diz que morreu na Beócia, com 84 anos, depois de ter-se estabelecido na Grécia, onde escreveu seu Evangelho.
Três cidades se ufanam de conservar suas relíquias: Constantinopla, Pádua e Veneza.
Minha oração
“Poderoso Evangelista, inspirado pelo Espírito Santo ao relatar a vida de Jesus, cuidai dos escritores para que mostrem a verdade e dos comunicadores para que vivam segundo o que anunciam. Sede também um modelo de busca pelo Cristo. Amém.”
São Lucas, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 18 de outubro
- Em Antioquia, na Síria, hoje Antakya, na Turquia, Santo Asclepíades, bispo. († 218)
- Em Pozzuóli, na Campânia, região da Itália, os santos mártires Próculo, diácono, Eutício e Acúcio. († c. s. IV)
- Em Riom, no território dos Avernos, na Aquitânia, hoje na França, Santo Amável, presbítero. († s. V)
- Em Nassogne, no Brabante da Austrásia, atualmente na Bélgica, São Múnio, venerado como eremita na floresta das Ardenas e mártir. († c. 630/640)
- Em Arenas, na região de Castela, na Espanha, São Pedro de Alcântara, presbítero da Ordem dos Frades Menores. († 1562)
- Em Ossernenon, povoação do Canadá, a paixão de Santo Isaac Jogues, presbítero da Companhia de Jesus e mártir. († 1646)
- Em Roma, o dia natal de São Paulo da Cruz, presbítero, cuja memória se celebra amanhã. († 1775)
Fonte:
- Arquisp.org.br
- Martirológio Romano
- Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” – Prof Felipe Aquino [Cléofas 2007]
- Santiebeati.it
- Vaticannews.va
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
Santo Inácio de Antioquia, o bispo perseguido e jogado às feras
Origens
Descendente de uma família pagã, não romana, Inácio converteu-se ao cristianismo em idade avançada, graças à pregação de São João Evangelista, que havia passado por aquelas terras. Santo Inácio foi o terceiro bispo de Antioquia, na Síria, cidade que foi a terceira metrópole do mundo antigo — depois de Roma e Alexandria, no Egito —, e da qual o próprio São Pedro foi o primeiro bispo.
Os seguidores da sua Igreja o definiam como um cristão “fogoso”, segundo a etimologia do seu nome.
Santo Inácio de Antioquia era um Bispo forte, um pastor de zelo ardente
Perseguição do Imperador Trajano
Durante o seu episcopado, começou a terrível perseguição do imperador Trajano, da qual também o Bispo foi vítima por não querer negar sua fé em Cristo. Por isso, foi preso e transportado acorrentado para Roma. Assim, começou a sua longa viagem, rumo ao patíbulo, durante a qual foi torturado pelos guardas, até chegar ao seu destino final.
Páscoa
Preso e condenado, Inácio foi conduzido acorrentado, de Antioquia à Roma, onde se organizavam festas em homenagem ao imperador; e os cristãos serviam de espetáculo, no circo. No Coliseu, seu corpo foi despedaçado pelas feras, durante as celebrações da vitória do imperador na Dácia, no ano 107.
Sete Cartas
Durante sua viagem de Antioquia à Roma, Santo Inácio escreveu sete cartas. Nestas cartas, o Bispo enviado à morte recomendava aos fiéis que fugissem do pecado; para se proteger contra os erros dos gnósticos; sobretudo para manter a unidade da Igreja.
As sete lindas cartas que constituem um documento inimitável da vida da Igreja na época
As Primeiras Cartas
Ao chegar à Esmirna, escreveu as quatro primeiras cartas, três das quais dirigidas às comunidades da Ásia Menor: aos Efésios, Magnésios e Trálios. Nelas, ele expressa a sua gratidão pelas muitas demonstrações de carinho.
Quarta Carta
A quarta carta, ao invés, foi dirigida à Igreja de Roma, na qual faz um apelo aos fiéis para não impedirem seu martírio, do qual se sentia honrado, pela possibilidade de percorrer o caminho e a Paixão de Jesus.
Três últimas cartas
De passagem por Trôade, Inácio escreveu outras três cartas: à Igreja da Filadélfia, de Esmirna e ao seu Bispo, Policarpo. Em suas missivas, pedia a solidariedade espiritual dos fiéis com a Igreja de Antioquia, que passava pelas provações do eminente destino do seu pastor; ao Bispo Policarpo, ofereceu interessantes diretrizes de como cumprir a sua função episcopal.
Cartas que declararam o seu amor ao Cristo e à Sua Igreja
Ele escreveu também páginas de verdadeiras e próprias declarações de amor a Cristo e a Sua Igreja, que, pela primeira vez, foi chamada “católica”; testemunhos do conceito tripartido do ministério cristão entre Bispos, presbíteros e diáconos; e ainda diretrizes para combater a heresia do Docetismo, que acreditava na Encarnação do Filho apenas como aparência e não real.
Enfim, através das cartas de Inácio, percebemos seu desejo, quase como uma súplica ardorosa, de que os fiéis mantivessem a Igreja unida, contra tudo e contra todos.
Minha oração
“Querido Inácio, pela tua valentia, soubeste doar a tua vida em favor do Evangelho, reconhecendo que seu sangue seria semente de novos cristãos, zelai pela Igreja e seus representantes, para que tenham a mesma doação e coragem sua. Amém!”
Santo Inácio de Antioquia , rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 17 de outubro
- Comemoração de Santo Oseias, profeta.
- Comemoração dos santos Rufo e Zósimo, mártires. († 107)
- Na África Proconsular, na hodierna Tunísia, os santos Mártires Volitanos, que Santo Agostinho celebrou num sermão.(† c. s. III)
- Em Licópolis, no Egito, São João, eremita. († s. IV)
- Em Agen, na Aquitânia, atualmente na França, São Dulcídio, bispo. († s. V in.)
- Em Orange, na Provença, região da Gália, na atual França, São Florêncio, bispo. († c. 524)
- Em Toulouse, na Gália, hoje na França, o dia natal do Beato Gilberto, abade de Cister. († 1167)
- Em Binasco, na Lombardia, região da Itália, o Beato Baltasar Ravaschiéri de Chiavári, presbítero da Ordem dos Frades Menores. († 1492)
- Em Wrexham, no País de Gales, São Ricardo Gwyn, mártir. († 1584)
- Em Roma, o Beato Pedro da Natividade de Santa Maria, presbítero da Ordem dos Clérigos Regrantes das Escolas Pias. († 1647)
- Em Paray-le-Monial, no território de Autun, na França, Santa Margarida Maria Alacoque, virgem, cuja memória foi celebrada ontem. († 1690)
- Na região de Laval, na França, o Beato Tiago Burin, presbítero e mártir. († 1794)
- Em Valenciennes, também na França, as beatas Maria Natália de São Luís e quatro companheiras virgens da Ordem das Ursulinas e mártires. († 1794)
- Em Hué, no Anam, hoje no Vietnam, Santo Isidoro Gagelin, presbítero da Sociedade das Missões Estrangeiras de Paris e mártir. († 1833)
- Em Suna, junto ao Lago Maggiore, na Itália, o Beato Contardo Ferrini. († 1902)
- Em Ciudad Real, na Espanha, o Beato Fiel Fuídio Rodríguez, religioso da Companhia de Maria e mártir. († 1936)
- Em La Nucia, na Espanha, o Beato Raimundo Estêvão Bou Pascual, presbítero e mártir. († 1936)
- Em Algemesi, na região de Valência, também na Espanha, a Beata Tarsila Córdoba Belda, mártir. († 1936)
- Em Tembleque, perto de Toledo,na Espanha, Perfeito Carrascosa Santos, presbítero da Ordem dos Frades Menores e mártir. († 1936)
Fonte:
- Arquisp.org.br
- Martirológio Romano
- Santiebeati.it
- Vaticannews.va
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
Santa Margarida Maria Alacoque, Apóstola do Coração de Jesus
Origens
Santa Margarida Maria Alacoque nasceu em uma família rica da Borgonha, em 22 de julho de 1647. Seus pais eram católicos fervorosos, mas não o suficiente para permitir que uma de suas filhas se tornasse freira. No entanto, aos cinco anos, Margarida consagrou-se ao Senhor com um voto de castidade. Aos 24 anos, vencendo a resistência dos pais, pôde entrar na Ordem da Visitação fundada por São Francisco de Sales.
Zombada pelas irmãs
Margarida, ao fazer seus votos, acrescentou o nome de Maria por causa das visões que tinha. No entanto, rumores estão circulando, e muitas das freiras e suas superiores não acreditam nela ou até mesmo zombam dela, sugerindo que ela está doente ou louca. Entre as Visitandinas, porém, permanecerá por mais de vinte anos experimentando graças extraordinárias, mas também enormes penitências e mortificações que sempre enfrentará com um sorriso.
Um bom diretor espiritual
Caberá ao seu pai espiritual, o jesuíta Claude de la Colombière, reconhecer nela o carisma dos santos. Ele ordenar-lhe que relate suas experiências místicas no que será sua autobiografia, que chegou até nós. A princípio, ela resiste, depois, por obediência, ela concorda. Enquanto escrevia, continuava convencida de que estava fazendo isso apenas para si mesma, não percebeu o valor do que seria contando naquelas páginas.
“Meu coração se expandirá para espalhar abundantemente os frutos de seu amor sobre aqueles que me honram.” (Santa Margarida Maria Alacoque)
O Sagrado Coração de Jesus
A partir de 1673, Santa Margarida Maria Alacoque começou a receber visitas de Jesus que lhe pedia uma devoção particular ao Seu Sagrado Coração, que lhe aparecia “radiante como um sol, com uma chaga adorável, rodeada de espinhos e encimado por uma cruz, deitado sobre uma trono de espinhos”. De sua história, emergirá a iconografia que conhecemos hoje. Pelo seu empenho à instituição da festa litúrgica do Sagrado Coração de Jesus, marcada para o oitavo dia depois do Corpus Christi, a freira também recebe uma grande promessa de Jesus: quem comungasse por nove meses consecutivos, na primeira sexta-feira do mês, receberia o dom da penitência final, ou seja, morrer recebendo os sacramentos e sem pecado. Jesus também pede que ela apele ao rei da França Luís XIV para consagrar o país ao Sagrado Coração, mas a santa não obtém resposta do soberano.
Páscoa
Jesus aparece a Santa Margarida Maria Alacoque por 17 anos, até o dia de sua morte, quando voltará a tomá-la pela mão. Ele a chama de “discípula amada”, comunica-lhe os segredos de seu coração e a torna participante da ciência do amor. Margarida Maria faleceu em 17 de outubro de 1690; graças a ela, no bairro de Montmartre, em Paris, entre 1875 e 1914, foi construído um santuário dedicado ao Sacre Coeur, consagrado em 1919. Beatificada por Pio IX, em 1864, foi canonizada por Bento XV em 1920.
Minha oração
“Assim como encontraste o coração de Jesus em tuas orações, dai a nós o mesmo privilégio e união com Ele, o mesmo amor que tivestes ao nosso redentor. Nesse Coração Santo, encontremos misericórdia e virtudes para nós, expiação dos pecados para os afastados de Deus. Amém!”
Santa Margarida Maria Alacoque, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 16 de outubro
- Santa Edviges, religiosa, natural da Baviera e duquesa da Silésia. († 1243)
- Em Jerusalém, a comemoração de São Longinos, venerado como o soldado que abriu com a lança o lado do Senhor pregado na cruz.
- Na região de Toul, na França, Santo Elífio, que é venerado como mártir. († s. IV)
- Comemoração dos santos Martiniano e Saturiano, mártires na África Setentrional, com dois irmãos seus, que, tinham sido convertidos à fé de Cristo por Santa Máxima, virgem. († s. V)
- No território de Limoges, na Aquitânia, França, os santos Amando e seu discípulo São Juniano, eremitas. († s. VI)
- Perto de Arbon, na Germânia, atualmente na Suíça, São Galo, presbítero e monge. († 645)
- Em Noyon, na Nêustria, hoje na França, São Mumolino, bispo. († c. 680)
- No mosteiro de Heresfeld, na Francónia da Germânia, na Alemanha, São Lulo, bispo de Mogúncia. († 786)
- No território de Retz, perto de Nantes, na Bretanha Menor, hoje na França, São Vital, eremita. († s. VIII)
- No território de Mirepoix, junto aos Pireneus, na Gália, França, São Gauderico, agricultor, insigne pela sua devoção a Mãe de Deus. († c. 900)
- Em Brioude, na região dos Arvenos, na Aquitânia, na França, Santa Bonita, virgem. († s. IX/XI)
- Em Pamiers, junto aos Pireneus, na França, Santo Anastásio, monge. († c. 1085)
- Em Cominges, junto aos Pireneus, na França, São Beltrão, bispo. († c. 1123)
- No mosteiro de Igny, na região de Reims, igualmente na França, o passamento do Beato Gerardo de Claraval, abade. († 1177)
- Em Materdómini, na Campânia, São Gerardo Majella, religioso da Congregação do Santíssimo Redentor. († 1755)
- Em Madrid, na Espanha, os Beato Jesus Villaverde Andrés, presbítero da Ordem dos Pregadores e mártir. († 1936)
- No campo de concentração de Auschwitz, os beatos Aniceto Koplinski, da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, e José Jankowski, da Sociedade do Apostolado Católico, presbíteros e mártires. († 1941)
- Em Ramapuram, localidade de Palai, na Índia, o Beato Agostinho Thevarparampil “Kunjachan”, presbítero. († 1973)
Fonte:
- Causesanti.va
- Martirológio Romano
- Santiebeati.it
- Vaticannews.va
- Vatican.va
– Pesquisa e redação: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
– Produção e edição: Melody de Paulo
Santa Teresa d’Ávila, a grande doutora da oração
Origens
Segunda filha de um judeu convertido, Santa Teresa de Ávila (também conhecida como Santa Teresa de Jesus), Teresa Sánchez de Cepeda Dávila y Ahumada, nasceu em Ávila (Castela), em 28 de março de 1515. A infância feliz, passada junto com irmãos e primos, a deixa fascinada por romances de cavalaria. Após a morte, em batalha, de seu irmão mais velho, Giovanni, em 1524, e a perda de sua mãe, Beatrice, a jovem foi enviada para estudar no mosteiro agostiniano de Nossa Senhora da Graça. Ali, foi atingida por uma primeira crise existencial.
Fuga para o Carmelo
Após uma grave doença, regressa à casa do pai, onde assiste à partida do seu querido irmão Rodrigo para as colônias espanholas no ultramar. Em 1536, foi atingida pela chamada “grande crise” e amadureceu a firme decisão de entrar no mosteiro com os Carmelitas da Encarnação de Ávila. Mas o pai se recusa e Teresa foge de casa. Acolhida pelas freiras, chegou à profissão em 3 de novembro de 1537.
Embates na saúde
Sua saúde logo se deteriora novamente. Apesar do consequente retorno à família, o caso é julgado desesperador. Santa Teresa D’Ávila é levada de volta ao convento onde as freiras começam a preparar seu funeral. Inexplicavelmente, porém, em poucos dias, a paciente volta à vida. Parcialmente liberta dos compromissos da vida de clausura, devido à convalescença.
“Morro filha da Igreja” (Santa Teresa D’Ávila)
Mulher da mística
De carácter alegre, amante da música, da poesia, da leitura e da escrita, vai tecer uma densa rede de amizades, polarizando em torno de si várias pessoas desejosas de a conhecer. Mas em breve ela perceberá esses encontros como motivos de distração da tarefa principal da oração e experimentará sua “segunda conversão”: “Meus olhos caíram sobre uma imagem … Ela representava Nosso Senhor coberto de feridas. Assim que olhei para ela, me senti todo emocionado… Me joguei aos pés d’Ele em prantos e implorei que me desse forças para não mais ofendê-Lo”.
As visões e êxtases representam o capítulo mais misterioso e interessante da vida de Santa Teresa de Ávila. Na Autobiografia (escrita por ordem do bispo) e em outros textos e cartas, descreve as várias etapas das manifestações divinas, visuais e auditivas. Ela é vista levitando, desmaiando e permanecendo morta (é assim que Bernini a retratará por volta de 1650, na estátua de S. Maria Della Vittoria em Roma). Essas manifestações correspondem a um grande crescimento espiritual, que Teresa, naturalmente trazida à escrita e à poesia, vai derramar em seus textos místicos, entre os mais claros, poderosos, poéticos já escritos.
Reforma do Carmelo
Não compreendida nesta sua intensa espiritualidade e considerada por alguns dos seus confessores até vítima de ilusões demoníacas, é apoiada pelo jesuíta Francesco Borgia e pelo frade franciscano Pietro d’Alcántara, que dissiparão as dúvidas dos seus acusadores. Teresa sente que deve refundar o Carmelo para remediar uma certa desorganização interna. Em 1566, o Superior Geral da Ordem autorizou-o a fundar vários mosteiros em Castela, incluindo dois conventos de Carmelitas Descalços. Assim, surgem os conventos em Medina, Malagon e Valladolid (1568); Toledo e Pastrana (1569); Salamanca (1570); Alba de Tormes (1571); Segóvia, Beas e Sevilha (1574); Sória (1581); Burgos (1582), entre outros.
Santa Teresa D’ Ávila: Fundadora e Amiga de João da Cruz
Amizade com João da Cruz
Decisivo, em 1567, foi o encontro entre Santa Teresa D’ Ávila e um jovem estudante de Salamanca, recém ordenado sacerdote: com o nome de João da Cruz, o jovem assumiu a roupagem do Scalzi e acompanhou o fundador em suas viagens . Juntos, eles superaram vários eventos dolorosos, incluindo divisões dentro da ordem e até acusações de heresia. Eventualmente Santa Teresa D’ Ávila prevalecerá com o nascimento da ordem reformada dos Carmelitas e Carmelitas Descalços.
Páscoa
A obra mais famosa de Teresa é certamente “O Castelo Interior”, um itinerário da alma em busca de Deus, por meio de sete passagens particulares de elevação, ladeadas pelo Caminho da Perfeição e pelos Fundamentos, bem como por muitas máximas, poemas e orações. Incansável apesar de sua saúde precária, Santa Teresa D’Ávila morreu em Alba de Tormes em 1582, durante uma de suas viagens.
Síntese
Virgem e doutora da Igreja: ingressou na Ordem Carmelita em Ávila na Espanha e tornou-se mãe e mestra de uma observância muito rigorosa, preparou em seu coração um caminho de aperfeiçoamento espiritual sob o aspecto de uma ascensão gradual da alma a Deus ; para a reforma de sua Ordem suportou muitas tribulações, que sempre superou com um espírito invencível; também escreveu livros imbuídos de elevada doutrina e carregados de sua profunda experiência. Canonizada em 12 de março de 1622, pelo Papa Gregório XV.
Minha oração
“Ó doutora da oração, ensinai àqueles que te procuram uma vida verdadeiramente contemplativa que alcança a cada um em sua própria realidade. Convocai as almas para se entregarem verdadeiramente na intercessão, assim como novas vocações carmelitas. Que, através da oração, possamos encontrar a vontade de Deus. Amém.”
Santa Teresa de Jesus, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 15 de outubro:
- Em Edessa, na Síria, hoje Sanliurfa, na Turquia, a comemoração de São Barsés, bispo. († 379)
- Em Tréveris, na Gália Bélgica, atualmente na Alemanha, São Severo, bispo. († s. V)
- Em Kitzingen, na Germânia, na atual Alemanha, Santa Tecla, abadessa. († c. 790)
- No mosteiro de Trebnitz, na Silésia, hoje na Polónia, o dia natal de Santa Edviges, religiosa, cuja memória se celebra amanhã. († 1243)
- Em Torres Vedras, cidade de Portugal, o Beato Gonçalo de Lagos, cuja memória se celebra em Portugal no dia vinte e sete de Outubro. († 1422)
- Em Hiji, no Japão, o Beato Baltasar Kagayama Hanzaemon e seu filho Tiago, mártires. († 1619)
- Em Nagasaki, também no Japão, Santa Madalena, virgem e mártir. († 1634)
- Em Valência, na Espanha, o Beato Narciso Basté Basté, presbítero da Companhia de Jesus e mártir. († 1936)
- Em Barajas, perto de Madrid, também na Espanha, o Beato Cipriano Alguacil Torredenaida, religioso da Ordem dos Pregadores e mártir. (†1936)
Fonte:
- Vaticannews.va
- Vatican.va
- Martirológio Romano
– Pesquisa e redação: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
– Produção e edição: Melody de Paulo
São Calisto I, Papa criador do cemitério da Via Ápia
Origens
Romano de Trastevere, filho de escravos, São Calisto não teve vida fácil. Ele está sepultado com efeito na igreja de Santa Maria, em Trastevere, e não nas catacumbas que levam seu nome.
Administrador pouco habilidoso
O cristão Carpóforo, da família do imperador Cômodo, havia lhe confiado a administração dos bens da comunidade cristã. Não foi um hábil administrador e, descoberto um grande desfalque, Calisto fugiu.
Capturado em Óstia, a ponto de zarpar, foi condenado a girar a roda de um moinho. Carpóforo mostrou-se generoso, condenando-o a pagar o débito, mas a justiça seguiu seu curso. Foi condenado à flagelação, depois, deportado para as minas da Sardenha.
São Calisto I: de Condenado a Papa da Igreja
A Liberdade
Libertado, o Papa Vítor ocupou-se pessoalmente dele — sinal de que Calisto desfrutava de certa fama, furto à parte. Para desviá-lo da tentação, fixou-lhe um ordenado. O sucessor Zeferino foi igualmente generoso: ordenou-o diácono e confiou-lhe a guarda do cemitério cristão na via Ápia Antiga (as célebres catacumbas conhecidas em todo o mundo com seu nome).
Missão: Cemitérios da Igreja
O Papa Zeferino, no entanto, o chamou de volta à Roma, confiando-lhe os cuidados dos cemitérios da Igreja. Assim começou a escavação do grande cemitério ao longo da Via Appia que leva seu nome.
Eleito Papa
Com a morte de Zeferino, Calisto foi eleito Papa. Mas seu pontificado atraiu as inimizades de uma ala da comunidade cristã de Roma que o acusou falsamente de heresia.
Opositores
Ele teve muitos opositores entre os cristãos dissidentes de Roma e, justamente, de um escrito do líder desses cristãos separados, um antipapa. Por essa razão, temos quase todas as notícias sobre ele apresentadas, porém, de forma tendenciosa. Lemos que, antes de se tornar Papa, ele era escravo e fraudador. Tendo fugido para Portugal, foi preso e levado de volta a Roma, onde foi condenado a trabalhos forçados nas minas da Sardenha. Retornando a Roma por ocasião de uma anistia, ele foi enviado para Anzio.
Páscoa
São Calisto coroou a vida com o martírio, como bom Pastor que dá a vida pelas suas ovelhas. Segundo a tradição mais segura, morreu numa revolta popular contra os cristãos e foi lançado a um poço. Mais tarde, deram-lhe sepultura honorífica no Cemitério de Calepódio, na Via Aurélia, junto do lugar do seu martírio. Assim se explica não ter sido enterrado na grande necrópole que ele próprio ampliara e onde foram enterrados São Zeferino e os Papas seguintes, na parte chamada precisamente Cripta dos Papas.
O Legado de São Calisto I
A Construção da Cripta
Uma das metas obrigatórias para os peregrinos e turistas que se dirigem à Roma são as catacumbas. Particularmente célebres e frequentadas são as de São Calisto, definidas pelo Papa João XXIII “as mais respeitáveis e as mais célebres de Roma”. Numa área de mais de 120.000 m², com quatro andares sobrepostos, foi calculado que lá existem não menos de 20 quilômetros de corredores.
Importância da Cripta
Essa obra colossal fixa para sempre a memória de São Calisto, que cuidou de sua realização, primeiro como diácono do Papa Zeferino, e depois como o próprio Papa. Mas além das dimensões, este lugar é precioso pelo grande número e pela importância dos mártires que ali foram sepultados, e particularmente célebres são a cripta de Santa Cecília e a contígua à dos papas, na qual foram sepultados o Papa Ponciano Antero, Fabiano entre outros.
Relíquia
O túmulo dele está colocado bem no meio da Roma antiga, na basílica de Santa Maria in Trastevere, que, construída por determinação do Papa Júlio, na metade do século IV, foi intitulada também de São Calisto.
Minha oração
“Ao Papa santo e pastor da Igreja, rogai pelos fiéis espalhados pelo mundo e não os deixeis abandonados sem pastores. Atrai vocações para o seguimento radical de Cristo assim como novos sacerdotes. Que sejamos santos à imagem de Jesus, Bom pastor. Amém!”
São Calisto I, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 14 de outubro:
- Em Cápua, na Campânia, região da Itália, São Lúpulo, mártir. († data inc. )
- Em Rímini, na Emília, também na Itália, São Gaudêncio, que é venerado como primeiro bispo desta cidade durante o tempo de perseguição. († s. IV)
- Em Bruges, no território da atual Bélgica, a comemoração de São Donaciano, bispo de Reims. († 389)
- Em Tódi, na Úmbria, região da Itália, São Fortunato, bispo. († s. V)
- No território de Chalons, na Champagne, região da Gália, hoje na França, Santa Manequilde, virgem. († s. V)
- Em Lúni, na Ligúria, região da Itália, a comemoração de São Venâncio, bispo, que dedicou especial atenção ao clero e aos monges. († s. VI)
- Em Beauvais, cidade da Nêustria, atualmente na França, Santa Angadrisma, abadessa do mosteiro fundado por Santo Ebrulfo e chamado Oratório. († c. 695)
- Em San Severino, no Piceno, hoje nas Marcas, região da Itália, São Domingos, presbítero da Ordem Camaldulense. († 1060)
- Em Kokura, no Japão, o Beato Diogo Kagayama Haito, mártir. († 1619)
- Em Angers, na França, o Beato Tiago Laigneau de Langellerie, presbítero e mártir. († 1794)
- Em Picadero de Paterna, localidade da província de Valência, na Espanha, a Beata Ana Maria Aranda Riera, virgem e mártir. († 1936)
- No campo de concentração de Dachau, próximo de Munique, na Baviera, região da Alemanha, os beatos Estanislau Mysakowski e Francisco Roslaniec, presbíteros e mártires. († 1942)
- Em L’viv, na Ucrânia, o Beato Romano Lysko, presbítero e mártir.(† 1949)
Fonte:
- Arquisp.org.br
- Livro “Um santo para cada dia” – Mário Sgarbossa – Luigi Giovannini [Paulus, Roma, 1978]
- Livro “Santos de cada dia” – José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003]
- Martirológio Romano
- Santiebeati.it
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
Beata Alexandrina Maria da Costa: Virgindade Preservada
Origens
Alexandrina Maria da Costa nasceu em Balasar, Póvoa de Varzim, Arquidiocese de Braga, no dia 30 de março de 1904. Foi batizada no dia 2 de abril, um Sábado Santo. Foi educada cristãmente pela mãe, junto com a irmã Deolinda. Alexandrina viveu em casa até aos 7 anos. Depois, foi para uma pensão dum marceneiro na Póvoa de Varzim, a fim de frequentar a escola primária que não existia em Balasar. Fez a primeira comunhão na sua terra natal, em 1911, e, no ano seguinte, recebeu o sacramento da Crisma pelo Bispo do Porto.
Passados 18 meses, voltou a Balasar e foi morar com a mãe e a irmã na localidade do “Calvario”, onde irá permanecer até a morte.
Infância
Robusta de constituição física, começou a trabalhar nos campos, equiparando-se aos homens e a ganhar o mesmo que eles. A sua infância foi muito viva: dotada de temperamento feliz e comunicativo, era muito querida pelas colegas. Aos 12 anos, porém, adoeceu: uma grave infecção (uma febre tifoide, talvez) colocou-a quase à morte. Superou a doença, mas a sua saúde ficou abalada para sempre.
Juventude
Aos 14 anos aconteceu um fato que seria decisivo para a sua vida. Era Sábado Santo de 1918, e, nesse dia, ela, a irmã Deolinda e mais uma mocinha aprendiz estavam a trabalhar de costura, quando perceberam que três homens tentavam entrar na sala onde se encontravam. Embora estivessem fechadas, os três homens forçaram as portas e conseguiram entrar.
Beata Alexandrina Maria da Costa: Virgindade Preservada
Conservação de sua Pureza
Alexandrina, para salvar a sua pureza ameaçada, não hesitou em atirar-se pela janela, de uma altura de quatro metros. As consequências foram terríveis, embora não imediatas. De fato, as várias visitas médicas a que foi sucessivamente submetida diagnosticaram, cada vez com maior clareza, um fato irreversível.
Início do Sofrimento
Até os 19 anos, pôde ainda arrastar-se até a igreja, onde gostava de ficar recolhida, com grande admiração das pessoas. A paralisia foi avançando cada vez mais, até que as dores se tornaram insuportáveis; as articulações perderam qualquer movimento; e ela ficou completamente paralisada. Era o dia 14 de abril de 1925 quando a Beata Alexandrina Maria da Costa ficou definitivamente de cama. Ali haveria de passar os restantes 30 anos de sua vida.
“Jesus, você é um prisioneiro no Tabernáculo e eu estou em minha cama por sua vontade. Faremos companhia.” (Beata Alexandrina Maria da Costa)
Vocação
Até 1928 não deixou de pedir a Deus, por intercessão de Nossa Senhora, a graça da cura, prometendo que se sarasse partiria para as missões. Depois, compreendeu que a sua vocação era o sofrimento. Abraçou-a prontamente.
São desse período os primeiros fenômenos místicos: Alexandrina iniciou uma vida de grande união com Cristo nos Tabernáculos, por meio de Nossa Senhora. Quanto mais clara se tornava a sua vocação de vítima, tanto mais crescia nela o amor ao sofrimento. Comprometeu-se com voto a fazer sempre o que fosse mais perfeito.
A Consagração do mundo ao Coração Imaculado de Maria
Desde 1934, orientada espiritualmente por um padre jesuíta, passou a escrever tudo quanto lhe dizia Jesus, durante seus êxtases contemplativos. Em 1936, segundo ela, por ordem de Jesus, pediu ao Papa a consagração do mundo ao Coração Imaculado de Maria. O pedido foi renovado várias vezes até 1941, quando, então, Alexandrina parou de escrever ao Papa e também em seu diário. A partir de 27 de março de 1942, deixou de alimentar-se, vivendo exclusivamente da eucaristia. No ano seguinte, passou a ser estudada por uma junta médica.
O diário
Em 1944, seu novo diretor espiritual, um padre salesiano, após constatar a profundidade espiritual a que tinha chegado, animou Alexandrina a voltar a ditar o seu diário; o que ela fez até a morte. No mesmo ano ela se inscreveu na União dos Cooperadores Salesianos, querendo colaborar com o seu sofrimento e as suas orações para a salvação das almas, sobretudo os jovens. Atraídas pela fama de santidade, muitas pessoas vindas de longe buscavam os conselhos da “rosa branca de Jesus”, como era também chamada pelos fiéis, que já veneravam em vida a “santinha de Balazar”.
Vivia em seu corpo as dores da Paixão
A Paixão
De sexta-feira, 3 de Outubro de 1938 a 24 de Março de 1942, ou seja por 182 vezes, viveu, em todas as sextas-feiras, os sofrimentos da Paixão: Alexandrina, superando o estado habitual de paralisia, descia da cama e com movimentos e gestos, acompanhados de angustiantes dores, repetia, por três horas e meia, os diversos momentos da Via Crucis.
Páscoa
Em 1950, Alexandrina comemora os 25 anos de sua imobilidade. Em 7 de janeiro de 1955, foi anunciado que este seria o ano de sua morte. No dia 12 de outubro, quis receber a unção dos enfermos. No dia 13 de outubro, aniversário da última aparição de Nossa Senhora em Fátima, ela foi ouvida exclamando: “Estou feliz, porque vou para o céu”. Às 19h30 ele faleceu.
Via de Santificação
Foi beatificada por João Paulo II, no Terceiro Domingo da Páscoa, 25 de abril de 2004. Durante a celebração eucarística, ocorreu a beatificação de seis pessoas, o presbítero Augustus Czartoryski; e quatro monjas: Laura Montoya, Maria Guadalupe García Zavala, Nemesia Valle, Eusebia Palomino Yenes; e a leiga, Alexandrina Maria da Costa, que hoje celebramos.
Minha oração
“Grande devota de Eucaristia, soubeste se alimentar e viver apenas de Jesus, ajudai-nos a não perder a fé neste sacramento e amá-lo com todas as nossas forças assim como tu fizeste. Que a Eucaristia seja o sentido da nossa vida. Amém. ”
Beata Alexandrina Maria da Costa, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 13 de outubro:
- Comemoração de São Teófilo, bispo de Antioquia, Turquia, que ocupou esta sede episcopal como sexto sucessor de São Pedro. († s. II)
- Em Córdova, na Hispânia Bética, os santos Fausto, Januário e Marcial, mártires. († s. III/IV)
- Em Tessalônica, na Macedônia, Grécia, São Florêncio, mártir. († c. s. III)
- Em Kobern, junto ao rio Mosela, no território de Tréveris, atualmente na Alemanha, São Lubêncio, presbítero. († s. IV)
- Em Sanremo, no litoral da Ligúria, Itália, o sepultamento de São Rómulo, bispo de Gênova. († s. V)
- Em Tours, na Gália Lionense, agora na França, São Venâncio, abade. († s. V)
- Em Salagnac, no território de Limoges, na Aquitânia, França, São Leobono, eremita. († data inc.)
- Em Iona, ilha da Escócia, o sepultamento de São Congano, abade. († s. VIII)
- Em Augsburgo, cidade da Baviera, na atual Alemanha, São Simberto, que foi bispo e abade de Mürbach. († c. 807)
- Em Saint-Cirgues, na região de Auvergne, França, São Geraldo, conde de Aurillac. († 909)
- Perto de Subiaco, no Lácio, região da Itália, Santa Celedónia, virgem.(† 1152)
- Em Trino, no território de Monferrato, Itália, a Beata Madalena Panatiéri, virgem, irmã da Penitência de São Domingos. († 1503)
- Em Coutances, na França, o Beato Pedro Adriano Toulorge, presbítero premonstratense e mártir. († 1793)
- Em Olot, perto de Gerona, na Espanha, o Beato Ângelo Maria Presta Batlle, religioso da Ordem dos Carmelitas e mártir. († 1936)
- Em Tarrasa, perto de Barcelona, Espanha, o Beato Luís Maria Ayet Canós , religioso da Ordem dos Carmelitas e mártir. († 1936)
- Em Barcelona, Espanha, o Beato Florêncio Miguel , religioso da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs e mártir. († 1936)
Fonte:
- Arquisp.org.br
- Causesanti.va
- Martirológio Romano
- Vatican.va
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
Nossa Senhora Aparecida, a rainha e padroeira do Brasil
Origens
Na manhã de 12 de outubro de 1717, três pescadores lançaram seus barcos no Rio Paraíba, que escorria até a sua cidade. Eles tinham sido encarregados de trazer peixes para o banquete, que se realizaria no dia seguinte, na cidade de Guaratinguetá. Foi pela ordem do conde Assumar, Dom Pedro de Almeida Portugal, governante da capitania de São Paulo e Minas Gerais, a exigência dos peixes do Rio Paraíba. Os três pescadores, Domingos Garcia, João Alves e Filipe Pedroso, pareciam não ter sorte naquela manhã.
Após várias tentativas infrutíferas, tinham quase desistido, quando João Alves tentou novamente. Ele jogou sua rede nas águas do rio e, lentamente, a puxou para cima. Havia pescado alguma coisa, mas não era peixe, parecia uma espécie de madeira.
A Milagrosa Pesca
Quando tirou da rede, o pedaço de madeira parecia fazer parte de uma estátua da Virgem Maria, infelizmente, sem cabeça. Ao lançar novamente a rede, desta vez, João Alves encontrou nas malhas outro pedaço de madeira, de forma arredondada, que parecia precisamente a cabeça da mesma estátua: tentou ajuntar os dois pedaços e percebeu que se encaixavam perfeitamente. Como que atraído por um impulso, João Alves lançou, outra vez, a rede nas águas, mas ela tinha ficado tão pesada, que não conseguia tirá-la, por estar lotada de peixes. Então, seus companheiros lançaram também as suas redes nas águas e a pesca daquele dia foi realmente abundante.
O primeiro lugar de devoção: uma casinha humilde
No dia seguinte, os três pescadores juntaram os dois pedaços da estátua, limparam-nos dos detritos do rio e Filipe Pedroso a colocou na sua humilde casa. Em pouco tempo, a notícia da pesca milagrosa se difundiu pelas cidades vizinhas e, todas as noites, um grupo cada vez maior de simples pescadores começou a ir prestar homenagem à Virgem Maria e rezar o terço. Eles deram-lhe o nome de “Aparecida”, que apareceu.
Nossa Senhora Aparecida: Mãe na simplicidade
A Capela
Com o passar do tempo, a multidão tornou-se tão numerosa que a casa do pescador não a podia conter mais. Por isso, foi construída um primeiro oratório e, depois, em 1737, uma Capela maior. Foram muitos os testemunhos de graças e milagres alcançados naquele pequeno santuário.
A Basílica Velha
Em 1834, foi iniciada a construção de uma igreja maior – a atual Basílica Velha, – concluída em 1888 e a estátua foi transferida. Em 1904, a imagem foi coroada a pedido do Papa Pio X. Em 1908, a igreja recebeu o título de Basílica Menor, sagrada em 1909. Em 1930, o Papa Pio XI a elevou a Basílica, declarando Nossa Senhora Aparecida Padroeira do Brasil.
Rainha e Padroeira do Brasil
Em 1929, no encerramento do Congresso Mariano, Nossa Senhora Aparecida foi proclamada Rainha do Brasil, sob a Invocação de Aparecida. Em 31 de maio de 1931, a imagem aparecida foi levada ao Rio de Janeiro, para que diante dela, Nossa Senhora Aparecida recebesse as homenagens oficiais de toda a nação, estando presente também o Presidente da República, Getúlio Vargas. Nossa Senhora Aparecida foi aclamada, então, por todos como “Rainha e Padroeira do Brasil”. Em 1958, a cidade da Aparecida foi elevada a arcebispado, sendo seu primeiro arcebispo o cardeal Mota. Em 1967, Aparecida recebeu a Rosa de Ouro enviada pelo papa Paulo VI.
O Maior Santuário Mariano do Mundo
O Santuário Nacional de Aparecida
Em 1980, o altar da Basílica Nova, maior Santuário mariano do mundo, foi consagrado pelo Papa João Paulo II, que lhe outorgou o título de Basílica Menor. Em 1983, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB –, declarou, oficialmente, a Basílica de Aparecida como Santuário Nacional.
Hoje, o Santuário é um grande centro evangelizador, confiado ao zelo apostólico dos Missionários Redentoristas desde 1894, responsáveis pela pastoral e pela administração, no atendimento aos romeiros e peregrinos que chegam de todas as partes do País e do exterior.
Visita de três Papas
Três Papas visitaram o Santuário Nacional: João Paulo II, no ano de 1980, Papa Bento XVI, quando abriu a V Conferência Episcopal Latino-americana e do Caribe em maio de 2007 , e Papa Francisco em 2013, por ocasião das atividades da Jornada Mundial da Juventude, realizada neste ano no Rio de Janeiro.
Devoção do Povo brasileiro
A devoção a Virgem Imaculada Conceição Aparecida, com o passar dos anos, tornou-se cada vez maior, e muitas graças foram obtidas. A grande afluência de visitantes — explica o padre Valdivino Guimarães, missionário redentorista —, “deve-se sobretudo ao acolhimento, às infraestruturas, ao apoio significativo dos meios de comunicação (incluindo a Rádio e a TV Aparecida, a Revista Aparecida) e, em especial, à grande devoção do povo brasileiro a Nossa Senhora Aparecida”.
Minha oração
“Ó Maria, nossa Mãe e padroeira do Brasil, Tu que aparecestes nas redes dos pescadores sem a cabeça para simbolizar o martírio dos teus filhos, escravizados, libertai o povo brasileiro de toda a escravidão do pecado, das doenças e das mazelas morais. Sede nossa mãe e consoladora, portadora da esperança e sinal do teu Filho Jesus. Por Cristo Nosso Senhor. Amém!”
Nossa Senhora Aparecida, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 12 de outubro:
- Em Roma, junto à Via Laurentina, Santo Hedisto, mártir. († data inc.)
- Em Anazarbo, na Cilícia, Turquia, Santa Senhorinha, mártir. († c. 304)
- Comemoração dos quatro mil novecentos e sessenta e seis mártires e confessores da fé, entre eles estavam os bispos Cipriano e Félix, insignes sacerdotes do Senhor. († 483)
- Em Piacenza, na Emília-Romanha, região da Itália, Santo Opílio, diácono. († c. s. V)
- Em Roma, São Félix IV, papa, que transformou dois templos do Foro Romano na igreja dedicada aos santos Cosme e Damião e trabalhou com grande zelo pela fé católica. († 530)
- Na província do Nórico Ripense, atualmente na Áustria, São Maximiliano, que é venerado como bispo de Lorch. († a. s. VII)
- Em Pavia, na Lombardia, região da Itália, São Rotobaldo, bispo. († 1254)
- Em Áscoli, cidade do Piceno, atualmente nas Marcas, região da Itália, São Serafim de Monte Granaro, religioso da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. († 1604)
- Em Londres, na Inglaterra, o Beato Tomás Bullaker, presbítero da Ordem dos Frades Menores e mártir. († 1642)
- Em Oviedo, na Espanha, o Beato Eufrásio do Menino Jesus , presbítero da Ordem dos Carmelitas Descalços e mártir. († 1934)
- Em Ribarroja de Túria, localidade da província de Valência, também na Espanha, o Beato José González Huguet, presbítero e mártir. († 1936)
- Em Massamagrel, na província de Valência, o Beato Pacífico de Valência, religioso da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos e mártir. († 1936)
- No campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, o Beato Romão Sitko, presbítero e mártir. († 1942)
Fonte:
- A12.com
- Livro “Santos de cada dia” – José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003]
- Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” – Prof Felipe Aquino [Cléofas 2007]
- Martirológio Romano
- Santiebeati.it
- Vaticannews.va
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
Santo Alexandre Sauli, mortificando o corpo com a fadiga
Realmente tem de tudo: nobre família genovesa, que dá senadores e doges à República Marítima; aptidão para o estudo; altas relações que, na adolescência, lhe valeram a nomeação de pajem da corte: a de Carlos V, senhor da Europa e da América, senhor do mundo. A partir daí, alguém como ele pode chegar rapidamente aos grandes lugares.
Aos 17 anos pediu para ingressar nos Clérigos Regulares de São Paulo, chamados Barnabitas, por residirem na igreja milanesa de São Barnabé. São sacerdotes obrigados por uma regra de vida comum, por rigorosos deveres de estudo e ensino. Líderes da renovação religiosa. “Peço para ser aceito”, diz ele, “para me abandonar totalmente nas mãos da obediência”. Em sinal de obediência, é exposto a uma das mais desagradáveis provações: aparece na praça mercantil vestido de fidalgo, mas carregando pesada cruz nos ombros. Em suma, ele se humilha fazendo um show, expondo-se ao escândalo e ao escárnio. E inicia um costume: “Desde então, ‘carregar a cruz’ faz parte das nossas tradições familiares. É uma das mais queridas e inesquecíveis, porque todo barnabita inicia o seu ano de noviciado levando a cruz da comunidade para a igreja” (Padre Luis Origlia Roasio).
Ordenado sacerdote, tornou-se mestre e formador de barnabitas, chamados a ser homens da cruz e do livro, de fé e cultura intimamente unidas, tanto no século XVI como no século XX. Alessandro Sauli, nesta obra, é um homem tão protagonista que com apenas 34 anos já o fazem superior geral. Carlo Borromeo, arcebispo de Milão, o quer como seu confessor: “Depois de um diligente exame de consciência de todos os seus pecados, confessou-os a Alessandro Sauli.
Ele se beneficiou muito de seus conselhos cheios de doutrina” (C. Bescapé). Pio V em 1567 o nomeia bispo de Aleria, na Córsega, onde tudo deve ser feito, inclusive alimentar os fiéis, vítimas da fome e piratas; e continuando a formar sacerdotes culturalmente dignos, incutindo neles o ímpeto da evangelização. Por vinte anos, a Córsega teve um pai e um professor nele. E ele morreria ali, Ele obedece, mesmo que tanto trabalho já o tenha esgotado. No entanto, ele empreende imediatamente a visita pastoral: não para de “carregar a cruz”, até que um mínimo de força o sustente.
O último dia chega para ele na doce paisagem outonal do sul do Piemonte: em Calosso d’Asti, onde aceita a hospitalidade do senhor local, mas não nos salões nobres, pois ele fica no andar térreo com os trabalhadores, perto da recepção. E aqui, com as primeiras brumas nas colinas, morre o “Apóstolo da Córsega”. O corpo então retorna à Pavia, onde será sepultado na catedral. Em 1904, Pio X Sarto o inscreverá entre os santos.
Santo Alexandre Sauli, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 11 outubro:
São João XXIII, papa, homem dotado de extraordinária humanidade, que, com a sua vida, as suas obras e o seu grande zelo pastoral, procurou manifestar a todos a abundância da caridade cristã e fomentar a união fraterna dos povos; especialmente solícito pela eficácia da missão da Igreja de Cristo em todo o orbe da terra, convocou o Concílio Vaticano II. Descansou piedosamente no Senhor no dia 3 de Junho. († 1963)
Comemoração de São Filipe, um dos sete diáconos escolhidos pelos Apóstolos, que converteu a Samaria à fé de Cristo, baptizou o eunuco da rainha Candace da Etiópia, e evangelizou todas as cidades por onde passava, até chegar a Cesareia, onde, segundo a tradição, descansou no Senhor.
Em Anazarbo, na Cilícia, na hodierna Turquia, os santos Táraco, Probo e Andrónico, mártires, que na perseguição do imperador Diocleciano deram a vida pela profissão da fé em Cristo. († c. 304)
No território de Vexin, na Gália Lionense, na actual França, a comemoração dos santos Nicásio, Quirino, Escubículo e Piência, mártires. († data inc.)
Em Verdun, também na Gália, hoje na França, São Santino, bispo, que, segundo consta, foi o primeiro a pregar o Evangelho nesta região. († s. IV)
Comemoração de São Sármata, abade na Tebaida, no Egipto, que foi discípulo de Santo Antão e morreu assassinado pelos Sarracenos. († 357)
Em Uzés, na Gália Narbonense, na hodierna França, São Firmino, bispo, discípulo de São Cesário de Arles, que ensinou ao seu povo o caminho da verdade. († d. 552)
Em Ossory, região da Irlanda, São Cánico, abade do mosteiro de Achad-bó, um dos muitos que fundou. († 599)
Perto da fortaleza de Schemárin, nas montanhas do Cáucaso, na Geórgia, o dia natal de Santo Anastásio, presbítero, apocrisiário da Igreja Romana e companheiro de São Máximo Confessor na confissão da fé católica e no exílio, que entregou a alma a Deus quando pronunciava na santa Sináxis: «As coisas santas para os santos». († 666)
Em Lier, no Brabante, actualmente na Bélgica, São Gumário, um soldado dedicado a Deus, que neste lugar com os seus bens construiu um oratório, onde foi sepultado. († c. 775)
Em Colónia, na Lotaríngia, na Germânia, hoje na Alemanha, São Bruno, bispo, que, sendo irmão do imperador Otão I, recebeu conjuntamente o governo e o episcopado da Lotaríngia, e exerceu o ministério sacerdotal com grande fidelidade e as funções de governante com grande magnaminidade. († 965)
Em Gniezno, na Polónia, São Gaudêncio ou Radzim, bispo, irmão de Santo Adalberto, bispo de Praga, segundo a carne e o espírito, que foi seu fiel companheiro nas viagens apostólicas, assistiu ao seu martírio e depois também ele foi vítima de cativeiro. († c. 1011)
Em Riga, hoje na Letónia, junto ao mar Báltico, a comemoração de São Meinardo, bispo, que era monge na Alemanha quando, já em avançada idade, partiu para evangelizar a Letónia; ali construiu a igreja de Ikskile e, ordenado bispo, lançou os fundamentos da fé cristã nesta região. († 1196)
Em Bolonha, na Emília-Romanha, região da Itália, o Beato Tiago de Ulm Griesinger, religioso da Ordem dos Pregadores, que, embora iletrado, era competentíssimo pintor de vitrais e durante cinquenta anos foi para todos exemplo ilustre de trabalho e oração. († 1491)
Em Hanoi, no Tonquim, hoje no Vietnam, São Pedro Lê Tuy, presbítero e mártir, que, pela sua fé em Cristo, foi degolado no tempo do imperador Minh Mang. († 1833)
Em Madrid na Espanha, Santa Maria da Soledade (Bibiana Antónia Manuela Torres Acosta), virgem, que, desde a juventude demonstrou admirável solicitude pelos enfermos pobres, aos quais socorreu com incansável abnegação, especialmente na Congregação das Servas de Maria, Ministras dos Enfermos por ela fundada. († 1887)
Em Barcelona, também na Espanha, o Beato Ângelo Ramos Velázquez, religioso da Sociedade Salesiana, que, em tempo de perseguição contra a Igreja, consumou o bom combate da fé. († 1936)
Fontes:
- vatican.va e vaticannews.va
- Martirológio Romano – liturgia.pt
- Santiebeat
– Produção e edição: Leonardo Girotto
São Daniel Comboni, evangelizador e protetor do Continente Africano
Origens
São Daniel Comboni nasceu em Limone (Itália) em 1831. Único sobrevivente de oito irmãos, aos dez anos ingressou num internato de Verona. Quando tinha dezessete anos, ouvindo contar as vicissitudes dos missionários na África, decidiu dedicar sua vida à evangelização dos africanos.
Em 1854, foi ordenado sacerdote aos 23 anos de idade. Depois de uma cuidadosa preparação, estudando árabe, medicina, música, partiu para África em 1857.
Os Escravos na África
Estando lá, impressionou-se com a terrível situação dos escravos. A prática do tráfico de escravos estava de tal maneira arraigada, que, no Egito e no Sudão, o único local onde os escravos encontravam asilo eram as missões de Daniel Comboni.
Regresso à Itália
Após dois anos, teve de regressar à Itália. Porém, Comboni não desanima e idealiza um projeto que ele chamou “Plano para a regeneração da África”. A ideia central do projeto era salvar a África por meio dos próprios africanos. Propunha-se fundar escolas, hospitais e universidades ao longo de toda a costa africana. Nestes centros, se formariam os futuros cristãos, professores, enfermeiros, sacerdotes e religiosas, que depois penetrariam no interior, a fim de evangelizar as populações africanas e promover o seu desenvolvimento.
Fundador
Fundou, em 1867, o Instituto para as Missões na África, que deu lugar ao que hoje são os Missionários Combonianos. As comunidades que fundou seguem o modelo das reduções jesuítas na América Latina.
Em 1877, foi ordenado Bispo da África Central e, logo a seguir, ordenou a sacerdote um antigo escravo, primeiro padre africano daquele lugar, quando, na Europa, alguns ainda negavam ao africano a evidência de ser pessoa.
São Daniel Comboni: Grande Missionário na África
Missão
Grande missionário, Comboni era capaz de atravessar o deserto para fundar um centro missionário no sul do Sudão, como também empenhava-se em falar para associações missionárias, Bispos, em Paris, Colônia (Alemanha), com o objetivo de arrecadar auxílio econômico e de pessoal, organizando grupos e equipes de missionários para a Missão na África Central.
Páscoa
Morreu aos 50 anos, a 10 de outubro de 1881, no meio desta gente que tanto amou. No momento da morte, abençoou os seus companheiros dizendo: “Não temais; eu morro, mas a minha obra não morrerá”. Beatificado por João Paulo II a 17 de março de 1996, São Daniel Comboni foi canonizado pelo mesmo Sumo Pontífice em 5 de outubro de 2003.
Minha oração
“Grande protetor da África, estendei o cristianismo em meio ao continente, cuidai dos povos e dos seus descendência para que se encontrem com Jesus. Atraí vocação para dar continuidade ao teu trabalho evangelizador. Por Cristo, Nosso Senhor. Amém.”
São Daniel Comboni, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 10 de outubro
- Comemoração de São Pinito, bispo de Cnossos, na ilha de Creta, que, no tempo dos imperadores Marco Aurélio Vero e Lúcio Cómodo, se distinguiu pelos seus escritos sobre a fé. († c. 180)
- Em Nicomédia, na Bitínia, hoje Izmit, na Turquia, os santos Eulâmpio e sua irmã Eulâmpia, mártires. († s. IV)
- Em Colônia, na Germânia, na atual Alemanha, os santos Gereão e companheiros, mártires. († s. IV)
- Em Birten, também no território de Colônia, na atual Alemanha, os santos Vítor e Maloso, mártires. († c. s. IV)
- Em Bonn, hoje também na Alemanha, os santos Cássio e Florêncio, mártires. († c. s. IV)
- Em Nantes, na Gália Lionense, atualmente na França, São Claro, venerado como primeiro bispo desta cidade. († s. IV)
- Em Populonia, na Etrúria, hoje na Toscana, Itália, São Cerbónio, bispo. († c. 575)
- Perto de Ramerude, no território de Troyes, na Nêustria, atualmente na França, Santa Tanca, virgem e mártir. († s. VI/VII)
- Em Rochester, na Inglaterra, o falecimento de São Paulino, bispo de York, que, sendo monge e discípulo do papa São Gregório Magno, foi por ele enviado com outros a pregar o Evangelho aos Anglos. († 644)
- No mosteiro de Jouarre, França, Santa Telquilde, abadessa. († c. 670)
- Em Ceuta, na Mauritânia Tingitana, a paixão dos sete mártires da Ordem dos Menores – Daniel, Samuel, Ângelo, Leão, Nicolau e Hugolino, presbíteros, e Dono – que, enviados pelo irmão Elias a pregar o Evangelho aos Mouros. († 1227)
- Em Bridlington, na Inglaterra, São João, presbítero, prior do mosteiro dos cónegos regrantes de Santo Agostinho. († 1379)
- Em Cracóvia, na Polónia, a Beata Ângela Maria, virgem, fundou a Congregação Franciscana de São Félix Cantalício. († 1899)
- Em Chamberi, bairro de Madrid, na Espanha, a Beata Maria Catarina Irigoyen Echegaray, religiosa do Instituto das Servas de Maria, Ministra dos Enfermos. († 1911)
- Em Garraf, perto de Barcelona, na Espanha, o Beato Pedro Tomás de Nossa Senhora do Pilar, religioso da Ordem dos Carmelitas Descalços e mártir. († 1936)
- Em Dzialdowo, povoação da Polónia, o Beato Leão Wetmanski, bispo auxiliar de Plock. († 1941)
- Em Linz, na Áustria, o Beato Eduardo Detkens, mártir, morreu numa câmara de gás.(† 1942)
Fonte:
- Livro “Santos de cada dia” – José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003]
- Martirológio Romano
- Santiebeati.it
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
São Dionísio, o Apóstolo da Gália
Origem
São Dionísio — de origem italiana —, era um jovem missionário enviado pelo Papa Fabiano para evangelizar a antiga Gália do norte em meados do ano 250, portanto no século III.
Contra o imperador
São Dionísio fundou a primeira comunidade católica em Lutécia, atual Paris, sendo eleito o seu primeiro bispo. O sucesso de sua missão, porém, começou a incomodar os magos gauleses e os romanos fiéis ao imperador Valeriano, que perseguia duramente os cristãos. Os gauleses acusaram-no de bruxaria e práticas maléficas, e os romanos prenderam-no porque São Dinis não reconhecia o imperador como um Deus. Forçado a negar a fé em Jesus Cristo, São Dinis preferiu a morte.
Epíscopo mártir em Paris
Ao lado do bispo Dinis, o diácono Rústico e o sacerdote Eleutério, seus companheiros, também testemunharam sua fé cristã sendo decapitados. Logo depois, levou os restos mortais de seus companheiros para Paris onde também sofreu o martírio, sendo decapitado no local, hoje conhecido como Montmartre, isto é, “Colina do Mártir”. Santo Dionísio, popularmente conhecido como São Dinis de Paris e comemorado neste dia, foi venerado como único padroeiro da França durante muito tempo.
São Dionísio: o Mártir Cefalóforo
Páscoa
São Dionísio, ou Dinis, segue sendo aclamado pela mais antiga tradição cristã francesa, que o venera como um mártir cefalóforo, ou seja, carregador de cabeça. Esse nome se dá por causa do extraordinário acontecimento após sua decapitação. A tradição conta que ele se levantou, tomou sua cabeça nas mãos e saiu em direção a Montmartre, onde foi enterrado. Por outro lado, os corpos de seus companheiros haviam sido atirados no rio Sena, então foram resgatados e enterrados junto ao companheiro bispo. Sobre o túmulo em Montmartre, mais tarde, foi edificada uma basílica, junto à qual, no ano 630, o rei Dagoberto fundou uma abadia.
A Abadia e o império
A Abadia de Saint-Denis, em Paris, tornou-se tradicionalmente o local onde todos os reis da França, do séc. X ao XVIII, foram enterrados. Além disso, muitas rainhas escolheram ser coroadas nessa abadia. Nesse período medieval, a Igreja estava aliada com os francos, e por isso seus reis e rainhas buscavam lugares sagrados para serem enterrados ou coroados. Queriam encontrar, na intercessão do santo padroeiro da França, uma segurança para seu posto, patrocínio espiritual e honraria sagrada.
Devoção
Hoje, o “apóstolo da Gália” é invocado pelo povo cristão contra dores de cabeça e possessões demoníacas, além de ser homenageado como um dos primeiros pais da França. São Dionísio e seus companheiros demonstram a fidelidade a Cristo por meio do martírio, bem como esse espírito evangelizador que é capaz de desbravar e instalar a religião em novos lugares. Os trabalhos realizados naquele país geram frutos para as gerações futuras, deixando um testemunho para toda a França.
Minha oração
“Ao apóstolo da Gália, pedimos por aqueles que estão enfermos na mente, aqueles que tem grandes enxaquecas e diversas outras doenças. Rogamos com confiança sabendo que através do teu martírio podemos alcançar as graças de Jesus. Amém. ”
São Dionísio, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 9 de outubro
- São João Leonardo, presbítero, que, na Itália, fundou a Ordem dos Clérigos Regrantes, mais tarde designada da Mãe de Deus. Também deu início ao Colégio de Propaganda Fídei em Roma. († 1609)
- Comemoração de Santo Abraão, patriarca e pai de todos os crentes, que, chamado por Deus, saiu da sua pátria, a cidade de Ur dos Caldeus, e se pôs a caminho da terra prometida por Deus.
- Em Laodiceia, hoje Litaquia, na Síria, a paixão dos santos Diodoro, Diomedes e Dídimo. († data inc.)
- Em Fidenza, na província de Parma, junto à Via Cláudia, na Itália, São Donino, mártir. († s. IV in.)
- Em Antioquia, na Síria, hoje Antakya, na Turquia, a comemoração de Santa Públia, que, depois da morte do esposo, entrou num mosteiro. († c. s. IV)
- No território de Bigorre, nas encostas dos montes Pireneus, na hodierna França, São Sabino, eremita, que ilustrou a vida monástica na Aquitânia. († s. V)
- Em Città di Castello, na Úmbria, região da Itália, São Donino, eremita. († 610)
- No território do Hainaut, na Austrásia, na atual França, São Gisleno, que viveu como monge numa cela por ele mesmo construída. († c. 681-685)
- No mosteiro de Montecassino, no Lácio, região da Itália, São Deusdédit ou Deusdado, abade. († 834)
- No mosteiro de Brevnov, na Boémia, na Chéquia, o sepultamento de São Guntero, eremita. († 1045)
- No mosteiro de Montsalvy, na França, São Bernardo de Rodez, abade dos Cónegos Regrantes deste cenóbio. († 1110)
- Em Valência, na Espanha, São Luís Beltrão, presbítero da Ordem dos Pregadores. († 1581)
- Em Birmigham, na Inglaterra, São João Henrique Newman, presbítero anglicano, depois da sua conversão, serviu como presbítero e posteriormente como Cardeal. († 1890)
- Em Turon, localidade das Astúrias, região da Espanha, os santos mártires Inocêncio da Imaculada, presbítero da Congregação da Paixão, e oito companheiros, da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs. († 1934)
Fonte:
- Martirológio Romano
- Santiebeati.it
- Vaticannews.va
- Vatican.va
- Guiley, Rosemary (2001). The Encyclopedia of Saints. Fourteen Holy Helpers.
- Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas
– Pesquisa e redação: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
– Produção e edição: Melody de Paulo
Santa Pelágia, preservou a sua castidade até o fim
Origens
O martirológio romano apresenta-nos quatro santas com este nome de Pelágia. Esta, de hoje, era uma jovem de quinze anos, que, no princípio da perseguição do imperador Diocleciano, em 302, testemunhou de modo muito esquisito sua fidelidade a Cristo: preferiu morrer por amor a Cristo do que entregar sua virgindade, por isso a Igreja reconhece e louva seu heroísmo.
Guardiã da Virgindade
Quando os soldados do imperador foram à sua casa para levá-la ao tribunal, que certamente a condenaria porque era cristã, Pelágia recebeu-os bem, e quando se propuseram levá-la dando voz de prisão, pediu-lhes permissão para que fosse trocar de roupa. Dado o consentimento pelo chefe da escolta, Pelágia dirigiu-se ao quarto e, desejosa de escapar dos ultrajes que a esperavam, infalíveis, e a temer pela virgindade que consagrara a Deus, não titubeou: subiu ao mais alto da casa em que vivia, em Antioquia, e de lá atirou-se ao chão, falecendo quase que instantaneamente.
O Martírio para a preservação de sua virgindade
Irmãs pelo martírio
Santo Ambrósio de Milão, no seu Tratado Das Virgens, apresenta-nos esta Santa Pelágia como irmã dos mártires Berniceia e Prosdoceia. Santa Pelágia ligou-se àquelas santas, porque Berniceia e Prosdoceia também tiraram a própria vida para escapar do horror; presas, iam sendo levadas ao cárcere. Em dado momento, a meio caminho, quando chegaram perto dum rio, solicitaram licença aos soldados para afastar-se um pouco, o que lhes foi concedido. Destarte, sem que pudessem ser impedidas, atiraram-se, de comum acordo à correnteza.
Suicídio ou virtude?
Pergunta-se: cometeram suicídio? Não, pois isso seria tirar a própria vida por desgosto, por perda de sentido ou qualquer motivo leviano. Na verdade, essas pessoas preferiam morrer do que cometer um pecado, por isso são mártires. Lembremos de São Domingos Sávio: “Antes morrer do que pecar”.
A Virtude da Castidade
Pelágia e tantos outros santos tinham a mesma convicção, e por isso não hesitaram em entregar a sua vida, afinal é melhor morrer para esse mundo do que padecer a eternidade no inferno. Essas mulheres, mártires por virtude da castidade, foram honradas com um culto público, porque aquele tirar-se a vida foi considerado como um ato de obediência a Deus.
Muitas santas virgens assim agiram, como vimos e veremos no transcorrer dos dias e dos meses. Salvaram com a morte sua castidade. Essa atitude exalta a beleza e a virtude de modo heroico, enquanto, nos nossos dias, tantas pessoas se entregam aos prazeres da carne ou se deixam convencer a perder a sua virgindade para provarem que amam. Santa Pelágia preferiu provar seu amor a Jesus, e ali gozar das riquezas e prazeres celestes.
Minha oração
“Ó querida Pelágia, mesmo jovem, seu coração já estava maduro para compreender o valor da castidade, por isso pedimos a tua virtude sobre nós para que possamos viver reta e conscientemente. Que um dia cheguemos a amar a castidade mais que a nossa vida! Amém.”
Santa Pelágia, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 08 de outubro
- Comemoração de Santa Reparata, que é venerada em muitos lugares como virgem e mártir. († c. s. IV)
- Em Como, na Ligúria, hoje na Lombardia, região da Itália, São Félix, bispo, que, ordenado por Santo Ambrósio de Milão, foi o primeiro bispo desta cidade. († s. IV f.)
- Em Ruão, na Gália Lionense, atualmente na França, Santo Evódio, bispo. († s. V)
- Em Denain, no Hainaut, também na atual França, Santa Ragenfreda, abadessa, que com os seus bens fundou neste lugar um mosteiro, do qual foi digna abadessa. († s. VIII)
- Em Génova, na Ligúria, região da Itália, Santo Hugo, religioso, que, depois de ter prestado o serviço militar durante longo tempo na Terra Santa, foi designado para reger a Comenda da Ordem de São João de Jerusalém nesta cidade e se distinguiu pela sua bondade e caridade para com os pobres. († a. 1233)
- Em Londres, na Inglaterra, os beatos João Adams, Roberto Dibdale e João Lowe, presbíteros e mártires, que, no reinado de Isabel I, por terem exercido o ministério sacerdotal para o povo católico, foram condenados à morte e, depois de sofrerem atrozes tormentos em Tyburn, alcançaram o reino celeste. († 1586)
- No cemitério de Montcada, na Catalunha, região da Espanha, os beatos Laurentino (Mariano Alonso Fuentes), religioso da Congregação dos Irmãos Maristas e companheiros, mártires, que, durante a perseguição contra a fé, pelo seu inquebrantável testemunho de Cristo alcançaram vitoriosamente o reino celeste. († 1936)
Fonte:
- Martirológio Romano
- Vaticannews.va
- Vatican.va
- Vida dos Santos, Padre Rohrbacher, Volume XVII, p. 421 à 423
– Pesquisa e redação: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
– Produção e edição: Melody de Paulo
Nossa Senhora do Rosário, o meio de alcançar almas para Deus
Origens
A origem do Rosário é muito antiga, pois conta-se que os monges anacoretas (eremitas dos primeiros séculos do cristianismo) usavam pedrinhas para contar o número das orações vocais. Dessa forma, nos conventos medievais, os irmãos leigos dispensados da recitação do Saltério (pela pouca familiaridade com o latim), completavam suas práticas de piedade com a recitação de Pai-Nosso e, para a contagem. Doutor da Igreja São Beda, chamado de “o Venerável” (séc. VII-VIII), havia sugerido a adoção de vários grãos enfiados em um barbante.
História do Rosário
O Santo Rosário foi sendo transformado com o decorrer dos anos, porém, no ano de 1214, a Santa Igreja o estabeleceu na forma e método que hoje é usado. Antes, as Ave-Marias não eram como agora, nem mesmo os mistérios contemplados entre outros ingredientes da oração. Sua origem se deu com a revelação divina de Nossa Senhora do Rosário a São Domingos de Gusmão, fundador dos dominicanos (O.P.). Por meio das citações referidas ao Bem-aventurado Alano de La Roche em seu livro “De Dignitate Psalterri”, São Luís Maria Grignion de Montfort relata a origem do Rosário.
São Domingos e o Rosário
A tradição espiritual conta com a revelação. São Domingos se preocupava em converter os albigenses, também conhecidos como cátaros (puros), que eram um grupo de hereges de caráter gnóstico e maniqueísta, sendo até mesmo protegida por bispos e nobres da época. Essa doutrina negava a existência de um único Deus, negava a divindade de Jesus, direcionava a salvação através do conhecimento etc.
Rosário: a chave para alcançar as almas endurecidas
Essas realidades entraram em choque com o catolicismo. Desse modo, o santo procurava converter os heréticos e enfrentava grande resistência. Certa vez, procurou retirar-se em uma floresta para rezar e ali recebeu a orientação da Nossa Senhora do Rosário: “Querido Domingos, você sabe de que arma a Santíssima Trindade quer usar para mudar o mundo? [ … ] a principal peça de combate tem sido sempre o Saltério Angélico que é a pedra fundamental do Novo Testamento. Quero que alcances estas almas endurecidas e as conquiste para Deus, com a oração do meu Saltério” (MONTFORT, 2019, p. 42-43).
Do Saltério Angélico ao Santo Rosário
A propagação do Rosário por São Domingos
A partir dessa situação, São Domingos começou a pregar o Santo Rosário, ou como foi dito, em revelação, “Saltério Angélico”. Assim expresso, pois naquela época poucas pessoas eram alfabetizadas e não conheciam a Sagrada Escritura. Por outro lado, os monges costumavam recitar em oração os 150 Salmos, rezando a “liturgia das horas”. Desse modo, os cristãos poderiam imitar a oração e se aproximar dos mistérios de Deus ao recitar 150 Ave-Marias, conhecida como a saudação angélica já que foi dita pelos Anjos e relatava nas Escrituras. Assim, tornou-se o “Saltério Angélico” (Salmos Angélicos).
Os Mistérios: Gozosos, Dolorosos e Gloriosos
Em um segundo momento, ao esfriar a devoção do Saltério Angélico, em nova aparição, Nossa Senhora do Rosário apareceu ao Beato Alano (1428 – 1475) lhe pedindo que reavivasse a prática. Assim ele formou os agrupamentos de 50 Ave-Marias e seus mistérios, conhecidos como: Gozosos, Dolorosos e Gloriosos. Ela lhe disse que muitas graças e milagres seriam alcançados por meio desse modo e reafirmou os ditos a São Domingos.
A Intercessora pela Igreja do Ocidente
Intercessão de Nossa Senhora do Rosário
Logo após, houve a batalha de Lepanto (Grécia, junto ao porto de Corinto) comandada por João da Áustria, em 7 de Outubro de 1571. O Papa Pio V procurava conter os avanços dos turcos na Europa e, antes disso, convocou os cristãos para que rezassem o rosário através da Carta Breve Consueverunt (1569). Era uma batalha extremamente importante, pois dela dependia a preservação do cristianismo e da cultura ocidental.
Instituição da Festa
Com a vitória adquirida, ele instituiu a festa de Nossa Senhora do Rosário no mesmo dia da batalha e reconheceu que a vitória veio por meio das orações do Rosário. Sendo este Papa da ordem dos dominicanos, por isso, seguiu a inspiração do fundador. O Pontífice instituiu a festa, inicialmente chamada de Santa Maria da Vitória.
Rainha do Sacratíssimo Rosário
Festa Mariana Obrigatória
Em 1573, o Papa Gregório XIII tornou a festa mariana obrigatória para a diocese de Roma e para as Confrarias do Santo Rosário, sob o título de Santíssimo Rosário da Bem-aventurada Virgem Maria. Em 1716, o Papa Clemente XI inscreveu a festa no calendário romano, estendendo-se para toda a Igreja. A celebração ocorria em datas diferentes, conforme os costumes locais. O Papa Leão XIII inscreveu a invocação “Rainha do Sacratíssimo Rosário” na Ladainha Lauretana em 10 de dezembro de 1883. Em 1913, o Papa Pio X fixou a data da celebração da festa em 7 de outubro.
O Quarto Mistério
Por fim, após anos de estímulo e devoção por parte dos papas e dos santos, São João Paulo II, em sua carta “Rosarium Virginis Mariae” (2002), institui o quarto mistério. Foi reconhecido como “luminoso”. Formando, então, o Rosário com quatro terços meditando os mistérios de Cristo. Assim, deu-se o formato daquilo que se conhece atualmente por Santo Rosário.
Minha oração
“Ó Mãe do rosário, consegui junto a Jesus aquilo que não podemos, combatei por nós e consolai-nos das intempéries da vida. Entregamos a nossa existência a Ti e de Ti tudo esperamos. Por Cristo Nosso Senhor. Amém!”
Nossa Senhora do Rosário, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 07 de outubro
- Em Cápua, na Campânia, região da Itália, São Marcelo, mártir. († s. III/IV)
- Em Pádua, na Venécia, hoje no Vêneto, região da Itália, Santa Justina, virgem e mártir. († s. III/IV)
- Em Betsáloe, na Augusta Eufratésia, hoje na Síria, os santos Sérgio e Baco, mártires. († s. III/IV)
- Em Roma, São Marcos, papa, que fundou o título in Pallacinis, atual igreja de São Marcos. († 336)
- Em Bourges, na Aquitânia, hoje na França, Santo Augusto, presbítero e abade. († c. 560)
- Em Saintes, também na Aquitânia, São Paládio, bispo, que erigiu uma basílica sobre o túmulo de Santo Eutrópio. († d. 596)
- No mosteiro de Bellafuente, hoje Valparaíso, em Castela e Leão, região da Espanha, o Beato Martinho Cid, abade, que fundou este cenóbio e o agregou à Ordem Cisterciense. († 1152)
- Em Arima, no Japão, os beatos mártires Adrião Takahashi Mondo e sua esposa Joana Takahashi; Leão Hayashida Sukeemon, sua esposa Marta Hayashida e seus filhos Madalena Hayashida e Diogo Hayashida; Leão Takedomi Han’emon e seu filho Paulo Takedomi Han’emon. († 1613)
- Ao largo de Rochefort, na França, o Beato João Hunot, presbítero e mártir.(† 1794)
- Em Pisa, na Itália, o Beato José Toniolo, pai de família e cooperador salesiano. († 1918)
- Em Benaguacil, localidade da província de Valência, na Espanha, o Beato José Llosá Balaguer, religioso dos Terciários Capuchinhos de Nossa Senhora das Dores e mártir. († 1936)
- Em Sasello, perto de Savona, cidade da Itália, a Beata Clara Badano , jovem do Movimento dos Focolares. († 1990)
Fonte:
- Beatoalano.it
- Martirológio Romano
- MONTFORT, Luíz Maria. O segredo do Rosário. São Paulo: Ed. Paulus, 2019.
- Papa João Paulo II – Rosarium Virginis Mariae
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
São Bruno, um dos fundadores da Ordem dos Cartuxos
Origens
São Bruno, filho de uma família nobre de Colônia (Alemanha), nasceu em 1030. Quando alcançou idade, ele foi chamado pelo Senhor ao sacerdócio e se deixou seduzir. Amigo e admirado pelo Arcebispo de Reims, Bruno, inteligente e piedoso, começou a dar aulas na escola da Catedral desse local e chegou a estudar na escola catedralícia de Reins.
Adquirido o grau de doutor e nomeado Cônego do Capítulo da catedral, foi designado, em 1056, escolaster, isto é, Reitor da Universidade. Foi um dos maestros mais renomados de seu tempo : “(…)um homem prudente, de palavra profunda”.
São Bruno encontra-se cada vez menos à vontade numa cidade onde existem muitos motivos de escândalo por parte do alto clero e, inclusive, do Arcebispo. Depois de ter lutado com sucesso contra esses problemas, Bruno experimenta o desejo de uma vida mais entregue exclusivamente a Deus.
São Bruno possuía o desejo de doar a sua vida exclusivamente a Deus
O convite
Em 1080, Concílio de Lyon, a ordem de Gregório VII, o Papa destitui definitivamente o arcebispo Manasés e ordena a sua expulsão de Reims. Ao voltar para sua cidade, Bruno recebe o convite para o arcebispado, mas recusa o cargo. Tornando-se cinquentenário e cônego, ele amadureceu na inspiração de servir a uma Ordem religiosa.
O Retiro em Cartuxa
Após curto estágio num mosteiro beneditino, retirou-se para uma região chamada Cartuxa. Retirou-se com a aprovação e bênção de São Hugo, Bispo de Grenoble, o qual lhe ofereceu um lugar. No mês de junho de 1084, o mesmo bispo conduziu Bruno e seus seis colegas (fundadores da Ordem) ao deserto do maciço montanhoso de Chartreuse (Cartuxa), que dará seu nome à Ordem. Ali constroem seu eremitério formado com algumas casinhas de madeira que se abrem a um corredor largo e comprido, que permite acesso, sem sofrer muito com as mudanças de clima e tempo, aos lugares de vida comunitária: a igreja, o refeitório e o Capítulo.
O sonho
Assim, eles viveriam isolados em quartos chamados “celas”, mas com esse corredor que dava acesso aos ambientes comuns. São Hugo os levou para esse local por conta de um sonho que ele teve. Nesse sonho, apareciam-lhe sete estrelas que caíam aos seus pés para, logo em seguida, levantarem-se e desaparecerem no deserto montanhoso.
O sonho e o início da Ordem dos Cartuxos
Após esse sonho, o Bispo recebeu a visita de Bruno, que estava acompanhado por seis companheiros monges. Ao ver os sete homens, o Bispo Hugo reconheceu imediatamente neles as sete estrelas do sonho e concedeu-lhes as terras. Nelas, São Bruno iniciou a Ordem gloriosa da Cartuxa, com o coração abrasado de amor por Jesus e pelo Reino de Deus.
O lema da Ordem
Com os monges companheiros, observava-se absoluto silêncio, a fim do aprofundamento na oração e meditação das coisas divinas, nos ofícios litúrgicos comunitários, na obediência aos superiores, nos trabalhos agrícolas, na transcrição de manuscritos e livros piedosos. O lema da Ordem é: “Stat Crux dum volvitur orbis” (A Cruz permanece intacta enquanto o Mundo dá sua órbita), o que nos faz perceber que tudo passa nessa vida menos a salvação de Cristo na cruz, o mundo gira, mas a cruz permanece.
O Mosteiro de Santa Maria da Torre
Quando um dos discípulos de São Bruno tornou-se Papa (Urbano II), em 1088, logo o chamou para assessor e conselheiro em 1090. Além disso, quis lhe fazer arcebispo, porém, o santo recusou novamente. Um ano depois, pediu com insistência ao Sumo Pontífice e conseguiu voltar à vida religiosa, quando, juntamente com amigos de Roma, fundou, no sul da Itália, o Mosteiro de Santa Maria da Torre, nos bosques da Calábria.
Páscoa
Lá, veio a falecer, no dia 6 de outubro de 1101, tendo suas últimas palavras uma profissão de fé Eucarística: “Eu creio nos Santos Sacramentos da Igreja Católica, em particular, creio que o pão e o vinho consagrados, na Santa Missa, são o Corpo e Sangue verdadeiros de Jesus Cristo”. O corpo foi enterrado no cemitério de Nossa Senhora da Torre e foi encontrado incorrupto em 1515. Em 1514, Leão X autorizou aos Cartuxos o culto do fundador. Logo, em 1623, Gregório XV libera o culto a toda a Igreja.
Legado
São Bruno tornou-se o fundador da Ordem dos Cartuxos com seus seis companheiros. Essa Ordem é considerada a mais rígida de todas as Ordens da Igreja, pelo exercício do silêncio, solidão, jejuns, penitências e orações, e que atravessou a história sem reformas e perdura até hoje na mesma radicalidade.
Minha oração
“Ó mestre da espiritualidade monástica, intercedei pela atuais e novas vocações para a clausura, que seja desperta as almas com o desejo de entrega total. Quanto aos que vivem em meio ao mundo, seja espelho e testemunho de fé e santidade. Amém!”
São Bruno, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 6 de outubro
- Em Laodiceia, na Frígia, na atual Turquia, São Ságar, bispo e mártir. († c. 170)
- Em Agen, na Aquitânia, atualmente na França, Santa Fé, mártir. († s. IV)
- Em Sorrento, na Campânia, região da Itália, São Renato, bispo. († c. s. V)
- Em Auxerre, na Nêustria, na hodierna França, São Romão, bispo. († c. 564)
- Em Veneza, na Itália, a comemoração de São Magno, bispo.(† c. 670)
- Na Bretanha Menor, atualmente na França, Santo Ivo, diácono e monge. († c. 704)
- Em Akrotíri, na ilha de Creta, São João Xenos, que propagou nesta ilha a vida monástica. († s. XI)
- Em Guéret, no território de Limoges, na Aquitânia, hoje na França, São Pardulfo, abade. († 737)
- Em Lambach, na Baviera, região da Alemanha, o passamento do Beato Adalbero, bispo de Würzburg, que fundou o mosteiro de Lambach. († 1090)
- Na Cartuxa de Arvières por ele fundada, na Borgonha, França, Santo Artaldo, bispo de Belley. († 1206)
- Em Kioto, no Japão, os beatos João Hashimoto Tahyoe, sua esposa Tecla Hashimoto e seus filhos Catarina Hashimoto, Tomé Hashimoto, Francisco Hashimoto, Pedro Hashimoto e Luísa Hashimoto, e companheiros mártires. . († 1619)
- Em Nápoles, na Campânia, região da Itália, Santa Maria Francisca das Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo, virgem da Terceira Ordem Secular de São Francisco. († 1791)
- Num barco-prisão ancorado ao largo de Rochefort, na França, o Beato Francisco Hunot, presbítero e mártir. († 1794)
- Em Longueuil, localidade do Canadá, a Beata Maria Rosa, virgem, fundadora da Congregação das Irmãs dos Santos Nomes de Jesus e Maria. († 1849)
- Em An-Hoa, cidade do território do Anam, hoje no Vietnam, São Francisco Tran Van Trung, mártir.(† 1858)
- Em Kostrijk, na Bélgica, o Beato Isidoro de São José de Loor, religioso da Congregação da Paixão. († 1916)
- Em Barruelo de Santullán, perto de Palência, na Espanha, o Beato Bernardo religioso da Congregação dos Irmãos Maristas e mártir. († 1934)
Fonte:
- Chartreux.org
- Livro “Santos de cada dia” – José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003]
- Martirológio Romano
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
Santa Maria Faustina Kowalska, apóstola da Divina Misericórdia
Origens
A mística da Misericórdia nasceu no dia 25 de agosto de 1905, em Glogowiec, na Polônia Central. Faustina foi a terceira dos dez filhos do casal Stanislaus e Marianna Kowalska, que os educaram com grande disciplina espiritual. Muito pobres, só foi possível à Faustina que completasse três anos de estudos. Ela e suas irmãs tinham apenas um bom vestido que tinham de revezar para ir às missas. Todas as irmãs iam à missa, mas cada uma assistia a uma missa diferente. Ela também trabalhou de doméstica por um tempo, antes de entrar no convento.
Juventude
Com 18 anos, a jovem Faustina disse à sua mãe que desejava ser religiosa, mas os pais não permitiram. Aos 19 anos, estava dançando em um baile, quando viu Jesus coberto de chagas parado junto a si, então, Ele lhe disse: “Até quando hei de ter paciência contigo? Até quando tu me enganarás?”. Faustina disfarçou o acontecido para que sua irmã não percebesse. Quando pôde, abandonou discretamente o baile e dirigiu-se até a Catedral de São Estanislau Kostka. Na Igreja, ela pediu ao Senhor, em oração profunda, que lhe mostrasse o caminho a ser seguido, logo escutou uma voz que lhe dizia: “Vá imediatamente a Varsóvia, lá entrarás em um convento”.
Ousadia de Santa Faustina para o encontro de Jesus
No outro dia, apenas com a roupa do corpo, decidiu sair de sua casa mesmo sem a permissão dos pais. Ela vagou de convento em convento sendo rejeitada por causa de sua baixa escolaridade e pobreza. Depois de várias semanas de busca, a Madre Superiora do convento das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia decidiu lhe dar uma chance com a condição de que pagasse pelo ingresso, o que a levou a trabalhar como doméstica por um ano, período em que fazia depósitos na conta do convento até que completasse o montante exigido.
Entrada no Convento
Em 30 de abril de 1926, aos 20 anos, ingressou no convento adotando o nome de Maria Faustina do Santíssimo Sacramento. O nome Faustina significa abençoada, afortunada e pode ser uma referência ao mártir cristão Faustinus. Segundo conta em seus diários, poucas semanas depois de seu ingresso no convento, teve a tentação de abandoná-lo.
Da quase saída do convento ao abandono em Deus
Chegou a procurar a Madre Superiora, porém, não encontrou-a, retirando-se então para seu dormitório. Lá teve uma visão de Jesus, com seu rosto desfigurado por conta das chagas. Ela questionou-o: “Jesus, quem te feriu tanto?”. Jesus respondeu: “Esta é a dor que me causarias se tivesses abandonado este convento. É para cá que eu te trouxe e não para outro; e tenho preparadas para ti muitas bênçãos”. Ela compreendeu que o plano de Deus para ela era que ficasse ali. O tempo que lhe sobrava dos trabalhos e obrigações passava-se em adoração ao Senhor culto no tabernáculo; d’Ele recebeu luzes especialíssimas sobre o mistério da Santíssima Trindade e as demais verdades da Fé, de forma que costumava dizer: “Ele é meu Mestre”.
Trabalhos no Convento
Neste convento, trabalhou na cozinha e como cuidadora de outras irmãs. Em abril de 1928, fez votos como freira, seus pais estiveram presentes na cerimônia. Um ano mais tarde, Faustina foi enviada a um convento de Vilnius, Lituânia, onde também trabalhou como cozinheira, ficou por pouco tempo, mas retornou ao local mais tarde, ocasião em que encontrou com Michał Sopoćko, que apoiou sua missão. Um ano depois de seu retorno de Vilnius, em maio de 1930, ela foi transferida para um convento em Płock, na Polônia, onde ficou por cerca de 5 anos.
A Primeira Revelação de Jesus
Em 22 de fevereiro de 1931, Irmã Faustina relatou, em seus diários (diário I, sessões 47, 48 e 49), ter tido a primeira revelação de Jesus enquanto Rei da Divina Misericórdia em seu quarto. Segundo ela, Jesus apareceu vestido de branco e de seu coração emanava feixes de luz vermelho e branco.
O pedido de Jesus para Santa Faustina
Entre outras coisas, Jesus pediu-lhe que pintasse uma imagem sua, fiel à imagem que se mostrava a ela. A imagem deveria conter a inscrição: “Jesus, eu confio em vós”. Jesus manifestou a vontade de que esta imagem fosse venerada, primeiro, em sua capela, posteriormente, no mundo todo e solenemente no domingo que sucede ao domingo de Páscoa, Jesus ainda teria dito a ela que quem quer que venerasse tal imagem seria salvo. Por não saber pintar, Faustina solicitou ajuda das irmãs de seu convento, contudo, não recebeu nenhum auxílio.
O Livro de suas Visões
Em 1933, ela começou a ser dirigida pelo Padre Sopoćko, que, ao ouvir suas experiências místicas, procurou submetê-la a avaliações psiquiátricas. Depois que a Dra. Helena Maciejewska deu o parecer de sanidade, padre Sopoćko teve confiança e começou a aconselhá-la. Pediu que escrevesse um diário para registrar as mensagens que recebia e conversas que tinha com Jesus, livro que se tornou mundialmente famoso e um verdadeiro guia espiritual para as almas.
Imagem da Divina Misericórdia
Faustina contou ao padre sobre a imagem da Divina Misericórdia, em janeiro de 1934, ele a apresentou ao artista plástico Eugene Kazimierowski, que finalizou a obra em junho desse mesmo ano. Entretanto, a imagem que tornou-se famosa no mundo inteiro foi realizada pelo pintor Adolf Hyła, feita em agradecimento pela salvação de sua família da guerra.
Terço da Divina Misericórdia
Faustina escreveu (n. 476) a respeito de uma visão envolvendo o Terço da Divina Misericórdia, o propósito das orações do terço são: obter misericórdia, confiar na misericórdia de Cristo e mostrar misericórdia para com os outros.
Festa da Divina Misericórdia
Também relatou (n. 1044) que teve uma visão na qual a Festa da Divina Misericórdia seria celebrada na sua capela local e seria assistida por uma multidão de fiéis; e que a mesma cerimônia também teria lugar em Roma e seria conduzida pelo Papa. Em 1937, Faustina recebeu uma mensagem de Jesus com instruções sobre a Novena da Divina Misericórdia. Esse ano foi marcado pela divulgação das mensagens da Divina Misericórdia, foram impressos os primeiros cartões com a imagem da Divina Misericórdia, também foi publicado um panfleto intitulado Cristo, o Rei da Misericórdia, que incluía o terço, a novena e a litania da Divina Misericórdia.
Páscoa
Santa Faustina sofreu muito, e por muitos anos, com a tuberculose, os dez últimos anos de sua vida foram particularmente atrozes. No dia 5 de outubro de 1938, sussurrou à irmã enfermeira: “Hoje, o Senhor me receberá”. E assim aconteceu. Foi beatificada a 18 de abril de 1993, pelo Papa João Paulo II, Santa Faustina, a “Apóstola da Divina Misericórdia”; e foi canonizada pelo mesmo Sumo Pontífice no dia 30 de abril de 2000.
Minha oração
“Querida apóstola da misericórdia, educai-nos para que vivamos da melhor maneira esse conselho evangélico, nele encontremos a misericórdia divina e sejamos misericordiosos com nossos irmãos. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.”
Santa Maria Faustina Kowalska , rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 05 de outubro
- Em Tréveris, na Gália, Bélgica, em território da atual Alemanha, a comemoração dos santos mártires, que receberam a palma do martírio, segundo a tradição, durante a perseguição no tempo do imperador Diocleciano. († s. IV)
- Em Córico, na Cilícia, hoje Gorgos, na Turquia, Santa Caritina, mártir. († s. IV)
- Comemoração de Santa Mamlaca, virgem e mártir. († c. 343)
- Em Valence, no território da Gália Vienense, na hodierna França, Santo Apolinário, bispo, irmão de Santo Avito e homem cheio de fervor pela justiça e honestidade. († c. 520)
- Comemoração de São Plácido, monge, que desde a adolescência foi discípulo caríssimo de São Bento. († s. VI)
- Em Nevers, na Nêustria, hoje na França, São Jerónimo, bispo, que engrandeceu a sua Igreja com a sua munificência e solicitude pastoral. († 816)
- Em Paderborn, na Saxónia, território da actual Alemanha, São Meinulfo, diácono, que construiu e engrandeceu o mosteiro de Böddeken, onde estabeleceu uma comunidade de virgens consagradas. († c. 857)
- Em Leão, na Espanha, a comemoração de São Froilão, bispo, que, chamado da vida eremítica ao ministério episcopal, evangelizou as regiões da Espanha libertas do domínio dos Mouros. († 905)
- Em Zamora, na Espanha, a comemoração de Santo Atilano, bispo, procedente da vida monástica, que foi o principal companheiro de São Froilão.(† 1009)
- Em Florença, na Etrúria, hoje na Toscana, região da Itália, o Beato Pedro de Ímola, cavaleiro da Ordem de São João de Jerusalém. († 1320)
- Em Beaulieu, no território de Cahors, na França, a comemoração de Santa Flora, virgem da Ordem de São João de Jerusalém. († 1347)
- Em Córi, no Lácio, região da Itália, o Beato Santo, presbítero da Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho, a quem seguiam multidões quando pregava a palavra de Deus. († 1392)
- Em Nuremberga, na Baviera, região da Alemanha, o Beato Raimundo de Cápua, presbítero da Ordem dos Pregadores, que foi prudente conselheiro espiritual de Santa Catarina de Sena, da qual compôs uma memória biográfica. († 1399)
- Em Vigévano, na Lombardia, região da Itália, o Beato Mateus Carréri (João Francisco Carréri), presbítero da Ordem dos Pregadores. († 1470)
- Em Londres, na Inglaterra, os beatos mártires Guilherme Hartley e João Hewett, presbíteros, e Roberto Sutton. († 1588)
- Em Mindelstetten, povoação do território de Ratisbona, na Alemanha, Santa Ana Schaffer, virgem. († 1925)
- Em Pompeia, perto de Nápoles, na Itália, o Beato Bartolomeu Longo, advogado, que, fundou o Santuário do Rosário de Pompeia e também a Congregação das Irmãs do Santo Rosário, com a fervorosa ajuda da sua piedosa esposa. († 1926)
- Em Tepatitlan, localidade do México, São Tranquilino Ubiarco, presbítero e mártir. († 1928)
- Em Plonkowo, povoação também da Polónia, o Beato Mariano Skrzypczak, presbítero e mártir. († 1939)
- Em Rímini, nas Marcas, região da Itália, o Beato Alberto Marvelli. († 1946)
Fonte:
- Bergadano, Elena; Faustina Kowalska – A Mensageira da Divina Misericórdia. Lisboa: Paulinas Editora.
- Diário de Santa Faustina
- Faustina Kowalska, Santa; Diário – A Misericórdia Divina na minha alma. Curitiba: Apostolado da Divina Misericórdia.
- Laria, Raffaele; Santa Faustina e a Divina Misericórdia. Lisboa: Paulus Editora.
- Martirológio Romano
- Vatican.va
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
São Francisco de Assis, fundador dos Franciscanos
Origens
Filho de Pedro e Dona Pica Bernardone, Francisco nasceu entre 1181 e 1182, na cidade de Assis, Itália. Seu pai era um rico e próspero comerciante. Foi batizado em Santa Maria Maior com o nome de João (Giovanni). Mas quando Pietro Bernardone voltou de uma viagem à França, mudou de ideia e resolveu trocar o nome do filho para Francisco, prestando uma homenagem àquela terra.
Ambições
Segundo a maioria dos biógrafos de São Francisco de Assis, o caráter e as qualidades melhores lhe vieram da mãe. Como todo jovem ambicioso de sua época, Francisco desejava conquistar, além da fortuna, também a fama e o título de nobreza. Para tal, fazia-se necessário tornar-se herói em uma dessas frequentes batalhas. No ano de 1201, incentivado por seu pai, ele partiu para uma guerra que os senhores feudais haviam declarado contra a Comuna de Assis.
Entre 1202 e 1205, encontramos um Francisco inquieto. Não é apenas a consequência de uma doença longa e misteriosa. É a inquietude de quem está incerto quanto ao sentido de sua vida. Ele decide ser cavaleiro e vai em nome da honra defender a Igreja e seus interesses, convocados pelo Papa Inocêncio III.
O Encontro e a Renúncia dos Bens
Na cidade de Espoleto, sintomas de febre fizeram com que Francisco não pudesse partir. Ali pensou ter ouvido a voz do Senhor, com quem dialogou: “Francisco, o que é mais importante, servir ao Senhor ou servir ao servo? Servir ao Senhor, é claro. Respondeu o jovem. Então, por que te alistas nas fileiras do servo? Senhor, o que quereis que eu faça? Volta a Assis e ali te será dito, diz a Voz”.
Em busca de respostas, decidiu viajar para Roma, isso no ano de 1205. Visitou a tumba do Apóstolo São Pedro e exclamou: “É uma vergonha que os homens sejam tão miseráveis com o Príncipe dos Apóstolos!” E jogou um grande punhado de moedas de ouro, contrastando com as escassas esmolas de outros fiéis menos generosos. A seguir, trocou seus ricos trajes com os de um mendigo e fez sua primeira experiência de viver na pobreza. Voltou a Assis, à casa paterna, entregando-se ainda mais à oração e ao silêncio.
O Pedido de São Damião
Em 1206, passeando a cavalo pelas campinas de Assis, viu um leproso, repugnante à vista e ao olfato, lhe causando nojo. Mas, então, movido por Deus, colocou seu dinheiro naquelas mãos sangrentas e deu-lhe um beijo. Falando depois a respeito desse momento, ele diz: “O que antes me era amargo, mudou-se então em doçura da alma e do corpo. A partir desse momento, pude afastar-me do mundo e entregar-me a Deus”. Pouco depois, entrou para rezar e meditar na pequena capela de São Damião, semidestruída pelo abandono. Estava ajoelhado em oração aos pés de um crucifixo quando uma voz, saída do crucifixo, lhe falou: “Francisco, vai e reconstrói a minha Igreja que está em ruínas”.
Afastamento da Família e dos Amigos
Seu Pai se indignava cada vez mais e resolveu exigir que seu filho lhe devolvesse tudo quanto recebera dele, levou perante o bispo para que o julgasse. Francisco, ciente da sentença de Cristo: “Quem ama o seu pai ou a sua mãe mais que a Mim, não é digno de Mim” (Mt 19,29), sem vacilar um momento se despojou de tudo até ficar nu, jogou os trajes e o dinheiro aos pés de seu pai, e exclamou: “Até agora chamei de pai a Pedro Bernardone. Doravante não terei outro pai, senão o Pai Celeste”. O Bispo, então, o acolheu. Daquele momento em diante, cantando “Sou o arauto do Grande Rei, Jesus Cristo”, afastou-se de sua família e de seus amigos e entregou-se ao serviço dos leprosos e à reconstrução das capelas da cidade.
Viver puramente o Evangelho
Quando estava quase encerrando a reconstrução da capelinha de Santa Maria dos Anjos, perguntava-se o que faria, o que Deus queria dele. Então, certo dia, Francisco escutou, durante a missa, a leitura do Evangelho: “sem túnicas, sem bastão, sem sandálias, sem provisões, sem dinheiro no bolso …” (Lc 9,3). Tais palavras encontraram eco em seu coração e foram para ele como intensa luz. E exclamou, cheio de alegria: “É isso precisamente o que eu quero! É isso que desejo de todo o coração!” E sem demora, começou a viver, como o faria em toda a sua vida, a pura letra do Evangelho. Repetia sempre para si e, mais tarde, também para seus companheiros: “Nossa regra de vida é viver o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo”!
Não queria seguidores, somente viver sua vida austera e evangelizar
A partir de então, Francisco saiu a pregar percorrendo as vizinhanças e levando o Evangelho. Não tinha intenção nenhuma de adquirir seguidores, somente viver sua vida austera e evangelizar. Porém, logo Bernardo de Quintaval se juntou a ele e pelo caminho juntou-se aos dois Pedro de Catânia.
Por três vezes abriram o livro do Evangelho, e as três respostas que encontraram foram as seguintes: “Se queres ser perfeito, vende o que tens e dá-o aos pobres. Depois vem e segue-me” (Mt 19,21). “Não leveis nada pelo caminho, nem bastão, nem alforge, nem uma segunda túnica…” (Lc 9,3). “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz cada dia e siga-me” (Mt 16,24). “Isto é o que devemos fazer, e é o que farão todos quantos quiserem vir conosco” – exclamou Francisco, que subitamente viu brilhar uma luz sobre o caminho que ele e seus companheiros deveriam seguir.
Fundação da Fraternidade dos Irmãos Menores
Finalmente, encontrou o que por tanto tempo havia procurado! Isto aconteceu a 24 de fevereiro de 1208, dando início à fundação da Fraternidade dos Irmãos Menores.
Em 1209, Francisco e seus companheiros foram até o Papa Inocêncio III para pedir a aprovação de seu carisma. Ele ficou maravilhado com o propósito de vida daquele grupo e, especialmente, com a figura de São Francisco de Assis, a clareza de sua opção e a firmeza que demonstrava. Reconheceu nele o homem que há pouco vira em sonho, segurando as colunas da Igreja de Latrão, que ameaçava ruir.
O Reconhecimento do Próprio Deus na sua Obra
O Papa reconheceu que era o próprio Deus quem inspirava São Francisco de Assis a viver radicalmente o Evangelho, trazendo vida nova a toda a Igreja. Por isso, deu a seu modo de viver o Evangelho a aprovação oficial. Autorizou Francisco e seus seguidores a pregarem o Evangelho nas igrejas e fora delas.
Inspiração de Clara
Francisco inspirou Clara para a santidade, dela surgiram as clarissas. Tomás de Celano diz: “Então, se submeteu toda ao conselho de Francisco, tomando-o como condutor de seu caminho, depois de Deus. Por isso, sua alma ficou pendente de suas santas exortações, e a acolhia num coração caloroso tudo que ele lhe ensinava sobre o bom Jesus. Já tinha dificuldade para suportar a elegância dos enfeites mundanos, e desprezava como lixo tudo que aplaudem lá fora, para poder ganhar a Cristo”.
Páscoa
Todos os anos, de 15 de agosto a 29 de setembro, São Francisco de Assis tinha o costume de preparar-se com uma quaresma de oração e jejum para a festa de São Miguel Arcanjo. No ano de 1224, ele teve a visão do Serafim alado e recebe os estigmas. Seu estado de saúde piora muito a partir daí. Era final de agosto, em 1226, pede para ser levado à Porciúncula. No dia 3 de outubro, à tarde, São Francisco de Assis morreu cantando “mortem suscepit”. No domingo seguinte, foi sepultado na igreja de São Jorge, na cidade de Assis.
Via de Santificação
No dia 16 de julho de 1228, São Francisco de Assis foi canonizado pelo Papa Gregório IX. Tornou-se o padroeiro dos animais, pela sua admiração e relação estreita com a natureza. Também foi elevado a padroeiro principal da Itália, em 1939 por Pio XII.
Oração de São Francisco de Assis:
“Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa Paz. Onde houver Ódio, que eu leve o Amor. Onde houver Ofensa, que eu leve o Perdão. Onde houver Discórdia, que eu leve a União. Onde houver Dúvida, que eu leve a Fé. Onde houver Erro, que eu leve a Verdade. Onde houver Desespero, que eu leve a Esperança. Onde houver Tristeza, que eu leve a Alegria. Onde houver Trevas, que eu leve a Luz! Ó Mestre, fazei que eu procure mais: consolar, que ser consolado; compreender, que ser compreendido; amar, que ser amado. Pois é dando, que se recebe. Perdoando, que se é perdoado e é morrendo, que se vive para a vida eterna! Amém.”
Minha oração
“Ó grande reformador da Igreja, pai de uma multidão de santos e religiosos, concedei a nós imitar as suas virtudes de caridade, pobreza e castidade, assim como nos espelhar na tua espiritualidade que formou tantas almas. Que o Amor encarnado seja amado! Amém.”
São Francisco de Assis, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 04 de outubro
- Em Bolonha, hoje na Emília-Romanha, na região da Itália, São Petrônio, bispo. († c. 450)
- No território da Gália Turonense, na hodierna França, São Quintino, mártir. († s. VI)
- Em Paris, na Gália, hoje na França, Santa Áurea, abadessa, designada por Santo Elígio para presidir ao mosteiro que ele tinha fundado dentro da cidade segundo a regra de São Columbano. († 856)
- Em New Orleans, na Luisiana, nos Estados Unidos da América do Norte, o Beato Francisco Xavier Seelos, presbítero da Congregação do Santíssimo Redentor. († 1867)
- Em Xaraco, povoação da província de Valência, na Espanha, o Beato Henrique Morant Pellicer, presbítero e mártir. († 1936)
- Perto de Gandia, na mesma província de Valência, o Beato José Canet Giner, presbítero e mártir. († 1936)
- Em Bellrreguart, também na província de Valência, o Beato Alfredo Pellicer Muñoz (Jaime), religioso da Ordem dos Frades Menores e mártir.
Fonte:
- Franciscanos.org.br
- Livro “Um santo para cada dia” – Mário Sgarbossa – Luigi Giovannini [Paulus, Roma, 1978]
- Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” – Prof. Felipe Aquino [Cléofas 2007]
- Martirológio Romano
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
Protomártires do Brasil, 30 mártires que deram suas vidas
O catálogo dos mártires da Igreja inclui, além dos que sofreram perseguições do mundo pagão, também outros que deram a vida para se manterem fiéis ao catolicismo e ao Romano Pontífice, vítimas de cristãos contra outros cristãos, divididos por interpretações doutrinárias. Este é o contexto das guerras religiosas, que ensanguentaram a Europa e os países por ela colonizados entre os séculos XVI e XVII. A história do martírio do Padre André de Soveral e do Padre Ambrósio Francisco Ferro, do leigo Mateus Moreira e dos seus XXVII Companheiros, beatificados pelo Santo Padre João Paulo II a 5 de Março de 2000, deve ser vista também neste horizonte.
A evangelização no Rio Grande do Norte, estado do Nordeste do Brasil, teve início em 1597 com a catequese dos índios e com a formação das primeiras comunidades cristãs por missionários jesuítas e padres diocesanos, vindos do Reino Católico de Portugal. Nas décadas seguintes aconteceram desembarques de franceses e holandeses naquelas terras, com a intenção de expulsar os portugueses dos lugares colonizados. Em 1630 os holandeses conseguiram seu intento, estabelecendo-se na região Nordeste do Brasil. Eles, de confissão calvinista e acompanhados de seus pastores, determinaram um forte conflito na até então pacífica área, devido à restrição da liberdade de culto aos católicos, que eram perseguidos a partir daquele momento. Neste contexto ocorreu o martírio dos Beatos considerados na presente Causa,
A primeira ocorreu em 16 de julho de 1645 em Cunhaú, na capela de Nossa Senhora da Purificação ou das Velas, oficiada pelo Padre André de Soveral;
A segunda ocorreu no dia 3 de outubro do mesmo ano em Uruaçu, na paróquia Nossa Senhora da Apresentação, sob a direção do padre Ambrósio Francisco Ferro.
O padre André de Soveral, pároco de Cunhaú, nasceu por volta de 1572 em São Vicente, na ilha de Santos; aos 21 anos ingressou na Companhia de Jesus e, ao término dos estudos, foi enviado para Olinda, em Pernambuco, centro missionário de catequese dos índios de toda a vasta região. A partir de 1607, depois de deixar os jesuítas, o encontramos como membro do clero diocesano e pároco de Cunhaú: na época do martírio tinha 73 anos. No domingo, 16 de julho de 1645, enquanto celebrava missa na capela local, Jacó Rabe apareceu, anunciando importantes comunicações das autoridades governamentais. Logo após a consagração, um grupo de soldados holandeses, com índios das tribos Tapuias e Potiguari a reboque, todos armados, invadiu o local sagrado, trancou suas portas e atacou ferozmente os fiéis indefesos. Padre André de Soveral, forçado a interromper a celebração, conseguiu cantar as orações dos moribundos com os fiéis. Todos foram massacrados à espada, exceto cinco fiéis portugueses que foram feitos reféns. Os assassinos saquearam os cadáveres de roupas e objetos, depois fizeram estragos. Os católicos mortos em Cunhaú eram ao todo mais de sessenta, mas só se sabe o nome do pároco e do leigo Domingo Carvalho.
O segundo momento do martírio ocorreu cerca de três meses depois, em 3 de outubro de 1645, em Uruaçu.
Tomados pelo terror do que aconteceu em Cunhaú, os católicos de Natal tentaram encontrar segurança em abrigos improvisados, mas em vão. Presos, juntamente com seu pároco, padre Ambrósio Francisco Ferro, foram transferidos para perto de Uruaçu, onde soldados holandeses e cerca de 200 índios os esperavam sob o comando do cacique Antonio Paraopaba, que, convertido ao protestantismo calvinista, havia uma verdadeira aversão aos católicos. Os fiéis e seu pároco foram horrivelmente torturados e deixados para morrer em mutilações desumanas, que até mesmo o cronista da época teve horror de descrever em detalhes.
Dos numerosos fiéis assassinados por sua fé em 16 de julho e 3 de outubro de 1645, e para os quais uma sólida reputação de martírio se manifestou imediatamente, apenas 30 puderam ser identificados com certeza. é, portanto, o seguinte:
Os dois Mártires de Cunhaú:
1. Padre André de Soveral, pároco diocesano
2. Domingo Carvalho
Os vinte e oito Mártires de Uruaçu:
1. Padre Ambrósio Francisco Ferro, pároco diocesano
2. Antônio Vilela, o Jovem
3. José do Porto See More
4. Francisco de Bastos See More
5. Diego Pereira See More
6. João Lostao Navarro
7. Antônio Vilela Cid See More
8. Estêvão Machado de Miranda
9. Vicente de Souza Pereira
10. Francisco Mendes Pereira See More
11. João da Silveira
12. Simão Correia
13. Antonio Baracho
14. Mateus Moreira See More
15. João Martins See More
16. Manuel Rodrigues Moura See More
17. Esposa de Manuel Rodrigues Moura
18-24. sete jovens companheiros de João Martins
25. filha de Antônio Vilela, o caçula
26. filha de Francisco Dias, o menor
27-28. duas filhas de Estêvão Machado de Miranda.
“PROCESSO” DA CAUSA
O relato mais antigo dos dolorosos acontecimentos foi escrito vinte dias após o massacre de Uruaçu, no Breve, Verdadeiro e Autêntico Relato das Últimas Tiranias e Crueldades que os Holandeses usaram contra os Habitantes do Rio Grande , de Lopo Curado Garro.
Através de uma tradição ininterrupta, a memória do martírio chegou aos nossos dias.
No entanto, foi apenas no início do século XX que a compreensão da motivação religiosa em torno dos Mártires do Rio Grande do Norte se intensificou e começaram a ser feitas considerações concretas sobre a possibilidade de iniciar o processo de beatificação. Surgiram, portanto, publicações novas e credenciadas de caráter histórico, organizaram-se peregrinações aos lugares do martírio, celebraram-se congressos para comemorar os 300 anos do martírio.
a) Em vista da Beatificação
O Processo propriamente dito foi iniciado em 1989 pelo terceiro Arcebispo de Natal, Monsenhor Alair Vilar Fernadens de Melo. O nihil obstat para a Causa foi concedido pela Santa Sé em 16 de junho de 1989. Enquanto isso, em 13 de outubro de 1991, o Santo Padre João Paulo II, durante a homilia da Missa de encerramento do XII Congresso Eucarístico Nacional em Natal, com sua referência a o testemunho do martírio do leigo Mateus Moreira, deu mais impulso à Causa. O inquérito diocesano ocorreu no mês de maio de 1994 na Cúria metropolitana de Natal. Em 25 de novembro do mesmo ano, a Congregação para as Causas dos Santos reconheceu sua validade jurídica com um Decreto. A posição super mártirela foi submetida com resultado favorável ao julgamento dos Consultores Históricos em 28 de outubro de 1997. Posteriormente, em 23 de junho de 1998, os Consultores Teológicos expressaram sua opinião positiva sobre o alegado martírio. Os Cardeais e os Bispos, na Sessão Ordinária de 10 de novembro de 1998, reconheceram que os Servos de Deus foram mortos in odium fidei . Em 21 de dezembro de 1998, São João Paulo II promulgou o decreto sobre o martírio dos 30 Servos de Deus, por ele beatificados na Praça de São Pedro durante o Grande Jubileu de 2000, domingo, 5 de março.
b) Em vista da Canonização
Recentemente, seguindo o interesse popular e as novas iniciativas autorizadas de toda a Conferência Episcopal Brasileira para a esperada canonização dos Beatos Mártires do Rio Grande do Norte, a Postulação Geral da Ordem dos Frades Menores recebeu dos Atores a tarefa, com autorização prévia da Congregação para as Causas dos Santos, elaborar uma Positio especial para reunir as provas que fundamentam o pedido de canonização formal, com dispensa do estudo de um milagre específico.
As fontes recolhidas após a beatificação atestam o crescente aumento da devoção aos Bem-aventurados Mártires, mesmo fora dos limites da Arquidiocese de Natal, a extensão do culto, a contínua fama signorum, a indiscutível atualidade pastoral do testemunho dos 30 mártires , dos quais 28 são leigos, alguns dos quais formam famílias.
A esperada canonização dos Protomártires do Brasil visa colocar no castiçal da santidade o supremo testemunho de martírio de toda uma comunidade evangelizada, para que seja modelo, guia e conforto para as novas gerações de cristãos, chamados a enfrentar a secularização generalizada e as novas heresias do mundo contemporâneo.
Os Eminentes Cardeais e Bispos da Congregação para as Causas dos Santos, reunidos em Sessão Ordinária, no dia 14 de março de 2017, tendo examinado a Positio super Canonizatione, fizeram votos para que o Santo Padre procedesse, se assim o considerasse oportuno, à desejada canonização. Esta opinião foi aceita por Sua Santidade o Papa Francisco.
Protomártires do Brasil, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 03 de outubro
Comemoração de São Dionísio Areopagita, que se converteu a Cristo quando o Apóstolo São Paulo falou no Areópago e foi constituído primeiro bispo de Atenas.
Em Roma, no cemitério de Ponciano, junto à Via Portuense, Santa Cândida, mártir. († data inc.)
Em Alexandria, no Egipto, a comemoração dos santos Fausto, Caio, Pedro, Paulo, Eusébio, Queremão, Lúcio e outros dois, que, no tempo do imperador Décio e do imperador Valeriano, por ordem do prefeito Emiliano, sofreram muito, juntamente com o bispo Dionísio, como confessores da fé; a eles se associa Fausto, que sofreu o martírio no tempo do imperador Diocleciano. († s. III/IV)
Em Mayuma, na Palestina, a comemoração de Santo Hesíquio, monge, que foi discípulo de Santo Hilarião e seu companheiro de peregrinação. († s. IV)
Comemoração de São Maximiano, bispo de Bagai, na Numídia, na actual Argélia, que, repetidamente torturado pelos hereges, foi depois precipitado do alto de uma torre e abandonado como morto; mas, recolhido por uns transeuntes, recuperou a saúde e não desistiu de lutar pela fé católica. († c. 410)
Em Toulon, na Provença, região da Gália, agora na França, São Cipriano, bispo, discípulo de São Cesário de Arles, que defendeu em vários sínodos a verdadeira fé sobre a graça, ensinando que ninguém pode por si só alcançar as realidades divinas, se antes não é chamado pela graça de Deus. († d. 543)
Na Saxónia, território da actual Alemanha, os santos mártires de nome Evaldo, um chamado Negro e o outro Branco, ambos presbíteros naturais da Inglaterra, que, seguindo o exemplo de São Vilibrordo e seus companheiros, partiram para evangelizar os Saxões; e tendo começado a anunciar-lhes Cristo, foram presos pelos pagãos e padeceram o martírio. († 695)
No mosteiro de Metten, na Baviera, atualmente na Alemanha, o Beato Utão, fundador e primeiro abade. († 802)
No território de Namur, na Lotaríngia, na actual Bélgica, São Gerardo, primeiro abade do mosteiro de Brogne, por ele mesmo fundado, que se empenhou pela renovação da disciplina monástica na Flandres e na Lotaríngia e reconduziu muitos cenóbios à originária observância da regra. († 959)
Em Chur, no território dos Helvécios, hoje na Suíça, o Beato Adalgoto, bispo, discípulo de São Bernardo em Claraval, que foi admirável exemplo de observância monástica. († 1160)
Em Madrid, na Espanha, o Beato Crescêncio Garcia Pobo, presbítero da Congregação dos Terciários Capuchinhos de Nossa Senhora das Dores e mártir, que, durante a perseguição contra a fé, derramou o seu sangue por Cristo. († 1936)
Em Barcelona, também na Espanha, o Beato Eufrosino Maria (José Luís Raga Nadal), religioso da Ordem dos Carmelitas e mártir, que foi assassinado na mesma perseguição contra a Igreja. († 1936)
Fonte:
- Dicastério para as Causas dos Santos (causesanti.va)
- Martirológio Romano
– Pesquisa e redação: Leonardo Girotto
Santos Anjos da Guarda, companheiros na caminhada
Origens
A existência dos Anjos é um dogma de fé, definida várias vezes e em muitas ocasiões pela Igreja, desde o Concílio de Nicéia ao Vaticano I. Tudo o que lhes diz respeito faz parte de um estudo próprio, denominado “angelologia”. O Magistério eclesial afirma: os anjos são seres totalmente espirituais, sem corpo, imortais e imutáveis, que se tornam visíveis apenas para manifestar a sua ação.
História litúrgica
A memória litúrgica dos Santos Anjos é celebrada em 2 de outubro, desde 1670, por desejo do Papa Clemente X. A Igreja ortodoxa prefere celebrar em 11 de janeiro. Antigamente, a sua festa era celebrada em 29 de setembro, junto com a dos três Santos arcanjos: Miguel, Gabriel e Rafael. Porém, sua data foi diferenciada, tornando-se, de modo particular, memória própria dos Anjos da Guarda: primeiro, na Espanha, no século XV; depois, se difundiu em Portugal, Áustria e, por fim, em toda a Europa.
A devoção aos Anjos da Guarda é mais antiga do que aos santos
Na verdade, a devoção aos Anjos é mais antiga que aos santos, de modo especial na Idade Média. Isso, graças aos monges eremitas, que viviam uma vida de recolhimento, silêncio e oração, em companhia só dos seus Anjos da Guarda. Finalmente, em 2005, o Parlamento italiano, inspirando-se na figura dos Anjos da Guarda, introduziu, na mesma data de 2 de outubro, a celebração civil da Festa dos Avós, verdadeiros Anjos da Guarda de suas famílias.
Quem são os anjos?
O termo “anjo” indica uma criatura celeste bem próxima de Deus. Seu nome é citado 175 vezes no Novo Testamento e pelo menos 300 no Antigo, em que vem especificada a função desta milícia sobrenatural, dividida em nove hierarquias: Querubins, Serafins, Tronos, Dominações, Poderes, Virtudes Celeste, Principados, Arcanjos, Anjos. Estes espíritos puros, dotados de inteligência e vontade, são chamados, muitas vezes, mensageiros ou intérpretes das ordens divinas; eles se manifestam, sobretudo, em momentos cruciais da história da salvação. Com efeito, o IV Concílio de Latrão definiu, como verdade de fé, o fato de que, se alguns anjos abusarem da sua liberdade, poderão cair no pecado: foi o que aconteceu com Lúcifer, o mais bonito de todos, que, ao pecar, por orgulho, contra Deus, caiu nas profundezas do inferno.
A função do Anjo da Guarda
As funções, atribuídas aos anjos pela Sagrada Escritura, são as de acompanhar o homem no caminho do bem e oferecer ao Senhor. Além das nossas orações e sacrifícios. De fato, no Batismo, todo cristão recebe, como dom de Deus, o próprio Anjo da Guarda, uma presença invisível, mas real. O anjo o acompanha e guia ao longo de toda a sua existência: é um companheiro de viagem. Ao longo dos séculos, apesar de invisíveis, os anjos foram representados de várias maneiras: adoradores, músicos, túmulos, igrejas, esculturas, pinturas…
Minha oração
“Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, se a ti me confiou a piedade divina, sempre me rege, me guarde, me governe, me ilumine. Amém!”
Santo Anjo do Senhor, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 02 de outubro
- Em Nicomédia, na Bitínia, hoje, Izmit, na Turquia, Santo Eleutério, mártir. († s. III/IV)
- Em Numância, na Hispânia Cartaginense, São Satúrio, eremita. († 606)
- Em Sain-Leger, no território de Arras, na Nêustria, atualmente na França, a paixão de São Leodegário, bispo de Autun. Com ele venera-se a memória de seu irmão São Gerino, mártir. († 679-680 e 677)
- Em Andage, na floresta das Ardenas, na Austrásia, hoje Saint-Hubert, na Bélgica, São Beregiso, abade, que fundou neste lugar um mosteiro de Cónegos Regrantes, ao qual presidiu com diligência. († d. 725)
- Na Récia, em território da atual Suíça, Santo Ursicino, bispo de Chur e primeiro abade do mosteiro de Disentis por ele fundado. († s. VIII)
- Em Constantinopla, hoje Istambul, na Turquia, a comemoração de São Teófilo, monge, que, por defender o culto das sagradas imagens, foi cruelmente torturado e exilado por Leão o Isáurico. († c. 795)
- Em Nagasáki, no Japão, os beatos Luís Yakichi e Lúcia, esposos, e seus filhos André e Francisco, mártires. († 1622)
- Num barco-prisão ancorado ao largo de Rochefort, na França, o Beato Jorge Edmundo René, presbítero e mártir, que, sendo cónego de Vézelay, durante a Revolução Francesa, foi condenado ao cativeiro na sórdida galera por ser sacerdote e aí morreu coberto de chagas infectadas. († 1794)
- Em Castres, na França, Santa Joana Emília Villeneuve, que fundou a Congregação de Nossa Senhora da Imaculada de Castres, destinada à formação humana e cristã dos mais desfavorecidos. († 1854)
- Em Lião, na França, o Beato António Chevrier, presbítero, que fundou a Obra da Providência do Prado. († 1879)
- Em Fianarantsoa, cidade de Madagáscar, o Beato João Beyzym, presbítero da Companhia de Jesus. († 1912)
- Próximo de Castellón, no litoral da Espanha, os beatos Francisco Carceller Galindo, da Ordem dos Cónegos Regrantes das Escolas Pias, e Isidoro Bover Oliver, da Irmandade de Sacerdotes Operários Diocesanos, presbíteros e mártires. († 1936)
- Em Sax, localidade próxima de Alicante, também na Espanha, os beatos Elias e João Baptista Carbonell Mollá, presbíteros e mártires. († 1936)
- Em Silla, povoação próxima de Valência, também na Espanha, a Beata Maria Guadalupe (Maria Francisca Ricart Olmos), religiosa da Ordem dos Servos de Maria e mártir. († 1936)
- Em Madrid, cidade da Espanha, os beatos mártires Henrique Sáiz Aparício, presbítero, e Pedro Artolozaga Mellique, religioso, ambos da Sociedade Salesiana. († 1936)
- Em Jaén, também na Espanha, Bartolomeu Blanco Márquez, religioso da Sociedade Salesiana e mártir. († 1936)
- Em Stanislawow, cidade da Polónia, a Beata Antonina Kratochwil, virgem da Congregação das Irmãs das Escolas de Nossa Senhora e mártir. († 1942)
- Em Aiud, cidade do distrito de Alba, na Roménia, o Beato Szilard Bogdanffy, bispo de Oradea Mare e mártir. († 1953)
Fonte:
- Liturgia das Horas
- Martirológio Romano
- Santiebeati.it
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– Pesquisa e redação: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
– Produção e edição: Melody de Paulo
Santa Teresinha do Menino Jesus, doutora da infância espiritual
Origens
Santa Teresinha do Menino Jesus nasceu em Alençon (França), no dia 02 de janeiro de 1873. Morreu no dia 30 de setembro de 1897, com apenas 24 anos e 271 dias. Nascida em uma família de ótimas condições financeiras e temente a Deus, seus pais (Luís e Zélia) tiveram oito filhos antes da caçula, Teresa; quatro morreram com pouca idade, restando em vida as quatro irmãs da santa, que também se tornaram freiras (Maria, Paulina, Leônia e Celina).
Amadurecimento na dor
À primeira vista, parece que Teresinha foi santa desde a sua infância, porém, sua história revela um caminho de amadurecimento à custa de muitos sofrimentos, como por exemplo, a perda de sua mãe quando tinha 4 anos e 8 meses por conta do câncer; a ida de suas irmãs para o Carmelo; separar-se de seu pai e vê-lo sofrer de problemas psiquiátricos; por fim, a tuberculose e outros problemas de enfermidade nos seus últimos anos de vida. Tudo isso levou essa mulher a oferecer-se em holocausto à Misericórdia Divina, dia após dia de sua vida, com muita simplicidade e pequenez.
“Não quero ser santa pela metade, escolho tudo.”
Nossa Senhora do sorriso
Depois da morte de sua mãe, a menina desenvolveu uma grande sensibilidade. Ela se achava sempre entristecida e abatida, chorava muito. Porém, aos 10 anos, ela fez uma experiência com Nossa Senhora que ficou em sua vida: “No dia 13 de maio de 1883, festa de Pentecostes, do meu leito, virei meu olhar para a imagem de Maria e, de repente, a imagem pareceu-me bonita, tão bonita que nunca tinha visto nada semelhante. Seu rosto exalava uma bondade e ternura inefáveis, mas o que calou fundo em minha alma foi o sorriso encantador da Santíssima Virgem. Todas as minhas penas se foram naquele momento, e lágrimas escorreram de meus olhos, de pura alegria. Pensei, a Santíssima Virgem sorriu para mim, foi por causa das orações que eu tive a graça do sorriso da Rainha do Céu” (História de uma alma).
Do Menino Jesus…
Santa Teresinha do Menino Jesus também fez uma profunda experiência com o Natal, tendo o Menino Jesus como doador de uma “total conversão”, aos seus 13 anos de idade, no ano de 1883. Depois disso, sua vida foi transformada e ela começou a dar grandes passos na vida espiritual. Esse fato foi tão importante, a ponto de levá-la a assumir o nome de Teresinha do Menino Jesus.
Entrada no Mosteiro das Carmelitas
Com a autorização do Papa Leão XIII, Santa Teresinha do Menino Jesus pôde entrar no Mosteiro das Carmelitas, em Lisieux, com apenas 15 anos de idade. Ao entrar no Carmelo, dedicou-se a rezar pela conversão das almas e pelos sacerdotes. Porém, trazia em seu coração o grande desejo de ser missionária, queria anunciar o evangelho aos cinco continentes do mundo. Até que descobriu no amor um caminho de perfeição: “no coração da Igreja, serei o amor. Assim, serei tudo, e nada impossibilitará meu sonho de tornar-se realidade” (História de uma alma). Logo após a sua morte, seria colocada como padroeira universal das missões católicas pelo Papa Pio XI.
A infância espiritual
Através do amor, desenvolveu a infância espiritual ou pequena via. Essa consiste na extrema confiança em um Deus que é Pai, o que foi consequência do seu relacionamento com seu pai Luís. Ele levou sua filha a olhar a Deus como um pai bondoso, amoroso e misericordioso. Por isso, Santa Teresinha do Menino Jesus pôde confiar e se lançar sem reservas nos braços d’Aquele que a leva como um elevador através de sua graça. Esse relacionamento filial gerou um transbordar de caridade, generosidade e gratuidade por parte da santa que desembocou na vivência com suas irmãs religiosas.
Santa Teresinha do Menino Jesus: extrema humildade
Em sua extrema humildade, acreditava que o caminho era ser como criança diante de Deus, assim buscava sempre rebaixar-se na vida fraterna e amar sem reservas. Tudo isso levou-a a renovar a espiritualidade carmelita de João da Cruz (Doutor do “tudo ou nada”), vendo nessa caridade gratuita o caminho perfeito. “No crepúsculo desta vida, aparecerei diante de vós (Deus) com as mãos vazias” (História de uma alma), ou seja, nem apresentar méritos ou obras, simplesmente confiando no amor gratuito de Deus, que é Pai e nos salva (Cf. 1 Jo 4, 17). Essa experiência fez com que o Papa João Paulo II a proclamasse doutora da Igreja no dia 19 de outubro de 1997.
Páscoa
Em seu leito de morte, com apenas 24 anos, Santa Teresinha do Menino Jesus, disse suas últimas palavras: “Oh!…amo-O. Deus meu,…amo-Vos!”. Após a sua morte, aconteceu a publicação de seus escritos que se tornaram mundialmente reconhecidos. Assim realizou a sua promessa de espalhar uma chuva de rosas, de milagres e de graças de todo o gênero. Sua beatificação aconteceu em 1923; e foi canonizada por Pio XI em 1925, que a chamava de “uma palavra de Deus”.
Oração:
“Meu Deus, ofereço-vos todas as ações que farei hoje, nas intenções e para a glória do Sagrado Coração de Jesus. Quero santificar as batidas do meu coração, meus pensamentos e obras mais simples, unindo-os aos seus méritos infinitos, e reparar minhas faltas, lançando-as na Fornalha de seu Amor Misericordioso. Oh, meu Deus! Peço-vos para mim e para aqueles que me são caros a graça de cumprir perfeitamente vossa santa vontade, de aceitar por vosso amor as alegrias e as penas desta vida passageira, para que estejamos um dia reunidos no Céu, por toda a eternidade. Assim seja.” (Obras completas de Santa Teresinha do Menino Jesus e da Santa Face, Oração 10).
Minha oração
“ Ó querida santinha da simplicidade e da infância, ensinai-nos a amar Jesus em nosso cotidiano, naquilo que é mais simples e ordinário. Ajudai-nos, também, a viver a vida com toda a gratuidade que é própria do amor. Pela tua intercessão, seremos o amor na Igreja. Amém!”
Santa Teresinha, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 01 de outubro
- Em Lisboa, cidade da Lusitânia, actualmente em Portugal, os santos Veríssimo, Máxima e Júlia, mártires. († s. III/IV)
- Em Séclin, na Gália Bélgica, atualmente na França, São Piatão, presbítero, que é venerado como evangelizador do território de Tournai e mártir. († s. III/IV)
- Em Constantinopla, hoje Istambul, na Turquia, São Romano, diácono, que foi denominado o Melodioso pela sua arte sublime em compor hinos eclesiásticos em honra do Senhor e dos Santos. († 555/565)
- Em Tréveris, na Renânia da Austrásia, no território da actual Alemanha, São Nicécio, bispo, que, segundo o testemunho de São Gregório de Tours, era veemente na pregação, terrível na repreensão, consistente no ensino. Sofreu o exílio no tempo de Clotário, rei dos Francos. († 561)
- Em Gand, na Flandres, região da Nêustria, hoje na Bélgica, São Bavão, monge, que foi discípulo de Santo Amando: deixando a vida secular, distribuiu os seus bens pelos pobres e entrou no mosteiro fundado nesta cidade. († c. 659)
- Em Condé-sur-l’Escaut, no Hainaut, território da Austrásia, atualmente na França, São Vasnulfo, monge, natural da Escócia. († s. VII)
- Em Cantuária, na Inglaterra, São Geraldo Edwards, presbítero e mártir. Com ele foram martirizados o Beato Roberto Wilcox e Cristóvão Buxton, presbíteros, também por serem sacerdotes, e Roberto Widmerpool, por ter ajudado um sacerdote. († 1588)
- Em Chichester, também na Inglaterra, os beatos Rodolfo Crockett e Eduardo James, presbíteros e mártires. († 1588)
- Em Ipswich, também na Inglaterra, o Beato João Robinson, presbítero e mártir. († 1588)
- Em Nagasaki, no Japão, os beatos Gaspar Hikojiro e André Yoshida, mártires. († 1617)
- Em Osma, cidade de Castela la Mancha, região da Espanha, o Beato João de Palafox y Mendoza, bispo. († 1659)
- Em Saronno, próximo de Varese, na Lombardia, região da Itália, o Beato Luís Maria Mónti, religioso, que, embora conservando a sua condição laical, instituiu os Filhos de Maria Imaculada. († 1900)
- Em Népi, cidade da província de Viterbo, também na Itália, a Beata Cecília Eusépi, religiosa da Ordem Terceira dos Servos de Maria. († 1928)
- Em Rotglá y Corbera, localidade da província de Valência, na Espanha, a Beata Florência Caerols Martínez, virgem e mártir. († 1936)
- Em Villena, localidade da província de Valência, o Beato Álvaro Sanjuán Canet, presbítero da Sociedade Salesiana e mártir. († 1936)
- Em Barcelona, na Catalunha, região da Espanha, em dia incerto de Outubro, os beatos Adolfo Mariano (Mariano Anel Andréu) e Ildefonso Luís (José Casa Lluch), religiosos da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristiãs e mártires. († 1936)
- Em Madrid, também na Espanha, em dia incerto de Outubro, o Beato Manuel Borrajo Míguez, religioso da Sociedade Salesiana e mártir. († 1936)
- Também em Madrid, os beatos Carmelo João Pérez Rodríguez, Mateus Garolera Masferrer e Higínio de Mata Díez, religiosos da Sociedade Salesiana e João de Mata Díez, mártires. († 1936)
- Próximo de Munique, cidade da Baviera, na Alemanha, o Beato António Rewera, presbítero e mártir. († 1942)
Fonte:
- Liturgia das Horas
- Martirológio Romano
- Vaticannews.va
- Vatican.va
- Livro: “História de uma alma” – Santa Teresinha
- Livro: “De mãos vazias” – Conrado de Meester
– Pesquisa e redação: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
– Produção e edição: Melody de Paulo
São Jerônimo, presbítero e doutor da Igreja
Origens
Sofrônio Eusébio Jerônimo é o nome completo de São Jerônimo. Nasceu em Estridão, atual Croácia. Não se sabe a data exata do seu nascimento, estima-se que seja por volta de 347. De família cristã e rica, São Jerônimo recebeu uma sólida educação e, ajudado pelos seus pais, completou os estudos em Roma. Ali, deu-se à vida mundana, deixando-se levar pelos prazeres. Porém, logo se arrependeu, recebeu o Batismo e seguiu a vida contemplativa.
Vida
Jerônimo estudou por toda a vida, viajando a Europa ao Oriente com sua biblioteca dos clássicos antigos, nos quais era formado e graduado doutor. Passando pela França, conheceu um monastério e decidiu retirar-se para vivenciar a experiência espiritual. Uma de suas características era o gosto pelas entregas radicais. Ficou muitos anos, no deserto da Síria, praticando rigorosos jejuns e penitências, que quase o levaram à morte. Em 375, depois de uma doença, Jerônimo passou ao estudo da Bíblia com renovada paixão. Foi ordenado sacerdote pelo bispo Paulino, na Antioquia, em 379. Mas Jerônimo não tinha vocação pastoral e decidiu que seria um monge dedicado à reflexão, ao estudo e divulgação do cristianismo.
Primeira Tradução da Bíblia para o Latim
Chamado pelo Papa
Voltou para Roma em 382, chamado pelo Papa Dâmaso, para ser seu secretário particular. Jerônimo foi incumbido de traduzir a Bíblia (do grego e do hebraico) para o latim. Nesse trabalho, dedicou quase toda a sua vida. O conjunto final de sua tradução da Bíblia em latim chamou-se “Vulgata” e tornou-se oficial no Concílio de Trento.
Suas obras
Romano de formação, Jerônimo era um enciclopédico. Sua obra literária revelou o filósofo, o retórico, o gramático, o dialético, capaz de escrever e pensar em latim, em grego, em hebraico, escritor de estilo rico, puro e eloquente ao mesmo tempo. Dono de personalidade e temperamento fortíssimo, sua passagem despertava polêmicas ou entusiasmos.
Retirada para Belém
Devido a certas intrigas do meio romano, retirou-se para Belém, onde viveu como um monge, continuando seus estudos e trabalhos bíblicos. Para não ser esquecido, reaparecia, de vez em quando, com um novo livro. Suas violências verbais não perdoavam ninguém. Teve palavras duras para Ambrósio, Basílio e para com o próprio Agostinho. Mas sempre amenizava as intemperanças do seu caráter para que prevalecesse o direito espiritual.
Dedicação à Palavra de Deus
Páscoa
São Jerônimo passou o resto da sua vida em Belém, onde sempre se dedicou à Palavra de Deus, à defesa da fé, ao ensino da cultura clássica e cristã e ao acolhimento dos peregrinos. Faleceu em sua cela, nas proximidades da Gruta da Natividade, em 30 de setembro, provavelmente no ano 420.
Contribuição Póstuma
Este santo homem, impetuoso e, muitas vezes, polêmico e divergente, era odiado, mas também muito querido. Não era fácil dialogar com ele, porém deu uma contribuição ao Cristianismo, com seu testemunho de vida e seus numerosos escritos. Com efeito, deve-se a ele a primeira tradução da Bíblia para o latim, chamada Vulgata: traduziu os Evangelhos do grego e o Antigo Testamento do hebraico; ainda hoje, a Vulgata, embora revisada, é o texto oficial da Igreja de língua latina.
Minha oração
“Grande tradutor e divulgador da Palavra de Deus, foste tão íntimo das escrituras e nos ensinaste esse belo caminho para a união com Cristo. Dai-nos amor à Palavra, dedicação em lê-la, rezá-la e meditá-la como tu mesmo tiveste. Amém.”
São Jerônimo, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 30 de setembro
- Em Piacenza, na atual Emília-Romanha, região da Itália, Santo Antonino, mártir. († 303)
- Em Soleure, no território dos Helvécios, na atual Suíça, os santos Urso e Vítor, mártires, que, segundo a tradição, pertenceram à Legião Tebana. († c. 320)
- Na Arménia, São Gregório o Iluminador, bispo. É considerado o apóstolo dos Armenos. († c. 326)
- Em Marselha, na Provença, atualmente na França, Santa Eusébia, virgem, que desde a juventude até à velhice foi sempre fiel serva de Deus. († c. 497)
- Em Cantuária, na Inglaterra, Santo Honório, bispo, que sucedeu Santo Agostinho na Inglaterra. († 653)
- Em Nusco, na Hirpínia, hoje na Campânia, região da Itália, Santo Amado, bispo. († 1093)
- Em Roma, São Simão, monge, anteriormente conde de Crepy, na França, renunciando à pátria, ao matrimônio e a tudo, escolheu a vida monástica e depois a vida eremítica. († 1082)
- Em Die, na França, Santo Ismidão, bispo, que, movido pelo seu grande amor aos Lugares Santos, fez por duas vezes a piedosa peregrinação a Jerusalém. († 1115)
- Em Pêsaro, no Piceno, hoje nas Marcas, região da Itália, a Beata Felícia Meda, abadessa da Ordem das Clarissas.(† 1444)
- Em Roma, São Francisco de Borja, presbítero, que, depois da morte da esposa, entrou na Companhia de Jesus e, abdicando das honras do mundo e das dignidades eclesiásticas, foi eleito superior geral da Ordem. († 1572)
- Num barco-prisão ancorado ao largo de Rochefort, no litoral da França, o Beato João Nicolau Cordier, presbítero e mártir. († 1794)
- Em Lanzo, localidade próxima de Turim, na Itália, o Beato Frederico Albert, presbítero, que fundou a Congregação das Irmãs de São Vicente de Paulo da Imaculada Conceição. († 1876)
- Em Lisieux, na França, o dia natal de Santa Teresa do Menino Jesus, cuja memória se celebra no dia seguinte.(† 1897)
Fonte:
- Arquisp.org.br
- Martirológio Romano
- Santiebeati.it
- Vaticannews.va
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
Santos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael, soldados do exército celeste
Origens
Os Santos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael são investidos de cargos diferentes. Celebrados, antes, em datas diferentes, mas, com as reformas do Concílio Vaticano II, agora são recordados em um só dia. A memória litúrgica ocorre em 29 de setembro.
A Bíblia os lembra com missões específicas: Miguel, o adversário de Satanás; Gabriel, o anunciador; e Rafael, o ajudante. O título de arcanjo deriva da ideia de uma corte celestial na qual os anjos estão presentes de acordo com diferentes graus e dignidades.
Os Santos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael ocupam as esferas mais altas das hierarquias angélicas. Eles têm a tarefa de conservar a transcendência e o mistério de Deus, ao mesmo tempo que tornam presente e perceptível a sua proximidade salvífica.
São Miguel, o Príncipe que luta contra o mal
Segundo a tradição, o Arcanjo Miguel é o príncipe que luta contra o mal, de cujos assaltos defende perenemente a fé e a Igreja. Além disso, é reconhecido o poder da intercessão, muito venerada tanto no Oriente como no Ocidente.
No mundo, são incontáveis as catedrais, os santuários, os mosteiros, as capelas dedicados ao Arcanjo Miguel. Seu nome é citado cinco vezes na “Sagrada Escritura”, deriva da expressão “Mi-ka-El”, ou seja, “quem é como Deus?”. Pela sua popularidade secular, o Anjo guerreiro que, com a sua espada desembainhada, vigia, do Castelo Santo Anjo, a Cúpula de São Pedro, é também centro de numerosas histórias e anedotas. Uma delas remonta ao dia 13 de outubro de 1884.
Após a celebração da Missa, na Capela Vaticana, Leão XIII permanece inerte por uns dez minutos. Seu rosto, dizem as testemunhas, revela, ao mesmo tempo, terror e maravilha. A seguir, o Papa Pecci vai depressa ao seu escritório, senta-se à mesa e escreve de impulso uma oração ao Arcanjo Miguel. Meia hora depois, chama o Secretário e lhe entrega a folha de papel, pedindo-lhe para ser imprensa e enviada a todos os Bispos do mundo, para que a súplica fosse recitada no final da Missa. Leão XIII narra ter tido, naqueles poucos minutos, uma estarrecedora visão de “legiões de demônios” que atacavam a Igreja, quase a ponto de destruí-la, e de ter assistido a intervenção defensiva e decisiva do Arcanjo.
São Gabriel, o mensageiro de Deus
O Anjo Gabriel fez o anúncio a Maria. No Evangelho de Lucas, lemos “foi enviado”; logo, o Arcanjo Gabriel é o mensageiro de Deus, encarregado de explicar à “Virgem, prometida a um homem da casa de Davi, chamado José”, o modo com o qual Deus deveria se encarnar.
Mencionado várias vezes no Antigo e no Novo Testamento, São Gabriel, mensageiro por excelência, é o Padroeiro das Comunicações, além disso, foi declarado também Padroeiro da Rádio Vaticano.
Os episódios bíblicos dos quais Gabriel é protagonista são narrados no Livro do profeta Daniel. O Arcanjo aparece a Daniel para explicar-lhe o significado de uma visão misteriosa (Dn 8,15-18), enquanto, em outra (Dn 9,20- 27), preanuncia certos eventos. Ainda no Evangelho, em Lucas, ele comunica a Zacarias sobre o nascimento do seu filho João (Lc 1, 8-20). Assim, Gabriel revela, de modo bem mais claro, ser uma criatura celeste, estar na presença de Deus e ser seu mensageiro.
São Rafael, a medicina de Deus
A história do arcanjo Rafael é narrada no Livro de Tobias, na época da revolta dos Macabeus. O núcleo central do livro é a viagem empreendida por Tobias para recuperar, em uma terra distante, um crédito de seu pai que se tornou indigente, com o acompanhamento de outro viajante.
Durante uma parada no rio Tigre, um grande peixe atacou o jovem, que se assustou, mas, depois, encorajado pelo viajante — que era o arcanjo Rafael disfarçado —, pegou o peixe, do qual, sempre por orientação do viajante, arrancou o coração, o fígado e a bílis do peixe e os colocou no alforje.
Quando estavam quase chegando ao destino final, o Arcanjo insistiu para que Tobias se hospedasse na família de alguns parentes, onde conheceu sua prima Sara, que a lei de Moisés lhe reservou como esposa. A jovem já estava comprometida com sete homens, todos assassinados no tálamo nupcial pelo demônio Asmodeus, por ciúme da jovem. Sara casou-se com Tobias. A nova tentativa de Asmodeus foi derrotada pelo coração e o fígado do peixe, que o viajante sugeriu colocar em um braseiro, para que a fumaça afugentasse o demônio.
Depois do casamento, Tobias voltou para a casa paterna e quis recompensar o viajante por toda a sua ajuda. Chamando de lado o pai e filho, o viajante revelou a sua identidade. Explicou-lhes que, devido às orações e caridade deles, ele havia sido enviado por Deus para curá-los e guiá-los. E falando de si mesmo, lhes disse: “Eu sou Rafael, um dos sete Anjos, sempre prontos para entrar na presença da majestade do Senhor”.
Minha oração
“Pelos Arcanjos, pedimos a proteção da nossa Igreja, das nossas famílias, nosso trabalho e saúde. Onde houver o mal, defendei-nos e protegei-nos, ao mesmo tempo nos ilumine contra toda a tentação do demônio. Sede nossos companheiros e amigos na caminhada rumo ao Céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém!”
Santos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 29 de setembro
- Em Perinto, mais tarde chamada Heracleia, na Trácia, na atual Turquia, Santo Eutíquio, bispo e mártir. († c. s. III)
- Em Valeroctista, hoje Etchmiadzin, na Arménia, as santas Rípsimes, Gaiana e companheiras, mártires. († s. IV in.)
- Em Auxerre, na Gália Lionense, na atual França, São Fraterno, bispo. († d. 450)
- Na Palestina, São Ciríaco, anacoreta, que habitou durante quase noventa anos em cavernas numa vida austeríssima. († 557)
- Em Mettlach, nas margens do rio Saar, na Renânia, atualmente na Alemanha, o sepultamento de São Ludovino, bispo de Tréveris. († c. 717)
- Na ilha de Ufnau, junto ao lago de Zurique, no território dos Helvécios, atualmente na Suíça, Santo Adelrico, presbítero e eremita. († s. X)
- Na Bretanha Menor, região da França, São Maurício, abade do mosteiro cisterciense de Langonet e posteriormente do mosteiro de Carnoet, por ele fundado. († 1191)
- No mosteiro cisterciense de Longpont, também na França, o Beato João de Montmirail, que deixou a sua profissão de nobre cavaleiro para se tornar humilde monge. († 1217)
- Em Vannes, no litoral da Bretanha Menor, região da França, o Beato Carlos de Blois, homem piedoso, manso e humilde. († 1364)
- Em Roma, o Beato Nicolau de Furca Palena, presbítero da Ordem dos Eremitas de São Jerónimo, que fundou no monte Janículo o mosteiro de Santo Onofre. († 1449)
- Em L’viv, na Ucrânia, São João de Dukla, presbítero da Ordem dos Menores.(† 1484)
- Em Nagasaki, no Japão, a paixão dos santos mártires Miguel de Aoxaraza, Guilherme Courtet, Vicente Shiwozuka, presbíteros da Ordem dos Pregadores, Lázaro de Kioto e Lourenço de Manila Ruiz, pais de família. († 1636)
- Em Ossernenon, no território do Canadá, a paixão de São Renato Goupil, mártir. († 1642)
- Em Gilet, localidade próxima de Valência, na Espanha, o Beato Jaime Mestre Iborra, presbítero da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos e mártir. († 1936)
- Em Valência, cidade da Espanha, os beatos mártires Paulo Bori Puig, presbítero, e Vicente Sales Genovês, religioso, ambos da Companhia de Jesus. († 1936)
- Em Picadero de Paterna, localidade da província de Valência, o Beato Dario Hernández Morató, presbítero da Companhia de Jesus e mártir. († 1936)
- Em Lérida, também na Espanha, o Beato Francisco de Paula Castelló i Aleu, mártir. († 1936)
- Em Madrid, também na Espanha, os beatos José Villanova Tormo, presbítero, e Francisco Edreira Mosquera, religioso, ambos da Sociedade Salesiana e mártires. († 1936)
- Em Milão, na Itália, o Beato Luís Monza, presbítero da diocese de Milão, fundador das Pequenas Apóstolas da Caridade.(† 1954)
Fonte:
- Martirológio Romano
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– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
São Venceslau, o pacífico duque da Boêmia
Origens
São Venceslau nasceu em Praga, República Checa, em 907. Foi educado como cristão por sua avó Santa Ludmila. Sucedeu a seu pai, Vratislau, antes de morrer, quando ainda muito jovem, tornando-se duque da Boêmia. Isto despertou em sua mãe, Draomira, a ira e a vingança, pois ela preferia o segundo filho, Boleslau.
Reinado
Cristianizou o seu país como um verdadeiro nobre. Pacífico na administração do reino e misericordioso para com os pobres; redimiu um grupo inumerável de escravos pagãos que estavam à venda em Praga, para que fossem batizados. Certa vez, decidiu fazer um duelo para não envolver seus soldados na guerra, mas seu adversário se reconciliou com ele.
O Trono Roubado
Antes que isso acontecesse, a mãe tomou à força o poder e começou uma grande e desumana perseguição aos cristãos. Assim, por sua maldade e impopularidade junto ao povo, foi deposta pelos representantes das províncias, que fizeram prevalecer a vontade do rei Vratislau, elevando ao trono seu filho Venceslau.
Imediatamente, seguindo o conselho da avó, Venceslau levou de volta ao reino o cristianismo. Quando soube disso, Draomira ficou tão transtornada que contratou alguns assassinos para dar fim à vida da velha e bondosa senhora, que morreu enquanto rezava, estrangulada com o próprio véu.
Inveja de Draomira
Draomira sabia que ainda havia mais uma pedra em seu caminho impedindo seus planos maldosos e sua perseguição ao povo cristão. Venceslau era um obstáculo difícil, pois, em muito pouco tempo, já tinha conquistado a confiança, a graça e a simpatia do povo, que via nele um verdadeiro líder, um exemplo a ser seguido.
Páscoa
Draomira e Boleslau, inconformados com a popularidade de Venceslau, arquitetaram um plano diabólico para acabarem com sua vida. Morreu em 935. Boleslau atacou Venceslau enquanto ele ia sozinho, como costumava fazer, à igreja. Mãe e filho, porém, não tiveram tempo de saborear o poder e o trono roubado de Venceslau, pois, em poucos dias, Draomira teve uma morte trágica e Boleslau foi condenado pelo imperador Oton I.
Relíquia
O seu corpo foi sepultado na igreja de São Vito, em Praga. Desde então, passou a ser cultuado como santo. A Hungria, a Polônia e a Boêmia têm em São Venceslau seu protetor e padroeiro. Mais tarde, no século XVIII, a Igreja inscreveu São Venceslau no calendário litúrgico, marcando o dia 28 de setembro para a sua festa.
Minha oração
“Tu foste nobre de sangue, mas muito mais nobre na alma, dai aqueles que são os líderes a mesma nobreza e dedicação para o povo que necessita. Embuti a fé nos teus devotos e com teu exemplo fortaleça o caminho cristão. Por Cristo, Nosso Senhor. Amém!”
São Venceslau, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 28 de setembro
- Santos Lourenço Ruiz (de Manila) e quinze companheiros, mártires – presbíteros, religiosos e leigos. († 1633-1637)
- Em Calidone, na Pisídia, na hodierna Turquia, os santos Alfeu, Alexandre e Zósimo, mártires. († s. IV)
- Na laura de Souka, perto de Belém, na Palestina, São Caritão, abade, assíduo na oração e nos jejuns e fundador de muitas lauras no deserto da Judeia. († c. 350)
- Em Bolonha, na Emília-Romanha, atual região da Itália, São Zama, considerado o primeiro bispo desta cidade. († c. s. IV)
- Em Toulouse, na Aquitânia, atualmente na França, Santo Exupério, bispo. († d. 411)
- Em Belém da Judeia, a comemoração de Santa Eustóquio, virgem. († c. 419)
- Em Genebra, no território dos Helvécios, na atual Suíça, São Salónio, bispo. († d. 450)
- Em Riez, na Provença, região da Gália, na atual França, São Fausto, bispo. († d. 485)
- Em Lião, na Gália, também na atual França, Santo Anemundo, bispo e mártir. († c. 658)
- Em Salzburgo, na Baviera, na hodierna Áustria, os santos Cunialdo e Gisilário, presbíteros, colaboradores do bispo São Ruperto. († s. VIII)
- Perto de Mogúncia, na Renânia da Austrásia, atualmente na Alemanha, Santa Léoba, virgem, abadessa do mosteiro de Tauberbischofsheim. († c. 782)
- Em Pavia, na Lombardia, região da Itália, o Beato Bernardino de Feltre (Martinho Tomitano), presbítero da Ordem dos Menores, fundador do chamado Monte de Piedade. (†1494)
- Em Madrid, na Espanha, São Simão de Rojas, presbítero da Ordem da Santíssima Trindade para a Redenção dos Cativos. (†1624)
- Em Nagasaki, no Japão, os beatos João Shozaburo, catequista, Mâncio Ichizayemon, Miguel Taiemon Kinoshi, Lourenço Hachizo, Pedro Terai Kuhioye e Tomás Terai Kahioye, mártires. (†1630)
- Em San Feliú de Codines, localidade da Catalunha, na Espanha, o Beato Francisco Xavier Ponsa Casallarch, religioso da Ordem de São João de Deus e mártir. (†1936)
- Em Benillup, povoação da província de Alicante, também na Espanha, a Beata Amália Abad Casasempere, mártir, mãe de família. (†1936)
- Em Valência, também na Espanha, o Beato José Tarrats Comaposada, religioso da Companhia de Jesus e mártir. (†1936)
- Em Moiá, na Espanha, os beatos mártires Joaquim de São José , religioso da Ordem dos Carmelitas Descalços, e José Casas Rós, seminarista de Barcelona. († 1936)
- Em Karadzar, cidade próxima de Karaganda, no Cazaquistão, o Beato Nicetas Budka, bispo.(†1949)
Fonte:
- Arquisp.org.br
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– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
São Vicente de Paulo, padroeiro das Associações de Caridade
Origens
São Vicente de Paulo nasceu em 1581, em cidade da Gasconha, região da França, no seio de uma família de camponeses. Embora tenha passado a sua adolescência no campo, a sua perspicácia foi percebida por um benfeitor, que lhe ofereceu a oportunidade de estudar.
Vida Sacerdotal
Em 1600, com apenas 19 anos, foi ordenado sacerdote, mas obteve o diploma em teologia somente em 1604. Abriu uma escola particular, mas teve muitos gastos. Além disso, durante uma viagem marítima de Marselha a Narbonne, seu navio foi atacado por piratas: Vicente foi preso e vendido como escravo em Túnis. Ao receber sua alforria, dois anos depois, voltou para França, graças ao seu terceiro patrão, que, no entanto, se converteu ao cristianismo.
Catequista
Em 1612, tornou-se pároco de uma igreja em Clichy, na periferia de Paris. No entanto, conheceu o Cardeal Pierre de Bérulle, que foi seu diretor espiritual, por muito tempo. Desta forma, começou suas atividades como catequista.
A Desigualdade
Em 1613, foi encarregado da formação dos filhos dos Marqueses de Gondi, onde permaneceu quatro anos. Ali, percebeu o enorme abismo entre ricos e pobres, não só do ponto de vista material e social, mas também cultural e moral.
Sua preocupação com a pobreza foi compartilhada pela Marquesa Gondi, que colocou uma grande quantidade de dinheiro à sua disposição, para que fosse instituída uma obra de pregação quinquenal entre os camponeses das suas terras. São Vicente de Paulo deixou temporariamente o castelo para ir trabalhar em uma pequena paróquia na periferia de Châtillon-le-Dombez.
Primeira Célula da Caridade Vicentina
A primeira coisa que Vicente fez como pároco foi cuidar de uma família doente, que não tinha o que comer, porém, percebeu que, quando o dinheiro acabasse, a família voltaria à sua indigência de antes. Buscou outro meio, mais eficiente e em longo prazo, para ajudar. Em 20 de agosto de 1617, nasceu a primeira célula da Caridade Vicentina, que foi confiada, segundo os ditames da sociedade, às mulheres, que foram chamadas “Servas dos Pobres”. A instituição cresceu de modo extraordinário, obtendo, em tempo recorde, a aprovação do Bispo de Lyon.
Filhas da Caridade
São Vicente de Paulo voltou ao castelo de Gondi, mas para tratar da promoção humana e material dos camponeses. Depois, transferiu-se para Paris, porque é nas grandes metrópoles que as diferenças sociais, entre quem tem tudo e quem não tem nada, são maiores: sentiu que era ali que devia intervir.
Na capital, muitas senhoras nobres, ansiosas de fazer beneficência, quiseram contribuir financeiramente para as obras de “Monsieur Vincent”: assim, em 1617, nasceram as Damas da Caridade.
A obra mais importante que realizaram foi a abertura de um hospital municipal. Porém, as senhoras não conseguiam atender às necessidades mais humildes.
Por isso, em 1633, Vicente fundou uma Congregação feminina, inovadora para a época: as Filhas da Caridade, que não seriam “monjas”, distantes do mundo e dedicadas à contemplação, mas “freiras”, irmãs dos últimos, que vivem ao lado deles no mundo e deles cuidam diariamente. Ainda hoje, as Filhas da Caridade são a maior família religiosa feminina da Igreja.
Congregação da Missão
A obra incessante de São Vicente de Paulo não se limitou apenas à comunidade das Irmãs. Começou a pregar a Palavra de Deus nas aldeias, onde muitos sacerdotes se uniram a ele. Assim, nasceu uma nova comunidade, que contava com a ajuda financeira da família Gondi: a Congregação da Missão, mais tarde conhecida como Lazaristas, cuja sede foi o convento de São Lázaro.
Páscoa
São Vicente de Paulo faleceu em Paris, em 27 de setembro de 1660, com a idade de 79 anos. Não deixou nenhuma obra escrita, a sua única obra ou a sua obra-prima foi a Caridade. Morreu como exemplo de caridade, do verdadeiro amor, que não fazia distinção entre o de Deus e o ao próximo.
Legado
A espiritualidade vicentina foi fundada na dupla descoberta de Cristo e dos pobres. Acreditam na igualdade entre a oração e ação, no compromisso com o mundo e para o mundo. Concretiza-se com a evangelização e a promoção humana. Seus filhos religiosos se inspiram apenas nas “Regulae”, que encarnam as características do espírito vicentino: simplicidade, humildade, mansidão, mortificação e zelo pela salvação das almas.
Via de Santificação
A beatificação de São Vicente de Paulo ocorreu no dia 21 de agosto de 1729 pelo Papa Bento XIII. A celebração de canonização foi realizada em 16 de junho de 1737, pelo Papa Clemente XII, na Basílica do Vaticano. Em 1885, o Papa Leão XIII o proclamou padroeiro de todas as Associações católicas de caridade.
Minha oração
“Vós, que fostes admiravelmente dedicado aos pobres, ensinai-nos a sermos atentos para com essas realidades. Os nossos irmãos mais fragilizados, dê a eles a graça da salvação e do encontro com Cristo. Dai força aos grupos vicentinos que dão continuidade a vossa obra. Amém!”
São Vicente de Paulo, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 27 de setembro
- Comemoração de São Josué, filho de Nun, servo do Senhor.
- Em Reims, na Gália, Bélgica, atualmente na França, São Sisto, que é considerado o primeiro bispo desta cidade. († s. III)
- Em Cápua, junto à Via Aquária, na Campânia, região da Itália, São Prisco, mártir. († s. IV)
- Em Tódi, na Úmbria, também região da Itália, São Terenciano, bispo. († c. s. IV)
- Em Zurzach, junto do rio Reno, no território de Zurique da Germânia, atualmente na Suíça, Santa Verena, virgem. († s. IV)
- Em Le Mans, na Gália Lionense, hoje na França, São Vitório, recordado por São Gregório de Tours. (†490)
- Em Aquino, no Lácio, região da Itália, São Constâncio, bispo cujo dom de profecia é louvado pelo Papa São Gregório Magno. († 570)
- No território de Nimes, na Gália Narbonense, na hodierna França, São Gil ou Egídio. VI/VII)
- Em Sens, na Nêustria, também na atual França, São Lopo, bispo. († c. 623)
- Em Veneza, cidade do atual Vêneto, região da Itália, a Beata Juliana de Collalto, abadessa da Ordem de São Bento. († 1262)
- Em Florença, na Etrúria, hoje na Toscana, também região da Itália, a Beata Joana, virgem da Ordem Terceira das Servas de Maria. († 1367)
- Em Madrid, na Espanha, os beatos Cristino (Miguel Roca Huguet), presbítero, e onze companheiros, mártires, todos da Ordem de São João de Deus. († 1936)
- Em Paterna, cidade da província de Valência, também na Espanha, o Beato Afonso Sebastião Viñals, presbítero e mártir. († 1936)
- Em Barcelona, também na Espanha, os beatos mártires Pedro de Alcântara, presbítero da Ordem dos Frades Menores Conventuais, Maria do Carmo Moreno Benítez e Maria do Amparo Carbonell Muñoz, virgens do Instituto de Maria Auxiliadora. (†1936)
- Em Barcelona, em dia incerto de Setembro, o Beato Bento Clemente (Félix España Ortiz), religioso da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs e mártir. († 1936)
- Em Sotillo, localidade da Cantábria, no litoral da Espanha, em dia incerto de Setembro, o Beato Eugénio Andrés Amo, religioso da Ordem dos Pregadores e mártir. († 1936)
- Em Mataró, na Catalunha, também na região da Espanha, o Beato José Samsó i Elias, presbítero da diocese de Barcelona e mártir. († 1936)
Fonte:
- Causesanti.va
- Martirológio Romano
- Santiebeati.it
- Vaticannews.va
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
São Cosme e São Damião, os irmãos gêmeos médicos
Origens
São Cosme e São Damião, nascidos na Arábia, se dedicaram ao cuidado dos enfermos, o que foi a alavanca principal da vida dos dois irmãos, que viveram no século III, no tempo da perseguição contra os cristãos. Eles cuidavam dos doentes, sem aceitar remuneração. Por isso, receberam o apelido de “anárgiros”, palavra grega que significa “sem prata”. A sua fama de homens corajosos e distintos benfeitores espalhou-se, rapidamente, por toda a região.
Cuidadores de Almas
A atividade desses santos gêmeos não se limitou apenas aos cuidados do corpo enfermo. Na sua prática profissional, visavam também o bem das almas, com o exemplo e a palavra. De fato, converteram muitos pagãos ao cristianismo.
É famoso o episódio da cura de uma mulher hemorroíssa, chamada Paládia, que, por gratidão, deu três ovos aos dois irmãos. Porém, por não aceitarem, ela implorou a Damião que os aceitasse, em nome de Cristo, aquela pequena oferta. Para não ofender a mulher, Damião aceitou os ovos. Este seu gesto provocou a reação de Cosme, que pediu, publicamente, após a sua morte, para não ser enterrado com seu irmão.
Isso despertou a ira do imperador Diocleciano, implacável perseguidor do povo cristão. Na Ásia Menor, o governador deu ordens imediatas para que os dois médicos cristãos fossem presos, acusados de feitiçaria e de usarem meios diabólicos em suas curas.
Páscoa
O suplício dos dois irmãos é narrado pela Lenda Áurea, segundo a qual foram primeiro jogados no fogo, de onde saíram ilesos. Depois, foram condenados à lapidação, mas as pedras voltavam contra os atiradores. E, ainda, as flechas lançadas pelos arqueiros feriram seus algozes. Por fim, foram decapitados. O ano não pode ser confirmado, mas com certeza foi no século IV.
Igreja
Quando o imperador Justiniano, por volta do ano 530, ficou gravemente enfermo, deu ordens para que se construísse, em Constantinopla, uma grandiosa igreja em honra dos seus protetores, São Cosme e São Damião. Mas a fama dos dois correu rápida no Ocidente também, a partir de Roma, com a basílica dedicada a eles, construída, a pedido do Papa Félix IV, entre 526 e 530. Tal solenidade ocorreu no dia 26 de setembro; assim, passaram a ser festejados nesta data.
Protetores e Padroeiros
São Cosme e São Damião são padroeiros dos médicos, dos cirurgiões, farmacêuticos, parteiras e das faculdades de medicina.
Minha oração
“Reconhecidos como grandes médicos, curai as doenças da nossa alma, assim como as mazelas do nosso corpo. Pedimos aos irmãos a graça da fraternidade familiar, da paz e amizade entre os irmãos. Amém!”
São Cosme e São Damião, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 26 de setembro
- Comemoração de São Gedeão, da tribo de Manassés, que foi juiz em Israel.
- Em Albano, no Lácio, região da Itália, São Senador, mártir. († s. III/IV)
- Em Bolonha, cidade da atual Emília-Romanha, na Itália, a comemoração de Santo Eusébio, bispo. († s. IV)
- Em Gaeta, no Lácio, também na Itália, Santo Estêvão de Rossano, monge, companheiro de São Nilo o Jovem. († 1001)
- Na zona de Túsculo, próximo de Roma, São Nilo o Jovem, abade, que, fundou o mosteiro de Grottaferrata segundo a observância dos Padres Orientais. († 1004/1005)
- Em Salerno, na Campânia, região da Itália, a Beata Lúcia de Caltagirone, virgem da Ordem Terceira Regular de São Francisco. († 1400)
- Em Seul, na Coreia, a paixão dos santos Sebastião Nam I-gwan e oito companheiros, mártires. Comemoram-se também as santas mártires Luzia Kim, Catarina Yi, viúva, e sua filha Madalena Cho, virgem. († 1839)
- Em Lião, na França, Santa Teresa (Maria Vitória Couderc), virgem, que, fundou a Companhia de Nossa Senhora do Cenáculo, junto ao túmulo de São João Francisco de Régis. († 1885)
- Em Gars, povoação próxima de Munique, na Alemanha, o Beato Gaspar Stanggassinger, presbítero da Congregação do Santíssimo Redentor. († 1899)
- Em Los Reyes, cidade do Perú, o Beato Luís Tezza, presbítero da Ordem dos Clérigos Regrantes Ministros dos Enfermos. († 1923)
- Em Valência, na Espanha, as Beatas Maria do Amparo e Maria do Calvário, virgens da Congregação da Doutrina Cristã e mártires. († 1936)
- Também em Valência, o Beato Rafael Pardo Molina, religioso da Ordem dos Pregadores e mártir e o beato mártir José Maria Vidal Segú, presbítero da mesma Ordem. († 1936)
- Em Puerto de Canals, localidade da mesma província de Valência, a Beata Crescência Valls Espi, virgem e mártir. († 1936)
- Em Benifairó de Valldigna, povoação da mesma província de Valência, a Beata Maria del Olvido Noguera Albelda, virgem e mártir. († 1936)
- Em Gilet, também na província de Valência, o Beato Boaventura de Puzol (Júlio Esteve Flors), presbítero da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos e mártir. († 1936)
- Em Benifallin, na província de Alicante, também na Espanha, a Beata Maria Jordá Botella, virgem e mártir. († 1936)
- Em Madrid,na Espanha, o Beato Leão Maria de Alacuás (Manuel Légua Marti), presbítero da Congregação dos Terciários de Nossa Senhora das Dores e mártir. († 1936)
- Em Bilbau, na Espanha, o Beato António Cid Rodríguez, religioso da Sociedade Salesiana e mártir. († 1936)
Fonte:
- Arquisp.org.br
- Livro “Santos de cada dia” – José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003]
- Martirológio Romano
- Santiebeati.it
- Vaticannews.va
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
São Firmino de Amiens, o bispo espanhol decapitado
Origens
São Firmino de Amiens era originário de uma família nobre de Pamplona na Espanha. Seus pais Fermo e Eugenia eram pagãos, mas, depois, se converteram na época do episcopado de seu filho. Firmino, que era o filho mais velho, foi confiado aos cuidados do padre Onesto, que o batizou e o instruiu na fé cristã.
O primeiro bispo
Mais tarde, foi ordenado sacerdote pelo bispo de Toulouse Onorato e, depois de alguns anos, bispo. São Firmino permaneceu em sua cidade natal de Pamplona, onde uma tradição local o considera o primeiro bispo da cidade. Depois, passou a evangelizar algumas regiões da França como Aquitânia, Auvergne, Anjou e outras no nordeste. Apesar da oposição dos sacerdotes pagãos, os resultados de seu trabalho foram sensacionais.
Desafios apostólicos
Os “Atos” dizem que ele também foi preso por ordem do governador romano Valério, açoitado e, depois, libertado. Em seus itinerários, acabou parando em Amiens (a antiga Samobriva Ambianorum) onde foi bispo com grande sucesso por muitos anos. Sabe-se que ele converteu muitos nobres incluindo o senador Faustiniano, de cujos descendentes o outro bispo confessor São Firmino de Amiens (celebrado em outra data).
Páscoa
Pelos diligentes magistrados Longulo e Sebastiano, foi novamente preso no início do século IV e convidado a abjurar, mas São Firmino de Amiens recusou, mantendo-se firme em sua fé. Então, os magistrados, para evitar uma reação popular, mandaram decapitá-lo na prisão em 25 de setembro de um ano não especificado entre 290 e 303.
Suas relíquias
No século VII, não se sabia onde estava o túmulo do santo bispo e mártir, mas, por uma visão milagrosa, o bispo de Amiens São Salvio o encontrou. Suas relíquias estão espalhadas em várias igrejas da França, pois o culto a São Firmino de Amiens teve uma ampla difusão, tanto na França como na Espanha. Em Pamplona, em particular, é muito solene, documentado pela primeira vez em 1186, quando o bispo da cidade Pedro II recebeu algumas relíquias de São Firmino Amiens. Em 1217, na catedral havia um altar dedicado a ele e a festa foi celebrada com uma oitava.
Devoção atual
Atualmente, na cidade de origem, existem duas capelas dedicadas a ele, uma na catedral e outra na igreja de São Lorenzo, construídas segundo a tradição no local da casa natal de São Firmino de Amiens. A festa em Pamplona ficou muito conhecida no mundo, pela corrida de touros, o famoso “encierro”, que acontece nas ruas da cidade por cerca de 850 metros, com touros livres correndo junto com homens bastante ousados, com a participação de uma grande multidão e numerosos turistas, e terminando na arena. Em Amiens, na França, o nome de São Firmino foi incluído nas ladainhas medievais dos santos, e, na antiguidade, havia cinco celebrações em sua homenagem durante o ano, incluindo 25 de setembro, dia do martírio e data em que ele é inserido no ‘Martyrologium Romanum’.
Padroeiro e representações artísticas
Na Idade Média foi invocado como protetor dos tanoeiros, mercadores de vinho, padeiros e contra as doenças. Na arte figurativa, as obras confundem-se em Amiens, precisamente pelos dois bispos homónimos da mesma diocese, mas os de Firmino bispo e mártir são mais facilmente identificáveis, devido ao seu martírio, que o tornou mais famoso; de fato, tendo sido decapitado, em algumas obras ele é retratado com a cabeça na mão ou olhando para a cabeça decepada no chão. Os ‘Atos’ que falam dele datam do século V ou VI, tendo motivos de decorações escultóricas na própria catedral de Amiens.
Minha oração
“Pelo teu sangue, fizeste frutificar a fé do povo, intercedei por aqueles que lhe rogam e pelo povo no qual viveu o seu bispado. Que teu exemplo seja fortaleza e consolo para os europeus, assim como para nós. Amém!”
São Firmino, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 25 de setembro
- Comemoração de São Cléofas, discípulo do Senhor, que, seguindo em viagem com outro discípulo, sentiu arder-lhe o coração quando Cristo, na tarde da Páscoa, lhes apareceu no caminho e lhes explicava as Escrituras e depois, na povoação de Emaús, reconheceu o Salvador na fracção do pão.
- Em Damasco, na Síria, os santos mártires Paulo e Tata, esposos, e seus filhos Sabiniano, Máximo, Rufo e Eugénio. († c. s. IV)
- Em Chartres, na Gália Lionense, na hodierna França, São Solene, bispo. († a. 511)
- Em Soissons, na Gália Bélgica, também na atual França, São Princípio, bispo, irmão de São Remígio. († s. VI)
- Em Cork, na Mormónia, província da Irlanda, São Finbarro, bispo. († s. VI)
- Em Auxerre, na Nêustria, atualmente na França, Santo Anacário ou Aunacário, bispo. († 605)
- Em Cusance, no território de Besançon, na Nêustria, também na atual França, Santo Ermenfredo, abade. († c. 670)
- No mosteiro da Santíssima Trindade, na região de Moscovo, na Rússia, São Sérgio de Radonez, que, depois de viver como eremita na aspereza da floresta. († 1392)
- Na serra de Alpujarras, próximo de Granada, na Andaluzia, região da Espanha, o Beato Marcos Criado, presbítero da Ordem da Santíssima Trindade dos Cativos e mártir. († 1569)
- Em Carrión de Calatrava, povoação próxima de Ciudad Real, também na Espanha, os beatos mártires João Pedro de Santo António , presbítero, e Paulo Maria de São José, religioso da Congregação da Paixão, e Jesus Hita Miranda, religioso da Companhia de Maria. († 1936)
- Em Madrid, na Espanha, os beatos João Codera Marquês e Tomás Gil de la Cal, religiosos da Sociedade Salesiana e mártires. († 1936)
- Em Urda, próximo de Toledo, na Espanha, o Beato Félix das Cinco Chagas (Félix Ugalde Irurzun), religioso da Congregação da Paixão.(† 1936)
Fonte:
- Causesanti.va
- Martirológio Romano
- Santiebeati.it
- Vaticannews.va
- Vatican.va
– Pesquisa e redação: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
– Produção e edição: Melody de Paulo
São Gerardo Sagredo, apóstolo e padroeiro da Hungria
Origens
Na Panônia, no território da atual Hungria, São Gerardo Sagredo, bispo de Csanad e mártir, foi professor de São Emérico, príncipe adolescente, filho do rei Santo Estêvão. Morreu apedrejado no Danúbio, na revolta de alguns pagãos locais. O santo bispo une vários países europeus em sua vida, desde as suas origens até sua morte. Ele é Patrono da Hungria.
Raízes
Nasceu em Veneza, em um ano não especificado, por volta de 980, em 23 de abril. Em seu batismo foi dado o nome de Giorgio. De uma família da Dalmácia, segundo a tradição do século XVI, descendia da linhagem de Sagredo. Giorgio, aos cinco anos, foi acometido por uma febre forte e seus pais pediram a intercessão de São Giorgio. Uma vez curado e atingido uma idade adequada, ele entrou no mosteiro beneditino de São Giorgio Maior, na Isola Maggiore em Veneza. No mosteiro, em memória de seu pai recentemente falecido, ele assumiu o nome de Gerardo.
Peregrino
Depois de alguns anos, tornou-se prior do mosteiro. Mais tarde, São Gerardo Sagredo tornou-se abade, mas, depois de um tempo, desistiu de seu cargo porque queria sair para uma peregrinação a Belém na Palestina. Partindo com um navio, chegou a Zadar, de onde, em vez de seguir para a Terra Santa, partiu para a Hungria, onde se estabeleceu.
A condução de Deus, bispado
Foi-lhe dado o cargo de “magister” (professor) do príncipe Emeric, filho do rei Estevão I, primeiro rei da Hungria. Depois, retirou-se para Bakonybél, para viver como eremita. Um tempo depois, o rei Estêvão I o chamou de volta do eremitério e lhe confiou o bispado de Csanád. São Gerardo Sagredo participou ativamente da obra de evangelização do povo húngaro, fortemente desejada pelo rei Estêvão ‘o santo’, tanto que ganhou o título de apóstolo da Hungria.
Páscoa
Parece que ele escreveu várias obras com sua própria mão, mas, atualmente, apenas o “Comentário sobre Daniel” é conhecido. São Gerardo Sagredo morreu em 24 de setembro de 1046, no portão de Pest, na margem direita do Danúbio, pela mão de um grupo de pagãos, que o empurrou para baixo do monte Kelen. O monte levou seu nome, chamando monte Gerardo. Apóstolo da Hungria, a antiga Panônia, o santo bispo e mártir teve um culto oficial a partir de 1083 com a aprovação do Papa Gregório VII. Nos séculos seguintes houve uma vasta produção biográfica a seu respeito.
Minha oração
“Tu que se tornaste bispo pela vontade divina, ajudai-nos a reconhecer os caminhos de Deus em nossa vida e a ter a força de segui-los com toda a dedicação. Que nos tornemos apóstolos do Evangelho onde estivermos. Por Cristo, Nosso Senhor. Amém!”
São Gerardo Sagredo, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 24 de setembro:
- Em Milão, na Transpadana, hoje na Lombardia, região da Itália, Santo Anatólio, que é considerado o primeiro bispo desta cidade. († s. II)
- Em Sedelaucum, hoje Seaulieu, no território de Autun, na França, os santos Andóquio, Tirso e Félix, mártires. († data inc.)
- Em Arvena, na Aquitânia, hoje Clermont-Ferrand, também na França, São Rústico, bispo, que, sendo presbítero nesta cidade, assumiu, com grande alegria da cidade, a honra do episcopado. († s. V)
- Em Lião, na Gália, hoje também na França, São Lopo, bispo, que antes tinha vivido como anacoreta. († d. 528)
- Em Marselha, na Provença, também na França, Santo Isarno, abade, homem austero para consigo, mas benevolente e pacífico para com os outros, que renovou a vida regular no mosteiro de São Vítor. († 1043)
- Em Gerona, na Catalunha, região da Espanha, o Beato Dalmácio Moner, presbítero da Ordem dos Pregadores, insigne pelo seu amor à solidão e ao silêncio. († 1341)
- Em York, na Inglaterra, os beatos mártires Guilherme Spenser, presbítero, e Roberto Hardesty, condenados à pena capital e enforcados no reinado de Isabel I. († 1589)
- Em Nagasáki, no Japão, Santo António González, presbítero da Ordem dos Pregadores, que, enviado para o Japão com outros cinco companheiros. († 1637)
- Em San Severino, nas Marcas, região da Itália, São Pacífico, presbítero da Ordem dos Frades Menores, insigne pela suas penitências, amor à solidão e oração ante o Santíssimo Sacramento. († 1721)
- Em Maribor, na Eslovénia, o Beato António Martinho Slomsek, bispo, que se dedicou com todas as suas energias ao cuidado da vida cristã das famílias, à formação do clero e à defesa da unidade da Igreja. († 1862)
- Em Roma, a Beata Colomba Gabriel (Joana Matilde Gabriel), abadessa do mosteiro de L’viv, na Ucrânia, fundou a Congregação das Irmãs Beneditinas da Caridade, além da obra social chamada Casa da Família. († 1926)
- Em Ablat de la Ribera, povoação da província de Valência, na Espanha, o Beato José Raimundo Pascoal Ferrer Botella, presbítero e mártir. († 1936)
- Em Rotglà y Corbera, também na província de Valência, o Beato José Maria Ferrándiz Hernández, presbítero e mártir. († 1936)
- Em Olleria, na mesma província de Valência, a Beata Encarnação Gil Valls, virgem e mártir. († 1936)
- Em Alcira, também na província de Valência, o Beato José Raimundo Ferragut Girbés, mártir, pai de família que morreu como vítima por Cristo na mesma perseguição contra a fé cristã. († 1936)
- Em Barcelona, também na Espanha, o Beato Afonso do Sagrado Coração de Maria, presbítero da Ordem dos Carmelitas Descalços e mártir. († 1936)
- Em Málaga, também na Espanha, os beatos Manuel Gómez Contioso, presbítero, e companheiros mártires. († 1936)
- Em Cuenca, na Espanha, os beatos Melchior do Espírito Santo , presbítero da Ordem da Santíssima Trindade e companheiros mártires, que consumou egregiamente o seu combate por Cristo. († 1936)
Fonte:
- Causesanti.va
- Liturgia das Horas
- Martirológio Romano
- Santiebeati.it
- Vaticannews.va
- Vatican.va
– Pesquisa e redação: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
– Produção e edição: Melody de Paulo
São Pio de Pietrelcina da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos
Origens
São Pio nasceu em 25 de maio de 1887, no seio de uma família de camponeses, em Pietrelcina, na arquidiocese de Benevento, filho de Grazio Forgione e Maria Giuseppa De Nunzio.
Ele foi batizado no dia seguinte com o nome de Francesco Forgione. Aos 12 anos, recebeu o sacramento da Confirmação e da Primeira Comunhão. Aos 16 anos, entrou para o Noviciado da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, em Morcone, adotando o nome de Frei Pio.
Vida Sacerdotal
Em 1910, recebeu a ordenação sacerdotal. Seis anos depois, entrou para o Convento de Santa Maria das Graças, em San Giovanni Rotondo, onde dedicava muitas horas do dia ao sacramento da Confissão. O cume das suas atividades pastorais era a celebração da Santa Missa. Ele se definia “um pobre frade que reza”. “A oração – afirmava – é a melhor arma que temos, é a chave que abre o coração de Deus”.
Vocação
Padre Pio viveu em plenitude a vocação de contribuir para a redenção do homem, segundo a missão especial que caracterizou toda a sua vida e que realizou por meio da direção espiritual dos fiéis, pela reconciliação sacramental dos penitentes e pela celebração da Eucaristia. O momento mais alto de sua atividade apostólica foi aquele em que celebrou a Santa Missa. Os fiéis que dela participaram perceberam o ápice e a plenitude de sua espiritualidade.
Caridade
O amor de Deus o encheu, satisfazendo todas as suas expectativas; a caridade era o princípio inspirador de seus dias: Deus ser amado e ser amado. Sua preocupação particular: crescer e fazer crescer na caridade.
Ele expressou o máximo de sua caridade para com o próximo, ao acolher, por mais de 50 anos, muitas pessoas que acorreram ao seu ministério e ao seu confessionário, ao seu conselho e ao seu conforto. Era quase um cerco: procuravam-no na igreja, na sacristia, no convento. E ele se entregou a todos, vivificando a fé, distribuindo graça, trazendo luz. Mas sobretudo nos pobres, nos sofredores e nos doentes, ele viu a imagem de Cristo e se entregou especialmente por eles.
Ao nível da caridade social, trabalhou para aliviar a dor e a miséria de muitas famílias, principalmente com a fundação da “Casa Alívio do Sofrimento”, inaugurada em 5 de maio de 1956.
A Fé
Para Padre Pio, fé era vida: ele queria tudo e fazia tudo à luz da fé. Ele estava assiduamente engajado em oração. Passava o dia e a maior parte da noite conversando com Deus. A fé sempre o levou a aceitar a misteriosa vontade de Deus.
Ele sempre esteve imerso em realidades sobrenaturais. Não só era um homem de esperança e de total confiança em Deus, mas incutia estas virtudes em todos os que se aproximavam dele, com palavras e exemplo.
Confiança em Deus
A virtude da fortaleza brilhava nele. Logo compreendeu que seu caminho seria o da Cruz e o aceitou com coragem e por amor. Ele experimentou os sofrimentos da alma por muitos anos. Durante anos ele suportou as dores de suas feridas com admirável serenidade.
Quando teve que passar por investigações e restrições em seu serviço sacerdotal, aceitou tudo com profunda humildade e resignação. Diante de acusações e calúnias injustificadas, sempre se calou, confiando no julgamento de Deus, de seus superiores diretos e de sua própria consciência.
Páscoa
Sua saúde, desde a juventude, não foi muito próspera e, principalmente nos últimos anos de sua vida, declinou rapidamente. A Irmã Morte o pegou preparado e sereno em 23 de setembro de 1968, aos 81 anos. Seu funeral foi caracterizado por um concurso de pessoas completamente extraordinário.
Via de Santificação
Foi beatificado em 02 de maio de 1999. Em 16 de junho de 2002, foi proclamado Santo pelo Papa João Paulo II, que afirmou na sua homilia: “A vida e a missão do Padre Pio são um testemunho das dificuldades e dores, que, se aceitos por amor, se transformam em um caminho privilegiado de santidade, que se abre ainda mais rumo a perspectivas de um bem muito maior, aceitável somente pelo Senhor”. Na notificação da canonização de São Pio de Pietrelcina, apresenta a motivação de sua canonização:
“A Igreja, ao inscrever o Beato Pio de Pietrelcina no Registo dos Santos, oferece aos fiéis uma imagem viva da bondade do Pai, imitador apaixonado de Jesus Crucificado e instrumento dócil do Espírito Santo ao serviço dos fiéis enfermos em corpo e espírito.”
Seus restos mortais são venerados em San Giovanni Rotondo, no santuário dedicado a ele.
Minha oração
“Tu foste modelo de entrega de vida, mas, acima de tudo, modelo de sacerdote e vítima, rogai pelos padre do mundo todo. Socorrei os teus filhos espirituais e aqueles que querem juntar-se a eles. Dai a nós um ardente amor a Jesus, como tu tiveste. Amém!”
São Pio de Pietrelcina, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 23 de setembro
- Comemoração dos santos Zacarias e Isabel, pais de São João Batista, Precursor do Senhor.
- Em Roma, a comemoração de São Lino, papa, a quem, segundo o testemunho de Santo Irineu, os Apóstolos confiaram o episcopado da Igreja fundada na Urbe e que São Paulo recorda como seu companheiro. († s. I)
- Em Capo Miseno, na Campânia, região da Itália, São Sósio, diácono e mártir. († c. 305)
- Em Ancona, no Piceno, hoje nas Marcas, também região da Itália, a comemoração de São Constâncio, porteiro da igreja. († s. V)
- Em Iona, ilha da Escócia, Santo Adamnano, presbítero e abade. († 704)
- Na África setentrional, os santos André, João, Pedro e António, mártires. († d. 881)
- Em Veneza, cidade do Vêneto, região da Itália, o Beato Pedro Acotanto, monge, que recusou humildemente o cargo de abade e preferiu viver recluso no mosteiro. († c. 1187)
- Em Bolonha, cidade da atual Emília-Romanha, também na Itália, a Beata Helena Duglióli Dall’Ólio. († 1520)
- Em Tlaxcala, no México, os beatos Cristóvão, António e João, mártires. († 1527-1529)
- Em Kingston, nas margens do Tâmisa, na Inglaterra, o Beato Guilherme Way, presbítero e mártir. († 1588)
- Em Montreal, no Canadá, a Beata Maria Emília Tavernier, religiosa, que, depois de perder o esposo e os filhos, fundou a Congregação das Irmãs da Providência. († 1851)
- Em Benisa, povoação da província de Valência, na Espanha, o Beato Vicente Ballester Far, presbítero e mártir. († 1936)
- Em Benicalap, povoação da mesma província da Espanha, as beatas Sofia Ximénez Ximénez, mãe de família, Maria da Purificação de São José e Maria de Santa Sofia, virgens do Instituto das Irmãs Carmelitas da Caridade, mártires. († 1936)
- Em Cracóvia, na Polônia, a Beata Bernardina Jablonska, virgem, fundadora da Congregação das Irmãs Servas dos Pobres. († 1940)
- Em Varsóvia, também na Polônia, o Beato José Stanek, presbítero da Sociedade do Apostolado Católico e mártir. († 1944)
Fonte:
- Causesanti.va
- Martirológio Romano
- Santiebeati.it
- Vaticannews.va
- Vatican.va
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
São Maurício e companheiros mártires, soldados de Deus
Origens
Maurício, Exupério, Cândido, Vitor, Inocêncio, Vital e outros eram oficiais e soldados do exército que foi encarregado, em 287, de reprimir a revolta dos Bagaudas (Bagauda vem da palavra céltica bagad, que significa multidão). Tratava-se, com efeito, de uma multidão de aldeões, pastores e escravos, que se revoltaram contra os seus senhores em certas partes da Gália, ameaçando a dominação romana.
A Ordem
Foi Maximiano Hércules quem recebeu ordens de Diocleciano para sufocar esta insurreição. Depois de atravessar os Alpes, interrompeu a marcha na Suíça, a fim de dar descanso de três dias às tropas. A guarda avançada acampou em Agaunum, a cerca de quinze milhas do Lago de Genebra. Era a esta guarda que pertenciam Maurício e os companheiros. Formavam um destacamento constituído inteiramente por cristãos, tirados, ao que parece, dos exércitos egípcios que guardavam habitualmente as fronteiras meridionais da Tebaida, daí o nome, que lhes deram, de Legião Tebana.
Páscoa
Antes de entrar em combate, Maximiano Hércules deu ordens para que todas as tropas se concentrassem em Octodure, a fim de sacrificarem aos deuses e prestarem juramento. Com a Legião Tebana, se recusou a tomar parte nessa cerimônia: “Somos seus soldados, mas também servos de Deus”, eles disseram.
Eles foram dizimados por ordem do comandante. Não tendo este castigo alterado as posições dos soldados, Maximiano mandou dizimá-los pela segunda vez. Os sobreviventes, porém, não deram mostras de se quererem acomodar aos desejos do comandante e, por isso, foram todos passados pelas armas.
Igreja e Relíquias
O campo ficou forrado de sangue e cadáveres. Naquele lugar e naquela época, foi erguida uma igreja em honra e culto a esses santos mártires do cristianismo, encontrada somente por volta do ano 1893. A maioria das relíquias dos corpos dos soldados cristãos da legião tebáica, atualmente, é venerada no Convento de São Maurício de Agaunum, na região do Valese, atual Suíça. Especialmente no dia 22 de setembro, determinado pelo calendário oficial da Igreja de Roma.
Minha oração
“Ao pelotão de soldados que deram testemunho da verdade e da verdadeira luta, sede auxílio no tempo de guerra e de combate da fé. Intercedei para que, se necessário, saibamos dar a nossa vida em favor de Cristo e da Igreja, fiel à vontade Divina. Amém!”
São Maurício e companheiros mártires, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 22 de setembro
- Em Roma, no cemitério de Comodila, junto à Via Ostiense, a comemoração de Santa Emérita, mártir. († data inc.)
- Em Roma, junto à Via Salária Antiga, o sepultamento de Santa Basila, mártir, no tempo dos imperadores Diocleciano e Maximiano. († 304)
- Em Levroux, localidade do território de Bourges, na Aquitânia, atualmente na França, São Silvano, eremita. († c. s. V)
- No monte Glonna, junto ao rio Loire, no território de Poitiers, na Gália, também na atual França, São Florêncio, presbítero. († c. s. VI)
- No território de Coutances, também na hodierna França, São Lauto ou Laudo, bispo. († d. 549)
- Em Laon, na Nêustria, também na atual França, Santa Salaberga, abadessa. († c. 664)
- Em Ratisbona, cidade da Baviera, na Alemanha, Santo Emeramo, bispo, que sofreu o martírio pela fé em Cristo. († c. 690)
- No mosteiro cisterciense de Morimond, na França, o passamento do Beato Otão, bispo de Freising, que morreu com o hábito monástico, que nunca deixou durante o episcopado. († 1158)
- Em Turim, no Piemonte, região da Itália, Santo Inácio de Santhiá, presbítero da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. († 1770)
- Ao largo de Rochefort, na França, o Beato José Marchandon, presbítero e mártir. († 1794)
- Em Seul, na Coreia, a paixão dos santos Paulo Chong Ha-sang e Agostinho Yu Chin-gil, mártires. († 1839)
- Em Monserrat, na província de Valência, na Espanha, o Beato Carlos Navarro Miguel, presbítero da Ordem dos Clérigos das Escolas Pias e mártir. († 1936)
- No mesmo lugar, o Beato Germano Gonçalvo Andréu, presbítero e mártir. († 1936)
- Em Alcira, na província de Valência, os beatos mártires Vicente Pelufo Corts, presbítero, e Josefina Moscardó Montalvá, virgem. († 1936)
- Em Bolbaite, também na província de Valência, o Beato Vicente Sicluna Hernández, presbítero e mártir. († 1936)
- Em Corbera, localidade próxima de Valência, também na Espanha, a Beata Maria da Purificação Vidal Pastor, virgem e mártir.(† 1936)
- Em Madrid, na Espanha, os beatos Estêvão Cobo Sanz e Frederico Cobo Sanz, religiosos da Sociedade Salesiana e mártires. († 1936)
- Em Azuaga, perto de Badajoz, também na Espanha, os beatos Félix Echevarría Gorostiaga, presbítero da Ordem dos Frades Menores e companheiros mártires.(† 1936)
Fonte:
- Arquisp.org.br
- Livro “Santos de cada dia” – José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003]
- Martirológio Romano
- Santiebeati.it
- Vaticannews.va
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
São Mateus, apóstolo e evangelista
Origens
São Mateus era pecador, um cobrador de impostos, deixou tudo e seguiu Jesus, tornando-se um dos Doze Apóstolos. Os evangelistas Lucas e Marcos também o chamam de Levi, o nome dado pelo seus pais – ele mudou o nome como uma forma, típica da época, de indicar a mudança de vida. O nome Mateus, algumas vezes, foi citado nos Atos dos Apóstolos. O anúncio de Cristo foi a sua missão.
Mateus, o cobrador de impostos
São Mateus é identificado com o apelido de “publicano”, termo carregado de consequências negativas e socialmente relevantes. O desprezo pelos cobradores de impostos, no tempo de Jesus, estava muito enraizado: eram cobradores de impostos, e não se odeia alguém só porque trabalha no que hoje chamamos de finanças. Mas os judeus, na época, não pagavam impostos ao seu estado soberano e livre, mas aos ocupantes romanos; na prática, tratava-se de financiar aqueles que os oprimiam. E consideravam o cobrador de impostos um colaborador detestável. São Mateus faz esse trabalho em Cafarnaum da Galileia. Com seu banco ali, ao ar livre. Jesus o vê pouco depois de curar um paralítico. Ele o chama. Matheus se levanta de repente, deixa tudo e segue Jesus. A partir desse momento, os impostos, as finanças, os romanos deixam de existir. Deixa tudo por aquela palavra de Jesus: “Siga-me”.
Autor do Primeiro Evangelho
São Mateus é autor do primeiro Evangelho, escrito não em grego, mas em aramaico. Os destinatários do Evangelho de Mateus são os cristãos de origem judaica: no texto, ele coloca em realce o fato de que Jesus é o Messias, que cumpre as promessas do Antigo Testamento.
Evangelizador no Oriente Médio
Depois da morte e ressurreição de Jesus, os apóstolos espalharam-se pelo mundo; e Mateus foi para a Arábia e Pérsia para evangelizar aqueles povos. Porém, foi vítima de uma grande perseguição por parte dos sacerdotes locais, que mandaram arrancar-lhe os olhos e o encarceraram para, depois, ser sacrificado aos deuses. Mas Deus não o abandonou e mandou um anjo que curou seus olhos e o libertou. Mateus seguiu, então, para a Etiópia, onde, mais uma vez, foi perseguido por feiticeiros que se opunham à evangelização. Porém, o príncipe herdeiro morreu e Mateus foi chamado ao palácio. Por uma graça divina, fez o filho da rainha Candece ressuscitar, causando grande espanto e admiração entre os presentes. Com esse ato, Mateus conseguiu converter grande parte da população. Na época, a Igreja da Etiópia passou a ser uma das mais ativas e florescentes dos tempos apostólicos.
Páscoa
Segundo algumas fontes, Mateus teria morrido por causas naturais; no entanto, segundo algumas tradições, consideradas pouco críveis, a sua existência terminou na Etiópia.
Relíquias
As suas relíquias encontram-se na cripta da Catedral de Salerno. Ali, o Santo é festejado, em 21 de setembro, com uma solene procissão.
Padroeiro
São Mateus é considerado o santo padroeiro dos banqueiros, bancárias, alfandegários, da Guardia di Finanza (na Itália), cambistas, contadores, consultores tributários, contabilista e cobradores de dívidas. O documento papal, atestando o patrocínio reconhecido, é datado de 10 de abril de 1934 e é assinado pelo Cardeal Eugenio Pacelli, futuro Papa Pio XII. O Papa que acolheu o pedido do Comandante Geral e apoiado pelo Ordinário Militar da época foi Pio XI. O “Pontifício Breve”, ao declarar São Mateus Patrono da Guardia di Finanza, espera que todos os membros do Corpo possam, seguindo o seu exemplo, unir o fiel exercício do dever para com o Estado com o fiel seguimento de Cristo.
Minha oração
“Tu que conhecestes Jesus de modo tão profundo, e a partir disso soube relatar seus mistérios. Que o sentido da nossa vida seja conhecer o Cristo e testemunhá-lo, assim como tu fizeste. Que sejamos fiéis seguidores e adoradores do Senhor. Amém!”
São Mateus, apóstolo e evangelista, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 21 de setembro
- Comemoração de São Jonas, profeta, filho de Amitai, cujo nome foi dado a um livro do Antigo Testamento.
- Na Grécia, a comemoração de São Quadrato, discípulo dos Apóstolos. († s. II)
- Em Roma, junto à Via Salária Antiga, São Pânfilo, mártir. († data inc.)
- Em Valle del Baccano, na Via Cássia, a vinte milhas da cidade de Roma, Santo Alexandre, mártir. († data inc)
- Em Gaza, na Palestina, os santos Eusébio, Néstabo e Zenão, mártires, três irmãos. Com eles padeceu também São Nestor. († 362)
- Em Apt, na Provença, atualmente na França, São Castor, bispo. († c. 426)
- No mosteiro de Llancarfan, no País de Gales, São Cadoc, abade, em cujo nome foram fundados muitos mosteiros também na Cornualha, região da Inglaterra, e na Bretanha Menor, região da França. († s. VI)
- No mosteiro de Ettenheim, na região de Baden, na Alemanha, São Landelino, monge, natural da Irlanda. († s. VII)
- Em Tronchiennes, na Flandres, região da Austrásia, atualmente na Bélgica, São Gerulfo, mártir, adolescente. n(† c.750)
- Em Troyes, na Gália, hoje na França, Santa Maura, virgem, célebre pela sua piedade e obras de caridade. († c. 850)
- Em Pêsaro, no Piceno, hoje nas Marcas, região da Itália, o Beato Marcos de Módena Scalabríni, presbítero da Ordem dos Pregadores. († 1498)
- Junto à fortaleza de Quang-Tri, no Anam, atualmente no Vietnam, os santos Francisco Jaccard, presbítero da Sociedade das Missões Estrangeiras de Paris, e Tomé Tran Van Thien, mártires. († 1838)
- Em Sai-Nam-Hte, na Coreia, a paixão dos santos mártires Lourenço Imbert, bispo, Pedro Maubant e Tiago Chastan, presbíteros da Sociedade das Missões Estrangeiras de Paris. († 1839)
- Em Benisoda, povoação da província de Valência, na Espanha, os beatos mártires Vicente Gálbis Gironês, pai de família, e Manuel Torró Garcia, que, configurados à paixão de Cristo na sua vida, O imitaram no triunfo do martírio. († 1936)
- Em Málaga, também na Espanha, o Beato Diogo Hompanera Paris, religioso da Ordem de Santo Agostinho e mártir, assassinado em ódio à fé. († 1936)
- Em Cuenca, também na Espanha, os beatos Nicolau de Mier Francisco, presbítero, e Jacinto Martínez Ayuela, religioso, ambos da Ordem de Santo Agostinho e mártires. († 1936)
- Em Azuaga, perto de Badajoz, também na Espanha, o Beato José Maria (José Mariano Azurmendi de Larrinaga Mugarza), presbítero da Ordem dos Frades Menores e mártir. († 1936)
Fonte:
- Arquisp.org.br
- Livro “Santos de cada dia” – José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003]
- Martirológio Romano
- Santiebeati.it
- Vaticannews.va
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
Santo André Kim e companheiros mártires da Coreia
Origens
A Igreja coreana foi fundada por leigos: eis a peculiaridade que a distingue das demais Igrejas. Segundo o Missal Romano, o Espírito sopra onde quer. Por isso, naquela estreita península, na extremidade oriental do mundo, o mesmo Espírito inspirou o coração de alguns homens, que abriram suas almas à nova fé, transmitida pelas delegações eclesiásticas chinesas, que visitavam a Coreia, anualmente, desde o início do século XVII.
Chegada de Sacerdotes à Coreia
Com o passar do tempo, os sacerdotes iam à Coreia e levavam consigo escritos religiosos e livros para aprofundar a fé. No entanto, a comunidade nascente, cada vez mais fecunda e prometedora, começou a pedir a Pequim para mandar mais missionários às suas terras e foi atendida. O Padre Chu-mun-mo chegou à Coreia e, assim, tiveram início as celebrações litúrgicas.
A Perseguição
Entretanto, a prosperidade da fé da nova comunidade não passou despercebida. O governo coreano não via com bons olhos o novo culto, que levou ao país novos ritos, bem diferentes dos tradicionais. Assim, em 1802, foi promulgado um édito estatal, que não proibia apenas a crença cristã, mas também mandava exterminar os cristãos.
O primeiro a ser assassinado foi o único sacerdote chinês. Contudo, em 1837, chegaram mais dois, acompanhados por um Bispo, pertencentes às Missões Estrangeiras de Paris, embora houvesse ainda perseguições.
André Kim Taegon, primeiro sacerdote da Coreia
André foi um dos primeiros sacerdotes coreanos, nascidos e criados no país. Nasceu em 1821, em uma família convertida e muito fervorosa, tanto que seu pai transformou sua casa em igreja doméstica, onde se reuniam muitos fiéis para ser batizados.
André Kim respirava a fé, desde criança, e conheceu de perto o martírio precoce com a morte do seu pai, assassinado aos 44 anos. Tais episódios, porém, fortaleceram ainda mais a sua fé, a ponto de ir a Macau para receber a ordenação sacerdotal. Ao regressar à Coreia como diácono, em 1844, favoreceu, às ocultas, a entrada no país do Bispo Ferréol. Juntos, trabalharam como missionários, sempre em segredo, apesar do eterno clima de perseguição.
André, de modo particular, conhecendo os costumes e a mentalidade locais, obteve resultados extraordinários em seu apostolado. Contudo, foi descoberto e preso, por tentar enviar documentações e testemunhos para a Europa. Padre André Kim Taegon foi martirizado em 16 de setembro de 1846.
Companheiros Mártires
Foram dez mil mártires. Desses, a Igreja canonizou muitos que foram agrupados para uma só festa, liderados por André Kim Taegon. Neste dia, veneram-se na mesma celebração todos os cento e três mártires que na Coreia deram testemunho da fé cristã. Todos estes atletas de Cristo – entre os quais três bispos, oito presbíteros e todos os outros leigos: homens e mulheres, casados ou não, anciãos, jovens e crianças – suportando o suplício, consagraram com o seu precioso sangue os primórdios da Igreja na Coreia.
Paulo Chong Hasang, catequista peregrino
A história de Paulo é a de um herói da fé, pois, ainda jovem, presenciou ao martírio de metade da sua família. Paulo Chong, natural de Mahyan, nasceu em 1795; foi preso, com sua mãe e irmã, e privado de todos os seus bens. Ao readquirir a sua liberdade, sua fé ficou mais forte do que nunca; transferiu-se para Seul, onde se uniu à comunidade cristã local, com a qual trabalhou muito, obtendo novas conversões. Sozinho e a pé, apesar das enormes dificuldades, fez pelo menos 15 peregrinações à China, comprometendo-se para levar sacerdotes e missionários às terras coreanas de Pequim. Hospedado na casa do Bispo francês de Imbert, que ajudou a entrar na Coreia, recebeu o convite para ser sacerdote. Porém, Paulo foi preso, durante as perseguições anticristãs, e martirizado em 22 de setembro de 1839.
Via de Santificação
A canonização ocorreu em 06 de maio de 1984, pelo Papa João Paulo II. Determinando o dia 20 de setembro para a celebração litúrgica.
Minha oração
“Pedimos a intercessão dos mártires pelo povo coreano e seus descendentes, pedimos pelo país e seus governantes, para que sejam conforme os valores cristãos e a fé possa florescer nessa região através desse testemunho. Por Cristo, Nosso Senhor. Amém!”
Santo André Kim e companheiros mártires, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 20 de setembro
- Em Sínada, na Frígia, hoje Cifitkasaba, na Turquia, São Dorimedonte, mártir. († s. III)
- Em Roma, a comemoração de Santo Eustáquio, mártir, cujo nome é celebrado numa antiga diaconia da cidade.(† data inc.)
- Em Constantinopla, hoje Istambul, na Turquia, os santos mártires Hipácio, e Asiano, bispos, e André, presbítero. († c. 740)
- Perto da cidade de Arco, no Trentino, região da Itália, o Beato Adelpreto, bispo. († c. 1172)
- Em Londres, na Inglaterra, o Beato Tomás Johnson, presbítero da Cartuxa desta cidade e mártir. († 1537)
- Em Córdova, na Espanha, o Beato Francisco de Posadas, presbítero da Ordem dos Pregadores. († 1713)
- Na fortaleza de Son-Tay, no Tonquim, agora no Vietnam, São João Carlos Cornay, presbítero da Sociedade das Missões Estrangeiras de Paris e mártir. († 1837)
- Em Seul, na Coreia, os santos Lourenço Han I-hyong, catequista, e seis companheiros, mártires, que morreram por Cristo, enforcados em diversos cárceres. († 1837)
- Em Puebla, no México, São José Maria de Yermo y Parres, presbítero, que fundou a Congregação das Servas do Coração de Jesus e dos Pobres, para socorrer os indigentes nas necessidades da alma e do corpo. († 1904)
- Em Pozoblanco, perto de Córdova, também na Espanha, a Beata Teresa Cejudo Redondo, mãe de família, cooperadora salesiana e mártir. († 1936)
- Em Sittard, na Holanda, a Beata María Teresa de São José (Anna Maria Tauscher van den Bosch), virgem, fundadora da Congregação das Irmãs Carmelitas do Divino Coração de Jesus. († 1938)
Fonte:
- Arquisp.org.br
- Causesanti.va
- Martirológio Romano
- Santiebeati.it
- Vaticannews.va
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
São Januário, o milagre do sangue que se liquefaz
Origens
São Januário nasceu em Nápoles, na segunda metade do século III, e foi eleito bispo de Benevento, onde exerceu seu apostolado, amado pela comunidade cristã e respeitado também pelos pagãos.
A Visão
O episódio, que levou Januário ao martírio, aconteceu no início do século IV, com a retomada das perseguições contra os cristãos. Há algum tempo, Januário era muito amigo de Sóssio, diácono da cidade de Miseno. Certo dia, enquanto lia o Evangelho na igreja, teve uma visão: apareceu uma chama sobre a sua cabeça. Reconhecendo nela o símbolo do seu futuro martírio, Januário deu graças ao Senhor e pediu para que aquele fosse o seu destino.
Páscoa
Reconhecendo o seu destino, o Bispo convidou Sóssio a participar da visita pastoral, que se realizaria em Pozzuoli, para falar sobre a fé. O diácono pôs-se a caminho, mas, durante a viagem, foi preso pelos guardas, enviados por Dragôncio, governador da Campânia.
Na prisão, recebeu a visita de Januário, acompanhado pelo diácono Festo e o leitor Desidério: os três tentaram interceder, junto a Sóssio, pela sua libertação. Mas, em resposta, todos foram condenados a serem dilacerados publicamente pelos ursos. No entanto, a notícia da sua condenação à morte não foi bem vista pelo povo. Por isso, temendo uma revolta, o governador mudou a sentença para uma decapitação discreta, longe dos olhos do povo. Foram martirizados também Próculo, diácono da igreja de Pozzuoli, e os fiéis Eutíquio e Acúcio, por terem criticado a execução publicamente.
Outra versão do seu martírio
Nem todas as fontes, tão antigas, concordavam com o martírio de São Januário e, por isso, há outra hipótese do que, provavelmente, poderia ter acontecido: enquanto Januário se encaminhava para Nola, o pérfido juiz, Timóteo, o prendeu com a acusação de proselitismo, que violava os decretos imperiais. No entanto, as torturas perpetradas contra o Santo não afetaram seu corpo ou sua fé.
Por isso, Timóteo o jogou em uma fornalha da qual, mais uma vez, Januário saiu ileso. Enfim, foi condenado à decapitação em um lugar perto da chamada Solfatara. Durante a sua transferência, encontrou um mendigo, que lhe pede um pedaço do seu manto para guardar como relíquia: o Santo respondeu que podia ficar com todo o lenço, que estava amarrado em seu pescoço, antes da execução. Antes de morrer, Januário colocou um dedo na garganta, que também foi decepado pela lâmina, junto com o lenço, depois conservados como relíquia.
O Milagre do Sangue
Segundo o costume, por ocasião da execução dos mártires, uma mulher, Eusébia, chegou ao lugar da morte de Januário e recolheu, em duas ampolas, o sangue derramado pelo Bispo, já em odor de santidade. Ela as entregou ao Bispo de Nápoles, que mandou construir duas capelas em homenagem ao sagrado traslado: São Januarinho em Vômero e São Januário em Antignano. Seu corpo, ao invés, sepultado na zona rural de Marciano, teve uma primeira translação, no século V, quando o culto ao Santo já era bem difundido. São Januário foi canonizado por Sisto V, em 1586.
Relíquia
Quanto à relíquia do seu sangue, foi exposta, pela primeira vez, em 1305. Porém, o milagre do seu sangue, que parece quase ferver e voltar ao estado líquido, permanecendo até a oitava seguinte, ocorreu, pela primeira vez, em 17 de agosto de 1389, após uma grande escassez. Hoje, o milagre se repete três vezes ao ano: no primeiro sábado de maio, em memória da primeira translação; em 19 de setembro, memória litúrgica do Santo e data do seu martírio; e em 16 de dezembro, para comemorar a desastrosa erupção do Vesúvio, em 1631, bloqueada por intercessão do Santo. As duas ampolas estão conservadas em uma teca de prata, por desejo de Roberto d’Angiò, na Capela do Tesouro de São Januário, na Catedral de Nápoles.
Via de Santificação
São Januário é venerado desde o século V, mas sua confirmação canônica veio somente por meio do Papa Sisto V em 1586.
Minha oração
“Querido bispo, levai o teu povo ao mais profundo mistério dos milagres. Curai os doentes e socorrei os necessitados, assim como Cristo deseja realizar em nós. Que através das tuas relíquias aconteçam grandes conversões. Amém!”
São Januário, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 19 de setembro
- Em Sínada, na Frígia, hoje Cifitkasaba, na Turquia, São Trófimo, mártir. († data inc.)
- Na Palestina, os santos mártires Peleu e Nilo, bispos no Egipto, Elias, presbítero, e Patermúcio. († 310)
- Em Tours, na Gália Lionense, atualmente na França, Santo Eustóquio, bispo. († 461)
- No mosteiro de Sisteron, no território de Langres, também na Gália, hoje na França, São Sena, presbítero e abade. († s. VI)
- No território de Bourges, na Aquitânia, também na hodierna França, São Mariano, eremita. († s. VI)
- Em Metz, na Austrásia, na atual França, São Goerico ou Abão, bispo, que sucedeu a Santo Arnolfo, cujo corpo trasladou solenemente para esta cidade. († c. 642)
- Em Cantuária, na Inglaterra, São Teodoro, bispo, que, sendo monge procedente de Tarso, foi ordenado bispo pelo papa São Vitaliano e enviado quase septuagenário para a Inglaterra. († 690)
- Em Córdova, na Andaluzia, região da Espanha, Santa Pomposa, virgem e mártir. († 853)
- Em Freising, na Baviera, região da Alemanha, São Lamberto, bispo. († 957)
- Em Buonvicino, próximo de Cosenza, na Calábria, região da Itália, São Ciríaco, abade. († 1030)
- Em Gap, na Provença, região da França, Santo Arnolfo, bispo. († c. 1075)
- Em Barcelona, na Catalunha, região da Espanha, Santa Maria de Cervelló, virgem da Ordem de Nossa Senhora das Mercês. († 1290)
- Em Madrid, também na Espanha, Santo Afonso de Orozco, presbítero da Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho . († 1591)
- Em Seul, na Coreia, a paixão de São Carlos Hyon Song-mun, mártir. († 1846)
- Em Villefranche-de-Rouergue, no território de Rodez, na França, Santa Maria Gulhermina Emília de Rodat, virgem. († 1852)
- Em Ciempozuelos, povoação próxima de Madrid, na Espanha, o Beato Jacinto Hoyuelos González, religioso da Ordem de São João de Deus e mártir. († 1936)
- Em Benifayó, localidade da província de Valença, também na Espanha, a Beata Francisca Cualladó Baixauli, virgem e mártir. († 1936)
- Em Madrid, também na Espanha, as beatas Maria de Jesus de la Iglesia y de Varo, Maria das Dores Aguiar-Mella y Díaz e Consolação Aguiar-Mella y Díaz, virgens do Instituto das Filhas de Maria das Escolas Pias e mártires. († 1936)
Fonte:
- Arquisp.org.br
- Martirológio Romano
- Santiebeati.it
- Vaticannews.va
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
São José de Cupertino, o padroeiro dos estudantes
Origens
Quando José Maria Desa nasceu, em 17 de junho de 1603, na cidadezinha de Cupertino, na província italiana de Lecce, sua família não levava uma vida fácil. Seu pai, Félix, foi envolvido na falência financeira de um conhecido, a quem havia emprestado dinheiro, acabando na miséria. Por isso, José veio ao mundo em uma estrebaria, como Jesus, e, desde criança, teve de arregaçar as mangas para contribuir com as despesas de casa, trabalhando em uma venda.
São José de Cupertino até começou a ir à escola, mas foi acometido por uma úlcera gangrenosa, que o obrigou a deixar os estudos por cinco anos. Sua mãe, Francisca Panaca, mulher forte e vigorosa, tentou dar-lhe uma formação básica, mediante a narração da vida dos Santos, como a de São Francisco. Assim, amadureceu em José o desejo de seguir e imitar a vida do “Pobrezinho de Assis”.
Franciscanos
Aos 16 anos, pediu para entrar na Ordem dos Frades Franciscanos Conventuais, no convento da “Grottella”. Entretanto, a sua pouca formação escolar não o ajudou, sendo obrigado a voltar à sua vida de antes. Com o tempo, São José de Cupertino dirigiu-se aos Franciscanos Reformados e, depois, aos Capuchinhos de Martina Franca, mas a resposta era sempre a mesma: pouca instrução, além das suas primeiras manifestações de êxtase, durante as quais deixava cair tudo das mãos, que o tornaram inadequado para a vida comunitária.
Neste ínterim, o Supremo Tribunal de Nápoles estabeleceu que, ao se tornar maior de idade, José devia trabalhar, sem remuneração, até pagar toda a dívida do pai, já falecido. Diante de tal sentença, que na verdade era uma verdadeira escravidão, o jovem voltou a pedir para entrar no convento de “Grottella”. Os Frades levaram a sério a sua situação e o ajudaram a fazer um verdadeiro percurso de estudos.
Sacerdócio milagroso
Entre milhares de dificuldades, mas graças à sua grande força de vontade, chegou a hora de enfrentar o exame para o Diaconato. Ali, realizou-se um prodígio: José conhecia a fundo apenas uma passagem do Evangelho, precisamente aquela que, por acaso, o Bispo examinador lhe pediu para comentar. Um acontecimento extraordinário semelhante deu-se, novamente, três anos depois, durante o exame para o Sacerdócio: o Bispo interrogou alguns candidatos e, achando-os particularmente preparados, estendeu a admissão ao Sacerdócio a todos os outros candidatos. Enfim, em 1628, José foi ordenado sacerdote.
“Irmão burro” e dom de ciência infusa
A humildade de São José de Cupertino, porém, permaneceu proverbial: ciente das suas limitações culturais, nunca renunciava aos trabalhos manuais mais simples, chegando até a se apelidar “Irmão burro”; no entanto, dedicava-se ao serviço dos mais pobres. José viveu seu amor à Igreja de forma incondicional: colocou Cristo ao centro da sua vida e tinha uma profunda devoção a Maria, Mãe de Deus. Contudo, quem o ouvia falar reconhecia nele a luz de uma teologia madura, com a qual fazia debates profundos: era o dom da ciência infundida (Deus que revela o conhecimento ao homem), que o tornou um grande sábio.
Êxtases e levitações
No entanto, se acentuavam em José os fenômenos de êxtases e levitações, sobretudo quando pronunciava os nomes de Jesus e Maria. Tais episódios não passaram despercebidos à Inquisição de Nápoles, que o convocou para saber se o jovem de Cupertino estivesse abusando ou não da credulidade popular. E, precisamente, diante dos Juízes, reunidos no Mosteiro de São Gregório Armênio, José teve uma levitação. Por isso, foi absolvido de todas as acusações, mas o Santo Ofício o obrigou ao isolamento, longe das multidões.
O ponto mais alto: a Eucaristia
Desta forma, o futuro Santo passou de um convento ao outro – Roma, Assis, Pietrarubbia, Fossombrone – até chegar a Ósimo, perto de Ancona. Finalmente, ao chegar ali, em 1656, por ordem do Papa Alexandre VII, encontrou a paz. De fato, ali permaneceu sempre até a morte, levando sempre uma vida humilde, ao serviço do próximo e em colóquio pessoal com Deus, que culminava na celebração Eucarística.
Páscoa
São José de Cupertino faleceu, em 18 de setembro de 1663, aos 60 anos. Bento XIV o beatificou, em 1753, e Clemente XIII o canonizou em 16 de julho de 1767. Hoje, seus restos mortais descansam em uma urna de bronze dourado, na cripta da igreja de Ósimo, a ele dedicada. Foi construído também um Santuário, em sua homenagem, em Cupertino, sobre a estrebaria onde o Santo nasceu.
Padroeiro dos Estudantes
“Capacidade de voar, com a mente e com o corpo”: eis a chave estilística, que caracterizava a vida de São José de Cupertino. No entanto, apesar das suas dificuldades nos estudos, recebeu o dom da ciência infundida e momentos de êxtase com levitações. Isso tornou-o padroeiro dos estudantes e universitários.
Minha oração
“Tu, que alcançastes as mais altas ciências, não pela via intelectual, mas sim pelas vias místicas, ajudai-nos nos nossos estudos e no desejo mais sincero de conhecer a Deus. Ensinai-nos a descobrir em Jesus o caminho da sabedoria. Amém!”
São José de Cupertino, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 18 de setembro
- Em Nicomédia, na Bitínia, hoje Izmir, na Turquia, Santo Oceano, mártir. († data inc.)
- Em Prymnesso, na Frígia, também na atual Turquia, Santa Ariadna, mártir. († data inc.)
- No território da Gália Vienense, hoje na França, São Ferréolo, mártir. († s. III)
- Em Milão, na Ligúria, hoje na Lombardia, região da Itália, Santo Eustórgio, bispo. († a. 355)
- Em Avranches, no litoral da Bretanha Menor, atualmente na França, São Senário, bispo. († s. VI)
- Em Limoges, na Aquitânia, também na atual França, São Ferréolo, bispo. († s. VI f.)
- Em Gortina, na ilha de Creta, Santo Eumênio, bispo. († c. s. VII)
- Em Andlau, na Alsácia da Lotaríngia, na atual Alemanha, Santa Ricarda, que era rainha, mas, renunciando ao reino terreno, serviu a Deus num mosteiro por ela fundado. († c. 895)
- Em Nam Dinh, cidade do Tonquim, hoje no Vietnã, São Domingos Trach, presbítero da Ordem dos Pregadores e mártir,. († 1840)
- Em Paimol, localidade próxima da missão de Kalongo, no Uganda, os beatos David Okelo e Gildo Irwa, catequistas e mártires. († 1918)
- Em Ciudad Real, na Espanha, o Beato Carlos Eraña Guruceta, religioso da Companhia de Maria e mártir. († 1936)
- Próximo da cidade de Gandia, na província de Valência, também na Espanha, os beatos Fernando Garcia Sendra e José Garcia Más, presbíteros e mártires. († 1936)
- Em Monserrat, na mesma província de Valência, os beatos Ambrósio e Valentim , presbíteros, e Francisco, Recaredo e Modesto, todos eles religiosos da Congregação dos Terciários Capuchinhos de Nossa Senhora das Dores. († 1936)
- Em Paracuellos del Jarama, na Espanha, o Beato Salvador Fernández Pérez, presbítero da Sociedade Salesiana e mártir. († 1936)
- No campo de concentração de Dachau, próximo de Munique, na Baviera, região da Alemanha, o Beato José Kut, presbítero e mártir. († 1942)
Fonte:
- Causesanti.va
- Martirológio Romano
- Santiebeati.it
- Vaticannews.va
– Pesquisa e redação: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
– Produção e edição: Melody de Paulo
São Roberto Bellarmino, bispo, cardeal e doutor da Igreja
Origens
Nascido em 4 de outubro de 1542, em Montepulciano, perto de Siena, São Roberto Bellarmino era filho dos nobres empobrecidos Vincenzo Bellarmino e Cinzia Cervini, que era irmã do Papa Marcelo II. Ele teve uma excelente educação humanista antes de entrar na Companhia de Jesus em 20 de setembro de 1560. Os estudos em filosofia e teologia, que realizou entre o Colégio Romano, Pádua e Louvain, centraram-se em São Tomás e os padres da Igreja, foram decisivos para sua orientação teológica. Ordenado sacerdote em 25 de março de 1570.
Professor e Orientador da Fé
São Roberto Bellarmino foi professor de teologia em Louvain por alguns anos. Posteriormente, chamado à Roma como professor do Colégio Romano, foi-lhe confiada a cátedra de “Apologética”; na década em que ocupou esse cargo (1576-1586), elaborou um curso de lições que, mais tarde, se fundiu na Controversiae , obra que imediatamente se tornou famosa pela clareza e riqueza de conteúdo e pelo viés predominantemente histórico. O Concílio de Trento acabava de terminar, e para a Igreja Católica era necessário fortalecer e confirmar sua identidade também em relação à Reforma Protestante. A ação do Bellarmino se insere nesse contexto.
De 1588 a 1594, foi o primeiro pai espiritual dos alunos jesuítas do Colégio Romano, entre os quais conheceu e dirigiu São Luís Gonzaga, e, mais tarde, superior religioso. O Papa Clemente VIII o nomeou teólogo pontifício, consultor do Santo Ofício e reitor do Colégio das Penitenciárias da Basílica de São Pedro. Seu catecismo, Breve Doutrina Cristã , que foi sua obra mais popular, remonta ao biênio 1597-1598.
Cardeal
Em 3 de março de 1599, foi criado cardeal pelo Papa Clemente VIII e, em 18 de março de 1602, foi nomeado arcebispo de Cápua. Recebeu a ordenação episcopal em 21 de abril do mesmo ano. Nos três anos em que foi bispo diocesano, destacou-se pelo zelo de pregador em sua catedral, pela visita semanal às paróquias, pelos três sínodos diocesanos e por um conselho provincial ao qual deu vida. Depois de ter participado dos conclaves que elegeram o Papa Leão XI e Paulo V, foi chamado a Roma, onde foi membro das Congregações do Santo Ofício, do Índice, dos Ritos, dos Bispos e da Propagação da Fé. Ele também teve cargos diplomáticos, com a República de Veneza e Inglaterra, em defesa dos direitos da Sé Apostólica.
Páscoa
São Roberto Bellarmino, em seus últimos anos, compôs vários livros sobre espiritualidade, nos quais condensou o fruto de seus exercícios espirituais anuais. Ao lê-los, o povo cristão ainda hoje recebe grande edificação. Morreu em Roma em 17 de setembro de 1621. O Papa Pio XI o beatificou em 1923, o canonizou em 1930 e o proclamou Doutor da Igreja em 1931.
Minha oração
“Grande santo professor e apologista, educa-nos no caminho da fé, livrai-nos das heresias e leva-nos ao conhecimento mais profundo de Jesus Cristo Nosso Senhor. Por meio da tua intercessão, confiamos a Santa Igreja, Cardeais e Bispos, para que sejam modelos do Bom Pastor. Amém!”
São Roberto Bellarmino, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 17 de setembro:
- Em Milão, na Ligúria, hoje na Lombardia, região da Itália, o sepultamento de São Sátiro, cujos méritos insignes são mencionados pelo seu irmão Santo Ambrósio. († c. 377)
- Em Liège, na Austrásia, na atual Bélgica, a paixão de São Lamberto, bispo de Maastricht e mártir. († c. 705)
- Na floresta de Argonne, junto ao rio Mosa, também na Austrásia, atualmente na França, São Rodingo, abade. († s. VIII in.)
- Em Córdova, na Andaluzia, região da Espanha, Santa Colomba, virgem e mártir. († 853)
- Em Melinais, no território de Angers, na França, São Reinaldo, eremita, que se retirou na floresta de Craon. († c. 1104)
- No mosteiro de Rupertsberg, em Bingen, no estado de Hesse, na Alemanha, Santa Hildegarda, virgem. († 1179)
- Em Avigliana, no território de Turim, no Piemonte, região da Itália, o Beato Querubim Testa, presbítero da Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho. († 1479)
- Em Saragoça, cidade de Aragão, na Espanha, São Pedro de Arbués, presbítero e mártir, dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho. († 1485)
- Em Gora Kalwária, na Polónia, Santo Estanislau de Jesus e María (João Papczynski), presbítero e fundador dos Clérigos Marianos da Imaculada Conceição da Virgem Maria. († 1701)
- Em Hué, no Anam, atualmente no Vietnã, São Manuel Hguyen Van Trieu, presbítero e mártir, no reinado de Canh Thin. († 1798)
- Em Gênova, na Ligúria, região da Itália, São Francisco Maria de Camporosso, religioso da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. († 1866)
- Em Cracóvia, na Polónia, São Segismundo Félix Felinski, bispo de Varsóvia, que, fundou a Congregação das Irmãs Franciscanas da Família de Maria. († 1895)
- Em Castillo de Villamalefa, localidade próxima de Castellón, na Espanha, o Beato João Ventura Solsona, presbítero e mártir. († 1936)
- Em Madrid, na Espanha, o Beato Timóteo Valero Pérez, presbítero da Congregação dos Terciários Capuchinhos de Nossa Senhora das Dores e mártir. († 1936)
- Em Alcácer de San Juan, perto de Ciudad Real, na Espanha, o Beato Álvaro Santos Cejudo, mártir. († 1936)
- Na floresta de Palmiry, perto de Varsóvia, na Polónia, o Beato Segismundo Sajna, presbítero e mártir. († 1940)
Fonte:
- Causesanti.va
- Martirológio Romano
- Santiebeati.it
- Vaticannews.va
– Pesquisa e redação: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
– Produção e edição: Melody de Paulo
São Cornélio e São Cipriano, Papa e Bispo
Origens
A comemoração destes dois mártires, São Cornélio e São Cipriano, no mesmo dia, é muito antiga. O Martirológio de São Jerônimo já os celebrava juntos. Essa data escolhida indica, em particular, a renúncia ao trono papal do primeiro e a morte do segundo por decapitação.
Cornélio, o Papa
Em Roma, no ano 251, após alguns anos de cargo vacante, devido à perseguição de Décio, Cornélio foi eleito Papa em 251. Era um romano, talvez, de origem nobre, mas, certamente, reconhecido como homem de fé, justo e amoroso.
Contudo, a sua eleição não foi aceita pelo herege Novaciano, que se fez consagrar antipapa e promoveu um cisma precisamente na Cidade de Roma.
Cornélio — que apoiava a distância o Bispo Cipriano —, foi acusado de ser muito manso com os “lapsos”: estes eram apóstatas, que retornavam à Igreja, sem as devidas penitências. Estes voltavam às atividades, simplesmente com a apresentação de um certificado de reconciliação, obtido de algum suposto confessor.
Além do mais, uma epidemia abateu-se sobre Roma e, depois, teve início também a perseguição anticristã de Galo. O Papa Cornélio foi exilado e preso em Civitavecchia, onde faleceu em 253, mas foi sepultado nas catacumbas de São Calisto, em Roma.
Cipriano, Bispo
Cipriano nasceu em Cartago, no ano 210, era um hábil retórico, que exercia a profissão de advogado. Certo dia, ao ouvir a palavra de Jesus, converteu-se ao Cristianismo. Transcorria o ano 246.
Graças à sua fama de intelectual, foi imediatamente ordenado sacerdote e consagrado Bispo da sua cidade. Mas, em Cartago, a situação dos cristãos não era fácil: agravaram-se as perseguições de Décio, depois de Galo, Valeriano e Galieno.
Assim, muitos fiéis, ao invés de morrer, decidiram voltar ao paganismo. Com o tempo, alguns se arrependeram, mas a conduta de acolhida e benevolência do Bispo Cipriano com eles não foi aceita pelos rigoristas. Envolvido na contenda dos “lapsos”, lutou contra o Padre Novato, que apoiava o antipapa Novaciano, e contra o diácono Felicissimo, que havia eleito Fortunato como antibispo.
Em 252, Cipriano conseguiu convocar um Concílio, em Cartago, para condená-los, enquanto o Papa Cornélio, em Roma, confirmava a excomunhão deles. Durante a perseguição de Valeriano, o clandestino Cipriano retornou a Cartago, para dar testemunho da fé, mas ali foi martirizado.
Amor à verdade
A memória dos santos mártires São Cornélio e São Cipriano, os quais celebramos hoje, o mundo cristão os louva a uma só voz, como testemunhas de amor por aquela verdade que não pode ceder, professada por eles em tempos de perseguição diante da Igreja de Deus e do mundo.
Minha oração
“Os santos mártires doaram sua vida pela fé, e quão lindo testemunho é ver os pastores entregando-se como Jesus. Fazei que nossos líderes tenham a mesma coragem e força para sustentar a fé do povo de Deus, assim como testemunhar com a própria vida. Por Cristo, Senhor nosso. Amém!”
São Cornélio e São Cipriano, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 16 de setembro:
- Em Calcedónia, na Bitínia, na atual Turquia, Santa Eufémia, virgem e mártir. († c. 303)
- No Monte Soratte, junto à Via Flamínia, no Lácio, região da Itália, os santos Abúndio e companheiros, mártires. († 304)
- Em Roma, junto à Via Nomentana “ad Cápream”, no cemitério Maior, os santos Vítor, Félix, Alexandre e Papias, mártires. († data inc.)
- Em Nócera, na Campânia, região da Itália, São Prisco, bispo e mártir, que São Paulino de Nola celebrou nos seus panegíricos poéticos. († c. s. IV)
- Em Whithorn, na Escócia, a comemoração de São Niniano, bispo. († c. 432)
- Na Andaluzia, região da Espanha, os santos mártires Rogélio, monge de avançada idade, e do jovem Servideu (Abdallah), nativos do Oriente. († 852)
- Em Praga, na Boêmia, na Chéquia, Santa Ludmila, mártir, duquesa da Boémia, que, indicada para a educação do seu neto, São Venceslau. († 921)
- Em Wilton, na Inglaterra, Santa Edite, virgem, filha do rei dos Anglos. († c. 984)
- Em Montecassino, no Lácio, região da Itália, onde ocorreu o falecimento do Beato Vítor III, papa. († 1087)
- Em Savigny, na Normandia, região da França, São Vital, abade. († 1122)
- No mosteiro de Huerta, na região de Castela, na Espanha, o falecimento de São Martinho, chamado Sacerdote, que, sendo abade cisterciense, foi ordenado bispo de Sigüenza. († 1213)
- Em Salon, na Provença, região da França, o falecimento do Beato Luís Alemand, bispo de Arles, insigne pela sua vida de singular piedade e penitência. († 1450)
- Em Nagasaki, no Japão, os beatos mártires Domingos Shobioye, Miguel Timonoya e seu filho Paulo. († 1628)
- Em Lima, no Peru, São João Macias, religioso da Ordem dos Pregadores, que durante muito tempo exerceu ofícios humildes. († 1645)
- Em Sai-Nam-Hte, na Coreia, a paixão de Santo André Kim Taegon, presbítero e mártir. († 1846)
- Em Ódena, povoação da província de Barcelona, na Espanha, o Beato Inácio Casanovas Perramón, presbítero da Ordem dos Clérigos Regrantes das Escolas Pias e mártir. († 1936)
- Em Turis, na província de Valência, na Espanha, os beatos mártires Laureano , presbítero, Benito Maria e Bernardino, religiosos da Ordem dos Terciários Capuchinhos de Nossa Senhora das Dores. († 1936)
Fonte:
- Arquisp.org.br
- Martirológio Romano
- Santiebeati.it
- Vaticannews.va
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
Nossa Senhora das Dores, o sofrimento de Maria
Origens
A devoção à “Mater Dolorosa”, muito difundida, sobretudo nos países do Mediterrâneo, desenvolveu-se a partir do final do século XI. Em 1814, o Papa Pio VII a incluiu no calendário litúrgico romano, fixando-a em 15 de setembro, no dia seguinte à festa da Exaltação da Santa Cruz.
Esta devoção foi comprovada pelo “Stabat Mater”, atribuído ao Frei Jacopone de Todi (1230-1306), no qual compôs as “Laudes”. No século XV, encontramos as primeiras celebrações litúrgicas sobre Nossa Senhora das Dores, “em pé” junto à Cruz de Jesus.
Ordem dos Servos de Maria
Recordamos que, em 1233, nasceu a “Ordem dos Servos de Maria”, que muito contribuiu para a difusão do culto a Nossa Senhora das Dores, tanto que, em 1668, seus membros receberam a autorização para celebrar a Missa votiva das Sete Dores de Maria.
A Data
Em 1692, o Papa Inocêncio XII permitiu a sua celebração oficial no terceiro domingo de setembro. Mas foi só por um período, pois, em 18 de agosto de 1714, a celebração foi transferida para a sexta-feira, que precedia o Domingo de Ramos.
No dia 18 de setembro de 1814, Pio VII estendeu esta festa litúrgica a toda a Igreja, voltando a ser celebrada no terceiro domingo de setembro.
Pio X (†1914) determinou que a celebração fosse celebrada em 15 de setembro, um dia após a festa da Exaltação da Santa Cruz, mas não com o título de “Sete Dores de Maria”, mas como “Nossa Senhora das Dores”.
Memória
A memória de Nossa Senhora das Dores chama-nos a reviver o momento decisivo na história da salvação e a venerar a Mãe associada à Paixão do seu filho e, próxima d’Ele, levantada na cruz. A sua maternidade assume dimensões universais no Calvário.
As sete dores de Nossa Senhora
As dores correspondem ao mesmo número de episódios narrados no Evangelho:
- A profecia de Simeão sobre Jesus (Lucas, 2,34-35);
- A fuga da Sagrada Família para o Egito (Mateus, 2,13-21);
- O desaparecimento do Menino Jesus durante três dias (Lucas 2,41-51);
- O encontro de Maria e Jesus a caminho do Calvário (Lucas 23,27-31);
- O sofrimento e morte de Jesus na Cruz (João 19,25-27);
- Maria recebe o corpo do filho tirado da Cruz (Mateus 27, 55-61);
- O sepultamento do corpo do filho no Santo Sepulcro (Lucas, 23, 55-56).
Imagem de Nossa Senhora das Dores
Nossa Senhora das Dores é representada com um semblante de dor e sofrimento, tendo sete espadas ferindo seu imaculado coração. Às vezes, uma só espada transpassa seu coração, simbolizando todas as dores que ela sofreu. Ela é também representada com uma expressão sofrida diante da Cruz, contemplando o filho morto. Foi daí que se originou o hino medieval chamado Stabat Mater Dolorosa (Estava a Mãe Dolorosa). Ela ainda é representada segurando Jesus morto nos braços, depois de seu corpo ser descido da Cruz, dando, assim, origem à famosa escultura chamada Pietà.
Minha oração
“Ó Mãe das dores, recolhei as nossas lágrimas e sofrimentos, acolhei os nossos pedidos para que sejamos consolados e cresçamos em nossa fé. Lembrai de nós vossos filhos tão necessitados. Amém!”
Nossa Senhora das Dores, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 15 de setembro
- Em Roma, São Nicomedes, mártir, cujo corpo, guardado no cemitério junto à Via Nomentana, foi honrado pelo papa Bonifácio V com uma basílica sepulcral. († data inc.)
- Em Tirnutium, junto ao rio Saône, na Gália Lionense, hoje Tournus, na França, São Valeriano, mártir. († data inc.)
- Em Tómis, na Cítia, hoje Constança, na Romênia, os santos Estratão, Valério, Macróbio e Gordiano, mártires. († s. IV)
- Nas margens do Danúbio, em território da atual Romênia, São Nicetas o Godo, mártir. († c. 370)
- Em Lião, na Gália, atualmente na França, Santo Alpino, bispo, que sucedeu a São Justo. († s. IV)
- Em Toul, próximo de Nancy, na Gália Lionense, também na atual França, Santo Apro, bispo. († s. VI)
- No mosteiro de Jumièges, na Nêustria, atualmente também na França, Santo Aicardo, abade, discípulo de São Filiberto, que o nomeou prelado desse mosteiro. († s. VII)
- Em Córdova, na Andaluzia, região da Espanha, os santos mártires Émila, diácono, e Jeremias. († 852)
- Em Busseto, no território de Fidenza, na Emília-Romanha, região da Itália, o Beato Rolando de Médicis, anacoreta, que viveu em lugares inóspitos e solitários dos Alpes. († 1386)
- Em Gênova, na Ligúria, também região da Itália, Santa Catarina Fiéschi, viúva, insigne pelo desprezo do mundo, frequentes jejuns, amor de Deus e caridade para com os indigentes e os enfermos. († 1510)
- Em Hirado, cidade do Japão, o Beato Camilo Costanzo, presbítero da Companhia de Jesus e mártir. († 1622)
- Em Santo Domingo Xagácia, no México, os beatos João Baptista e Jacinto dos Anjos, mártires. († 1700)
- Em Viena, na Áustria, o Beato António Maria Schwartz, presbítero, que instituiu a Congregação de São José de Calasanz para os Operários Cristãos. († 1929)
- Em Palermo, na Sicília, região da Itália, o Beato José Puglísi, presbítero diocesano e mártir, mais conhecido por Pino Puglisi. († 1933)
- Em Llosa de Ranes, povoação da província de Valência, na Espanha, o Beato Pascoal Penadés Jornet, presbítero e mártir. († 1936)
- Próximo de Munique, cidade da Baviera, na Alemanha, o Beato Ladislau Miegon, presbítero e mártir. († 1942)
- Em Nápoles, na Itália, o Beato Paulo Manna, presbítero do Instituto Pontifício para as Missões Estrangeiras.(† 1952)
Fonte:
- Arquisp.org.br
- Martirológio Romano
- Santiebeati.it
- Vaticannews.va
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
Exaltação da Santa Cruz, o amor de Deus que se manifesta
Origens
Esta festa de Exaltação da Santa Cruz nasceu em Jerusalém, em 13 de setembro de 335, no aniversário da dedicação das duas igrejas construídas por Constantino, uma sobre o Gólgota (ad Martyrium) e a outra perto do Santo Sepulcro (Ressurreição), após a descoberta das relíquias da cruz por Helena, a mãe do imperador. A cruz, instrumento da mais terrível das torturas, em 320, Constantino a proibiu de ser utilizada.
Restituição da Cruz
Em 614, Cosroes II, rei dos Persas, travou uma guerra contra os Romanos. Depois de derrotar Jerusalém, levou consigo, entre os diversos tesouros, também a Cruz de Jesus. Heráclio, imperador romano de Bizâncio, propôs um pacto de paz com Cosroes, que não aceitou. Diante da sua negação, entrou em guerra com ele e venceu, perto de Nínive, e pediu a restituição da Cruz, que a levou de volta a Jerusalém. Neste dia da Exaltação da Santa Cruz, não se glorifica a crueldade da Cruz, mas o Amor que Deus manifestou aos homens ao aceitar morrer na Cruz.
Cruz: o amor de Deus para conosco
O Evangelho, que a liturgia nos propõe na festa da Exaltação da Santa Cruz, diz que Deus pretende construir uma relação de amor com cada um de nós; Ele se oferece na pessoa do seu Filho Jesus, pregado na Cruz.
O fato de levantarmos o olhar para Deus nos propõe uma verdade importante: somos convidados a voltar a nos relacionarmos de novo com Ele.
A Misericórdia
O fato de elevar o nosso olhar não nos deve causar medo, mas gratidão, porque tal elevação é a medida do amor com a qual Deus ama os seus filhos no Filho. Com efeito, a misericórdia de Deus ilumina as noites da nossa vida e nos permite continuar o nosso caminho.
Não há espaço para indiferença
Não podemos permanecer indiferentes diante da Cruz de Jesus: nem com Ele nem contra Ele. Trata-se de uma escolha, que deve ser feita antes de qualquer ação. A vida do cristão é o testemunho de quanto “Deus nos amou a ponto de dar seu Filho Jesus”.
Festa
A festa da Exaltação da Santa Cruz, em 14 de setembro, conservou-se nos documentos. Contudo, na litúrgica, andou muito lentamente, sobretudo porque o dia 14 estava já ocupado pelos santos mártires Cipriano e Cornélio. A reforma litúrgica pós-conciliar restabeleceu a importância do dia de hoje, que é festa.
Significado da Cruz
Para o cristão, a cruz significa a árvore da vida, o trono, o altar da Nova Aliança: de Cristo, o novo Adão adormecido na cruz, brotou o admirável sacramento de toda a Igreja. A cruz é o sinal de Cristo sobre aqueles que no Batismo são configurados a Ele em morte e glória.
Minha oração
“Sabemos que tudo neste mundo é passageiro, mas a tua salvação através da Cruz permanece. Fazei que aprendamos a adorar a Santa Cruz e nela alcancemos força e consolo. Amém!”
Santa Cruz, sede a nossa salvação!
Outros santos e beatos celebrados em 14 de setembro
- Em Roma, junto à Via Ápia, na cripta de Lucina do cemitério de Calisto, o sepultamento de São Cornélio, papa e mártir. († 252)
- Em Cartago, na hodierna Tunísia, a paixão de São Cipriano, bispo, admirável pela sua santidade e doutrina. († 258)
- Em Colônia, na Germânia, hoje na Alemanha, São Materno, bispo, que conduziu à fé de Cristo os habitantes de Tongres, Colónia e Tréveris. († d. 314)
- Em Comana, no Ponto, hoje Gumenek, na Turquia, o dia natal de São João Crisóstomo, cuja memória se celebra na véspera deste dia. († 407)
- No mosteiro de Bellevaux, no território de Besançon, o passamento de São Pedro, bispo, que, sendo abade cisterciense. († 1174)
- Em Akko, na Palestina, Santo Alberto, bispo, que, transferido da Igreja de Vercelas para a Igreja de Jerusalém, compôs uma regra para os eremitas do monte Carmelo. († 1215)
- Em Ében, povoação do Tirol, na hodierna Áustria, Santa Notburga, virgem, que, dedicada à vida doméstica, serviu a Cristo nos pobres, dando um exemplo de santidade. († 1313)
- Num barco-prisão ancorado ao largo de Rochefort, no litoral da França, o Beato Cláudio Laplace, presbítero e mártir. († 1794)
- Em Chengdu, cidade de Sichuan, província da China, São Gabriel Taurino Dufresse, bispo e mártir. († 1815)
- Em Madrid, na Espanha, os beatos Sabino Ayastuy Errasti, Joaquim Ochoa Salazar e Florêncio Arnaiz Cejudo, religiosos da Companhia de Maria e mártires. († 1936)
- Em Madrid, Manuel Álvarez Álvarez, presbítero, e Teófilo Montes Calvo, religioso, ambos da Ordem dos Pregadores e mártires.(† 1936)
Fonte:
- Livro “Santos de cada dia” – José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003]
- Martirológio Romano
- Santiebeati.it
- Vaticannews.va
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
São João Crisóstomo, bispo e doutor da Igreja
Origens
São João Crisóstomo nasceu por volta do ano 349, em Antioquia, na Síria, Ásia Menor, procedente de uma família muito rica, assim considerada pela sociedade e pelo Estado. Seu pai era comandante de tropas imperiais no Oriente, um cargo que cedo causou sua morte. Sua mãe, Antusa, piedosa e caridosa, agora santa, providenciou para o filho ser educado pelos maiores mestres do seu tempo, tanto científicos quanto religiosos, não prejudicando sua formação.
Bom Orador
Desde criança, João Crisóstomo foi um campeão da palavra. O famoso reitor Libônio, seu professor, que via no jovem seu sucessor natural. No entanto, ficou desapontado quando aquele estudante promissor preferiu o fascínio da fé ao da retórica, “se os cristãos não me o tivessem roubado”, exclamou!
Na verdade, João foi “roubado” pela atração que nutria pelas palavras sagradas, que estudava com atenção no círculo de amizades de Diodoro, futuro bispo de Tarso. Precisamente, São Paulo foi um dos seus favoritos, ao qual dedicou inúmeros pensamentos e escritos.
Vocação
O bispo Fabiano o ordenou sacerdote, mas, desde o período de diaconato, João demonstrava claramente que a sua capacidade de falar das Escrituras ao povo era fora do comum.
Antes desta fase de vida, o jovem também fez a experiência eremítica: seis anos no deserto, dos quais, os dois últimos, em uma caverna. Essa experiência consolidou nele um caráter de sobriedade que reforçou ainda mais as suas palavras, que abalavam por sua franqueza.
Amor aos pobres
São João Crisóstomo pregava o amor concreto aos irmãos mais pobres; chamava a atenção dos monges para as obras de caridade e a se desapegarem do dinheiro; exortava os leigos a evitar a teia de aranha da devassidão. Enfim, dava mais espaço ao espírito e menos à carne.
João foi um moralista, no sentido positivo do termo, em uma época em que, extrair dos provérbios bíblicos normas de comportamento coerentes com a vida de um batizado era bastante normal.
A Mudança
Em 397, quando tinha 50 anos, deu-se a grande mudança. São João Crisóstomo estava em Constantinopla para suceder o Patriarca Nectário. Mudou sua função, teve maior visibilidade e proximidade da corte, mas quem não mudou nada foi João. Aquele que combatia a corrupção — que lotava os palácios do poder bizantino —, continuou fiel ao seu estilo. As pessoas o amavam por isso, diziam seus contemporâneos.
Inimigos
Quem começou a detestá-lo, cada vez mais abertamente, era a nobreza e o clero, apegados aos privilégios, mas também por culpa daquele homem que, ao invés de se alinhar com os companheiros do grupo, do qual fazia parte, lançava flechadas com sua língua impetuosa. A indolência e os vícios, sobretudo dos que usavam batina, eram seus alvos favoritos.
Às palavras, seguiram os fatos: muitos padres foram removidos por indignidade, inclusive o bispo de Éfeso. Para muitos, era exagerado demais e, contra um homem, que, no fundo, era mais ingênuo que astuto, começa a série de intrigas.
Condenação
O partido contra João foi liderado pelo Patriarca de Alexandria, Teófilo, e pela Imperatriz Eudóxia. Em sua ausência, convocaram um sínodo, que obrigou João ao exílio, era o ano 403.
Mas a sua remoção não durou muito. Por furor popular, João Crisóstomo voltou para Constantinopla, porém, seus adversários relançaram o desafio.
Em 9 de junho de 404, uma nova condenação o afastou do centro do Império. O antigo eremita deparou-se com uma solidão forçada.
Páscoa
São João Crisóstomo foi condenado ao exílio, mas essa expulsão da cidade provocou revolta tão intensa na população, a ponto de o bispo ser trazido de volta para reassumir seu cargo. Entretanto, dois meses depois, foi exilado pela segunda vez. Agora, já com a saúde muito debilitada, ele não resistiu. João “boca de ouro”, como foi apelidado mais tarde, faleceu em 407, em Comana, no Ponto.
Minha oração
“Ó Santo, protetor da fé, ajuda-nos a não cair nas ciladas do demônio nem nas diversas ideologias mundanas da atualidade. Fazei que a nossa fé cresça cada dia mais e, com ela, possamos encontrar Jesus verdadeiramente. Pedimos também pelos pregadores da atualidade, a fim de que anunciem o Evangelho com ousadia. Amém!”
São João Crisóstomo, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 13 de setembro
- Em Ancira, na Galácia, hoje Ancara, também na Turquia, São Juliano, presbítero e mártir no tempo do imperador Licínio. († s. IV)
- Em Jerusalém, a dedicação das basílicas que o imperador Constantino quis piedosamente edificar sobre o monte Calvário e sobre o sepulcro do Senhor. († 355)
- Em Tours, na Gália Lionense, hoje na França, São Litório, bispo, que foi o primeiro a construir uma igreja dentro dos muros da cidade. († 371)
- Em Valence, na Gália Lionense, na atual França, Santo Emiliano, venerado como o primeiro bispo desta cidade. († d. 374)
- Em Cartago, na hodierna Tunísia, São Marcelino, mártir, que, sendo tribuno e muito amigo de Santo Agostinho e de São Jerónimo. († 413)
- Em Angers, na Gália Lionense, atualmente na França, São Maurílio, bispo, que, nascido em Milão, foi ao encontro de São Martinho de Tours. († 453)
- Nos montes Vosgos, na Nêustria, na atual França, Santo Amado, presbítero e abade. († c. 629)
- Na ilha de Tino, no golfo de La Spézia, na Ligúria, região da Itália, São Venério, eremita. († s. VII)
- Em Breuil, na Gália Ambianense, hoje na França, o passamento de Santo Amado, bispo de Sion, na Suíça. († c. 690)
- Em Toledo, na Espanha, a Beata Maria de Jesus (Maria López de Rivas), virgem da Ordem das Carmelitas Descalças. († 1640)
- Num barco-prisão ancorado ao largo de Rochefort, na França, o Beato Cláudio Dumonet, presbítero e mártir. († 1794)
- Em Almeria, na Andaluzia, região da Espanha, o Beato Aurélio Maria (Benvindo Villalon Acebron), irmão da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs e mártir, assassinado em ódio à Igreja.(† 1936)
Fonte:
- Arquisp.org.br
- Livro “Santos de cada dia” – José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003]
- Martirológio Romano
- vaticannews.va
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
São Nilo
Neste dia, mergulhamos na história de São Nilo, onde encontramos um exemplar cristão que viveu no sul da Itália e no fim do primeiro milênio. Nilo, chamado o Jovem, fazia parte de uma nobre família de origem grega, por isso foi considerado o último elo entre a cultura grega e a latina.
Era casado e funcionário do governo de Constantinopla, mas com o nascimento de uma filha acabou viúvo; depois, descobriu sua vocação à vida monástica, segundo a Regra de São Basílio. Após várias mudanças, acabou fixando-se em Monte Cassino, perto da famosa abadia beneditina.
Seu testemunho atraiu muitas pessoas, tendo assim a felicidade de fundar vários mosteiros no Sul da Itália, com o cotidiano pautado pelo trabalho e oração. No trabalho, além da agricultura, transcrevia manuscritos antigos, introduziu um sistema taquigráfico (ítalo-grego) e compôs hinos sacros.
São Nilo realizou várias romarias aos túmulos dos santos Pedro e Paulo, aproveitando para enriquecer as bibliotecas de Roma, até que, a pedido de Gregório, Nilo fundou um mosteiro em Grottaferrata, perto de Roma.
Esse pacificador da política e guerras da época, teve grande importância para a história da Igreja, e na consolidação da vida monástica. Morreu com noventa e cinco anos de idade, no dia 25 de setembro de 1005.
São Nilo, rogai por nós!
São João Gabriel Perboyre, sacerdote e professor
Sua diocese era Cahors. Seu município era Puech. Sua paróquia era o bairro de Mongesty. Lá, em 6 de janeiro de 1802, Jean-Gabriel Perboyre nasceu como o filho mais velho de Pietro Perboyre e Maria Rigal. Recebeu educação cristã de sua família, nos anos do império de Napoleão, quando muitos conspiravam contra a Igreja. Estudos elementares em seu país, com inteligência e lucro.
Dentro de seu coração, o jovem Jean-Gabriel tem uma grande paixão, um único amor: Jesus, o Salvador Crucificado. A cada dia, cresce no amor a Jesus e sua doação a Deus. Ele é apenas um menino quando ajuda seu pai, que trabalhava no campo, encarregado principalmente de supervisionar os camponeses empregados na fazenda da família em Puech.
Seu irmão Louis entrou no Seminário de Montauban (Tarn-en-Garonne), em 1816, dirigido por seu tio paterno, Monsieur Jacques, dos Padres da Missão (os Lazaristas) de São Vicente de Paulo. Jean-Gabriel, de quinze anos, acompanha o irmão mais novo ao seminário, para lhe fazer companhia durante algum tempo.
Mas, no Seminário, desenvolveu a paixão pela vida religiosa, nas pegadas do grande Santo da caridade. Então, ele decide ficar lá e pede para ser admitido na Congregação da Missão. É acolhido e logo se revela um noviço modelo, exemplar na oração, na obediência e na mortificação: “Jesus merece tudo: por que não lhe dar tudo?”.
Em 28 de dezembro de 1820, ele ofereceu seus santos votos a Deus. Tem 18 anos e começa a estudar teologia na casa mãe da Congregação em Paris. Destaca-se por sua inteligência incomum, por sua doçura, por sua caridade teológica que o torna semelhante a São Vicente, o Pai Fundador. Sem perceber, ele se torna um modelo para seus colegas que, olhando para ele, se sentem convidados a melhorar.
Ele exerce uma forte influência sobre os demais: por isso é enviado para ensinar os meninos no Saint Vincent College de Mont-Didier (Somme), onde revela sua excelente didática e seu zelo pela educação dos mais jovens, “na estatura de Jesus”.
Sacerdote e professor
Em 23 de setembro de 1826, foi ordenado sacerdote na capela da Casa Mãe em Paris. Tem 24 anos: um verdadeiro amante de Jesus. Os superiores, pensando em propô-lo como exemplo aos clérigos da Congregação, o enviam para ensinar teologia dogmática no seminário maior de Saint Flour; depois, foi nomeado reitor da “aposentadoria” eclesiástica inaugurada em 1827, na mesma cidade. No outono de 1832, foi chamado de volta a Paris como vice-mestre dos noviços da casa de San Lazzaro.
Obedece e faz tudo, mas o padre Jean-Gabriel tem outro sonho: as missões na China, e pede repetidamente e com insistência para ser enviado, “para trazer Jesus Cristo, para converter as almas a Ele”. Seu desejo tornou-se ainda mais ardente quando, em 2 de maio de 1831, seu irmão, padre Louis Perboyre, morreu em Batávia, enquanto viajava para chegar à China. Ele vai ter que tomar o seu lugar.
Finalmente concedido, em 21 de março de 1835, ele partiu do porto de Le Havre com destino à China. No dia 29 de agosto seguinte, desembarcou em Macau: ali permaneceu alguns meses para realizar o estudo da língua chinesa, antes de ser enviado para a província centro-sul de Honan. Algum tempo depois, foi nomeado primeiro vigário geral lá. Seguiu-se um ano e meio de emocionante trabalho apostólico na província de 174 mil quilômetros quadrados, em meio a privações e dificuldades de todo tipo, inclusive as primeiras perseguições.
Missionário
Em janeiro de 1838, foi transferido para a província de Hupeh, onde sua atividade missionária se tornou ainda mais intensa. Em seus sermões e conferências espirituais, ele proclama: “Só existe uma realidade necessária: Jesus Cristo. O Senhor Jesus disse: Eu sou o Caminho, a Verdade, a Vida. Nós apenas temos que caminhar por aqui. Para não nos desviarmos desse propósito, precisamos de uma luz que ilumine o caminho. Esta luz só pode ser ele, Jesus, a Verdade em pessoa: ele mesmo disse que quem o segue não anda nas trevas, mas possui a luz da vida”.
A perseguição anticatólica rebenta na China: o padre Jean-Gabriel é forçado a refugiar-se na clandestinidade. Ele tem uma certeza: «Nós também precisamos de força para nos sustentar nesta caminhada e nos fazer perseverar nela. O próprio Jesus, que quis ser o nosso alimento dando-se a nós na Eucaristia, será a nossa força. É por isso que ele disse: “Eu sou a vida”. Encontramos tudo o que podemos desejar no Crucifixo, no Evangelho e na Eucaristia: não há outro caminho, não há outra verdade, não há outra vida. Portanto, somos obrigados a nos apegar somente a Ele, não aprender nada além d’Ele e segui-Lo sem cessar».
Durante a perseguição, o padre é traído por um cristão covarde que, seduzido pela generosidade do missionário, revela seu esconderijo.
O padre foi capturado em Tcha-yuen-keu, a 26 de setembro de 1839, e levado para Kwang-Ytang, onde foi submetido a um primeiro e longo interrogatório, acompanhado de torturas cruéis. Transferido no dia seguinte para Ku-gheng, sofre mais interrogatórios e torturas, depois é encarcerado nas insalubres prisões de Wuchang, onde permanece oito meses entre torturas e sofrimentos atrozes, esperando que sua sentença de morte, pronunciada contra ele pelo tribunal local, fosse ratificada pelo imperador.
Mártir
Naquele triste período, o padre Jean-Gabriel tinha uma certeza: “Não podemos ser salvos senão conformando-nos a Jesus Cristo. Depois da morte, não nos perguntarão se fomos sábios, se ocupamos cargos importantes, se conquistamos a estima dos homens, mas se nos empenhamos em conhecer e imitar Jesus Cristo. Se Deus não encontrar em nós nenhum traço do Modelo divino, certamente seremos rejeitados; mas se nos conformarmos a este Modelo seremos glorificados: os santos no céu não são senão imagens de Cristo glorificado como na terra eram de Cristo sofredor e dedicados às obras da sua missão”.
Ele, o ardente missionário, agora prestes a ser sacrificado, sempre fez isso desde a infância: conformar-se com Jesus.
A ratificação do imperador aconteceu na manhã de 11 de setembro de 1840. Ao meio-dia, padre Jean-Gabriel Perboyre, 38 anos, foi crucificado como Jesus e morto com a espada. Tudo se cumpriu, como ele havia desejado, quando ainda se preparava para o sacerdócio: vida e sangue para Jesus.
Seus restos mortais, depositados na “Montanha Vermelha”, cemitério da cidade onde foi executado, puderam ser transferido para a França, em 1860, e depositado na casa-mãe de sua Congregação. O Papa Gregório XVI iniciou sua causa de beatificação desde 1843. Em 10 de novembro de 1889, Leão XIII o inscreveu entre os bem-aventurados. São João Paulo II o inscreveu entre os santos.
Em uma de suas conferências espirituais, como lemos na Liturgia das Horas no dia de sua festa, 11 de setembro, ele havia dito, completamente cristocêntrico como era: “Tenhamos sempre Jesus Cristo diante de nossos olhos, agarremos seus sentimentos íntimos e apropriemo-nos das suas virtudes, do seu estilo, da sua vida”.
São João Gabriel Perboyre, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 10 de setembro
- Em Roma, no cemitério de Basila, junto à Via Salária Antiga, o sepultamento dos santos mártires Proto e Jacinto, a quem o Papa São Dâmaso, depois de recuperar os seus túmulos ocultos na terra, celebrou com seus versos. Neste lugar, passados quase quinze séculos, foi encontrado intacto o sepulcro e o corpo cremado de São Jacinto. († s. III)
- Em Zurique, na hodierna Suíça, os santos mártires Félix e Régula. († data inc.)
- Comemoração de São Pafnúcio, bispo no Egipto, que foi um dos confessores da fé que, no tempo do imperador Galério Maximino, depois de lhes ser vasado o olho direito e cortado o tendão do pé esquerdo, foram condenados às minas; mais tarde, participou no Concílio de Niceia, onde defendeu vigorosamente contra os arianos a fé católica. († s. IV)
- Em Lião, na Gália, na atual França, São Paciente, bispo, que, movido pela caridade, distribuiu gratuitamente alimentos necessários às cidades situadas ao longo dos rios Ródano e Saône para socorrer as populações oprimidas pela fome; além disso, exerceu grande atividade apostólica na conversão dos hereges e no cuidado dos pobres. († c. 480)
- Em Paris, também na atual França, o passamento de São Sacerdote, bispo de Lião, que viveu no temor e amor de Deus e morreu quando se encontrava nesta cidade para participar no concílio. († 552)
- Na ilha de Bardsey, no litoral da Câmbria setentrional, hoje País de Gales, São Daniel (Deiniol Wyn), bispo e abade de Bangor. († c. 584)
- No mosteiro de Luxeuil, na Borgonha, hoje na França, o passamento de Santo Adélfio, abade do mosteiro de Remiremont, que lavou com muitas lágrimas a dissenção de um breve momento. († c. 670)
- Em Toul, na Austrásia, também na atual França, São Leudino ou Bodon, bispo, que, depois de se ter casado, tomou a decisão de se retirar para a vida monástica, ao mesmo tempo que também sua esposa, Odila, seguia o mesmo caminho. († a. 680)
- No mosteiro de Aulinas, na Calábria, região da Itália, Santo Elias, de sobrenome Espeleota, que seguiu a vida eremítica e depois cenobítica. († 960)
- Em Nagasáki, no Japão, os beatos Gaspar Koteda, catequista, e as crianças Francisco Takeya e Pedro Shichiemon, mártires, que, depois de seus pais terem sofrido o martírio na véspera deste dia, também eles padeceram por Cristo com a mesma força de ânimo o mesmo suplício da decapitação. († 1622)
- Em Roma, o Beato Boaventura de Barcelona (Miguel Gran), irmão da Ordem dos Frades Menores, que, animado pelo seu grande amor à observância regular, construiu em muitos lugares do território romano conventos destinados a retiros espirituais, manifestando sempre rigorosa austeridade de vida e caridade para com os pobres. († 1648)
- Num barco-prisão ancorado ao largo de Rochefort, na França, o Beato Francisco Mayaudon, presbítero e mártir, que, durante a Revolução Francesa, foi preso na galera por causa do sacerdócio e morreu consumido pela gangrena. († 1794)
- Em Barcelona, na Espanha, o Beato Pedro de Alcântara (Lourenço Villanueva Larrayoz), religioso da Ordem de São João de Deus e mártir, que, durante a perseguição contra a fé, sofreu o martírio por ser religioso. († 1936)
- Em Genovés, povoação do território de Valência, também na Espanha, o Beato José Maria Segura Panadés, presbítero e mártir, que na mesma perseguição derramou o seu sangue por Cristo. († 1936)
- Em Hellin, perto de Albacete, também na Espanha, o Beato Fortunato Árias Sánchez, presbítero da diocese de Albacete e mártir, que, durante a perseguição contra a Igreja, foi assassinado em ódio ao sacerdócio. († 1936)
- Em Krasica, na Croácia, o Beato Francisco João Bonifácio, presbítero da diocese de Trieste e mártir, que. durante a ocupação da sua pátria por um regime inumano e antirreligioso, foi cruelmente assassinado em ódio à Igreja e ao sacerdócio. († 1946)
Fonte:
- Martirológio Romano
- Santiebeati.it
– Produção e edição: Leonardo Girotto
São Nicolau de Tolentino, protetor das almas do purgatório
Origens
Nicolau nasceu nas Marcas, em 1245, na diocese de Fermo. Ainda adolescente, conheceu os Agostinianos e foi atraído pela vida monacal, à qual se consagrou em Tolentino. Foi um asceta de sorriso amável, de longas orações e jejuns, sempre acompanhados pela simpatia e a caridade.
Infância e Juventude
Desde os sete anos de idade, suas preocupações eram as orações, o jejum e uma enorme compaixão pelos menos favorecidos. Nisso se resumiu sua vida: penitência, amor e dedicação aos pobres. Virtudes alinhadas a uma fé incondicional em Nosso Senhor e na Virgem Maria. Aos quatorze anos, foi viver na comunidade dos agostinianos de Castelo de Santo Ângelo, como oblato, isto é, sem fazer os votos perpétuos, mas obedecendo às Regras. Mais tarde, ingressou na Ordem e, no ano de 1274, foi ordenado sacerdote.
Semeador da Palavra de Deus
Nicolau possuía carisma e dons especiais. Sua pregação era alegre e consoladora na Providência Divina, o que tornava seus sermões empolgantes. Tinha um grande poder de persuasão, pelo seu modo simples e humilde de viver e praticar a fé, sempre na oração e na penitência, cheio de alegria em Cristo.
Com seu exemplo, levava os fiéis a praticar a penitência, a visitar os doentes e encarcerados e a dar assistência aos pobres. Essa mobilização de pessoas em torno do ideal de levar consolo e a Palavra de Deus aos necessitados dava-lhe grande satisfação e alegria.
Vida Penitente
Comia tão pouco, que ficou doente. O seu prior quis dar-lhe um pouco de carne, mas em vão. Chamou-se o prior geral. Nicolau, vencido pela santa obediência que professava, consentiu e engoliu um pedacinho: “Já obedeci, não me aborreçam mais com gulodices”. E Deus curou-o, jejuava a pão e água às segundas, quartas, sextas-feiras e sábados em honra a Maria Santíssima.
Tanta austeridade trouxe-lhe dores articulares do estômago e da cabeça e ainda perturbações na vista. Perguntava a si mesmo se tanto rigor agradava ou não a Deus, mas o Senhor apareceu-lhe em sonho e confortou-o.
Caindo ele de novo doente, curou-se, por indicação de Nossa Senhora, comendo um pedaço de pão molhado em água, depois de fazer o sinal da cruz. Daí veio o costume de benzer pães em honra de São Nicolau, destinados a robustecer os fracos. Nicolau trazia sobre a pele cadeias metálicas, tecidos ásperos e irritantes. Rezava entre as horas canônicas, a que era notavelmente fiel: de completas ao canto do galo, de matinas até a aurora, da Missa (se não tinha confissões) até terça, e de noite até às vésperas (se não tinha obrigações impostas pela obediência). Rezava na Igreja, perto dum altar ou na cela.
Apóstolo do Confessionário
Em 1275, devido à saúde debilitada, foi para o Convento de Tolentino, onde se fixou definitivamente. Lá, veio a tornar-se um dos apóstolos do confessionário mais significativos da Igreja. Passava horas repleto de compaixão para com todas as misérias humanas. A fama de seus conselhos e de sua santidade trazia para a paróquia fiéis de todas as regiões ansiosos pelo seu consolo e absolvição. A incondicional obediência, o desapego aos bens materiais, a humildade e a modéstia foram as constantes de sua vida, sendo amado e respeitado por seus irmãos da Ordem.
Páscoa
No dia 10 de setembro de 1305, ele fez sua última prece e entregou seu espírito nas mãos do Senhor, antes de completar sessenta anos de idade. Foi enterrado na sepultura da capela onde se tornara célebre confessor e celebrava suas missas. O local tornou-se meta de peregrinação, e os milagres atribuídos a ele não cessaram de ocorrer, atingindo os nossos dias.
Via de Santificação
No ano de 1446, São Nicolau de Tolentino foi finalmente canonizado pelo Papa Eugênio IV. A festa dedicada ao santo foi mantida para o dia de sua morte.
Corpo Incorrupto
A prodigiosa notícia que temos de São Nicolau de Tolentino diz que, quarenta anos após sua morte, seu corpo foi encontrado ainda em total estado de conservação. Na ocasião, durante os exames, começou a jorrar sangue dos seus braços, para o espanto de todos. Mesmo depois de muitos anos, os ferimentos sangravam de tempos em tempos. Esse milagre a ele atribuído fez crescer sua fama de santidade por toda a Europa e propagou-se por todo o mundo católico.
Minha oração
“São Nicolau, recorro a ti pelas almas dos meus familiares, aqueles que já faleceram e estão no purgatório esperando a sua purificação. Que alcancemos, pela tua intercessão, a salvação das famílias e dos pecadores. A ti recorremos e pedimos. Amém!”
São Nicolau de Tolentino, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 10 de setembro
- Em Alexandria, no Egipto, São Nemésio, que, caluniosamente denunciado de ser ladrão, foi absolvido deste crime, mas, depois, durante a perseguição do imperador Décio, acusado perante o juiz Emiliano de ser cristão. († 251)
- Comemoração dos santos Nemesiano e companheiros Félix, Lúcio, outro Félix, Liteu, Poliano, Vítor, Jáder e Dativo, bispos, presbíteros e diáconos. († 257-258)
- Em Constantinopla, hoje, Istambul, na Turquia, Santa Pulquéria, que defendeu e propagou a verdadeira fé. († 453)
- Em Novara, na Ligúria, hoje no Piemonte, região da Itália, Santo Agábio, bispo. († s. V)
- Em Albi, na Aquitânia, atualmente na França, São Sálvio, bispo, que do claustro foi chamado para esta sede contra a sua vontade e, durante a epidemia da peste, como bom pastor, nunca abandonou a cidade. († 584)
- Próximo de Speyer, na Renânia da Austrásia, atualmente na Alemanha, a paixão de São Teodardo, bispo de Tongres e mártir, que foi morto quando se dirigia ao rei Quilderico. († c. 670)
- Em Avranches, na Nêustria, hoje na França, Santo Autberto, bispo, por cuja iniciativa se desenvolveu o culto de São Miguel Arcanjo na ilha de Mont-Tombe. († c. 725)
- No mosteiro de Lucédio, junto de Vercelas, no Piemonte, região da Itália, o Beato Oglério, abade da Ordem Cisterciense. († 1214)
- Em Nagasaki, no Japão, os beatos Sebastião Kimura, da Companhia de Jesus, e Francisco Morales, da Ordem dos Pregadores, presbíteros, e cinquenta companheiros mártires. († 1622)
- Em Londres, na Inglaterra, Santo Ambrósio Eduardo Barlow, presbítero da Ordem de São Bento e mártir.(† 1641)
- Num barco ancorado ao largo de Rochefort, na França, o Beato Tiago Gagnot, presbítero da Ordem dos Carmelitas e mártir. (†1794)
- Em Madrid, na Espanha, o Beato Leôncio Arce Urrútia, presbítero da Ordem dos Pregadores e mártir. († 1936)
Fonte:
- Arquisp.org.br
- Livro “Santos de cada dia” – José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003]
- Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” – Prof. Felipe Aquino [Cléofas 2007]
- Martirológio Romano
- Santiebeati.it
- Vaticannews.va
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
São Pedro Claver, Padroeiro das Missões Católicas entre os Negros
Origens
São Pedro Claver nasceu em Verdú, na Catalunha, em 25 de junho de 1581, e não pertencia a uma família nobre. Fez o noviciado em Tarragona, os estudos filosóficos em Palma de Maiorca; e iniciou os teológicos em Barcelona. Ele ainda não havia terminado seus estudos quando foi destinado à missão de Nova Granada, como era chamada a atual Colômbia.
Missão
O jovem desembarcou em Cartagena, em 1610, e foi ordenado sacerdote, em 1616, naquela missão onde, por 44 anos, trabalhou entre os escravos afro-americanos, em um período de forte tráfico.
Servo dos Negros
Educado na escola do missionário Alfonso de Sandoval, Pedro tornou-se servo dos negros para sempre “Aethiopum semper servus”; na época, todos os negros eram chamados etíopes. As costas litorâneas — onde milhares de pessoas eram abandonadas, arrancadas sem nenhum remorso da sua vida familiar e da sua terra —, transformaram-se em campo de apostolado para o jovem Jesuíta.
Cuidado com os Negros Deportados
Todas as vezes que Pedro era avisado sobre a chegada de novos escravos apinhados nos navios, entrava no mar, com o seu barco, para encontrá-los e levar-lhes comida, ajuda e conforto. Curava as suas feridas, pedia esmola para comprar-lhes vestidos e matar sua fome.
Lutava ao lado dos Negros
Despertava em cada um o sentido da própria dignidade humana; levava a fé aos não batizados; encaminhava-os ao conhecimento e à prática das virtudes evangélicas. Para quem vivia com corrente nos pés e sob o açoite dos feitores, a esperança vinha de Nosso Senhor.
Sacramento: batizou 400 mil pessoas
Aprendeu a língua dos angolanos e serviu-se de outros 18 intérpretes para instruir os escravos. Com essa proposta, Pedro de Claver batizou cerca de quatrocentos mil negros durante os quarenta anos de missão apostólica. Foram atribuídos a ele, ainda, muitos milagres de cura.
Pela sua obra incansável, foi acusado de descuidar e profanar os Sacramentos, administrando-os a criaturas que “mal entendiam”.
Páscoa
Em 1650, adoeceu com a peste: sobreviveu, mas pelo resto da vida não pôde mais trabalhar. Nos últimos quatro anos de sua existência terrena passou imobilizado na enfermaria do convento. O homem que fora a alma da cidade, pai dos pobres e consolador de muitas desgraças, foi completamente esquecido por todos, passando o tempo em oração. São Pedro Claver morreu em 8 de setembro de 1654, na Colômbia.
Via de Santificação
Em 16 de julho de 1850, foi beatificado por Pio IX e, em 15 de janeiro de 1888, canonizado por Leão XIII, junto com Alfonso Rodriguez. Em 7 de julho de 1896, foi proclamado Padroeiro de “Todas as Missões Católicas entre os Negros”.
Minha oração
“São Pedro, lhe pedimos que nos ajude a dissipar toda discriminação, toda desigualdade, todo preconceito. Que sejamos portadores da justiça divina e possamos implementar o Reino celeste aqui nessa terra. Por Cristo, Senhor nosso. Amém!”
São Pedro Claver, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 09 de setembro
- Em Roma, no cemitério “ad Duas Lauros”, na Via Labicana, São Gorgónio, mártir. († d. 203)
- Na Sabina, a trinta milhas de Roma, São Jacinto, mártir. († data inc.)
- No mosteiro de Clonmacnois, junto ao rio Shannon, na Irlanda, São Ciarano ou Querano, presbítero e abade, fundador deste mosteiro. († s. VI)
- Em Castela, região da Espanha, a Beata Maria de la Cabeza (Maria Toríbia), esposa de Santo Isidro Lavrador, que viveu humilde e laboriosamente a vida eremítica. († s. XII)
- Em York, na Inglaterra, o Beato Jorge Douglas, presbítero e mártir, natural da Escócia, que era mestre-escola e se tornou sacerdote em Paris. († 1587)
- Em Münster, na Alemanha, a Beata Maria Eutímia (Ema Üffing), virgem da Congregação das Irmãs da Compaixão. († 1855)
- Em Gramat, cidade do território de Cahors, na França, o Beato Pedro Bonhomme, presbítero, que se dedicou às missões populares e à evangelização do mundo rural e fundou a Congregação das Irmãs de Nossa Senhora do Monte Calvário. († 1861)
- Em Port-Louis, na ilha Maurícia, no Oceano Índico, o Beato Tiago Desidério Laval, presbítero, médico que se fez missionário na Congregação do Espírito Santo. († 1864)
- Em Bilbau, no País Basco, na Espanha, o Beato Francisco Gárate Arangúren, religioso da Companhia de Jesus. († 1929)
Fonte:
- vaticannews.va
- Martirológio Romano
- Livro “Santos de cada dia” – José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003]
- Arquisp.org.br
- Causesanti.va
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
Natividade de Nossa Senhora, o nascimento da Mãe de Deus
Origens
A Natividade da Virgem Maria é uma das festas marianas mais antigas. Imagina-se que a sua origem esteja ligada à festa da dedicação de uma igreja a Maria. Segundo a tradição, era a casa dos pais de Maria, Joaquim e Ana. É localizada em Jerusalém, construída no século IV: a basílica de Santa Ana, é onde nasceu a Virgem. Em Roma, esta festa começou a ser celebrada no século VIII, durante o pontificado do Papa Sérgio I (†8 de setembro de 701).
A Natividade
A Igreja católica não costuma celebrar o dia de nascimento dos santos, mas de sua morte. Há, contudo, três celebrações de nascimento: de Jesus Cristo (Natal); de São João Batista (ainda no ventre de Isabel, manifestou-se diante da proximidade de Maria, que esperava Jesus e fora visitar sua parente); e o da própria Virgem Santíssima.
A Tradição
Nos Evangelhos não encontramos citações sobre esta festa, tampouco os nomes dos pais de Maria. Só há referências a Virgem Maria quando se trata de ressaltar algum fato que diga respeito ao Salvador. A Palavra de Deus nos mostra, mesmo que de forma discreta, a presença de Maria Santíssima nos momentos centrais da História da Salvação, como na encarnação, a inauguração do ministério de Cristo, a crucifixão, o nascimento da Igreja com a vinda do Espírito Santo e outros eventos.
Contudo, os Evangelhos não nos dão informações a respeito da família de Maria, de sua infância, de sua formação, de seu temperamento, de seu aspecto físico entre outras características. Mas a tradição faz menção no Protoevangelho de Tiago, apócrifo escrito no século II. Entretanto, o acontecimento fundamental da vida de Maria continua sendo a Anunciação.
Relevância da Festividade
A maravilha deste nascimento não está no que os apócrifos narram com grande detalhe e engenhosidade. Está no significativo passo em frente que Deus leva na realização do seu eterno desígnio de amor. Por isso, a festa de hoje foi celebrada com magníficos louvores por muitos Santos Padres, que se basearam em seu conhecimento da Bíblia e em sua sensibilidade poética e ardor
O Exemplo é Maria
Maria é uma mulher que deve ser imitada pela sua confiança, mormente nos momentos mais obscuros da vida do seu Filho Jesus. Isso e muitas outras coisas explicam o fato do Povo de Deus recorrer a Ela para encontrar refúgio, conforto, ajuda e proteção.
A Igreja considera Maria como a Mãe de Deus, mas também como a discípula. Maria foi exemplo e modelo de vida cristã: pela sua fé, obediência ao seu Filho, caridade com a prima Isabel e nas Bodas de Caná.
A Celebração
A Natividade de Nossa Senhora é celebrada nove meses depois da celebração da solenidade da Imaculada Conceição (8 de dezembro). É toda a Igreja que faz o convite:
“Vinde, todas as nações, vinde, homens de todas as raças, línguas e idades, de todas as condições: com alegria celebremos a natividade da alegria! (…) Que a criação inteira se alegre, festeje e cante a natividade de uma santa mulher, porque ela gerou para o mundo um tesouro imperecível de bondade, e porque por ela o Criador mudou toda a natureza humana em um estado melhor!”
(S. João Damasceno – século VIII)
Protetora e Padroeira
Nossa Senhora da Natividade é padroeira e protetora das costureiras. Além dos cozinheiros, dos destiladores, dos fabricantes de alfinetes e panos e da hospedaria.
Minha oração
“No dia do teu aniversário, quero louvar a Deus e celebrar a grande graça que é ter te recebido como Mãe. Obrigado, por tanto carinho e proteção, obrigado por todas as graças que recebo de ti diariamente. Seja hoje e sempre nossa Senhora!”
Nossa Senhora da Natividade, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 08 de setembro
- Em Roma, a comemoração de Santo Adrião, mártir, que padeceu o martírio em Nicomédia. († data inc.)
- Em Alexandria, no Egipto, os santos Fausto, Dio e Amónio, presbíteros e mártires, que, na perseguição do imperador Diocleciano, receberam a coroa do martírio juntamente com o bispo São Pedro. († c. 311)
- Em Bagrevand, cidade da antiga Armênia, Santo Isaac, bispo, que, para fortalecer a vida cristã do povo, traduziu a Sagrada Escritura e a Liturgia para a língua armena. († 438)
- Em Roma, junto de São Pedro, o sepultamento de São Sérgio I, papa, de origem síria, que se dedicou intensamente à evangelização dos Saxões e dos Frisões. († 701)
- Em Frísia, cidade da Baviera, na atual Alemanha, São Corbiniano, que, tendo sido ordenado bispo e enviado a pregar o Evangelho na Baviera. († 725)
- Em Pébrac, no território de Le Puy-en-Velay, na França, São Pedro de Chavanon, presbítero. († c. 1080)
- Em Pesaro, no Piceno, hoje nas Marcas, região da Itália, a Beata Serafina Sforza. († 1478)
- Em Valência, na Espanha, São Tomás de Vilanova, bispo, que, sendo eremita sob a regra de Santo Agostinho. († 1555)
- Em Durham, na Inglaterra, os beatos mártires Tomás Palaser, presbítero, João Norton e João Talbot, que foram condenados à morte no reinado de Isabel I. († 1600)
- Em Cartagena, na Colômbia, o dia natal de São Pedro Claver, presbítero da Companhia de Jesus, cuja memória se celebra amanhã. († 1654)
- Em Nagasaki, no Japão, os beatos António de São Boaventura, da Ordem dos Frades Menores, Domingos Castellet, da Ordem dos Pregadores, presbíteros, e vinte companheiros, mártires. († 1628)
- Em Marselha, na França, o passamento do Beato Frederico Ozanam, homem ilustre pela sua cultura e piedade. († 1853)
- Em Almeria, no litoral da Andaluzia, região da Espanha, os beatos José Cecílio , Teodemiro Joaquim e Evêncio Ricardo, mártires, da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs. († 1936)
- Em Alcoy, povoação próxima de Alicante, na Espanha, o Beato Marino Blanes Giner, mártir, pai de família. († 1936)
- Em Paterna, no território de Valência, na Espanha, o Beato Ismael Escrihuela Esteve, mártir, pai de família.(† 1936)
- Em Villarreal, no território de Castellón, na Espanha, o Beato Pascoal Fortuño Almela, presbítero da Ordem dos Frades Menores e mártir. († 1936)
- Em Buñol, próximo de Valência, na Espanha, as beatas Josefa de São João de Deus e Maria das Dores de Santa Eulália, virgens da Congregação das Irmãs dos Anciãos Desamparados e mártires. († 1936)
- Em Madrid, na Espanha, o Beato Teódulo González Fernández, religioso da Sociedade Salesiana e mártir. († 1936)
- No cemitério de Montcada, na Catalunha, na Espanha, os beatos mártires Barnabé, religioso da Congregação dos Irmãos Maristas, e Baudílio, religioso da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs e mártir. († 1936)
- Em Vic, perto de Barcelona, na Espanha, a Beata Apolónia Lizárraga do Santíssimo Sacramento, virgem da Congregação das Irmãs Carmelitas da Caridade Vedruna e mártir. († 1936)
- Em Villa de Don Fradique, na região de Castela la Mancha,na Espanha, o Beato Miguel Beato Sánchez, presbítero de Toledo e mártir. († 1936)
- No campo de concentração de Dachau, próximo de Munique, cidade da Baviera, na Alemanha, o Beato Adão Bargielski, presbítero e mártir. († 1942)
- Em Gross-Rosen, localidade da Alemanha, o Beato Ladislau Bladzinski, presbítero da Congregação de São Miguel e mártir. († 1944)
Fonte:
- Livro “Santos de cada dia” – José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003]
- Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” – Prof. Felipe Aquino [Cléofas 2007]
- Martirológio Romano
- Santiebeati.it
- Vaticannews.va
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
Beato Vicente de Santo Antônio, missionário no Oriente
Origens
Beato Vicente de Santo Antônio nasceu no Castelo de Albufeira em 1590. Seus pais, António Simões e Catarina Pereira, educaram-no na piedade e nos bons costumes; passada a infância, enviaram-no para Lisboa, onde, depois de ter revelado um talento multiforme ao longo da carreira eclesiástica, ordenou-se sacerdote aos 27 anos.
Vida Religiosa
Quatro anos depois, em 1621, já estava no México, onde entrou na Ordem de Santo Agostinho. Feita a profissão, cedo sentiu inflamar a alma dele para o fervor das missões, com aspirações ao martírio na perseguição religiosa do Japão; e para lá partiu em 1623.
Missão no Japão
Uma vez chegado, mudou de traje e de nome, fazendo-se caixeiro ambulante pelas ruas de Nagasaki, para poder entrar nas casas e introduzir-se nas famílias, onde converte os pagãos, consola e encoraja os cristãos perseguidos. E assim, infatigavelmente, durante alguns anos, trabalhou em contínuas catequeses, pregações e administração dos sacramentos.
Páscoa
Descoberto e preso em 1629, procuram fazê-lo renegar a sua fé cristã, religiosa e sacerdotal, sujeitando-o a cinco banhos sucessivos de água a ferver. Mas ele manteve-se invulnerável até ao derradeiro combate, a tormento do fogo.
Constância de mártir e perseverança de apóstolo foram os dois maiores clarões desta ascensão à glória, que ficaram ainda mais expressamente estampados nas fervorosas cartas dos seus últimos dias, como nos últimos discursos que, até ao momento do martírio, dirigia aos circunstantes, cristãos e infiéis.
Beatificação
Foi beatificado pelo Beato Pio IX, em 7 de julho de 1867, após a promulgação do decreto do martírio, em 26 de fevereiro de 1866. A beatificação ocorreu com outros 205 mártires vítimas da perseguição japonesa.
A causa foi denominada “Alfonso Navarrete Benito, Pietro d’Ávila, Carlo Spinola, Gioacchino Díaz Hirayama, Lucia De Freitas e 200 companheiros “. Desses, 33 anos da Companhia de Jesus; 23 entre religiosos e terciários agostinianos; 45 entre religiosos e terciários dominicanos; 28 entre Frades Menores e Terciários Franciscanos.
Todos os outros filhos de fé leiga, todos os membros da Confraternita del Rosario, alguns assassinados juntamente com o cônjuge e os filhos.
Ao celebrar-se, em 1967, o primeiro centenário da beatificação dos martirizados no Japão, a vila de Albufeira quis comemorar, com um congresso a propósito, o valor, a santidade e a ação missionária do seu emérito filho, o Beato Vicente de Santo Antônio,
Festividade
As celebrações realizaram-se nos fins de Agosto e até 3 de Setembro, data do martírio do bem-aventurado sacerdote e missionário, ficando, desde esses dias, a atestar vida e ação gloriosa uma estátua na sua terra natal.
Minha oração
“Dai-nos um espírito missionário semelhante ao vosso, dedicado sempre à evangelização em nossa realidade, abertos às necessidades do nosso tempo, para que o nome de Jesus seja amado e adorado em todos os cantos da Terra. Amém!”
Beato Vicente de Santo Antônio, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 7 de setembro
- Em Alésia, na Gália, hoje Alise-Sainte-Reine, na França, Santa Regina, mártir. († data inc.)
- Em Pompeiópolis, na Cilícia, na hodierna Turquia, São Sozonte, mártir. († data inc.)
- Em Benevento, na Campânia, região da Itália, os santos mártires Festo, diácono, e Desidério, leitor. († s. IV)
- Em Orleães, na Gália Lionense, hoje na França, Santo Evúrcio, bispo. († s. IV)
- Em Aosta, nos Alpes Graios, atualmente na Itália, São Grato, bispo. († s. V)
- Em Breuil, no território de Troyes, na França, os santos Memório e companheiros, mártires, que, segundo a tradição, foram mortos por Átila, rei dos Hunos. († s. V)
- Em Châlons-sur-Marne, na Gália Lionense, hoje na França, Santo Alpino, bispo, que foi discípulo de São Lopo de Troyes. († s. V)
- Em Nogent-sur-Seine, no território de Paris, também na atual França, São Clodoaldo, presbítero, de família régia. († 560)
- Em Albi, na Aquitânia, também na hodierna França, Santa Caríssima, virgem reclusa. († s. VI/VII)
- Em Maubeuge, no território do Hainaut, na Austrásia, atualmente também na França, Santa Madelberta, abadessa, que sucedeu a sua irmã, Santa Adeltrudes. († c. 705)
- Na Flandres, território da Austrásia, na atual Bélgica, a comemoração de Santo Hilduardo, bispo. († c. 760)
- Em Toul, cidade da Lorena, na hodierna França, São Gauzelino, bispo, que promoveu a observância monástica. († 962)
- Em Gúbbio, na Úmbria, região da Itália, São João de Lódi, bispo, que foi companheiro de São Pedro Damião nas suas missões pontifícias. († c. 1106)
- Em Die, na França, Santo Estêvão de Châtillon, bispo. († 1208)
- Em Kosice, nos montes Cárpatos, na hodierna Eslováquia, os santos mártires Marcos Crisino, presbítero de Esztergom, Estêvão Pongracz e Melchior Grodziecki, presbíteros da Companhia de Jesus. († 1619)
- Em Nagasaki, no Japão, os beatos mártires Tomás Tsuji, presbítero da Companhia de Jesus, Luís Maki e seu filho João. († 1627)
- Em Londres, na Inglaterra, os beatos Randolfo Corby, da Companhia de Jesus, e João Duckett, presbíteros e mártires. († 1644)
- Num barco-prisão ancorado ao largo de Rochefort, na França, os beatos Cláudio Barnabé Laurent de Mascloux e Francisco d’Oudinot de la Boissière, presbíteros e mártires. († 1794)
- Na ilha de Woodlark, na Oceania, o Beato João Baptista Mazzucóni, presbítero do Instituto para as Missões Estrangeiras de Milão e mártir. († 1855)
- Em Parma, na Emília-Romanha, região da Itália, a Beata Eugênia Picco, virgem da Congregação das Pequenas Filhas dos Sagrados Corações de Jesus e Maria. († 1921)
- Em Varsóvia, a Polônia, o Beato Inácio Klopotowski, presbítero da diocese de Lublin, fundador da Congregação de Nossa Senhora de Loreto. († 1931)
- Em Gandia, cidade da região de Valência, na Espanha, a Beata Ascensão de São José de Calasanz (Ascensão Lloret Marco), virgem do Instituto das Irmãs Carmelitas da Caridade e mártir. († 1936)
- Em Hueva, perto de Guadalajara, também na Espanha, o Beato Félix Gómez-Pinto Piñero, presbítero da Ordem dos Frades Menores e mártir. († 1936)
- Em Barcelona, também na Espanha, os beatos mártires António Maria de Jesus (António Bonet Seró), presbítero da Ordem dos Carmelitas Descalços, e Marcelo de Santa Ana (José Maria Masip Tamarit), religioso da mesma Ordem. ( † 1936)
- Em Toledo, também na Espanha, o Beato Tirso de Jesus Maria (Gregório Sánchez Sancho), presbítero da Ordem dos Carmelitas Descalços e mártir. ( † 1936)
Fonte:
- Martirológio Romano
- Livro “Santos de cada dia” – José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003]
- Santiebeati.it
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
São Liberato de Loro, nobre e abdicando de seu título, tornou-se frade
Origens
Liberato nasceu na pequena Loro Piceno, província de Macerata, na Itália. Pertencia à nobre família Brunforte, senhores de muitas terras e muito poder. Mas o jovem Liberato, ouvindo o chamado de Deus e por sua grande devoção a Virgem Maria, abandonou toda riqueza e conforto para seguir a vida religiosa. Liberato foi um nobre que se tornou frade.
Renúncia e Vida Religiosa
Renunciou às terras e ao título de senhor de Loro Piceno, que havia herdado de seu tio, em favor de seu irmão Gualtério, e foi viver no Convento de Rocabruna, em Urbino. Ordenado sacerdote e desejando consagrar sua vida à penitência e às orações contemplativas, retirou-se ao pequeno e ermo Convento de Sofiano, não distante do castelo de Brunforte. Lá, vestiu o hábito da Ordem dos Frades Menores de São Francisco, onde sua vida de virtudes valeu-lhe a fama de santidade.
Contemplação à Obra de Deus
Em “Florzinhas de São Francisco”, encontramos o seguinte relato sobre ele:
“No Convento de Sofiano, o frade Liberato de Loro Piceno vivia em plena comunhão com Deus. Ele possuía um elevado dom de contemplação e durante as orações chegava a elevar-se do chão. Por onde andava, os pássaros o acompanhavam, posando nos seus braços, cabeça e ombros, cantando alegremente. Amigo da solidão, raramente falava, mas, quando perguntado, demonstrava a sabedoria dos anjos. Vivia alegre, entregue ao trabalho, à penitência e à oração contemplativa. Os demais irmãos dedicaram-lhe grande consideração.”
Páscoa
Quando atingiu a idade de 45 anos, sua virtuosa vida chegou ao fim. Caiu gravemente enfermo, ficando entre a vida e a morte. Não conseguia beber nada; por outro lado, recusava-se a receber tratamento com medicina terrena, confiando somente no médico celestial, Jesus Cristo, e na sua abençoada Mãe. Ela milagrosamente o visitou e consolou quando estava em oração preparando-se para a morte.
Acompanhada de três santas virgens e com uma grande multidão de anjos, aproximou-se de sua cama. Ao vê-la, ele experimentou grande consolo e alegria de alma e de corpo, e suplicou-lhe, em nome de Jesus, que o levasse para a vida eterna, se tivesse tal merecimento.
Chamando-o por seu nome, a Virgem Maria respondeu: “Não temas, filho, que tua oração foi ouvida, e eu vim para confortar-te antes de tua partida desta vida”. Assim, frei Liberato ingressou na vida eterna, numa data incerta do século XIII.
Via de Santificação
No século XV, o culto a Liberato de Loro era tão vigoroso que, nas terras dos Brunfortes, recebeu autorização para ser chamado São Liberato. Até o novo convento, construído por ocasião da sua morte, ao lado do antigo de Sofiano. E construíram, também, uma igreja para conservar as suas relíquias, atualmente é o Santuário de São Liberato.
Somente no século XIX, após um complicado e atrapalhado processo de canonização, é que o seu culto foi reconhecido pelo Papa Pio IX, que lhe deu a autorização canônica para ser chamado santo. A festa de São Liberato de Loro foi mantida na data tradicional de 6 de setembro, quando suas relíquias foram solenemente transferidas para o altar maior do atual Santuário de São Liberato na sua terra natal.
Minha oração
“Ao deixar toda a sua nobreza para tornar-se frade, ensinou-nos o desapego das honras e riquezas. Intercedei por nós, para que saibamos usar os bens sem nos apegarmos a eles. Por Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.”
São Liberato de Loro, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 06 de setembro
- Comemoração de São Zacarias, profeta, que vaticinou o regresso do povo no exílio à terra prometida e anunciou a vinda de um rei pacífico.
- Comemoração de Santo Onesíforo, que muitas vezes reconfortou São Paulo em Éfeso.
- Comemoração dos santos mártires Donaciano, Presídio, Mansueto, Germano e Fúsculo, bispos na África Setentrional. Com eles se comemora também Leto, bispo de Nepta, na Bizacena, atualmente na Tunísia. († s. V)
- Em Spoleto, na Úmbria, região da Itália, Santo Eleutério, abade, que é louvado pelo papa São Gregório Magno pela sua exímia simplicidade e compunção de espírito. († s. VI)
- Em Laon, na Gália, atualmente na França, São Canoaldo, bispo, discípulo de São Columbano, que foi o seu único auxiliar no ermo de Bregenz. († c. 632)
- No litoral de Cumberland, região da Inglaterra, numa cidade depois chamada com o seu nome, Santa Bega, monja. († c. 660)
- No mosteiro de Füssen, cidade da Baviera, na Alemanha, São Magno, abade. († s. VIII)
- No mosteiro cisterciense de Le Bouchet, próximo de Orange, na Provença, região da França, a comemoração do Beato Beltrando de Garrigues, presbítero.(† c. 1230)
- Em Gata de Gorgos, localidade da província de Alicante, na Espanha, o Beato Diogo Llorca Llópis, presbítero e mártir. († 1936)
- Em Carcaixent, localidade da província de Valência, também na Espanha, o Beato Pascoal Torres Lloret, mártir, pai de família. († 1936)
- Em Gijón, também na Espanha, o Beato Vídal Ruiz Vallejo, presbítero da Ordem de Santo Agostinho e mártir. († 1936)
- Em Varsóvia, na Polônia, o Beato Miguel Czartoryski, presbítero da Ordem dos Pregadores e mártir. († 1944)
Fonte:
- Martirológio Romano
- Arquisp.org.br
- Santiebeati.it
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
Santa Teresa de Calcutá, fundadora, missionária e mãe dos pobres
Origens
Agnes Gonxha Bojaxhiu, a futura Madre Teresa nasceu em uma família albanesa, em Skopje, no dia 26 de agosto de 1910. Foi batizada com o nome de Gonxha Agnes.
Desde pequena, foi acostumada, pelos seus pais, a viver louvando ao Senhor e ajudando os mais necessitados. Não causa surpresa, portanto, quando, aos dezoito anos, fez a escolha de se tornar missionária.
Missão na Índia
Em setembro de 1928, Agnes deixa a sua casa e entra para o Instituto da Bem-aventurada Virgem Maria em Dublin. Ali, recebeu o nome de Maria Teresa.
No ano seguinte, foi para a Índia, onde, por quase 20 anos, viveu feliz em uma escola da sua Congregação, lecionado aos jovens ricos da região.
Em 10 de setembro de 1946, ocorreu o que Madre Teresa definia como a sua “chamada na chamada”. Naquele dia, Jesus revela-lhe a sua tristeza pela indiferença e o desprezo dos pobres, e pede à religiosa para ser o reflexo da sua Misericórdia: “Venha, seja minha luz. Não posso caminhar sozinho”.
Missionárias da Caridade
Em 1946, decidiu abandonar o convento e viver para os pobres. Madre Teresa funda as Missionárias da Caridade, veste o sári indiano e inicia a sua nova missão entre os últimos de Calcutá: os descartados, aqueles que “não são queridos, não amados, não cuidados”. Logo se unem a ela as suas ex-alunas.
Em poucos anos, a Congregação – reconhecida, em 1950, pelo arcebispo de Calcutá e, em 1965, por Paulo VI –, difundiu-se por todas as partes do mundo, onde os pobres precisam de ajuda e, sobretudo, de amor: foram abertas casas na África e na América Latina, mas também nos Países comunistas e até na União Soviética.
A sua figura torna-se cada vez mais popular no mundo todo. Mas quando lhe perguntam qual o “segredo do seu sucesso”, ela responde com simplicidade impressionante: “Rezo”.
Relação Fraterna com Papas
Estimada profundamente pelo Papa Paulo VI que, ao término da sua viagem à Índia, deu de presente aos “seus pobres” seu papamóvel. Madre Teresa teve uma relação fraterna com o Papa João Paulo II. Foi memorável a visita que o Papa polonês fez à sua casa, em Calcutá, onde a Madre acolhia os moribundos. Foi precisamente o Papa Wojtyla que quis a presença das Missionárias da Caridade no Vaticano, em uma estrutura denominada “Dom de Maria”.
Caridade e Amor à vida
Toda a vida e a obra de Madre Teresa oferecem testemunho da alegria de amar e do valor das pequenas coisas feitas com fidelidade e com amor. Ainda hoje, os sinais da sua presença são tangíveis através das suas obras que as Missionárias da Caridade levam adiante em todo o mundo. Sempre pronta a inclinar-se diante dos pobres e necessitados.
Madre Teresa dedicou-se, com todas as suas forças, à defesa da vida nascente. Inesquecível o seu discurso na entrega do Prêmio Nobel da Paz, em 17 de outubro de 1979: “O maior destruidor da paz – afirmou na ocasião – é o aborto”. E frisou: “A vida das crianças e dos adultos é sempre a mesma vida. Toda existência é a vida de Deus em nós”.
Páscoa
Nos últimos anos da sua vida, apesar da sua enfermidade e da “noite escura do espírito”, ela não poupou esforços e continuou a se dedicar, incessantemente, às necessidades dos que mais precisavam. Madre Teresa faleceu no dia 5 de setembro de 1997 em Calcutá.
Seu corpo foi transferido para a Igreja de San Tommaso, adjacente ao Convento de Loreto, onde ela havia chegado quase 69 anos antes. Centenas de milhares de pessoas de todas as classes sociais e religiões vieram da Índia e do exterior para homenageá-la. Recebeu um funeral de Estado em 13 de setembro. Depois que o cortejo fúnebre passou em procissão pelas ruas de Calcutá, foi sepultada na Casa Mãe das Missionárias da Caridade; seu túmulo tornou-se um destino de peregrinação para pessoas de todas as religiões.
Obra Missionária
Após sua páscoa, as suas Irmãs estavam presentes em 610 casas de missão e espalhadas em 123 países do mundo. Sinal de que a misericórdia não tem confins e atinge a todos, sem nenhuma distinção. “Talvez eu não saiba falar a sua língua, mas posso sorrir”, como costumava dizer sempre.
Milagre no Brasil
O processo de canonização de Madre Teresa teve início com um milagre envolvendo um brasileiro. Marcílio Haddad Andrino, morador da cidade de Santos (SP), foi diagnosticado com hidrocefalia e uma infecção no cérebro. Foi curado após sua esposa rezar pedindo a intercessão de Madre Teresa de Calcutá.
Via de Santificação
Menos de dois anos depois da sua morte, por causa da sua grande fama de santidade e das graças obtidas pela sua intercessão, São João Paulo II permitiu a abertura da Causa de Canonização. Em 19 de outubro de 2003, foi proclamada beata. Foi canonizada em 04 de setembro de 2016, pelo Papa Francisco, na Basílica de São Pedro.
Minha oração
“Mãe dos pobres, quanta dor ao ver as dificuldades dos nossos irmãos que sofrem com as misérias, dai a nós a mesma disponibilidade e abertura de coração para com essas realidades. Queremos ser instrumentos de cuidado e amor para com todos os nossos irmãos. Amém!”
Santa Teresa de Calcutá, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 05 de setembro
- Em Porto Romano, perto do atual Fiumicino, na Itália, os santos Aconto, Nono, Herculano e Taurino, mártires. († data inc.)
- Em Cápua, na Campânia, região da Itália, São Quinto, mártir. († data inc.)
- Em Nicomédia, na Bitínia, hoje Izmit, na Turquia, os santos mártires Urbano, Teodoro, Menedemo e companheiros. († 370)
- No território de Therouanne, na Flandres, atualmente na França, São Bertino, abade de Sithieu. († c. 698)
- Em Tortona, na Ligúria, hoje no Piemonte, região da Itália, Santo Alperto, que é considerado o fundador e primeiro abade do mosteiro de Bútrio, perto de Pavia. († c. 1073)
- Na Dalmácia, na hodierna Croácia, o Beato João o Bom de Siponto, abade, que edificou o mosteiro de São Miguel no litoral da Dalmácia, frente ao monte Gargano. († s. XII)
- Em Ripon, na Inglaterra, o Beato Guilherme Browne, mártir, que, condenado à morte, no reinado de Jaime I. († 1605)
- Num sórdido barco ancorado ao largo de Rochefort, na França, o Beato Florêncio Dumontet de Cardaillac, presbítero e mártir. († 1794)
- Em Nihn Tai, cidade do Tonquim, no atual Vietnam, os santos mártires Pedro Nguyen Van Tu, presbítero da Ordem dos Pregadores, e José Huang Luong Canh, médico, que foram degolados em ódio ao nome de Cristo. († 1838)
Fonte:
- vaticannews.va
- Martirológio Romano
- Livro “Santos de cada dia” – José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003]
- Causesanti.va
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– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
Santa Rosália, virgem que levou uma vida de penitência e alimentada pela Eucaristia
Origem da devoção
Na Sicília, existe um culto muito intenso a três jovens santas virgens, Lúcia de Siracusa; Ágata, padroeira de Catania; e Rosália, padroeira de Palermo. O seu culto estendeu-se a todos os países onde chegaram as hostes de emigrantes sicilianos, que trouxeram consigo a memória pungente da sua ilha natal e das suas tradições, juntamente com o culto sincero e profundo aos três santos sicilianos. Mas Lúcia de Siracusa († 304) e Santa Ágata de Catania († 250 ca.) foram martirizadas durante as perseguições contra os primeiros cristãos. Já santa Rosália é uma virgem não mártir, que viveu muitos séculos depois e se tornou a padroeira de Palermo, em 1666, com um culto oficial estendido a toda a Sicília.
No entanto, a “Santuzza”, como é carinhosamente chamada pelos palermitanos, estabeleceu-se como uma das santas mais conhecidas e veneradas no cristianismo siciliano e em particular no de Palermo; ainda hoje, em qualquer parte do mundo, os palermitanos se encontram, trocam a saudação “Viva Palermo e Santa Rosália!”.
Mesmo com lendas de seu passado, não há como negar a santidade
Infelizmente, há pouca informação sobre sua vida, em parte lendária, mas gostaria de considerar com o escritor florentino Piero Bargellini que: “É bem verdade que as lendas são como o vilucchio (trepadeira) em volta do caule da planta; a planta já estava lá antes que o vilucchio a envolvesse. Então, já existia a santidade antes que a lenda a cobrisse com suas flores fantásticas”.
E isso é verdade para todos os santos que em tantos séculos e lugares deram a vida, muitas vezes sofrendo o martírio, permaneceram ignorados, às vezes até por muito tempo, até que sua existência, seu sacrifício, suas virtudes heróicas fossem conhecidas pelo povo de Deus e da Igreja.
Suas origens
É o caso de Santa Rosália que nasceu em Palermo no século XII e, segundo os antigos livros litúrgicos, morreu em 4 de setembro de 1160 com a idade de 35 anos. Diz a lenda que era filha do duque Sinibaldo, senhor feudal, senhor de Quisquinia e Rose, localidades situadas entre Bivona e Frizzi, na zona de Palermo, e de Maria Guiscarda, prima do rei normando Rogério II; muito jovem, foi chamada ao Palazzo dei Normanni, à corte da rainha Margherita, esposa de Guilherme I da Sicília (1154-1166); sua beleza atraiu a admiração de nobres cavaleiros; segundo a tradição popular, o pretendente mais assíduo foi Balduíno, o futuro rei de Jerusalém.
Rosália viveu naquele feliz período de renovação cristã-católica que os reis normandos restabeleceram na Sicília, depois de expulsarem os árabes que a haviam tomado de 827 a 1072; favorecendo a expansão dos mosteiros basilianos na Sicília oriental e dos beneditinos na Sicília ocidental; apreciando também a obra religiosa e monástica dos cartuxos de São Bruno e o cisterciense de São Bernardo de Clairvaux.
Fervor e renovação religiosa
Nesta atmosfera de fervor e renovação religiosa, enraizou-se a vocação eremítica da jovem nobre Rosália; deve-se dizer que, naquela época, o eremita florescia naqueles séculos, tanto no campo masculino quanto no feminino.
A exemplo dos anacoretas, que abandonavam o seu conforto e a sua vida ativa, retiravam-se para uma gruta ou cela, geralmente nas imediações de uma igreja ou convento, para poderem participar nas funções litúrgicas e ao mesmo tempo ter uma vida religiosa e assistência de monges próximos; então Rosália retirou-se para uma gruta do feudo paterno de Quisquina a cerca de 90 km de distância de Palermo, nas montanhas Sicani, na província de Agrigento no território de Santo Stefano Quisquina, perto de um convento de monges basilianos.
Dali, a jovem eremita, após um período indefinido de penitência, mudou-se para uma caverna no Monte Pellegrino, um promontório estupendo em Palermo; ao lado de uma igreja bizantina pré-existente, em uma cela construída sobre o poço ainda existente.
Fama de santidade e Páscoa
Também aqui nas redondezas, os beneditinos tinham um convento e puderam acompanhar e ser testemunhas da vida eremita e contemplativa de Rosália, que vivia na oração, na solidão e na mortificação; muitos palermitanos subiram a montanha atraídos por sua reputação de santidade.
Segundo a tradição, ela morreu em 4 de setembro, presumivelmente no ano de 1160. Mais tarde, ela foi objeto de culto com a construção de igrejas a ela dedicadas em várias áreas da Sicília, bem como a capela já no Monte Pellegrino e reproduzida em imagens na catedral de Palermo e Monreale; uma igreja foi construída longe, em Rivello (Potenza) na diocese de Policastro.
Após sua morte
Mas, no início de 1600, seu culto havia expirado a tal ponto que ela não era mais invocada nas ladainhas dos santos padroeiros de Palermo; no entanto, isto não exclui um culto ininterrupto ainda que de tom menor, que se prolongou nos quatro séculos e meio, que vão desde a sua morte até 1600. Até ao início do século XVI, os chamados “eremitas de santa Rosalia” vivendo em algumas cavernas próximas àquela onde tradicionalmente viveu e morreu o jovem eremita.
Em meados do séc. XVI, o vice-rei Giovanni Medina mandou edificar, junto à gruta, um convento adaptado à igreja da “Ordem Franciscana Reformada de Santa Rosália e Monte Pellegrino”. Em todo caso, estudiosos hagiógrafos encontraram documentos que atestam, já em 1196, e nas décadas seguintes, que a eremita era chamada de “Santa Rosália”.
Uma recuperação por sua intercessão
E chegamos a 26 de maio de 1624, quando uma mulher (Girolama Gatto) com uma doença terminal, viu em sonho uma menina vestida de branco, que prometia sua recuperação se ela jurasse subir ao Monte Pellegrino para agradecer-lhe.
A mulher subiu a montanha com duas amigas, estava novamente com febre quartã, mas assim que bebeu a água, na qual pinga da gruta, sentiu-se curada, caindo num torpor repousante e aqui a jovem vestida de branco reapareceu para ela, sendo reconhecida como Santa Rosália, que lhe mostrou o local onde estavam enterradas as suas relíquias.
Encontro de suas relíquias
A coisa foi relatada aos frades franciscanos eremitas do convento próximo, que já no século XVI com seu superior Benedetto il Moro (1526-1589), havia tentado encontrar as relíquias (restos mortais) sem sucesso; então retomaram a busca, auxiliados por três fiéis, até que em 15 de julho de 1624, a uma profundidade de quatro metros, encontraram uma pedra de seis palmos de comprimento e três de largura, aos quais os ossos aderiram.
Por ordem do cardeal arcebispo de Palermo Giannettino Doria, a pedra foi transferida para a cidade em sua capela privada, onde foi examinada com os restos encontrados por teólogos e médicos; o resultado foi decepcionante, tendo-se acordado que os ossos poderiam pertencer a mais de um corpo e então nenhum dos três crânios encontrados parecia pertencer a uma mulher.
Prática da devoção a santa Rosália, apoiada pelo cardeal
O cardeal, não convencido, nomeou uma segunda comissão; enquanto isso Palermo foi atingido pela peste no verão de 1624, fazendo milhares de vítimas (a mesma epidemia que atingiu Milão e descrita por Manzoni em seu ‘Os Noivos’). O cardeal reuniu pessoas e autoridades na catedral e todos juntos pediram ajuda a Nossa Senhora, fazendo voto de defender o privilégio da Imaculada Conceição de Maria, argumento conflitante na Igreja da época e, ao mesmo tempo, declara Santa Rosália padroeira principal de Palermo, venerando suas relíquias quando seriam reconhecidas.
A tudo isso se acrescenta a descoberta de dois pedreiros de Palermo, que trabalhando no convento dominicano de São Stefano, encontraram em uma caverna em Quisquina, em 24 de agosto de 1624, uma inscrição latina desconhecida de todos, que se acredita ter sido gravada pela mesma Santa Rosália quando lá viveu e que disse: “Eu Rosália, filha de Sinibaldo, senhor de Quisquina e (del Monte) delle Rose, por amor de meu Senhor Jesus Cristo, decidi viver nesta gruta”, que confirmou a ermida anterior, seguida da do Monte Pellegrino.
Confirmação
Em 11 de fevereiro de 1625, a nova comissão estabeleceu que os ossos pertenciam a apenas uma pessoa claramente feminina, dos três crânios, descobriu-se que dois eram uma jarra de terracota e uma pedra, enquanto o terceiro, que parecia muito grande, foi ampliado por depósitos calcários, que ao serem removidos revelavam um crânio feminino; a primeira comissão também reexaminou os restos mortais e concordou com o resultado da segunda comissão.
A isso se somou a um prodígio. Um homem, tendo morrido de peste, e Vincenzo Bonelli, não tendo informado, fugiu para o Monte Pellegrino e lá, a “Santuzza” apareceu para ele, prevendo sua morte pela peste e ordenando-lhe, se ele queria a proteção para a sua alma, deveria dizer ao cardeal que não se duvida mais da autenticidade das relíquias e as carregasse em procissão pela cidade, só assim acabaria a peste.
Basílica com as relíquias e devoção
De volta à cidade, Vincenzo Bonelli realmente adoeceu com a peste e antes de morrer confessou o que lhe fora revelado. Em 9 de junho de 1625, a urna construída especialmente para as relíquias foi levada em procissão com a participação de toda a população e com grande solenidade; a peste começou a regredir, e, no dia 15 de julho, quando foi feita a peregrinação ao Monte Pellegrino, no aniversário da descoberta das relíquias, não apareceram mais casos de peste.
O cardeal mandou construir um magnífico altar na catedral, onde foi colocada a sumptuosa urna de prata maciça com as relíquias da santa, cujo nome foi tradicionalmente interpretado como um composto de ‘rosa’ e ‘lírios’, símbolos de pureza e união mística; por isso a ‘Santuzza’ é representada com a cabeça rodeada de rosas.
A partir desse ano de 1625, foi autorizado e reavivado pela Igreja de Palermo o culto à virgem eremita rezando e contemplando no Monte Pellegrino, como testemunho de uma ascese cristã excepcional, que, ao longo dos séculos, nunca foi esquecida pelo povo de Palermo. Há 350 anos, os peregrinos escalam a montanha, definida por Goethe em sua ‘Viagem à Itália’ como o promontório mais bonito do mundo.
Era difícil subir a pé, até que o Senado Palermitano mandou construir uma ousada estrada entre pinheiros e eucaliptos em 1725. Palermo sempre homenageou Santa Rosalia, de acordo com os dois feriados estabelecidos em 1630 pelo Papa Urbano VIII, que os incluiu no ‘Martirológio Romano’, ou seja, 15 de julho, aniversário da descoberta das relíquias; e 4 de setembro, dia da morte do ‘Santuzza ‘; as festividades sobretudo a de julho duram uma semana, com a participação de todo o povo e muitos emigrantes que regressam para a ocasião.
A estátua da ‘Santuzza’ cercada por outras estátuas, domina o topo da chamada ‘máquina’ que é uma carruagem em forma de navio, na qual também há uma banda musical, que é transportada pela cidade, toda chamada “U Fistinus”.
A segunda festa a 4 de setembro realiza-se em peregrinação ao santuário do Monte Pellegrino, onde incorporando a gruta se construiu um santuário, cuja pitoresca fachada remonta ao século XVII, no seu interior se acumularam muitas obras de arte dos vários séculos sucessivos; uma parte ainda está aberta ao céu, as paredes estão cobertas de ex-votos e lápides deixadas por visitantes ilustres.
Visitas a suas relíquias
Uma porta separa, esta primeira parte do santuário da gruta onde se encontram altares e singulares obras de arte, que recordam a presença do santo; em frente ao local onde foram encontradas as relíquias de ‘Santuzza’ ergue-se o estupendo altar coberto por um dossel, com um suntuoso sacrário encimado por uma estátua de prata do santo, doada pelo Senado de Palermo em 1667. Sob o altar é venerado a estátua de 1625, que representa santa Rosália no ato de exalar seu último suspiro e que foi coberta de ouro por ordem do rei Carlos III de Bourbon (1716-1788).
À gruta da montanha subiam, juntamente com os peregrinos anónimos, também muitos visitantes ilustres para venerar a santa eremita; autoridades eclesiásticas, príncipes, reis, imperadores, homens de letras, poetas, músicos, artistas.
As relíquias depositadas na artística e maciça urna de prata estão guardadas na Catedral de Palermo.
Santa Rosália, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 29 de junho:
- Comemoração de São Moisés, profeta, que Deus escolheu para libertar o seu povo do Egipto e conduzi-lo à terra prometida; no monte Sinai revelou-lhe o seu nome, dizendo: «Eu sou o que sou», e deu-lhe a lei que devia reger a vida do povo eleito. Este servo de Deus morreu com avançada idade no monte Nebo, na terra de Moab, diante da terra da promessa.
- Em Cabillonum, na Gália Lionense, hoje Chalon-sur-Saône, na França, São Marcelo, mártir. († s. III/IV)
- Em Roma, no cemitério de Máximo, junto à Via Salária, o sepultamento de São Bonifácio I, papa, que conseguiu resolver muitas controvérsias sobre a disciplina eclesiástica. († 422)
- Em Chartres, na Nêustria, atualmente na França, São Calétrico, bispo. († a. 573)
- Em Heresfeld, na Saxónia, atualmente na Alemanha, Santa Ida, viúva do duque Egberto, insigne pela sua caridade para com os pobres e oração assídua. († 825)
- Em Mende, na Aquitânia, atualmente na França, São Fredaldo, bispo e mártir. († c. s. IX)
- Em Colónia, na Lotaríngia, hoje na Alemanha, Santa Irmgarda ou Irmengarda, condessa de Süchteln, que ofereceu todos os seus bens para a construção de igrejas. († c. 1089)
- Em Caramagna, no Piemonte, também região da Itália, a Beata Catarina Mattei, virgem, religiosa das Irmãs da Penitência de São Domingos, que suportou com admirável caridade e grande virtude a longa enfermidade, as calúnias e todas as tentações. († 1547)
- Em Thúsis, localidade da Récia, hoje na Suíça, o Beato Nicolau Rusca, presbítero e mártir, homem de profunda cultura e generosa dedicação pastoral, que morreu vítima dos conflitos politico-religiosos do seu tempo. († 1618)
- Num barco-prisão ancorado ao largo de Rochefort, na França, o Beato Cipião Jerónimo Brigéat de Lambert, presbítero e mártir, cónego de Avranches, que, na perseguição religiosa durante a Revolução Francesa, por causa do sacerdócio foi aprisionado na galera em condições desumanas e aí morreu de fome e inanição. († 1794)
- Em Sillery, cidade do Québec, província do Canadá, a Beata Maria de Santa Cecília Romana (Maria Dina Bélanger), virgem da Congregação das Religiosas de Jesus e Maria, que suportou durante vários anos uma grave enfermidade, confiando só em Deus. († 1929)
- Em Oropesa, próximo de Castellón, no litoral da Espanha, o Beato José Pascoal Carda Saporta, presbítero da Irmandade de Sacerdotes Operários Diocesanos e mártir, que, durante a violenta perseguição contra a Igreja, em ódio à religião foi conduzido ao glorioso martírio. († 1936)
- Em Teulada, povoação próxima de Alicante, também na Espanha, o Beato Francisco Sendra Ivars, presbítero e mártir, que padeceu o martírio na mesma perseguição contra a fé. († 1936)
- Próximo de Genovés, povoação da província de Valência, também na Espanha, o Beato Bernardo de Lugar Nuevo de Fenollet (José Bleda Grau), religioso da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos e mártir, que, na mesma perseguição, venceu gloriosamente o seu combate por Cristo. († 1936)
- Em Villanueva del Arzobispo, perto de Jaén, também na Espanha, o Beato José de Jesus Maria (José Vicente Hormaechea y Apoitia), presbítero da Ordem da Santíssima Trindade e mártir. († 1936)
Fontes:
- Santi, beati e testimoni – Enciclopedia dei Santi
- Martirológio Romano
– Pesquisa, produção e edição: Leonardo Girotto
– Redação: Leonardo Girotto, Gabriel Santos, Ana Clara Flaitt, Lucas Eugenio – Comunidade Canção Nova e Rodolfo Bastos
São Gregório Magno, doutor da Igreja
Origens
Gregório nasceu em Roma, no ano 540, em uma família patrícia, conhecida como Anici, de grande fé cristã. Ele prestou muitos serviços à Sé Apostólica. Seus pais, Gordiano e Silvia – que a Igreja venera como santa em 3 de novembro – transmitiram-lhes nobres valores evangélicos, mediante seu grande exemplo.
De político a Monge
Após seus estudos de Direito, Gregório empreendeu a carreira política e ocupou o cargo de Prefeito da cidade de Roma. Essa experiência o amadureceu e o levou a ter uma maior visão da cidade, as suas problemáticas e um profundo senso da ordem e da disciplina.
Alguns anos depois, atraído pela vida monacal, decidiu retirar-se da política. Deu seus bens aos pobres e fez da sua vila paterna, no bairro do Celio, um mosteiro dedicado a Santo André. Ali, dedicou-se à oração, ao recolhimento, ao estudo da Sagrada Escritura e dos Padres da Igreja.
Eleito Papa
O Papa Pelágio II nomeou Gregório diácono e o enviou a Constantinopla como seu Representante Apostólico, onde permaneceu seis anos. Além de desempenhar as funções diplomáticas que o Pontífice lhe havia confiado, continuou a viver como monge com outros religiosos.
Convocado novamente a Roma, voltou ao Celio. Com a morte do Papa Pelágio II, no ano 590, foi eleito seu Sucessor.
Auxílio e consagração a São Miguel
Gregório teve que enfrentar um período difícil: corrupção dos Lombardos; abundantes chuvas e inundações, que provocaram numerosas vítimas e grandes prejuízos. A escassez atingiu diversas regiões da Itália; a epidemia da peste, que continuava a causar vítimas.
Então, Gregório exortou os fiéis a fazer penitência, rezar e tomar parte de uma solene procissão penitencial de três dias à Basílica de Santa Maria Maior ao atravessarem a ponte que liga a área do Vaticano ao centro da cidade, hoje chamada Ponte Santo Anjo. São Gregório Magno e a multidão tiveram a visão do arcanjo Miguel sobre a “Mole Adriana”, que foi interpretada como sinal celeste, que anunciava o fim da epidemia. Daqui, o costume de chamar o antigo mausoléu de Castelo Santo Anjo.
Atuação em Roma
Ocupando a Cátedra de Pedro, Gregório reorganizou a administração pontifícia e cuidou da Cúria Romana, onde tantos eclesiásticos e leigos tinham interesses bem diferentes daqueles espirituais e caritativos.
Assim, confiou a sua direção aos monges beneditinos. Reviu ainda as atividades eclesiásticas nas várias sedes episcopais, estabelecendo que os bens da Igreja fossem utilizados para a própria subsistência e em prol da obra evangelizadora no mundo. Tais bens deviam ser administrados com absoluta retidão, justiça e misericórdia.
Gregório ofereceu seus próprios bens e testamento à Igreja para ajudar os fiéis; comprou e distribuiu-lhes trigo; socorreu os necessitados; sustentou os sacerdotes, monges e claustrais em dificuldade; arcou com resgastes de prisioneiros; trabalhou por armistícios e tréguas.
Deve-se a ele também as táticas políticas para salvar Roma – esquecida pelos imperadores – e os tratados com os Lombardos para assegurar a paz na Itália central; estabeleceu relações de fraternidade com eles e se preocupou pela sua conversão; enfim, organizou missões de evangelização entre os Visigodos da Espanha, os Francos e os Saxões.
Enviou à Bretanha o prior do convento de Santo André no Celio, Agostinho – que depois se tornou Bispo de Cantuária – e quarenta monges.
Reforma Litúrgica e Regras Pastorais
O Papa Gregório I reformou ainda a celebração da Missa, tornando-a mais simples; promoveu o canto litúrgico, que recebeu o nome de gregoriano, e escreveu diversas obras.
Seu epistolário conta mais de 880 cartas e muitas homilias. Algumas de suas obras famosas: “Magna Moralia in Iob” (comentário moral sobre o livro de Jó), onde afirma que o ideal moral consiste em uma harmoniosa integração entre palavra e ação, pensamento e compromisso, oração e dedicação aos próprios deveres; “Regula Pastoralis”, que traça a figura de um Bispo ideal, insistindo sobre o dever do pastor de reconhecer, todos os dias, a sua miséria, e, por fim, dedica o último capítulo ao tema da humildade. Para demonstrar que a santidade é sempre possível, Gregório redigiu o livro intitulado Diálogos, um texto hagiográfico, onde cita exemplos, deixados por homens e mulheres, canonizados ou não, acompanhados de reflexões teológicas e místicas. Muito conhecido é seu “segundo livro” sobre São Bento de Núrsia.
Páscoa
Poder-se dizer que Gregório Magno tenha sido o primeiro Papa a utilizar o poder temporal da Igreja, sem deixar de lado o aspecto espiritual do seu ofício.
No entanto, permaneceu sempre um homem simples, tanto que, nas suas Cartas oficiais, se define “Servus servorum Dei” (“Servo dos servos de Deus”), um apelativo que os Pontífices mantiveram no tempo. São Gregório Magno morreu em 12 de março de 604, e foi sepultado na Basílica de São Pedro.
Minha oração
“São Magno, grande Papa e Doutor da Igreja, ao mesmo tempo homem simples e de grande espiritualidade, ensinai aos líderes de todas as áreas da vida a seguirem o exemplo de Cristo, servo de todos e em tudo humilde. Também, faça de nós seus imitadores. Amém!”
São Gregório Magno, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 3 de setembro
- Comemoração de Santa Febe, serva do Senhor entre os fiéis de Cêncreas, na atual Grécia, que auxiliou muito São Paulo, como ele confirma na Epístola aos Romanos.
- Em Nicomédia, na Bitínia, hoje Izmit, na Turquia, Santa Basilissa, virgem e mártir. († s. IV)
- Em Córdova, na Hispânia Bética, São Sandálio, mártir. († s. IV)
- Em Toul, na Gália Bélgica, atualmente na França, São Mansueto, primeiro bispo desta cidade. († s. IV)
- No monte Titano, próximo de Rímini, no território que hoje na península itálica tem o seu nome, São Marino, diácono e anacoreta. († s. IV/V)
- Na Irlanda, São Macanísio, bispo. († 514)
- Em Milão, na Lombardia, região da Itália, Santo Auxano, bispo. († c. 589)
- Em Montesárquio, na Campânia, também na Itália, São Vitaliano, bispo. († s. VII/VIII)
- No mosteiro de Stavelot, no Brabante, atualmente na Bélgica, São Rimágilo, bispo e abade, que, depois de ter vivido no mosteiro de Solignac, fundou os mosteiros de Stavelot e de Malmedy, no ermo da floresta das Ardenas. († c. 671-679)
- Na ilha de Lérins, na Provença, atualmente na França, Santo Aigulfo, abade, e companheiros monges, que, segundo a tradição, sofreram o martírio numa incursão dos Sarracenos. († c. 675)
- Em Séez, na Nêustria, também na atual França, São Crodogango ou Crodegango, bispo e mártir. († s. VIII)
- No território de Astino, na Lombardia, região da Itália, o Beato Guala, bispo de Bréscia, da Ordem dos Pregadores, que, no tempo do imperador Frederico II, trabalhou com muito empenho e prudência pela paz da Igreja e da sociedade civil e finalmente foi condenado ao exílio. († 1244)
- Em Nagasaki, no Japão, os beatos Bartolomeu Gutiérrez, presbítero da Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho, e cinco companheiros, mártires, que, em ódio à fé cristã, foram imersos em águas sulfúreas a ferver e depois lançados ao fogo. († 1632)
- Em Piacenza, na Emília-Romanha, região da Itália, a Beata Brígida de Jesus Morello, que, ficando viúva, se consagrou ao Senhor, dedicando-se à penitência e a muitas obras de caridade e, para a formação cristã da juventude feminina, fundou a Congregação das Irmãs Ursulinas de Maria Imaculada. († 1679)
- Em Paris, na França, a paixão dos beatos André Abel Alricy, presbítero, e setenta e um companheiros, mártires, entre os quais muitos presbíteros, que, depois da chacina do dia anterior, foram recluídos no Seminário de São Firmino e por fim assassinados em ódio à Igreja. († 1792)
- Também em Paris, no mesmo dia e ano, os beatos mártires João Baptista Bottex, Miguel Maria Francisco de la Gardette e Francisco Jacinto le Livec de Trésurin, que, durante a mesma perseguição, morreram por Cristo no cárcere “La Force”. († 1792)
- Em Seul, na Coreia, a paixão dos santos João Pak Hu-jae e cinco companheiras, mártires, que, levados ao tribunal por serem cristãos, suportaram cruéis suplícios e por fim foram degolados. († 1839)
Fonte:
- Martirológio Romano
- Vatican.news
- Santiebeati.it
– Pesquisa e redação: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
– Produção e edição: Melody de Paulo
Beata Ingrid Elofsdotter, viúva e freira dominicana
Origens
Beata Ingrid Elofsdotter nasceu em Skänninge, na Suécia, no século XIII. Desde a infância, mostrou-se virtuosa, amável, caridosa e religiosa, recebeu uma educação nobre e primorosamente cristã. Alma de ideais cândidos, viveu desde os primeiros anos num fervor de piedade que nunca falhou.
Matrimônio
As virtudes mais heroicas lhe pareciam naturais. E, quando muito jovem, foi forçada por seus pais a contrair um casamento muito rico, casou-se na adolescência, como era o costume da época, mesmo contrariando sua vocação, todo aquele esplendor mundano não a cegou, continuando a viver no mundo sem ser do mundo.
Aceitou tudo com humildade e resignação, e continuou a cuidar das obras de caridade que fundou para os pobres e doentes. Entre a população, tinha a fama de santidade.
Votos Perpétuos
Em 1281, já viúva, fez seus votos perpétuos. Com um fiel séquito de damas de honra, embarcou em uma longa peregrinação à Terra Santa, onde seu coração se iluminou ainda mais com o eterno amor ao Salvador Jesus. Da Palestina, ela foi para Roma e, depois, para São Giacomo di Compostela. De volta à sua terra natal, um único desejo a dominava: consagrar-se para sempre a uma vida de oração e penitência.
Fundação do Mosteiro
Fundou um Mosteiro sob as regras de São Domingos. Dedicou-se totalmente às orações contemplativas e à vida de rigorosa austeridade. Isso aconteceu em 15 de agosto de 1281, na presença do rei Magnus Ladulas, com a ajuda e apoio do padre dominicano Pietro di Dacia e a autorização do bispo de Linkoping e do provincial.
Páscoa
Faleceu em 2 de setembro de 1282, no convento em Skanninge, quando era Priora daquele Mosteiro, com tal fama de santidade e de prodígios maravilhosos, tanto que seu culto logo se estendeu aos povos vizinhos.
Processo de Canonização
Em 1414, o Bispo de Linkoping, Canuto Bosson, pediu autorização à Santa Sé para abrir o processo de canonização. Encalhado em 1448, o processo recomeçou no início do século seguinte.
Relíquias
Embora não tenha chegado a uma canonização formal, levaram à solene tradução de suas relíquias em 29 de julho de 1507, por autoridade do Papa Alexandre VI, presente o Rei, uma grande multidão, todos os Bispos da Suécia e obviamente os Pregadores dessa área.
Minha oração
“Após dedicar-se à família, entregou-se totalmente à vida contemplativa. Dai-nos um desejo ardente de oração e contemplação mesmo em meio às atividades do dia. Que a oração se torne prioridade em nossa vida. Amém!”
Beata Ingrid Elofsdotter, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 02 de setembro
- Em Nicomédia, na Bitínia, hoje Izmit, na Turquia, São Zenão, mártir.
- Em Niceia, também na Bitínia, hoje Izmit, na Turquia, Santa Teódota, com seus filhos Evódio, Hermógenes e Calisto, mártires. († s. IV)
- Em Edessa, no Osroene, hoje, Sanliurfa, na Turquia, Santo Habib, diácono e mártir. (†322)
- Em Apameia, na Síria, Santo Antonino, mártir, que era canteiro, segundo a tradição e foi morto pelos pagãos aos vinte anos de idade por ter destruído os seus ídolos, movido pelo ardor da fé.(† s. IV)
- Em Tarragona, na Hispânia, São Próspero, bispo.(† s. IV/V)
- Em Lião, na Gália, atualmente na França, o sepultamento de São Justo, bispo. († d. 381)
- No monte Soratte, junto à Via Flamínia, no Lácio, região da Itália, São Nonoso, abade. († c. 570)
- Em Autun, na Borgonha, na hodierna França, São Siágrio, bispo, que nos concílios em que tomou parte foi muito notável pela sua sabedoria e zelo. († 599/600)
- Em Avinhão, na Provença,na atual França, Santo Agrícola, bispo, que, depois da sua vida monástica na ilha de Lérins, auxiliou seu pai, São Magno, e lhe sucedeu no episcopado. († c. 700)
- No Piceno, hoje nas Marcas, região da Itália, Santo Elpídio, cujo nome foi adotado pela cidade onde o seu corpo foi sepultado. († a. s. XI)
- Em Pôntica, no território de Bérgamo, na Lombardia, região da Itália, os santos Alberto e Vito, monges. († c. 1096)
- Em Skänninge, na Suécia, a Beata Ingrid Elofsdotter, que, ficando viúva, ofereceu todos os seus bens para o serviço de Deus e, depois de uma peregrinação à Terra Santa, tomou o hábito monástico da Ordem dos Pregadores. († 1282)
- Em Paris, na França, a paixão dos beatos mártires João Maria du Lau d’Allemans, Francisco José e Pedro Luís de la Rochefoucauld, bispos, e noventa e três companheiros, clérigos e religiosos. († 1792)
- Em Paris, no mesmo dia e ano, o Beato Pedro Tiago Maria Vitális, presbítero, e vinte companheiros, mártires. († 1792)
- Em Orriols, na Catalunha, região da Espanha, o Beato Esíquio José (Baldomero Margenat Puigmitjá), religioso da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs e mártir. († 1936)
- Em Oviedo, nas Astúrias, também da Espanha, o Beato José Maria Laguia Puerto, religioso da Ordem dos Pregadores e mártir. († 1936)
Fonte:
- Martirológio Romano
- Arquidiocesebh.org.br
- Santiebeati.it
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
Santa Beatriz, exemplo de obediência e assistência aos pobres
Beatriz nasceu no Século XV em Ceuta, ao norte da África, cidade que, nessa época, encontrava-se sob o domínio da coroa de Portugal. Nasceu portuguesa, portanto. Seu pai foi governador de Ceuta. Ainda pequena, mudou-se para Portugal com sua família, que cultivou na menina uma profunda devoção a Nossa Senhora da Conceição. Aos vinte anos de idade, foi enviada para a Espanha como dama de honra de D. Isabel, neta de D. João I, que se tornou esposa do rei João II de Castela, onde começou seu calvário.
Beatriz era muito bonita, e a rainha, dominada por uma mistura de ciúme e inveja, fechou Beatriz em um caixão durante dias, a fim de que morresse asfixiada, mas uma invisível proteção da Virgem Maria a salvou.
Como gesto concreto de agradecimento, Santa Beatriz aceitou sua vocação para a vida religiosa, e logo em seguida partiu a Toledo, onde se recolheu no mosteiro das Dominicanas (ramo feminino da Ordem de São Domingos de Gusmão), cujas religiosas viviam sob a regra cisterniense, onde viveu cerca de 30 anos.
Deus, entretanto, tinha predestinado Beatriz para uma obra maior: fundar uma Ordem de estrita clausura numa vida contemplativa na oração, penitência e trabalho.
Santa Beatriz da Silva deixou o mosteiro dominicano e foi habitar numa nova sede que veio a ser o berço das monjas concepcionistas. Essa Ordem está caracterizada por três heranças espirituais de Santa Beatriz: o amor a Maria Imaculada, a Paixão de Jesus Cristo e a Santíssima Eucaristia.
Santa Beatriz faleceu, em 9 de agosto de 1490, com 66 anos de idade. No momento de sua morte, seu rosto fora visto transfigurado por uma grande claridade e uma estrela resplandecente sobre sua cabeça até ela expirar.
Beatificada em 1926 pelo Papa Pio XI, sua canonização ocorreu no dia 3 de outubro de 1976 por Paulo VI.
Minha oração
“Senhor Pai de bondade, aprendamos com Santa Beatriz a aceitar os desafios da vida e nunca abandonar o projeto de Deus em favor da libertação da humanidade. Guia-nos pelos caminhos da sabedoria e do discernimento, e ajudai-nos a Vos encontrar nos mais pequeninos e sofredores. Por Cristo nosso Senhor. Amém!”
Santa Beatriz, rogai por nós!
Outros santos e santas celebrados em 1º de setembro
- Comemoração de São Josué, filho de Nun, servo do Senhor, que, pela imposição das mãos de Moisés sobre ele, ficou cheio do espírito de sabedoria e, depois da morte de Moisés, introduziu de modo maravilhoso o povo de Israel, atravessando o rio Jordão, na terra prometida.
- Em Reims, na Gália Bélgica, atualmente na França, São Sisto, que é considerado o primeiro bispo desta cidade. († s. III)
- Em Cápua, junto à Via Aquária, na Campânia, região da Itália, São Prisco, mártir. († s. IV)
- Em Tódi, na Úmbria, também região da Itália, São Terenciano, bispo. († c. s. IV)
- Em Dax, na Aquitânia, hoje na França, São Vicente, que é celebrado como bispo e mártir. († c. s. IV)
- Em Zurzach, junto do rio Reno, no território de Zurique da Germânia, atualmente na Suíça, Santa Verena, virgem. († s. IV)
- Em Le Mans, na Gália Lionense, hoje na França, São Vitório, recordado por São Gregório de Tours. (†490)
- Em Aquino, no Lácio, região da Itália, São Constâncio, bispo, cujo dom de profecia é louvado pelo papa São Gregório Magno. († 570)
- No território de Nimes, na Gália Narbonense, na hodierna França, São Gil ou Egídio, de quem tomou o nome a povoação que posteriormente se desenvolveu na região da Camargue, onde ele, segundo a tradição, construiu um mosteiro e terminou o curso da sua vida mortal. († s. VI/VII)
- Em Sens, na Nêustria, também na atual França, São Lopo, bispo, que foi exilado por ter corajosamente afirmado perante um notável do lugar que o povo devia ser dirigido pelo sacerdote e obedecer mais a Deus do que aos príncipes. († c. 623)
- Em Veneza, cidade do atual Véneto, região da Itália, a Beata Juliana de Collalto, abadessa da Ordem de São Bento. († 1262)
- Em Florença, na Etrúria, hoje na Toscana, também região da Itália, a Beata Joana, virgem da Ordem Terceira das Servas de Maria, eminente pela sua oração e austeridade. († 1367)
- Em Madrid, na Espanha, os beatos Cristino (Miguel Roca Huguet), presbítero, e onze companheiros, mártires, todos da Ordem de São João de Deus, que, durante a guerra civil, foram mortos em ódio à religião cristã. († 1936)
- Em Paterna, cidade da província de Valência, também na Espanha, o Beato Afonso Sebastião Viñals, presbítero e mártir, que era diretor espiritual da Escola de Formação Social de Valência, quando, na mesma perseguição contra a fé, recebeu a coroa de glória. († 1936)
- Em Barcelona, também na Espanha, os beatos mártires Pedro de Alcântara (Cândido Rivera Rivera), presbítero da Ordem dos Frades Menores Conventuais, Maria do Carmo Moreno Benítez e Maria do Amparo Carbonell Muñoz, virgens do Instituto de Maria Auxiliadora, que, durante a mesma perseguição, configurando-se à paixão de Cristo, seu Esposo, alcançaram a recompensa da paz eterna. (†1936)
- Também em Barcelona, em dia incerto de Setembro, o Beato Bento Clemente (Félix España Ortiz), religioso da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs e mártir, que na mesma perseguição, vencendo o bom combate da fé, alcançou a vida eterna. († 1936)
- Em Sotillo, localidade da Cantábria, no litoral da Espanha, em dia incerto de Setembro, o Beato Eugénio Andrés Amo, religioso da Ordem dos Pregadores e mártir, que, na mesma perseguição, morreu por Cristo. († 1936)
- Em Mataró, na Catalunha, também região da Espanha, o Beato José Samsó i Elias, presbítero da diocese de Barcelona e mártir, que, na violenta perseguição contra a Igreja, foi assassinado em ódio ao sacerdócio. († 1936)
Fonte:
- Martirológio Romano
- Arquidiamantina.org.br
- Arquidiocesebh.org.br
– Produção e edição: Leonardo Girotto
São Raimundo Nonato, Padroeiro das Parturientes, das Parteiras e dos Obstetras
Origens
São Raimundo nasceu em Portell, na Catalunha, Espanha, em 1200. Seus pais eram nobres, porém não tinham grandes fortunas. O seu nascimento aconteceu de modo trágico: sua mãe morreu durante os trabalhos de parto, antes de dar-lhe à luz.
Extraído vivo do seio da sua mãe sem vida, recebeu o sobrenome de Nonato, ou seja, “não nascido”.
Chamado Religioso
Dotado de grande inteligência, fez com certa tranquilidade seus estudos primários. O pai, percebendo os dotes religiosos do filho, tratou de mandá-lo administrar uma pequena fazenda de propriedade da família. Com isso, queria demovê-lo da ideia de ingressar na vida religiosa. Porém as coisas aconteceram exatamente ao contrário.
Raimundo, no silêncio e na solidão em que vivia, fortificou ainda mais sua vontade de dedicar-se unicamente à Ordem de Nossa Senhora das Mercês, fundada por seu amigo Pedro Nolasco, agora também santo. A Ordem tinha como principal finalidade libertar cristãos que caíam nas mãos dos mouros e eram por eles feitos escravos. Nessa missão, dedicou-se de coração e alma.
Ingresso na Ordem
Apesar da dificuldade, conseguiu o consentimento do pai. Finalmente, em 1224, ingressou na Ordem, recebendo o hábito das mãos do próprio fundador. Ordenou-se sacerdote e seus dotes de missionário vieram à tona, dedicando-se nessa missão de coração e alma.
Missão: Converter
Devido à sua paixão pelas missões, foi enviado em missão à Argélia, norte da África, para resgatar cristãos das mãos dos muçulmanos. Conseguiu libertar cento e cinquenta escravos e devolvê-los às suas famílias.
Quando se ofereceu como refém, sofreu no cativeiro verdadeiras torturas e humilhações. Mas, mesmo assim, não abandonou seu trabalho. Levava o conforto e a Palavra de Deus aos que sofriam mais do que ele e já estavam prestes a renunciar à fé em Jesus.
De Torturado a Cardeal
Muitas foram as pessoas convertidas por ele, o que despertou a ira dos magistrados muçulmanos. Os quais mandaram que lhe perfurassem a boca e colocassem cadeados e abriam-na para lhe dar de comer a escassa ração dos presos. Tudo isso, para que Raimundo nunca mais pudesse falar e pregar a doutrina de Cristo.
Raimundo sofreu durante oito meses essa tortura até ser libertado, mas com a saúde abalada. Quando chegou à pátria, na Catalunha, em 1239, logo foi nomeado cardeal pelo Papa Gregório IX, que o chamou para ser seu conselheiro em Roma. Empreendeu a viagem no ano seguinte, mas não conseguiu concluí-la.
Páscoa
Próximo de Barcelona, na cidade de Cardona, já com a saúde debilitada pelos sofrimentos do cativeiro, Raimundo Nonato foi acometido de forte febre. Acabou morrendo, em 31 de agosto de 1240, quando tinha apenas 40 anos de idade.
Raimundo Nonato foi sepultado naquela cidade. Seu túmulo tornou-se local de peregrinação, sendo, então, erguida uma igreja para abrigar seus restos mortais.
Via de Santificação
Seu culto propagou-se pela Espanha e pela Europa, sendo confirmado por Roma em 1681. São Raimundo Nonato, devido à condição difícil do seu nascimento, é venerado como Padroeiro das Parturientes, das Parteiras e dos Obstetras.
Minha oração
“Querido Santo, rogai pelas gestantes em suas dores e angústias assim como os profissionais da saúde que cuidam e se esmeram nessa missão. Alcançai a graça do nascimento das gestações mais difíceis e impossíveis. Amém!”
São Raimundo Nonato, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 31 de agosto
- Em Jerusalém, comemoração dos santos José de Arimateia e Nicodemos, que acolheram o corpo de Jesus descido da cruz, o envolveram num lençol e colocaram no sepulcro.
- Em Atenas, na Grécia, Santo Aristides, filósofo, ilustríssimo pela sua fé e sabedoria. († c. 150)
- Em Tréveris, na Gália, Bélgica, atualmente na Alemanha, São Paulino, bispo e mártir. († 358)
- Em Lindisfarne, na Nortúmbria, na atual Inglaterra, Santo Aidano, bispo e abade, homem de insigne mansidão, piedade e justo governo. († 651)
- No ermo de Vallúcola, na Etrúria, hoje na Toscana, região da Itália, o Beato André de Borgo Sansepolcro, presbítero da Ordem dos Servos de Maria, insigne pela sua austeridade e vida contemplativa. († 1315)
- Em Almeria, na Espanha, os beatos Edmígio (Isidoro Primo Rodríguez), Amálio (Justo Zariquiégui Mendoza) e Valério Bernardo (Marciano Herrero Martínez), da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs e mártires. († 1936)
- Em Málaga, na Espanha, os beatos mártires Henrique Vidaurreta Palma, presbítero da diocese de Málaga, Félix Paco Escartin, presbítero da Sociedade Salesiana e Tomás Alonso Sanjuán, religioso da Sociedade Salesiana. († 1936)
- Em Sama de Langreo, cidade das Astúrias, na Espanha, os beatos mártires Isidro Ordoñes Díez, José Maria Palácio Montes e Miguel Menéndez Garcia, presbíteros da Ordem dos Pregadores e Cristóvão Iturriaga-Echevarria Irazola e Pedro Vega Ponce, religiosos da mesma Ordem. († 1936)
- Em Barcelona, na Espanha, a Beata Josefina Sauleda Paulís (Boaventura Sauleda Paulís), virgem da Ordem dos Pregadores e mártir. († 1936)
- Em Barcelona, o Beato Pedro Tarrés Claret, presbítero. († 1950)
Fonte:
- vaticannews.va
- Martirológio Romano
- Livro “Santos de cada dia” – José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003]
- Arquisp.org.br
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
São Fiacre (“Fiacro”), eremita
Origem
São Fiacre (“Fiacro”) nasceu de família nobre na Irlanda e foi educado sob os cuidados de um bispo de eminente santidade, que teria sido, segundo alguns, Conan, o bispo de Soder ou das Ilhas Ocidentais (Hébridas Exteriores). Considerando todas as vantagens do mundo como simples escória, São Fiacre deixou sua terra e amigos na flor da idade e, junto com alguns piedosos companheiros, navegou até a França, em busca de um retiro no qual pudesse se dedicar a Deus, escondido do resto do mundo.
Tudo foi graça da Divina Providência
A Divina Providência o conduziu até São Faro, que era bispo de Meaux e eminente em Santidade. Quando São Fiacre se dirigiu a ele, o prelado, encantado com os sinais de virtude e extraordinário talento que descobriu nesse estrangeiro, deu-lhe um abrigo solitário em uma floresta chamada Breuil, que era seu patrimônio, a duas léguas de Meaux. Neste lugar, o santo anacoreta limpou o solo das árvores e sarças, fez para si uma cela com um pequeno jardim e construiu um oratório em honra a Santíssima Virgem, no qual passava grande parte de seus dias e noites em devota oração. Cultivava o jardim e trabalhava com as próprias mãos para sua subsistência.
Chamado à caridade
Levava uma vida extremamente austera, e apenas alguma necessidade ou chamado de caridade podia interromper seus exercícios de oração e contemplação celestial. Muitos recorriam a ele em busca de conselho, e os pobres em busca de alívio. Porém, seguindo uma inviolável regra entre os monges irlandeses, jamais permitiu que qualquer mulher adentrasse os limites de seu eremitério
Sua Páscoa
São Kilian, um irlandês de sangue nobre, ao retornar de Roma, visitou São Fiacre, que era seu parente, e ao passar algum tempo sob sua disciplina, foi orientando, com a autorização dos bispos, a pregar naquela diocese e nas circunvizinhas. Realizou tal missão com admiráveis frutos de santidade. São Fiacre faleceu por volta do ano 670, em 30 de agosto.
São Fiacre (“Fiacro”), rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 28 de junho:
- Em Roma, no cemitério de Comodila, junto à Via Ostiense, os santos mártires Félix e Adauto, que juntos deram inquebrantável testemunho da sua fé em Cristo e juntos entraram vitoriosos no Céu. († c. 304)
- Comemoração dos sessenta santos mártires, que, em Suffetula, na África Bizacena, atualmente na Tunísia, por ter sido destruída uma estátua de Hermes, foram mortos pelo furor dos gentios. († 399)
- Em Roma, a comemoração de São Pamáquio senador, insigne pela sua firmeza na fé e generosidade para com os pobres, a cuja diligente piedade se deve a construção de uma igreja titular no monte Célio. († 410)
- No mosteiro de Rebais, próximo de Meaux, na Nêustria, atualmente na França, Santo Agilo, seu primeiro abade. († c. 650)
- Em Tessalónica, na Macedónia, atualmente na Grécia, São Fantino o Jovem, eremita, que passou toda a sua vida em jejuns, vigílias e trabalhos por Cristo. († s. X)
- Em Lucédio, no Piemonte, região da Itália, São Bonónio, abade, que seguiu a vida eremítica, primeiro no Egito, depois no monte Sinai. († 1026)
- Em Trévi, no Lácio, também região da Itália, São Pedro, que, embora analfabeto, cultivou na solidão a sabedoria do Evangelho. († 1050)
- Em Londres, na Inglaterra, Santa Margarida Ward, mártir, que, no reinado de Isabel I, por ter ajudado um sacerdote, foi condenada à morte e de bom grado recebeu o martírio no patíbulo de Tyburn. Com ela, no mesmo lugar, sofreram também o martírio os beatos Ricardo Leight, presbítero, e os leigos Eduardo Shelley e Ricardo Martin, ingleses, João Roche, irlandês, e Ricardo Lloyd, galês: o primeiro, porque era sacerdote; os outros, porque acolheram sacerdotes. († 1588)
- Em Saluzzo, no Piemonte, região da Itália, o Beato João Juvenal Ancina, bispo, que, anteriormente médico, foi dos primeiros a entrar no Oratório de São Filipe Néri. († 1604)
- Em Saragoça, na Espanha, a Beata Maria Ráfols, virgem, que, superando pacientemente muitas adversidades, fundou no hospital desta cidade a Congregação das Irmãs da Caridade de Santa Ana e a dirigiu com suma diligência. († 1853)
- Em Almeria, também na Espanha, os beatos mártires Diogo Ventaja Milán, bispo de Almeria, e Manuel Medina Olmos, bispo de Guádix, que, encarcerados em ódio à fé cristã, suportaram pacientemente os maus tratos e insultos, até que, durante a noite, foram fuzilados. († 1936)
- Na estrada de Puebla Tornesa para Villafamés, próximo de Castellón, também na Espanha, o Beato Joaquim de Albocácer (José Ferrer Adell), presbítero da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, que pelo martírio alcançou a recompensa prometida aos que perseveram na fé. († 1936)
- Em Bilbau, também na Espanha, o Beato Vicente Cabanes Badenas, presbítero da Congregação dos Terciários Capuchinhos de Nossa Senhora das Dores e mártir, que, durante a mesma perseguição contra a fé, mereceu entrar no banquete celeste. († 1936)
- Em Madrid, também na Espanha, os beatos mártires António Maria Arriaga Anduíza, religioso da Ordem de Santo Agostinho, e Nicásio Romo Rúbio, religioso da Ordem dos Pregadores, que na mesma perseguição foram assassinados em ódio à fé cristã. († 1936)
- Em Atavaca, perto de Madrid, também na Espanha, os beatos Germano Martin Martin, presbítero, Dionísio Ullívarri Barajuán, religioso, ambos da Sociedade Salesiana e mártires, que, durante a perseguição contra a fé, derramaram o seu sangue por Cristo e alcançaram a palma da glória. († 1936)
- Em Kfiffan, no Líbano, o Beato Estêvão Nehmé (José Nehmé), religioso da Ordem Maronita Libanesa. († 1938)
- Em Belo Horizonte, no Brasil, o Beato Eustáquio van Lieshout, presbítero da Congregação dos Sagrados Corações de Jesus e Maria. († 1943)
- Em Venégono, próximo de Varese, na Itália, o passamento do Beato Alfredo Ildefonso Schuster, bispo, que era abade de São Paulo em Roma quando foi nomeado para a sede episcopal de Milão, ministério pastoral que exerceu incansavelmente com admirável sabedoria em favor do seu povo. († 1954)
Fontes:
- Martirológio Romano
- Aleteia
- Livro “Vida dos Santos” – Minha Biblioteca Católica
– Pesquisa e redação: Leonardo Girotto
Santos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael, soldados do exército celeste
Origens
Os Santos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael são investidos de cargos diferentes. Celebrados, antes, em datas diferentes, mas, com as reformas do Concílio Vaticano II, agora são recordados em um só dia. A memória litúrgica ocorre em 29 de setembro.
A Bíblia os lembra com missões específicas: Miguel, o adversário de Satanás; Gabriel, o anunciador; e Rafael, o ajudante. O título de arcanjo deriva da ideia de uma corte celestial na qual os anjos estão presentes de acordo com diferentes graus e dignidades.
Os Santos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael ocupam as esferas mais altas das hierarquias angélicas. Eles têm a tarefa de conservar a transcendência e o mistério de Deus, ao mesmo tempo que tornam presente e perceptível a sua proximidade salvífica.
São Miguel, o Príncipe que luta contra o mal
Segundo a tradição, o Arcanjo Miguel é o príncipe que luta contra o mal, de cujos assaltos defende perenemente a fé e a Igreja. Além disso, é reconhecido o poder da intercessão, muito venerada tanto no Oriente como no Ocidente.
No mundo, são incontáveis as catedrais, os santuários, os mosteiros, as capelas dedicados ao Arcanjo Miguel. Seu nome é citado cinco vezes na “Sagrada Escritura”, deriva da expressão “Mi-ka-El”, ou seja, “quem é como Deus?”. Pela sua popularidade secular, o Anjo guerreiro que, com a sua espada desembainhada, vigia, do Castelo Santo Anjo, a Cúpula de São Pedro, é também centro de numerosas histórias e anedotas. Uma delas remonta ao dia 13 de outubro de 1884.
Após a celebração da Missa, na Capela Vaticana, Leão XIII permanece inerte por uns dez minutos. Seu rosto, dizem as testemunhas, revela, ao mesmo tempo, terror e maravilha. A seguir, o Papa Pecci vai depressa ao seu escritório, senta-se à mesa e escreve de impulso uma oração ao Arcanjo Miguel. Meia hora depois, chama o Secretário e lhe entrega a folha de papel, pedindo-lhe para ser imprensa e enviada a todos os Bispos do mundo, para que a súplica fosse recitada no final da Missa. Leão XIII narra ter tido, naqueles poucos minutos, uma estarrecedora visão de “legiões de demônios” que atacavam a Igreja, quase a ponto de destruí-la, e de ter assistido a intervenção defensiva e decisiva do Arcanjo.
São Gabriel, o mensageiro de Deus
O Anjo Gabriel fez o anúncio a Maria. No Evangelho de Lucas, lemos “foi enviado”; logo, o Arcanjo Gabriel é o mensageiro de Deus, encarregado de explicar à “Virgem, prometida a um homem da casa de Davi, chamado José”, o modo com o qual Deus deveria se encarnar.
Mencionado várias vezes no Antigo e no Novo Testamento, São Gabriel, mensageiro por excelência, é o Padroeiro das Comunicações, além disso, foi declarado também Padroeiro da Rádio Vaticano.
Os episódios bíblicos dos quais Gabriel é protagonista são narrados no Livro do profeta Daniel. O Arcanjo aparece a Daniel para explicar-lhe o significado de uma visão misteriosa (Dn 8,15-18), enquanto, em outra (Dn 9,20- 27), preanuncia certos eventos. Ainda no Evangelho, em Lucas, ele comunica a Zacarias sobre o nascimento do seu filho João (Lc 1, 8-20). Assim, Gabriel revela, de modo bem mais claro, ser uma criatura celeste, estar na presença de Deus e ser seu mensageiro.
São Rafael, a medicina de Deus
A história do arcanjo Rafael é narrada no Livro de Tobias, na época da revolta dos Macabeus. O núcleo central do livro é a viagem empreendida por Tobias para recuperar, em uma terra distante, um crédito de seu pai que se tornou indigente, com o acompanhamento de outro viajante.
Durante uma parada no rio Tigre, um grande peixe atacou o jovem, que se assustou, mas, depois, encorajado pelo viajante — que era o arcanjo Rafael disfarçado —, pegou o peixe, do qual, sempre por orientação do viajante, arrancou o coração, o fígado e a bílis do peixe e os colocou no alforje.
Quando estavam quase chegando ao destino final, o Arcanjo insistiu para que Tobias se hospedasse na família de alguns parentes, onde conheceu sua prima Sara, que a lei de Moisés lhe reservou como esposa. A jovem já estava comprometida com sete homens, todos assassinados no tálamo nupcial pelo demônio Asmodeus, por ciúme da jovem. Sara casou-se com Tobias. A nova tentativa de Asmodeus foi derrotada pelo coração e o fígado do peixe, que o viajante sugeriu colocar em um braseiro, para que a fumaça afugentasse o demônio.
Depois do casamento, Tobias voltou para a casa paterna e quis recompensar o viajante por toda a sua ajuda. Chamando de lado o pai e filho, o viajante revelou a sua identidade. Explicou-lhes que, devido às orações e caridade deles, ele havia sido enviado por Deus para curá-los e guiá-los. E falando de si mesmo, lhes disse: “Eu sou Rafael, um dos sete Anjos, sempre prontos para entrar na presença da majestade do Senhor”.
Minha oração
“Pelos Arcanjos, pedimos a proteção da nossa Igreja, das nossas famílias, nosso trabalho e saúde. Onde houver o mal, defendei-nos e protegei-nos, ao mesmo tempo nos ilumine contra toda a tentação do demônio. Sede nossos companheiros e amigos na caminhada rumo ao Céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém!”
Santos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 29 de setembro
- Em Perinto, mais tarde chamada Heracleia, na Trácia, na atual Turquia, Santo Eutíquio, bispo e mártir. († c. s. III)
- Em Valeroctista, hoje Etchmiadzin, na Arménia, as santas Rípsimes, Gaiana e companheiras, mártires. († s. IV in.)
- Em Auxerre, na Gália Lionense, na atual França, São Fraterno, bispo. († d. 450)
- Na Palestina, São Ciríaco, anacoreta, que habitou durante quase noventa anos em cavernas numa vida austeríssima. († 557)
- Em Mettlach, nas margens do rio Saar, na Renânia, atualmente na Alemanha, o sepultamento de São Ludovino, bispo de Tréveris. († c. 717)
- Na ilha de Ufnau, junto ao lago de Zurique, no território dos Helvécios, atualmente na Suíça, Santo Adelrico, presbítero e eremita. († s. X)
- Na Bretanha Menor, região da França, São Maurício, abade do mosteiro cisterciense de Langonet e posteriormente do mosteiro de Carnoet, por ele fundado. († 1191)
- No mosteiro cisterciense de Longpont, também na França, o Beato João de Montmirail, que deixou a sua profissão de nobre cavaleiro para se tornar humilde monge. († 1217)
- Em Vannes, no litoral da Bretanha Menor, região da França, o Beato Carlos de Blois, homem piedoso, manso e humilde. († 1364)
- Em Roma, o Beato Nicolau de Furca Palena, presbítero da Ordem dos Eremitas de São Jerónimo, que fundou no monte Janículo o mosteiro de Santo Onofre. († 1449)
- Em L’viv, na Ucrânia, São João de Dukla, presbítero da Ordem dos Menores.(† 1484)
- Em Nagasaki, no Japão, a paixão dos santos mártires Miguel de Aoxaraza, Guilherme Courtet, Vicente Shiwozuka, presbíteros da Ordem dos Pregadores, Lázaro de Kioto e Lourenço de Manila Ruiz, pais de família. († 1636)
- Em Ossernenon, no território do Canadá, a paixão de São Renato Goupil, mártir. († 1642)
- Em Gilet, localidade próxima de Valência, na Espanha, o Beato Jaime Mestre Iborra, presbítero da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos e mártir. († 1936)
- Em Valência, cidade da Espanha, os beatos mártires Paulo Bori Puig, presbítero, e Vicente Sales Genovês, religioso, ambos da Companhia de Jesus. († 1936)
- Em Picadero de Paterna, localidade da província de Valência, o Beato Dario Hernández Morató, presbítero da Companhia de Jesus e mártir. († 1936)
- Em Lérida, também na Espanha, o Beato Francisco de Paula Castelló i Aleu, mártir. († 1936)
- Em Madrid, também na Espanha, os beatos José Villanova Tormo, presbítero, e Francisco Edreira Mosquera, religioso, ambos da Sociedade Salesiana e mártires. († 1936)
- Em Milão, na Itália, o Beato Luís Monza, presbítero da diocese de Milão, fundador das Pequenas Apóstolas da Caridade.(† 1954)
Fonte:
- Martirológio Romano
- Santiebeati.it
- Vaticannews.va
- Vatican.va
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
São Venceslau, o pacífico duque da Boêmia
Origens
São Venceslau nasceu em Praga, República Checa, em 907. Foi educado como cristão por sua avó Santa Ludmila. Sucedeu a seu pai, Vratislau, antes de morrer, quando ainda muito jovem, tornando-se duque da Boêmia. Isto despertou em sua mãe, Draomira, a ira e a vingança, pois ela preferia o segundo filho, Boleslau.
Reinado
Cristianizou o seu país como um verdadeiro nobre. Pacífico na administração do reino e misericordioso para com os pobres; redimiu um grupo inumerável de escravos pagãos que estavam à venda em Praga, para que fossem batizados. Certa vez, decidiu fazer um duelo para não envolver seus soldados na guerra, mas seu adversário se reconciliou com ele.
O Trono Roubado
Antes que isso acontecesse, a mãe tomou à força o poder e começou uma grande e desumana perseguição aos cristãos. Assim, por sua maldade e impopularidade junto ao povo, foi deposta pelos representantes das províncias, que fizeram prevalecer a vontade do rei Vratislau, elevando ao trono seu filho Venceslau.
Imediatamente, seguindo o conselho da avó, Venceslau levou de volta ao reino o cristianismo. Quando soube disso, Draomira ficou tão transtornada que contratou alguns assassinos para dar fim à vida da velha e bondosa senhora, que morreu enquanto rezava, estrangulada com o próprio véu.
Inveja de Draomira
Draomira sabia que ainda havia mais uma pedra em seu caminho impedindo seus planos maldosos e sua perseguição ao povo cristão. Venceslau era um obstáculo difícil, pois, em muito pouco tempo, já tinha conquistado a confiança, a graça e a simpatia do povo, que via nele um verdadeiro líder, um exemplo a ser seguido.
Páscoa
Draomira e Boleslau, inconformados com a popularidade de Venceslau, arquitetaram um plano diabólico para acabarem com sua vida. Morreu em 935. Boleslau atacou Venceslau enquanto ele ia sozinho, como costumava fazer, à igreja. Mãe e filho, porém, não tiveram tempo de saborear o poder e o trono roubado de Venceslau, pois, em poucos dias, Draomira teve uma morte trágica e Boleslau foi condenado pelo imperador Oton I.
Relíquia
O seu corpo foi sepultado na igreja de São Vito, em Praga. Desde então, passou a ser cultuado como santo. A Hungria, a Polônia e a Boêmia têm em São Venceslau seu protetor e padroeiro. Mais tarde, no século XVIII, a Igreja inscreveu São Venceslau no calendário litúrgico, marcando o dia 28 de setembro para a sua festa.
Minha oração
“Tu foste nobre de sangue, mas muito mais nobre na alma, dai aqueles que são os líderes a mesma nobreza e dedicação para o povo que necessita. Embuti a fé nos teus devotos e com teu exemplo fortaleça o caminho cristão. Por Cristo, Nosso Senhor. Amém!”
São Venceslau, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 28 de setembro
- Santos Lourenço Ruiz (de Manila) e quinze companheiros, mártires – presbíteros, religiosos e leigos. († 1633-1637)
- Em Calidone, na Pisídia, na hodierna Turquia, os santos Alfeu, Alexandre e Zósimo, mártires. († s. IV)
- Na laura de Souka, perto de Belém, na Palestina, São Caritão, abade, assíduo na oração e nos jejuns e fundador de muitas lauras no deserto da Judeia. († c. 350)
- Em Bolonha, na Emília-Romanha, atual região da Itália, São Zama, considerado o primeiro bispo desta cidade. († c. s. IV)
- Em Toulouse, na Aquitânia, atualmente na França, Santo Exupério, bispo. († d. 411)
- Em Belém da Judeia, a comemoração de Santa Eustóquio, virgem. († c. 419)
- Em Genebra, no território dos Helvécios, na atual Suíça, São Salónio, bispo. († d. 450)
- Em Riez, na Provença, região da Gália, na atual França, São Fausto, bispo. († d. 485)
- Em Lião, na Gália, também na atual França, Santo Anemundo, bispo e mártir. († c. 658)
- Em Salzburgo, na Baviera, na hodierna Áustria, os santos Cunialdo e Gisilário, presbíteros, colaboradores do bispo São Ruperto. († s. VIII)
- Perto de Mogúncia, na Renânia da Austrásia, atualmente na Alemanha, Santa Léoba, virgem, abadessa do mosteiro de Tauberbischofsheim. († c. 782)
- Em Pavia, na Lombardia, região da Itália, o Beato Bernardino de Feltre (Martinho Tomitano), presbítero da Ordem dos Menores, fundador do chamado Monte de Piedade. (†1494)
- Em Madrid, na Espanha, São Simão de Rojas, presbítero da Ordem da Santíssima Trindade para a Redenção dos Cativos. (†1624)
- Em Nagasaki, no Japão, os beatos João Shozaburo, catequista, Mâncio Ichizayemon, Miguel Taiemon Kinoshi, Lourenço Hachizo, Pedro Terai Kuhioye e Tomás Terai Kahioye, mártires. (†1630)
- Em San Feliú de Codines, localidade da Catalunha, na Espanha, o Beato Francisco Xavier Ponsa Casallarch, religioso da Ordem de São João de Deus e mártir. (†1936)
- Em Benillup, povoação da província de Alicante, também na Espanha, a Beata Amália Abad Casasempere, mártir, mãe de família. (†1936)
- Em Valência, também na Espanha, o Beato José Tarrats Comaposada, religioso da Companhia de Jesus e mártir. (†1936)
- Em Moiá, na Espanha, os beatos mártires Joaquim de São José , religioso da Ordem dos Carmelitas Descalços, e José Casas Rós, seminarista de Barcelona. († 1936)
- Em Karadzar, cidade próxima de Karaganda, no Cazaquistão, o Beato Nicetas Budka, bispo.(†1949)
Fonte:
- Arquisp.org.br
- Martirológio Romano
- Santiebeati.it
- Vaticannews.va
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
São Vicente de Paulo, padroeiro das Associações de Caridade
Origens
São Vicente de Paulo nasceu em 1581, em cidade da Gasconha, região da França, no seio de uma família de camponeses. Embora tenha passado a sua adolescência no campo, a sua perspicácia foi percebida por um benfeitor, que lhe ofereceu a oportunidade de estudar.
Vida Sacerdotal
Em 1600, com apenas 19 anos, foi ordenado sacerdote, mas obteve o diploma em teologia somente em 1604. Abriu uma escola particular, mas teve muitos gastos. Além disso, durante uma viagem marítima de Marselha a Narbonne, seu navio foi atacado por piratas: Vicente foi preso e vendido como escravo em Túnis. Ao receber sua alforria, dois anos depois, voltou para França, graças ao seu terceiro patrão, que, no entanto, se converteu ao cristianismo.
Catequista
Em 1612, tornou-se pároco de uma igreja em Clichy, na periferia de Paris. No entanto, conheceu o Cardeal Pierre de Bérulle, que foi seu diretor espiritual, por muito tempo. Desta forma, começou suas atividades como catequista.
A Desigualdade
Em 1613, foi encarregado da formação dos filhos dos Marqueses de Gondi, onde permaneceu quatro anos. Ali, percebeu o enorme abismo entre ricos e pobres, não só do ponto de vista material e social, mas também cultural e moral.
Sua preocupação com a pobreza foi compartilhada pela Marquesa Gondi, que colocou uma grande quantidade de dinheiro à sua disposição, para que fosse instituída uma obra de pregação quinquenal entre os camponeses das suas terras. São Vicente de Paulo deixou temporariamente o castelo para ir trabalhar em uma pequena paróquia na periferia de Châtillon-le-Dombez.
Primeira Célula da Caridade Vicentina
A primeira coisa que Vicente fez como pároco foi cuidar de uma família doente, que não tinha o que comer, porém, percebeu que, quando o dinheiro acabasse, a família voltaria à sua indigência de antes. Buscou outro meio, mais eficiente e em longo prazo, para ajudar. Em 20 de agosto de 1617, nasceu a primeira célula da Caridade Vicentina, que foi confiada, segundo os ditames da sociedade, às mulheres, que foram chamadas “Servas dos Pobres”. A instituição cresceu de modo extraordinário, obtendo, em tempo recorde, a aprovação do Bispo de Lyon.
Filhas da Caridade
São Vicente de Paulo voltou ao castelo de Gondi, mas para tratar da promoção humana e material dos camponeses. Depois, transferiu-se para Paris, porque é nas grandes metrópoles que as diferenças sociais, entre quem tem tudo e quem não tem nada, são maiores: sentiu que era ali que devia intervir.
Na capital, muitas senhoras nobres, ansiosas de fazer beneficência, quiseram contribuir financeiramente para as obras de “Monsieur Vincent”: assim, em 1617, nasceram as Damas da Caridade.
A obra mais importante que realizaram foi a abertura de um hospital municipal. Porém, as senhoras não conseguiam atender às necessidades mais humildes.
Por isso, em 1633, Vicente fundou uma Congregação feminina, inovadora para a época: as Filhas da Caridade, que não seriam “monjas”, distantes do mundo e dedicadas à contemplação, mas “freiras”, irmãs dos últimos, que vivem ao lado deles no mundo e deles cuidam diariamente. Ainda hoje, as Filhas da Caridade são a maior família religiosa feminina da Igreja.
Congregação da Missão
A obra incessante de São Vicente de Paulo não se limitou apenas à comunidade das Irmãs. Começou a pregar a Palavra de Deus nas aldeias, onde muitos sacerdotes se uniram a ele. Assim, nasceu uma nova comunidade, que contava com a ajuda financeira da família Gondi: a Congregação da Missão, mais tarde conhecida como Lazaristas, cuja sede foi o convento de São Lázaro.
Páscoa
São Vicente de Paulo faleceu em Paris, em 27 de setembro de 1660, com a idade de 79 anos. Não deixou nenhuma obra escrita, a sua única obra ou a sua obra-prima foi a Caridade. Morreu como exemplo de caridade, do verdadeiro amor, que não fazia distinção entre o de Deus e o ao próximo.
Legado
A espiritualidade vicentina foi fundada na dupla descoberta de Cristo e dos pobres. Acreditam na igualdade entre a oração e ação, no compromisso com o mundo e para o mundo. Concretiza-se com a evangelização e a promoção humana. Seus filhos religiosos se inspiram apenas nas “Regulae”, que encarnam as características do espírito vicentino: simplicidade, humildade, mansidão, mortificação e zelo pela salvação das almas.
Via de Santificação
A beatificação de São Vicente de Paulo ocorreu no dia 21 de agosto de 1729 pelo Papa Bento XIII. A celebração de canonização foi realizada em 16 de junho de 1737, pelo Papa Clemente XII, na Basílica do Vaticano. Em 1885, o Papa Leão XIII o proclamou padroeiro de todas as Associações católicas de caridade.
Minha oração
“Vós, que fostes admiravelmente dedicado aos pobres, ensinai-nos a sermos atentos para com essas realidades. Os nossos irmãos mais fragilizados, dê a eles a graça da salvação e do encontro com Cristo. Dai força aos grupos vicentinos que dão continuidade a vossa obra. Amém!”
São Vicente de Paulo, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 27 de setembro
- Comemoração de São Josué, filho de Nun, servo do Senhor.
- Em Reims, na Gália, Bélgica, atualmente na França, São Sisto, que é considerado o primeiro bispo desta cidade. († s. III)
- Em Cápua, junto à Via Aquária, na Campânia, região da Itália, São Prisco, mártir. († s. IV)
- Em Tódi, na Úmbria, também região da Itália, São Terenciano, bispo. († c. s. IV)
- Em Zurzach, junto do rio Reno, no território de Zurique da Germânia, atualmente na Suíça, Santa Verena, virgem. († s. IV)
- Em Le Mans, na Gália Lionense, hoje na França, São Vitório, recordado por São Gregório de Tours. (†490)
- Em Aquino, no Lácio, região da Itália, São Constâncio, bispo cujo dom de profecia é louvado pelo Papa São Gregório Magno. († 570)
- No território de Nimes, na Gália Narbonense, na hodierna França, São Gil ou Egídio. VI/VII)
- Em Sens, na Nêustria, também na atual França, São Lopo, bispo. († c. 623)
- Em Veneza, cidade do atual Vêneto, região da Itália, a Beata Juliana de Collalto, abadessa da Ordem de São Bento. († 1262)
- Em Florença, na Etrúria, hoje na Toscana, também região da Itália, a Beata Joana, virgem da Ordem Terceira das Servas de Maria. († 1367)
- Em Madrid, na Espanha, os beatos Cristino (Miguel Roca Huguet), presbítero, e onze companheiros, mártires, todos da Ordem de São João de Deus. († 1936)
- Em Paterna, cidade da província de Valência, também na Espanha, o Beato Afonso Sebastião Viñals, presbítero e mártir. († 1936)
- Em Barcelona, também na Espanha, os beatos mártires Pedro de Alcântara, presbítero da Ordem dos Frades Menores Conventuais, Maria do Carmo Moreno Benítez e Maria do Amparo Carbonell Muñoz, virgens do Instituto de Maria Auxiliadora. (†1936)
- Em Barcelona, em dia incerto de Setembro, o Beato Bento Clemente (Félix España Ortiz), religioso da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs e mártir. († 1936)
- Em Sotillo, localidade da Cantábria, no litoral da Espanha, em dia incerto de Setembro, o Beato Eugénio Andrés Amo, religioso da Ordem dos Pregadores e mártir. († 1936)
- Em Mataró, na Catalunha, também na região da Espanha, o Beato José Samsó i Elias, presbítero da diocese de Barcelona e mártir. († 1936)
Fonte:
- Causesanti.va
- Martirológio Romano
- Santiebeati.it
- Vaticannews.va
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
São Zeferino, o Papa que lutou contra as heresias
Origens
São Zeferino tornou-se Papa e permaneceu à frente da Igreja por cerca de 20 anos, além disso, viu-se diante da heresia modalista, que tinha uma concepção errônea da relação entre o Pai e o Filho. Ele foi o primeiro dos Papas que foram enterrados em Calisto na Via Appia.
Pontificado
Papa no ano 199, no período de terror de Septímio Severo, Zeferino lutou contra o modalismo, a heresia que tinha uma concepção errada da relação entre o Pai e o Filho. Encarregou seu diácono Calisto para construir o cemitério da Igreja de Roma na Via Ápia, onde foi sepultado o primeiro Papa.
Enfrentou um período difícil e tumultuado, com perseguições para os cristãos e de heresias entre eles próprios. Que abalou a Igreja mais do que os próprios martírios. As heresias residiam no desejo de alguns em elaborar só com dados filosóficos o nascimento, a vida e a morte de Jesus Cristo. A confusão era generalizada, uns negavam a divindade de Jesus Cristo, outros se apresentavam como a própria revelação do Espírito Santo. Havia aqueles profetizando e pregando o fim do mundo.
Iluminado pelo Espírito Santo
O Papa Zeferino, que não era teólogo, foi muito sensato e, amparado pelo poder do Espírito Santo, livrou-se dos hereges. Para isso uniu-se aos grandes sábios da época, como santo Irineu, Hipólito e Tertuliano. Dando um fim ao tumulto e livrando os cristãos da mentira e dos rigorismos.
Contra a cremação
O Papa Zeferino era dotado de inspiração e visão especial. Seu grande mérito foi ter valorizado a capacidade de Calisto, um pagão convertido e membro do clero romano, que depois foi seu sucessor. Ele determinou que Calisto organizasse cemitérios cristãos separados daqueles dos pagãos. Isso porque os cristãos não aceitavam cremar seus corpos e também queriam estar livres para tributarem o culto aos mártires.
O Papa Zeferino conseguiu que as nobres famílias cristãs, possuidoras de tumbas amplas e profundas, transferissem-nas para a Igreja. Calisto começou a fazer galerias subterrâneas ligando umas às outras, nas laterais foi abrindo túmulos para os cristãos e para os mártires. Todo esse complexo deu origem às catacumbas, mais tarde chamadas de catacumbas de Calisto.
Fim do Papado
Esse foi o longo pontificado de Zeferino. Encerrado pela intensificação das perseguições e pela proibição das atividades da Igreja, impostas pelo imperador Sétimo Severo.
O Papa São Zeferino foi martirizado junto com o bispo santo Irineu em 217. Foi sepultado numa capela nas catacumbas que ele mandou construir em Roma, Itália.
Minha oração
“Querido pastor das almas, semelhante a Jesus Bom Pastor, cuidai das vossas ovelhas desgarradas. Aqueles que se afastaram do catolicismo, buscai e trazei-os de volta como ovelhas perdidas. Auxiliai também o nosso Papa para que exerça a mesma função.”
São Zeferino, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 26 de agosto
- Comemoração de São Melquísedec, rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo, que saudou Abraão.
- Em Roma, no cemitério de Brasília, junto à Via Salária Antiga, São Maximiliano, mártir. († data inc.)
- Em Salona, na Dalmácia, hoje Split, na Croácia, Santo Anastásio, pisoeiro, mártir. († data inc.)
- Em Cesareia, na Mauritânia, hoje Cherchell, na Argélia, São Vítor, mártir, que, condenado à morte, segundo a tradição foi crucificado num sábado. († s. III/IV)
- Em Bérgamo, na Transpadânia, hoje na Lombardia, região da Itália, Santo Alexandre, mártir. († s III/IV)
- Em Auxerre, na Gália Lionense, actualmente na França, Santo Eleutério, bispo. († s. VI)
- Em Yatsushiro, no Japão, o Beato Joaquim Watanabe Jirozaemon, pai de família e mártir. († 1606)
- Num barco-prisão ancorado ao largo de Rochefort, no litoral da França, o Beato Tiago Retouret, presbítero da Ordem dos Carmelitas e mártir. († 1794)
- Em La Puye-en-Vélay, perto de Poitiers, na França, Santa Joana Isabel Bichier des Âges, virgem, que, durante a Revolução Francesa, ajudou Santo André Huberto Fournier. († 1838)
- Em Belém, cidade da Terra Santa, Santa Maria de Jesus Crucificado (Maria Baouardy), virgem da Ordem das Carmelitas Descalças, que, enriquecida com dons místicos, uniu à vida contemplativa uma singular caridade. († 1878)
- Em Líria, cidade da província de Valência, na Espanha, Santa Teresa de Jesus Jornet Ibars, virgem, que, para a assistência aos anciãos, fundou o Instituto das Irmãzinhas dos Anciãos Desamparados. († 1897)
- Em Valência, também na Espanha, o Beato Ambrósio de Benaguacil (Luís Valls Matamales), presbítero da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos e mártir. († 1936)
- Em Alberca de Dénia, na província de Alicante, também na Espanha, o Beato Pedro de Benisa (Alexandre Más Ginestar), presbítero da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos e mártir. († 1936)
- Em Esplugues, povoação próxima de Barcelona, também na Espanha, o Beato Félix Vivet Trabal, religioso da Sociedade Salesiana e mártir, que, na mesma perseguição, mereceu entrar no grande banquete celeste. († 1936)
- Em Málaga, também na Espanha, os beatos Fortunato Merino Vegas, presbítero, e Luís Gutiérrez Calvo, religioso, ambos da Ordem de Santo Agostinho e mártir. († 1936)
- Em Dehesa de la Villa, perto de Madri, na Espanha, a Beata Maria dos Anjos Ginard Martí (Ângela Bendita), virgem da Congregação das Irmãs Zeladoras do Culto Eucarístico de Palma de Maiorca e mártir.(† 1936)
- Na fortaleza de Kharsk, perto de Tomsk, na Sibéria, região da Rússia, a Beata Lourência (Leocádia Harasymiv), virgem da Congregação das Irmãs de São José. († 1952)
- Em Roma, a Beata Maria Beltrame Quattrocchi, mãe de família, que, passando a vida com o seu esposo numa profunda e feliz comunhão de fé e de caridade para com o próximo. († 1965)
Fonte:
- vaticannews.va
- Martirológio Romano
- Arquisp.org.br
- Santiebeati.it
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
São Luís IX, penitente e humilde
Nós celebramos, neste dia, a vida do santo que foi rei da França, Luís IX. Ele nasceu em Poissy, a 25 de abril de 1214, e teve a graça de ter uma mãe muito religiosa, tanto assim que o aconselhava depois do Batismo: “Filhinho, agora és um templo do Espírito Santo, conserva sempre teu coração puro e jamais o manches com o pecado”.
A rainha-mãe, Branca de Castela, providenciou ótimos professores e instrutores para uma formação digna do filho, dessa forma, quando o pai de Luís morreu, quando este tinha apenas 12 anos, o jovem pôde ser coroado e, na idade de 21 anos, começar a reger toda a nação, sem esquecer sua realidade de pai e esposo. São Luís era penitente, humilde, homem de oração e caridade; participava com tanta perseverança da Santa Missa diária que, ao ser provocado por nobres, respondia: “Se eu dedicasse tempo dobrado para os jogos ou para a caça, ninguém repreenderia!”.
São Luís buscava intensamente viver a justiça do Reino de Deus enquanto rei e cristão, por isso praticava o que aconselhava: “Não tiremos o bem dos outros nem sequer para o dar a Deus”. Cheio de amor a Cristo, à Igreja e ao Papa, São Luís organizou até mesmo cruzadas a fim de resgatar os lugares santos; certa vez, ficou preso durante 5 anos e depois de solto empenhou-se numa outra cruzada que o vitimou com uma peste mortífera (tifo). Ao receber os santos sacramentos, esse grande santo entrou no Céu a 25 de agosto de 1270.
Foi canonizado em 1297, pelo Papa Bonifácio VIII.
São Luís, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 25 de agosto:
- São José de Calasanz, presbítero que, para educar as crianças e os adolescentes no amor e sabedoria do Evangelho, instituiu escolas populares e fundou em Roma a Ordem dos Clérigos Regrantes Pobres da Mãe de Deus das Escolas Pias. († 1648)
- Na Via Aurélia, a seis milhas de Roma, o sepultamento dos santos Eusébio, Ponciano, Vicente e Peregrino, mártires. († data inc.)
- Em Arles, na Provença, na hodierna França, São Gens, mártir, que, ainda catecúmeno, trabalhando no tribunal como notário e recusando-se a transcrever um edito contra os cristãos, tentou salvar-se pondo-se em fuga; mas, capturado pelos soldados, foi batizado com o próprio sangue. († 303)
- Em Itálica, hoje Santiponce, perto de Sevilha, na Hispânia Bética, São Gerôncio, bispo, que se narra ter morrido no cárcere. († s. IV)
- Em Agde, na Gália Narbonense, atualmente na França, São Severo, abade do mosteiro por ele fundado nesta cidade. († s. V)
- Em Constantinopla, hoje Istambul, na Turquia, São Menas, bispo, que foi ordenado pelo papa Santo Agapito e, restabelecida a comunhão, temporariamente interrompida com o papa Virgílio, dedicou à divina Sabedoria a grande igreja edificada pelo imperador Justiniano. († 552)
- Em Atane, no território de Limoges, na actual França, Santo Arédio, abade, que, compôs para o cenóbio que fundara uma excelente regra, fundada nos preceitos de vários institutos de vida monástica. († 591)
- Em Utrecht, na Géldria da Austrásia, atualmente na Holanda, São Gregório, abade, que, ainda adolescente, acompanhou sempre São Bonifácio nas caminhadas missionárias para a conversão da Turíngia e de Hessen e depois, por seu mandato, dirigiu como abade o mosteiro de São Martinho e governou a Igreja de Utrecht. († 775)
- Em Montefiascone, na Toscana, hoje no Lácio, região da Itália, o passamento de São Tomás Cantelupe, bispo de Hereford, na Inglaterra, homem de eminente cultura, severo para consigo e largamente generoso para com os pobres. († 1282)
- Em Ximabara, no Japão, os beatos mártires Miguel Carvalho, da Companhia de Jesus, Pedro Vásquez, da Ordem dos Pregadores, Luís Sotelo e Luís Sasanda, presbíteros, e Luís Baba, religioso da Ordem dos Frades Menores, que por Cristo foram queimados vivos. († 1624)
- Num barco-prisão ancorado ao largo de Rochefort, na França, o Beato Paulo João Charles, presbítero e mártir, um prior da Ordem Cisterciense, que, durante a perseguição da Revolução Francesa, foi arrebatado do mosteiro de Sept-Fonts e encarcerado na sórdida galera por causa do seu sacerdócio, onde morreu de inanição e enfermidade. († 1794)
- Em Córdova, na Argentina, a Beata Maria do Trânsito de Jesus Sacramentado, virgem, que se dedicou intensamente à formação cristã da infância pobre e abandonada e instituiu na Argentina a Congregação das Irmãs Missionárias da Ordem Terceira de São Francisco. († 1885)
- Em Valência, na Espanha, o Beato Luís Urbano Lanaspa, presbítero da Ordem dos Pregadores e mártir, que superou o glorioso combate por Cristo. († 1936)
- Em “Palacio del Duque”, entre Somió e Cabueñes, nas Astúrias, também na Espanha, o Beato Florêncio Alonso Ruiz, presbítero da Ordem de Santo Agostinho e mártir, que, durante a perseguição contra a fé, com o seu martírio seguiu os passos de Cristo. († 1936)
- Na estrada de Llagostera a Vidreras, na Catalunha, também na Espanha, o Beato Onofre (Sálvio Tolosa Alsina), religioso da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs e mártir, que na mesma perseguição contra a fé deu testemunho de Cristo derramando por Ele o seu sangue. († 1936)
- Em Madrid, também na Espanha, o Beato Vicente Álvarez Cienfuegos, presbítero da Ordem dos Pregadores e mártir, que na mesma perseguição derramou o sangue por Cristo. († 1936)
- Em Sucúa, localidade do Equador, Maria Troncatti, virgem da Congregação da Filhas de Maria Auxiliadora, que exerceu uma longa e generosa actividade entre os indígenas “Shuar”. († 1969)
Fontes:
- Padre Luiz Alberto Kleina – padrekleina.org.br
- Martirológio Romano – liturgia.pt
– Pesquisa e redação: Leonardo Girotto
São Bartolomeu, o verdadeiro israelita
Origens
Sobre São Bartolomeu, tudo o que sabemos sobre a sua vida vem dos textos evangélicos, especialmente do Evangelho de São João. Bartolomeu era um pescador de Caná, mas conhecia bem Nazaré, situada a apenas 8 km de distância, mas não confiava naqueles montanheses. Por isso, era um pouco cético quando seu amigo Filipe lhe falou sobre Jesus. Mas ele lhe respondeu simplesmente: “venha e veja”. Assim, Bartolomeu foi e, logo que Jesus o viu, lhe demonstrou ter uma confiança sem precedentes: finalmente um israelita sincero.
Natanael
No Evangelho, ele também é chamado de Natanael. Em hebraico, a palavra “bar” que dizer “filho” e “tholmai” significa “agricultor”. Por isso, os historiadores são unânimes em afirmar que Bartolomeu-Natanael trata-se de uma só pessoa.
Encontro com Jesus
No primeiro encontro com Jesus, Bartolomeu era cético e, às vezes, irônico com relação às coisas de Deus.
Ele era um homem concreto, apegado à tradição e que meditava diariamente a Bíblia, conforme a Lei exigia. Contudo, depois de toda aquela desconfiança, a adesão de Bartolomeu a Jesus foi total: “Vós sois o Rei de Israel!”, exclamou!
Depois de convertido, tornou-se um dos apóstolos mais ativos e presentes na vida pública de Jesus. A melhor descrição que temos de Bartolomeu foi feita pelo próprio Mestre: “Aqui está um verdadeiro israelita, no qual não há fingimento”.
Devido à sua origem, presume-se que Bartolomeu podia estar presente nas Bodas de Caná, palco do primeiro milagre de Jesus, mas não há provas nos textos.
Conversão de Povos
Após a morte de Jesus, sabemos quais Apóstolos estavam reunidos em oração no Cenáculo, porque os Atos mostram uma lista precisa de nomes. Entre eles também estava Bartolomeu.
O que este apóstolo fez depois não se sabe historicamente, mas parece que foi pregar a Palavra em várias regiões do Oriente, da Mesopotâmia à Índia. Realizou milagres e curas milagrosas até chegar à Armênia.
Ali, além de converter as populações de 12 cidades, conseguiu até evangelizar o rei Polímio e sua esposa, causando ira entre os sacerdotes das divindades locais.
Páscoa
Astiage, irmão do rei Polímio, convencido pelos próprios sacerdotes, mandou condená-lo à morte. Seu martírio ocorreu em Albanópolis, por volta do ano 68.
Ao longo dos séculos, depois de milhares de peripécias, suas relíquias chegaram a Roma. Graças à mediação do imperador Otão III, onde descansam na Basílica a ele dedicada na Ilha Tiberina.
A Igreja comemora São Bartolomeu Apóstolo no dia de sua morte. Ele se tornou o modelo para quem se deixa conduzir pelo outro ao Senhor Jesus Cristo.
Minha oração
“À grande testemunha do ressuscitado, rogamos que nos torne testemunhas da vida de Cristo hoje. Que Ele seja amado, adorado e acolhido acima de tudo e todos. A partir da nossa vida, todos vejam que Ele vive e Reina. Amém.”
São Bartolomeu, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 24 de agosto
- Em Claudiópolis, cidade da Honoríade, hoje Bolu, na Turquia, São Tacião, mártir. († data inc.)
- Em Clichy, no território de Paris, na atual França, o passamento de Santo Audeno, bispo de Rouen.(† 684)
- No monte Olimpo, na Bitínia, hoje na Turquia, São Jorge Limniota, monge, que censurou a impiedade do imperador Leão III por ter destruído as sagradas imagens e lançado ao fogo as relíquias dos Santos. († c. 730)
- Em Lima, no Peru, o dia natal de Santa Rosa, cuja memória se celebra no dia anterior. († 1617)
- Em Angers, na França, o Beato André Fardeau, presbítero e mártir, que, durante a Revolução Francesa, em ódio ao sacerdócio foi degolado. († 1794)
- Em Nápoles, na Campânia, região da Itália, Santa Joana Antida Thouret, virgem, que prosseguiu a vida religiosa, interrompida durante a Revolução Francesa, juntamente com algumas companheiras. († 1826)
- Em Marselha, na França, Santa Emília de Vialar, virgem, que, na intenção de fortalecer a difusão do Evangelho em regiões longínquas, fundou e propagou a Congregação das Irmãs de São José da Aparição. († 1856)
- Em Valência, na Espanha, Santa Maria Micaela do Santíssimo Sacramento (Micaela Desmaisières), virgem, fundadora da Congregação das Escravas do Santíssimo Sacramento e da Caridade. († 1865)
- Em Tulcan, no Equador, a Beata Maria da Encarnação (Maria Vicenta Rosal), fundou a Ordem Bethlemita. († 1886)
- Em Toledo, na Espanha, o Beato José Polo Benito, presbítero da diocese de Salamanca e mártir, que foi assassinado em ódio à Igreja. († 1936)
- Em Peñas de San Pedro, perto de Albacete, na Espanha, o Beato Rigoberto Aquilino de Anta y de Bárrio, presbítero da diocese de Múrcia e mártir. († 1936)
- Em Madrid, na Espanha, o Beato Félix González Tejedor, presbítero da Sociedade Salesiana e mártir. († 1936)
- Em Málaga, na Espanha, o Beato Manuel Fernández Ferro, presbítero da Sociedade Salesiana e mártir, que na mesma perseguição derramou o seu sangue por Cristo. († 1936)
- Em Gijón, na Espanha, o Beato João Pérez Rodríguez, presbítero da Ordem de Santo Agostinho e mártir. († 1936)
- No campo de concentração de Dachau, próximo de Munique, cidade da Baviera, na Alemanha, o Beato Maximiano Binkiewicz, presbítero e mártir. († 1942)
- Em Dresden, na Alemanha, os beatos Ceslau Jozwiak, Eduardo Kazmierski, Francisco Kesy, Eduardo Klinik e Iarognievo Wojciechowski, mártires, naturais da Polônia. († 1942)
Fonte:
- vaticannews.va
- Martirológio Romano
- Livro “Santos de cada dia” – José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003]
- Arquisp.org.br
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
Santa Rosa de Lima, Terciária Dominicana
Origens
Santa Rosa de Lima, antes Isabel, nasceu em Lima em 1586. Era a décima de treze filhos da família Flores de Oliva, nobre espanhola, transferida para o Peru. A sua ama, Mariana, de origem indígena, deu-lhe o nome de Rosa, pela incrível beleza que a caracterizava.
Depois, este nome foi confirmado na Crisma, e quando, aos vinte e três anos, recebeu o hábito religioso da Ordem Terceira Dominicana, seu modelo de vida foi Santa Catarina de Sena. Ao nome Rosa foi acrescentado também o “de Santa Maria”, como expressão do seu tenro amor, que sempre nutria pela Virgem. Recorria a Mãe de Deus, a todo instante, para pedir proteção.
Vida
Ainda criança, Rosa teve grande inclinação à oração e à meditação, sendo dotada de dons especiais de profecia. Já adolescente, enquanto rezava diante da imagem da Virgem Maria, decidiu entregar sua vida somente a Cristo.
Apesar dos apelos da família, que contava com sua ajuda para o sustento, ela ingressou na Ordem Terceira Dominicana, como exemplo de vida Santa Catarina de Sena.
Dedicou-se, então, ao jejum, às severas penitências e à oração contemplativa, aumentando seus dons de profecia e prodígios. E, para perder a vaidade, cortou os cabelos e engrossou as mãos, trabalhando na lavoura com os pais.
Fragilidade
Rosa conheceu a pobreza quando a sua família caiu na miséria, por falência nos negócios paternos; trabalhou, arduamente, como doméstica, na horta e como bordadeira, até altas horas da noite; quando fazia entrega nas casas dos seus fregueses, aproveitava para levar a Palavra de Cristo e o seu anseio pelo bem e pela justiça, que, na sociedade peruana da época — espezinhada pela Espanha colonizadora —, parecia totalmente ofuscada.
Na casa paterna, criou uma espécie de asilo para os necessitados, onde dava assistência às crianças e aos idosos abandonados, sobretudo de origem indígena.
Clausura
Desde pequena, Rosa desejava consagrar-se a Deus com a vida claustral, permanecendo “virgem no mundo”; como Terciária Dominicana, trancou-se em uma cela de poucos metros quadrados, construída no jardim da casa paterna, da qual saía apenas para a função religiosa; ali, transcorria grande parte dos dias, dedicando-se à oração e em íntima comunhão com o Senhor.
Visões
Vivendo em contínuo contato com Deus, atingiu um alto grau de vida contemplativa e experiência mística, compreendendo o mistério. Além disso, Rosa reviveu, na sua carne, a Paixão de Jesus, por duas intenções: a conversão dos espanhóis e a evangelização dos índios.
Quando ainda era viva, Rosa foi examinada por uma Comissão mista de religiosos e cientistas, que julgou as suas experiências místicas como verdadeiros “dons da graça”; tanto é verdade que, quando ela morreu, pela enorme multidão que participou do seu enterro, já era considerada Santa.
Páscoa
Rosa faleceu só depois de renovar seus Votos religiosos, repetindo várias vezes: “Jesus, permanecei comigo!”. Transcorria o dia 23 de agosto de 1617.
Após a sua morte, quando seu corpo foi trasladado para a Capela do Rosário, Nossa Senhora sorriu-lhe pela última vez, daquela estátua, diante da qual a Santa havia rezado tantas vezes. Ao ver o ocorrido, a multidão presente gritou: “milagre”!
Primeira Santa da América
Santa Rosa de Lima foi a primeira mulher a ser canonizada na América. Ela é Padroeira do Peru, da América Latina, das Índias e das Filipinas. É invocada também como protetora dos floricultores e jardineiros, contra as erupções vulcânicas e ainda em casos de feridas ou de brigas familiares.
Via de Santificação
Em 1668, Rosa de Lima foi beatificada pelo Papa Clemente IX e canonizada três anos depois.
Padroeira
Foi proclamada Padroeira da América Latina, das Filipinas e das Índias Orientais. A festa litúrgica marcada para o dia 23 de agosto. A devoção a Santa Rosa de Lima propagou-se rapidamente nos países latino-americanos, sendo venerada pelos fiéis como Padroeira dos Jardineiros e dos Floristas.
Minha oração
“Ó Santa padroeira da América Latina, cuidai deste povo tão sofrido e necessitado. Amparai os doentes, concedei as necessidades dos que são excluídos e marginalizados, consolai os idosos, iluminai os políticos. Que a nossa região seja curada dos problemas sociais. A ti clamamos nossa santa padroeira. Amém!”
Santa Rosa de Lima, rogai por nós!
Outros santos e santas celebrados em 23 de agosto
- Comemoração de São Zaqueu, bispo, que, segundo a tradição, foi o quarto bispo, depois do apóstolo São Tiago, a dirigir a Igreja de Jerusalém. († s. II)
- Em Roma, no cemitério de São Lourenço, junto à Via Tiburtina, os santos Abúndio e Ireneu, mártires. († data inc.)
- Em Óstia, no Lácio, região da Itália, os santos Ciríaco e Arquelau, mártires. († data inc.)
- Em Sistov, na Mésia Inferior, hoje na Roménia, São Lopo, mártir, que, segundo a tradição, alcançou a liberdade de Cristo, sofrendo o martírio ao fio da espada. († data inc.)
- Em Egeia, na Cilícia, hoje na Turquia, os santos mártires Cláudio, Astério e Neon, irmãos. († 303)
- Em Autun, na Gália Lionense, na atual França, São Flaviano, bispo, que resplandeceu no tempo do rei Clodoveu. († s. V-VI)
- Em Londonderry, na Irlanda, Santo Eugénio, primeiro bispo de Ardstraw. († s. VI)
- No mosteiro de São Filipe, próximo de Locros, na Calábria Inferior, região da Itália, Santo António de Gerace, eremita. († s. X)
- Na França, o Beato João Bourdon (Protásio de Séez), presbítero da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos e mártir. († 1794)
- Em Tabernes de Valldigna, na Espanha, os beatos mártires Constantino Carbonell Sempere, presbítero, Pedro Gelabert Amer e Raimundo Grimaltós Monllor, religiosos da Companhia de Jesus. († 1936)
- Em Vallbona, na província de Valência, os beatos mártires Florentino Pérez Romero, presbítero, e Urbano Gil Sáez, religioso, da Congregação dos Terciários Capuchinhos de Nossa Senhora das Dores. († 1936)
- Em Silla, povoação da mesma província de Valência, o Beato João Maria da Cruz (Mariano Garcia Méndez), presbítero da Congregação dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus e mártir. († 1936)
- Em Puzol, as beatas Rosária de Soano (Petra Maria Vitória Quintana Argos) e Serafina de Ochovi (Manuela Justa Fernández Ibero), virgens da Congregação das Terciárias Capuchinhas da Sagrada Família e mártires.(† 1936)
- Em Valderrobles, na Espanha, os beatos Eliseu Vicente (Vicente Alberich Lluch) e Valeriano Luís (Nicolau Alberich Lluch), religiosos da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs e mártires. († 1936)
- No campo de concentração de Dachau, na Alemanha, o Beato Francisco Dachtera, presbítero e mártir.(† 1944)
Fonte:
- vaticannews.va
- Martirológio Romano
- Arquisp.org.br
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
Nossa Senhora Rainha, mediadora da paz
Origens
A festa de Santa Maria Rainha foi instituída pelo Pio XII, na carta encíclica Ad Caeli Reginam, no dia 11 de outubro do ano de 1954, para ser celebrada no dia 31 de maio. Em virtude da reforma pós-conciliar, foi transmitida como memória para oito dias depois da Festa da Assunção de Nossa Senhora.
Contudo, desde os primeiros séculos da Igreja católica, elevou o povo cristão orações e cânticos de louvor e de devoção à Rainha do céu, tanto nos momentos de alegria, como também quando se via ameaçado por graves perigos.
A realeza de Maria
Com razão, o povo acreditou fielmente, já nos séculos passados, que a mulher, de quem nasceu o Filho do Altíssimo, recebeu mais que todas as outras criaturas singulares privilégios de graça. E, considerando que há estreita relação entre uma mãe e o seu filho, sem dificuldade reconhece na Mãe de Deus a dignidade real sobre todas as coisas.
Tudo que se refere ao Messias traz a marca da divindade. Assim, todos os cristãos veem em Maria a superabundante generosidade do amor divino, que A acumulou de todos os bens. A Igreja convida o povo a invocá-La não só com o nome de Mãe, e sim com aquele de Rainha, porque Ela foi coroada com o duplo diadema, de virgindade e de maternidade divina.
Rainha, Maria e Mediadora da paz
A festa possui a finalidade de que todos reconheçam mais claramente e melhor honrem o clemente e materno império da Mãe de Deus. Para assim, contribuir para que se conserve, consolide e torne perene a paz dos povos.
Como se tornou uma festa
No século XX, começaram os movimentos para a proclamação de Nossa Senhora Rainha do Universo, a partir de três congressos marianos daquela época. O grande impulsor foi Pio XI que, na conclusão do Ano Santo de 1925, proclamou a Festa de Cristo Rei.
Mais tarde, foi uma mulher, Maria Desideri, que, nos anos 1930, em Roma, deu início ao movimento Pro regalitatae Mariae, para recolher petições de todo o mundo em favor da instituição da festa. E foi justamente esse percurso que levou à decisão de Pio XII de instituir a festa litúrgica.
Um mês depois, em 1954, Papa Pacelli pronunciou um importante discurso em honra de Maria Rainha, antes de fazer uma comovente oração e a coroação da Venerada imagem de Maria “Salus Populi Romani”.
Certamente, Pio XII recordava da ajuda que recebera de Nossa Senhora quando – invocada durante a Segunda Guerra Mundial –, evitou que Roma fosse alvo de uma batalha final entre alemães e aliados.
Não foi por acaso que Pio XII proclamou 1953 Ano Mariano. Inaugurou a tradição da homenagem a Maria por parte dos Papas, no dia 8 de dezembro, e isso permanece até hoje com grande devoção.
Minha oração
“Ó querida Mãezinha, coloca-nos sob a tua proteção e auxílio, que, debaixo do teu manto, sejamos acolhidos, consolados e amparados. Tu és a nossa mãe; e a Ti nos entregamos, mais uma vez, durante este dia dedicado à Tua honra. Reine sobre o mundo inteiro. Amém!”
Nossa Senhora Rainha, rogai por nós!
Outros santos e santas celebrados em 22 de agosto
- Em Autun, atualmente na França, São Sinforiano, mártir, a quem sua mãe, quando ele era conduzido ao suplício, exortava dos muros da cidade. († s. III-IV)
- Em Roma, junto à Via Ostiense, São Timóteo, mártir. († 303)
- Em Tódi, na Itália, São Filipe Benício, presbítero de Florença, homem de exímia humildade e grande impulsionador da Ordem dos Servos de Maria. († 1285)
- Em Bevagna, na Úmbria, o Beato Tiago Biancóni, presbítero da Ordem dos Pregadores. († 1301)
- Em Ocre, região da Itália, o Beato Timóteo de Montícchio, presbítero da Ordem dos Menores, admirável pela sua austeridade de vida e fervor de oração. († 1504)
- Em York, na Inglaterra, o Beato Tomás Percy, mártir, conde de Notúmbria. († 1572)
- Os beatos Guilherme Lacey e Ricardo Kirkman, presbíteros e mártire. († 1582)
- Em Worcester, na Inglaterra, São João Wall, presbítero da Ordem dos Frades Menores e mártir. († 1679)
- Em Hereford, na Inglaterra, no mesmo dia e ano, São João Kemble, presbítero e mártir. († 1679)
- Em Óffida, na Itália, o Beato Bernardo (Domingos Peróni), religioso da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. († 1694)
- Num barco-prisão ancorado ao largo de Rochefort, na França, o Beato Elias Leymarie de Laroche, presbítero e mártir. († 1794)
- Em Peralvillo Bajo, perto de Ciudad Real, na Espanha, o beatos mártires Narciso de Estenaga y Echeverria, bispo, e Júlio Melgar Salgado, presbítero, ambos da diocese de Ciudad Real. († 1936)
- Em Starunya, na Ucrânia, o Beato Simeão Lukac, bispo e mártir, que, durante um regime inimigo da fé, exerceu clandestinamente o ministério pastoral. († 1964)
Fonte:
- vatican.va e vaticannews.va
- Martirológio Romano
- Livro “Santos de cada dia” – José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003]
- Arquisp.org.br
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
São Pio X, o Papa camponês
Origens
Giuseppe Melchiorre Sarto nasceu em Riese, na diocese de Treviso, em 2 de junho de 1835, o segundo de 10 filhos. Com a morte de seu pai, ele poderia ter aceitado seu emprego na Prefeitura — tinha 17 anos —, mas sua mãe o ajudou a seguir a sua vocação, trabalhando com ela, dia e noite, para sobreviver. Um amor e uma firmeza que Giuseppe Sarto não deve ter esquecido. Gostava de estudar, gozava de excelente saúde, era bem humorado e, ao mesmo tempo, tenaz, e sua vida rica em obras de caridade.
Papado
Foi capelão, pároco, diretor espiritual do seminário, depois bispo de Mântua, patriarca de Veneza e finalmente eleito Papa. Seu primeiro ato foi abolir o “veto leigo”, uma espécie de direito posto de lado por algumas monarquias europeias, com a Constituição Commissum nobis. O Catecismo que leva seu nome, adotado na Itália, com a estrutura particular de “perguntas e respostas” é bem conhecido. Ele foi projetado especificamente para pessoas simples em uma sociedade em que a cultura ainda não havia permeado todas as camadas sociais. A preocupação de Pio X era justamente difundir tanto quanto possível a catequese entre os cristãos.
Avanços na Igreja
Entre as características mais conhecidas de seu pontificado, a oposição ao modernismo e às leis anticristãs na França, o início da reforma do direito canônico, a reforma da Cúria Romana, o avanço da idade da primeira comunhão em torno dos 7 anos. E, novamente na Itália, o relaxamento das restrições do Non expedit de Pio IX, que é a proibição para os católicos italianos de participar da vida política. Ele também favoreceu a renovação da Liturgia, o movimento bíblico, deu a primazia ao canto gregoriano. No centro, a participação na Eucaristia. Isto é para dar apenas algumas pinceladas dada a riqueza de intervenções do seu Pontificado.
A fala de um amigo
Um papado, portanto, certamente muito “ativo”, variado, tanto que seu grande amigo e secretário de Estado durante seu pontificado, o cardeal Rafael Merry del Val, não surpreendentemente sublinhou que este enorme trabalho se deveu principalmente à sua iniciativa pessoal também destacando sua “bondade” que “ninguém poderia questionar”. No centro da sua vida e do seu Magistério, a preocupação pastoral numa sociedade onde a crise da Fé se fazia sentir cada vez mais.
Restaurar tudo em Cristo
Uma intenção selada pelo lema escolhido para o seu pontificado: Instaurate omnia in Christo, retirado da Carta aos Efésios. Queria viver pobre: “nasceu pobre, viveu pobre e certo de morrer muito pobre”, deixou escrito em seu testamento. Foi o primeiro papa da história contemporânea a vir da classe camponesa e sua formação foi exclusivamente pastoral: não tinha compromisso com a Cúria nem com a atividade diplomática da Santa Sé. Em 29 de Maio de 1954, Pio XII canonizou esse Papa santo.
Minha oração
“Ó bom pastor, representante de Cristo, continuai a interceder pela Igreja que tanto necessita do vosso cuidado. Cuidai dos sacerdotes e bispos, assim como do Papa, para que tenham, em seu coração, essa alma de pai, a exemplo do Pai celeste. Por Jesus Nosso Senhor. Amém!”
São Pio X, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 21 de agosto:
- Na Trácia, na atual Turquia, os santos Agatónico, Zótico e outros. († s. III)
- Em Roma, no Campo Verano, Santa Ciríaca. († s. III-IV)
- Em Útica, na África Proconsular, na atual Tunísia, São Quadrato, bispo e mártir. († s. III-IV)
- Em Verona, atualmente no Vêneto, região da Itália, Santo Euprépio. († s. III-IV)
- Em Fordingiano, na Sardenha, região da Itália, São Lussório, mártir. († s. IV)
- Comemoração dos santos mártires Bassa e seus três filhos Teógnio, Agápio e Pístio, que se narra terem sofrido o martírio. († s. IV)
- Em Gévaudan, território dos Gábalos, povo antigo da Gália meridional, na atual França, São Privato, bispo e mártir. († c. 407)
- Em Clermont-Ferrand, na Aquitânia, também na atual França, São Sidónio Apolinar, que era prefeito da cidade de Roma, quando foi ordenado bispo de Clermont. († c. 479)
- Em Alzira, na província de Valência, na Espanha, a comemoração dos santos mártires Bernardo, anteriormente chamado ‘Ahmed, monge da Ordem Cisterciense, e suas irmãs Maria (Zaida) e Graça (Zoraida). († c. 1180)
- Em Hung Yên, cidade do Tonquim, no atual Vietnam, São José Dang Dinh (Niên) Viên, presbítero e mártir no tempo do imperador Minh Mang. († 1838)
- Em Antananarivo, na ilha de Madagáscar, a Beata Vitória Rasoamarivo. († 1894)
- Em Alberic, localidade da província de Valência, na Espanha, o Beato Salvador Estrugo Solves, presbítero e mártir. († 1936)
- Em El Morrot, localidade próxima de Barcelona, também na Espanha, o Beato Raimundo Peiró Victori, presbítero da Ordem dos Pregadores e mártir. († 1936)
- Perto de Munique, cidade da Baviera, na Alemanha, o Beato Bruno Zembol, mártir. († 1942)
- Em Nowi Zmigrod, na Polónia, o Beato Ladislau Findysz, presbítero diocesano de Przemysl e mártir. († 1964)
Fontes:
- vatican.va e vaticannews.va
- Martirológio Romano – liturgia.pt
- Liturgia das Horas
- Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” – Prof Felipe Aquino [Cléofas 2007]
– Pesquisa e redação: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
– Produção e edição: Melody de Paulo
São Bernardo de Claraval, o Doutor Melífluo
Origens
São Bernardo de Claraval nasceu em 1090, em Fontaines, França, em uma família opulenta. Aos 22 anos, após ter estudado gramática e retórica, entrou para o Mosteiro fundado por Roberto de Molesmes, em Citeaux (em latim Cistercium, do qual deriva o nome de Cisterciense). Alguns anos depois, fundou o Mosteiro de Claraval (Clairvaux), junto com 12 companheiros, entre os quais: 4 irmãos, um tio e um primo. Pelo seu exemplo, muitos de seus parentes também escolheram a vida religiosa.
Trabalho, contemplação e oração
Segundo o espírito de Bernardo, a vida monacal era constituída de trabalho, contemplação e oração, tendo como estrelas fixas Jesus e Maria. Para o Abade cisterciense, Cristo era o centro de tudo: “Para mim, nas discussões ou conversas, se não for pronunciado o nome de Jesus, nada tem sentido” (Sermones super Cantica Canticorum, XV). Maria – escreve Bernardo – leva a Jesus: “Nos perigos, nas angústias, nas incertezas, deve-se elevar o pensamento a Maria, invocar Maria. Que ela jamais saia dos nossos lábios; jamais se separe do nosso coração; para obtermos a ajuda na oração, jamais devemos esquecer seu exemplo de vida. Se a seguirmos, não nos perderemos; se rezarmos a ela, não nos desesperaremos; se pensarmos nela, não erraremos…” (Homilia II super “Missus est”).
Os degraus do amor
No seu escrito “De diligendo Deo”, Bernardo indica o caminho da humildade para atingir o amor de Deus; exorta a amar o Senhor sem limites. Para o monge Cisterciense, os degraus fundamentais do amor são quatro:
1 – O amor de si para si: “Primeiro, o homem ama-se a si mesmo; depois, vendo que sozinho não pode viver, começa a buscar a Deus por meio da fé”.
2 – O amor de Deus para si: “No segundo degrau, portanto, ame a Deus para si e não para Ele. Porém, deve começar a frequentar a Deus e a honrá-lo, segundo as próprias necessidades”.
3 – O amor de Deus por Deus: “A alma passa para o terceiro degrau, amando a Deus, não por si mesmo, mas por Ele. Neste degrau, se detém longamente; aliás, não sei se nesta vida seja possível chegar ao quarto degrau”.
4 – O amor de si por Deus: “Aquele amor em que o homem ama a si mesmo somente por Deus. Assim sendo, terá quase que esquecido admiravelmente a si mesmo; quase deixa a si mesmo para tender totalmente a Deus, a ponto de ser um só espírito com Ele”.
Amizade com os Templários
Entre os escritos do Abade cisterciense, há também um famoso elogio da Ordem monacal-militar dos Templários, fundada em 1119, por alguns Cavaleiros, sob a guia de Hugo de Payns, feudatário da região de Champanhe e parente de Bernardo. No seu “De laude novae militiae ad Milites Templi”, descreve assim os Cavaleiros do Templo: “São vestidos de modo simples e cobertos de pó; rosto queimado pelo sol e olhar orgulhoso e severo: antes da batalha, armam-se interiormente, com a força da fé. A sua única fé é a Deus”.
Legado
Bernardo, depois de Roberto, Alberico e Stefano, foi o pai da Ordem Cisterciense. A obediência e o bem da Igreja, muitas vezes, o levaram a deixar a paz monástica para se dedicar às questões político-religiosas mais sérias de seu tempo. Mestre de guia espiritual e educador de gerações de santos, ele deixa, em seus sermões comentados sobre a Bíblia e a liturgia, um documento excepcional de teologia monástica, tendendo, mais do que ciência, à experiência do mistério. Ele inspirou um afeto devotado pela humanidade de Cristo e da Virgem Mãe. (Rom. Mess.)
Páscoa
Bernardo morreu em 20 de agosto de 1153. Papa Alexandre III o proclamou santo em 1174. Pio XII dedicou-lhe uma encíclica intitulada “Doctor Mellifluus” (que escorre mel), na qual recorda, de modo particular, estas palavras de Bernardo: “Jesus é mel na boca, suave concerto aos ouvidos, júbilo ao coração”. “O Doutor melífluo, último dos Padres, mas não, certamente, inferior aos primeiros – escreveu o Pontífice – se destacou por seus dotes de mente e de espírito, aos quais Deus acrescentou abundantes dons celestes”.
Minha oração
“Mestre na arte da oração e dotado da sabedoria do Alto, ajudai-nos a viver a santidade e nos unir a Deus por inteiro. Ensina-nos o caminho da sabedoria e da verdade, assim como ensinaste aos cistercienses, Por Cristo Nosso Senhor. Amém!”
São Bernardo de Claraval , rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 20 de Agosto:
- Comemoração de São Samuel, profeta, que, chamado por Deus quando ainda era criança, foi depois juiz em Israel e, por mandato divino, ungiu Saul como rei do seu povo, mas quando Deus repudiou Saul por causa da sua infidelidade, conferiu a unção real a David, de cuja descendência havia de nascer Cristo.
- Em Chinon, fortaleza do território de Tours, na Aquitânia, hoje na França, São Máximo. († s. V)
- Em Noirmoutier, na ilha Hero, no litoral da Aquitânia, também na hodierna França, São Filiberto, abade. († c. 684)
- Em Córdova, na Andaluzia, região da Espanha, os santos mártires Leovigildo e Cristóvão, monges. († 852)
- Em Sena, na Etrúria, hoje na Toscana, região da Itália, o passamento de São Bernardo Tolomei, abade, fundador da Congregação Olivetana, com a Regra de São Bento. († 1348)
- Num barco-prisão ancorado ao largo de Rochefort, na França, os beatos Luís Francisco Le Brun e Gervásio Brunel, presbíteros e mártires: o primeiro foi monge da Congregação Beneditina de Santo Amaro, o segundo foi prior da Abadia Cisterciense da Trapa. († 1794)
- Em Roma, Santa Maria de Mattias, virgem, fundadora da Congregação das Irmãs da Adoração do Preciosíssimo Sangue de Cristo. († 1866)
- Em Roma, o dia natal de São Pio X, papa. († 1914)
- Em Vallibona, na província de Castellón, na Espanha, o Beato Matias Cardona Meseguer, presbítero da Ordem dos Clérigos Regrantes das Escolas Pias e mártir. († 1936)
- Em Xativa, na província de Valência, também na Espanha, a Beata Maria Clemente Mateu, virgem e mártir. († 1936)
- Em Barcelona, também na Espanha, o Beato Celestino António (Ismael Bárrio Marquilla), religioso da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs e mártir. († 1936)
- No campo de concentração de Dachau, próximo de Munique da Baviera, na Alemanha, o Beato Ladislau Maczkowski, presbítero e mártir. († 1942)
- No campo de concentração de Dachau, perto de Munique, cidade da Baviera, na Alemanha, o Beato Jorge Häffner, presbítero da diocese de Wurzburgo e mártir. († 1942)
Fontes:
- vatican.va e vaticannews.va
- Martirológio Romano – liturgia.pt
- Liturgia das Horas
- Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” – Prof Felipe Aquino [Cléofas 2007]
- santiebeati.it
– Pesquisa e redação: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
– Produção e edição: Melody de Paulo
São João Eudes, fundador da Congregação de Jesus e Maria
Origens
São João Eudes nasceu em 14 de novembro de 1601 (séc. XVII), na pequena vila Ri, no norte da França, em uma família de origem camponesa profundamente religiosa.
Viveu na França no século XVII, século marcado por fenômenos religiosos opostos e também por graves problemas políticos, dedicou toda a sua vida às pessoas, principalmente se fossem pobres.
Juventude Religiosa
Estudou no Colégio Real de “Dumont”, em Caen, dos padres jesuítas. Nos intervalos das aulas, costumava ir à capela rezar. Na adolescência, por sua grande devoção a Maria, secretamente consagrou-se a Ela. Depois, sentindo sua vocação religiosa, foi aconselhado a terminar os estudos antes de ordenar-se sacerdote.
Ordenação
Em 1623, com o consentimento dos pais, foi para Paris, onde ingressou no Oratório, sendo recebido pelo próprio fundador, o cardeal Pedro de Bérulle. Dois anos depois, recebeu sua ordenação, dedicando-se integralmente à pregação entre o povo. Pleno do carisma dos oratorianos, centrado no amor a Cristo e especial devoção a Maria, passou ao ministério de pregação entre o povo. Promoveu o culto litúrgico do Sagrado Coração. Visitou vilas e cidades de Ile de França, Bolonha, Bretanha e da sua própria região de origem, a Normandia.
Fundador
Viajou por uma França brutalizada pela Guerra dos Trinta Anos. Fundou a Congregação de Jesus e Maria, de cuja devoção foi um grande apóstolo, movido pela consciência lúcida da grave necessidade de ajuda espiritual, na qual as almas se derramaram justamente por causa da inadequação de grande parte do clero.
Assim, instituiu uma Congregação dedicada especificamente à formação dos sacerdotes. Na cidade universitária de Caen, fundou seu primeiro seminário, uma experiência muito apreciada, que logo se espalhou para outras dioceses.
Missão
A missão dos eudianos é a formação espiritual e doutrinal dos padres e seminaristas e a pregação evangélica inserida nas necessidades espirituais e materiais do povo. Além de difundir, por meio dessas missões, a devoção aos Sagrados Corações de Jesus e Maria.
Cuidado com as vítimas da peste
Quando ocorreu a epidemia da peste, São João Eudes percorreu quase todas as vilas, principalmente as vilas mais distantes e esquecidas. Como sensível pregador, levou a Palavra de Cristo, dando assistência aos doentes e suas famílias. Nunca temeu o contágio. Costumava dizer, em tom de brincadeira, que de sua pele até a peste tinha medo: “Dessa carcaça até a peste tem medo”, dizia.
Páscoa
São João Eudes morreu em Caen, no norte da França, no dia 19 de agosto de 1680, deixando uma obra escrita de grande valor teológico pela clareza e profundidade. Foi canonizado pelo papa Pio XII em 1925. A festa de São João Eudes comemora-se no dia de sua morte.
Via de Santificação
A Beatificação ocorreu no dia 24 de abril de 1909, por Papa Pio X. A Canonização ocorreu no dia 31 de maio de 1925, pelo Papa Pio XI na Basílica do Vaticano.
Minha oração
“São Eudes, que se santificou por meio da devoção intensa ao coração de Jesus e de Maria, que possamos descobrir a riqueza deste mistério e amá-lo de todo o nosso coração. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!”
São João Eudes, rogai por nós!
Outros santos e santas celebrados em 19 de agosto
- Em Ceccano, no Lácio, região da Itália, São Magno, mártir. († data inc.)
- No território de Tarragona, na Hispânia, São Magino, mártir. († data inc.)
- Em Gaza, na Palestina, São Timóteo, mártir, que, depois de superar muitos suplícios, foi queimado a fogo lento. († c. 305)
- Na Cilícia, na hodierna Turquia, Santo André, tribuno, e companheiros soldados. († s. IV)
- Em Roma, junto à Via Tiburtina, perto de São Lourenço, o sepultamento de São Sisto III, papa. († 440)
- No território de Sisteron, na Gália, atualmente na França, São Donato, presbítero, que, segundo a tradição, passou muitos anos de vida anacorética. († s. VI)
- No mosteiro de Bóbbio, na Ligúria, hoje na Emília-Romanha, São Bertolfo, abade, sucessor de Santo Atala no mesmo cenóbio. († 639)
- Em Nuremberga, na Francónia, hoje na Alemanha, São Sebaldo, eremita.(† s. IX-X)
- Na Calábria, região da Itália, São Bartolomeu de Símeri, presbítero e abade, que, depois de algum tempo de vida eremítica, fundou o mosteiro dos Gregos. († 1130)
- No mosteiro de Igny, na França, o Beato Guerrico, abade. († 1151/1157)
- No mosteiro de Cava de’ Tirréni, na Campânia, região da Itália, o Beato Leão II, abade. († 1295)
- Em Brignoles, na Provença, região da França, o falecimento de São Luís, bispo, sobrinho do rei São Luís. († 1297)
- Em Piacenza, na Emília-Romanha, região da Itália, o Beato Jordão de Pisa, presbítero da Ordem dos Pregadores. († c. 1311)
- Em Acquapagana, no Piceno, hoje nas Marcas, região da Itália, o Beato Ângelo, eremita, da Ordem dos Camaldulenses. († 1313)
- Em Hagi, no Japão, o Beato Damião, catequista e mártir. († 1605)
- Em Nagasaki, no Japão, os beatos mártires Luís Flores, presbítero da Ordem dos Pregadores, Pedro de Zuñiga, presbítero da Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho, e treze companheiros. († 1622)
- Em Dorchester, na Inglaterra, o Beato Hugo Green, presbítero e mártir. († 1642)
- Em Monteagudo, na região de Navarra, na Espanha, Santo Ezequiel Moreno Díaz, bispo de Pasto († 1906)
- Em Llosa de Ranes, localidade da província de Valência, também na Espanha, o Beato Francisco Ibáñez Ibáñez, presbítero e mártir. († 1936)
- Em Gandia, também na Espanha, o Beato Tomás Sitjar Fortiá, presbítero da Companhia de Jesus e mártir. († 1936)
- No lugar chamado El Saler, também na região de Valência, as beatas Elvira da Natividade de Nossa Senhora (Elvira Torrentallé Paraire) e companheiras. († 1936)
Fonte:
- vaticannews.va
- Martirológio Romano
- causesanti.va
- Arquisp.org.br
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
Santa Helena, mãe do imperador Constantino
Origens
Santa Helena, de família plebeia e pagã, nasceu em meados do século III, provavelmente em Drepamin, na Bitínia, no Golfo da Nicomédia (hoje, Turquia); essa cidade, mais tarde, foi chamada Helenópolis, em sua honra, pelo seu filho e futuro imperador Constantino.
Segundo Santo Ambrósio, Helena exercia o cargo de “estabulária”, ou seja, a estalajadeira encarregada dos estábulos.
A modéstia e a delicadeza de Helena levaram o jovem oficial, Constâncio Cloro, a apaixonar-se por ela, apesar do seu nível social mais elevado. No entanto, quis casar-se com ela, levando-a consigo para Dardania, nos Bálcãs.
A jovem, que não tinha direito ao título honorífico do seu marido, foi uma esposa fiel. No ano 280, em Naisso, na Sérvia, deu à luz ao filho Constantino.
Fragilidades
Constâncio, esposo de Helena, consentiram-lhe obter, junto com Galério, o título de César (co-regente); mas era preciso ratificar a sua elevação pelo novo sistema político da Tetrarquia.
Por isso, os imperadores Diocleciano e Maximiano, em 293, obrigaram-no a divorciar-se da sua esposa e de unir-se em matrimônio com a enteada do segundo, Teodora. Isso era possível porque a lei romana não reconhecia o casamento entre nobres e plebeus. Helena foi obrigada a deixar sua família e seu filho.
Humildade na adversidade
Helena se fez pequena, afastada da família e do filho, que até então havia educado com dedicação e amor; ela nunca desanimou. Pelo contrário, permaneceu, humildemente, na sombra, enquanto Constantino foi elevado à corte de Diocleciano.
Conversão
Com a morte de Constâncio em 306, Constantino mandou buscar a mãe para junto de si na Corte. Não sabemos quando se fez cristã; se ela que influiu na conversão de Constantino ou se, como escreve Eusébio de Cesareia, foi ele quem a converteu a ela. Tornou-se uma cristã fervorosa e piedosa.
Tinha-lhe muito amor e não parou de encher de honras. Entre as suas primeiras medidas, o novo imperador mandou chamar imediatamente a sua mãe, Helena Flávia Júlia, a qual foi condecorada com o título de Augusta.
Virtude da Humildade
As honras jamais influenciaram seu coração, pelo contrário, estimularam a sua atenção inata para com o próximo, que se concretizou em dar esmolas, satisfazer as necessidades materiais dos pobres e libertar numerosas pessoas das prisões, das minas e do exílio.
Luminosa e contagiosa, a ponto de muitos perceberem a influência que teve na conversão do seu filho e na promulgação do Edito de Milão, em 313, que concedeu a liberdade de culto aos cristãos após três séculos de perseguição.
Dizem que Helena participava das celebrações religiosas, usando roupas modestas, para se confundir com a multidão, e convidava os famintos para o almoço, servindo-os pessoalmente.
Cruz na Terra Santa
Em 326, um acontecimento perturbou a vida da família: Constantino mandou matar. Primeiro, seu filho Crispo, por instigação da madrasta, Fausta, sua segunda mulher, também suspeita de acometer a sua honra. Diante dessa tragédia, com 78 anos de idade, Helena manteve firme a sua fé fazendo uma peregrinação penitencial à Terra Santa.
Ali, mandou construir duas Basílicas: a da Natividade, em Belém, e a da Ascensão, no Monte das Oliveiras. Essa iniciativa inspirou Constantino a construir também a Basílica da Ressurreição.
No Gólgota, ao mandar destruir os edifícios pagãos, construídos pelos romanos, aconteceu uma prodigiosa descoberta da verdadeira Cruz: o cadáver de um homem, que jazia sobre o madeiro, encontrou milagrosamente a vida.
Os três cravos que perfuraram o Corpo de Jesus foram doados por Santa Helena para Constantino: um foi encastrado na Coroa de Ferro, conservado na Catedral de Monza, como lembrar que não existe soberano que não deve sucumbir à vontade de Deus. As preciosas relíquias estão guardadas, hoje, na Basílica romana de Santa Cruz de Jerusalém.
Páscoa
Santa Helena morreu em 329, aos 80 anos de idade, em um lugar não identificado. Ainda moribunda, foi assistida por seu filho, que, depois, levou seu corpo para a Via Labicana, em Roma, onde foi sepultado em um mausoléu em sua homenagem. Seu sarcófago de pórfiro, transportado ao Latrão, no século XI, hoje está conservado no Museu Vaticano.
Minha oração
“Querida Helena, que, por teu imenso amor ao catolicismo, influenciaste o teu filho, assim como também uma nação, ajudai as mães de todo o mundo a serem influenciadoras de suas famílias. Por Jesus Nosso Senhor. Amém!”
Santa Helena, rogai por nós!
Outros santos e santas celebrados em 18 de agosto
- Em Palestrina, no Lácio, região da Itália, Santo Agapito, mártir. († data inc.)
- Em Útica, atualmente na Tunísia, os santos mártires da “Massa Cândida”. († s. III-IV)
- Em Mira, na Lícia, atualmente na Turquia, São Leão, mártir. († s. III-IV)
- Em Metz, na Gália Bélgica, atualmente na França, São Firmino, bispo. († s. IV)
- Em Arles, na Provença, na atual França, Santo Eónio, bispo, que defendeu os erros de Pelágio. († 502)
- Na Bitínia, na atual Turquia, o passamento de São Macário, hegúmeno do mosteiro de Pelecete. († 850)
- No mosteiro de Cava de’ Tirréni, na Campânia, região da Itália, o Beato Leonardo, abade, extraordinário homem de paz. († 1255)
- Em Ravena, na Flamínia, hoje na Emília-Romanha, região da Itália, o Beato Reinaldo de Concorezzo, bispo, ilustre pelo seu zelo, prudência e caridade. († 1321)
- Em Mântua, na Lombardia, região da Itália, a Beata Paula Montáldi, virgem, abadessa da Ordem das Clarissas.(† 1514)
- Na França, o Beato António Banassat, presbítero e mártir, um pároco que, durante a perseguição da Revolução Francesa, foi preso em ódio à fé cristã. († 1794)
- Em Valdemoro, na Espanha, o Beato Francisco Árias Martin, presbítero e mártir, um noviço da Ordem de São João de Deus. († 1936)
- Em Barbastro, na Espanha, os beatos Jaime Falgarona Vilanova e Atanásio Vidaurreta Labra, religiosos da Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria e mártires na mesma perseguição. († 1936)
- Em Alcañiz, localidade da província de Teruel, Espanha, o Beato Martinho Martínez Pascual, presbítero e mártir. († 1936)
- Em Rafelbunyol, localidade da província de Valência, também na Espanha, o Beato Vicente Maria Izquierdo Alcón, presbítero. († 1936)
- Em Valdepeñas, os beatos mártires Félix González Bustos, Pedro Buitrago Morales e Justo Arévalo y Mora, presbíteros da diocese de Ciudad Real, e cinco religiosos da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs.(† 1936)
- Em La Tejera, na Espanha, os beatos Celestino José Alonso Villar, Gregório Díez Pérez e Tiago Franco Mayo, presbíteros, e Abílio Sáiz López, religioso, todos da Ordem dos Pregadores e mártires.(† 1936)
- Em Seo de Urgel, na Espanha, o Beato Jacob Samuel (José Henrique Chamayou Oulés), religioso da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs e mártir.(† 1936)
- Em San Boy de Llusanés,na Espanha, os beatos Honorato Alfredo (Agostinho Pedro Calvo), e Olegário Ângelo (Eudaldo Rodas Más), religiosos da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs e mártires. († 1936)
- Em Torrijos, na Espanha, o Beato Libério González Nombela, presbítero da diocese de Toledo e mártir. († 1936)
- Em Santiago do Chile, Santo Alberto Hurtado Cruchaga, presbítero da Companhia de Jesus. († 1952)
Fonte:
- vatican.va e vaticannews.va
- Martirológio Romano – liturgia.pt
- Arquisp.org.br
- Livro “Santos de cada dia” – José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003]
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
São Jacinto, sobrinho do Bispo de Cracóvia
Origens
São Jacinto nasceu na Silésia, cidade localizada entre Breslau e Cracóvia, na Polônia, em 1183. Era sobrinho do Bispo de Cracóvia. Desde cedo, aprendeu a bondade e a caridade, despertando, assim, sua vocação religiosa.
Vida
Estudou direito e teologia em Cracóvia, Praga e Bolonha e foi ordenado sacerdote e depois cônego da catedral de Cracóvia. Em Roma, conheceu São Domingos e entrou na Ordem dos Pregadores.
Ele trabalha para a união das Igrejas do Oriente e do Ocidente, chegando até Kiev, onde desenvolveu mais uma eficiente missão evangelizadora, levando a Ordem dos Dominicanos para aquela região.
Jacinto foi um incansável pregador da Palavra de Cristo e um dos mais pródigos colaboradores do estabelecimento da nova Ordem naquelas regiões mais distantes de Roma. Foram 40 anos de intensa vida missionária.
Chamado por Nossa Senhora
Na iconografia, Giacinto aparece vestido com o hábito dominicano e carrega o ostensório em uma mão e uma estátua de Nossa Senhora na outra. De acordo com uma história do século 16, de fato, enquanto ele fugia com o ostensório durante o ataque dos tártaros em Kiev, em 1241 e 42, ele foi chamado por Maria para levar sua estátua com ele. Além disso, o ostensório nas mãos representa o seu amor pela Eucaristia.
Apóstolo da Polônia
A festa de São Jacinto, o “apóstolo da Polônia”, era tradicionalmente celebrada um dia depois da sua morte. Contudo, em razão da veneração da Assunção de Maria, foi transferida para o dia 17 de agosto.
Páscoa
No ano dia 15 de agosto 1257, morreu no Mosteiro de Cracóvia, Polônia, consumido pelas fadigas, aos setenta e dois anos de idade. Considerado pelos biógrafos uma das glórias da Ordem Dominicana, foi canonizado em 1594 pelo papa Clemente VII.
Minha oração
“Santo devotíssimo da Eucaristia e de Maria, fazei com que os amemos de todo o coração assim como tu amavas. Da mesma forma, sejamos verdadeiros divulgadores de Deus. Amém!”
São Jacinto, rogai por nós!
Outros santos e santas celebrados em 17 de agosto:
- Memória de Santa Beatriz da Silva, da Ordem de São Domingos, em Toledo. († 1492)
- Em Cízico, no Helesponto, hoje na Turquia, São Míron, presbítero e mártir, que, no tempo do imperador Décio, depois de muitos suplícios foi decapitado. († s. III)
- Em Cesareia da Capadócia, hoje Kayseri, na Turquia, São Mamede, mártir, que, sendo um pastor de condição muito humilde. († 273/274)
- Na Sicília, hoje região da Itália, o dia natal de Santo Eusébio, papa, valoroso testemunho de Cristo, que foi deportado pelo imperador Maxêncio. († 310)
- Na Frísia, no território da atual Holanda, São Jerão, presbítero e mártir, que se narra ter sido morto por uns pagãos normandos. († 856)
- Em Tessalônica, na atual Grécia, o passamento de Santo Elias o Jovem, monge segundo as regras dos Padres orientais. († 903)
- Em Arcária, perto de Milazzo, na Sicília, São Nicolau Políti, eremita, que passou a vida em suprema austeridade numa caverna. († 1107)
- Em Colle di Val d’Elsa, hoje na Toscana, Itália, o Beato Alberto, presbítero, que deu ao povo um egrégio exemplo de virtude. († 1202)
- Em Montefalco, na Úmbria, também na Itália, Santa Clara da Cruz, virgem da Ordem das Eremitas de Santo Agostinho. († 1308)
- Em Nagasaki, no Japão, os santos mártires Tiago Kyuhei Gorobioye e Miguel Kurobi Oye, foram condenados à pena capital e morreram por Cristo. († 1633)
- Em Saumur, na França, Santa Joana Delanoue, virgem, que, totalmente confiada no auxílio da divina providência,fundou o Instituto das Irmãs de Santa Ana da Providência. († 1736)
- Na França, o Beato Natal Hilário Le Conte, mártir, que, durante a violenta perseguição religiosa foi encerrado na galera, consumido pela enfermidade, morreu por Cristo. († 1794)
- Em Castelfullit de la Roca, na Espanha, o Beato Henrique Canadell Quintana, presbítero da Ordem dos Clérigos Regrantes da Escolas Pias e mártir, assassinado em ódio à Igreja († 1936)
Fontes:
- vatican.va e vaticannews.va
- Martirológio Romano – liturgia.pt
- Arquisp.org.br
- Santiebati.it
- Livro “Santos de cada dia” – José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003]
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
Santo Estêvão da Hungria: rei, diplomata e caridoso
Origens
Santo Estêvão da Hungria nasceu por volta de 969 na região da Panônia, atual Hungria, área onde as tribos magiares (povos dominados pela Alemanha e França) se instalaram e conheceram o cristianismo. Este contato proporcionou que inúmeras pessoas fossem, aos poucos, se convertendo e abraçando a religião católica.
Filho primogênito do duque Gesa com uma princesa cristã, foi criado no seguimento de Cristo. Ao completar dez anos de idade, foi batizado; na cerimônia, teve a felicidade de ver seu pai, convertido, recebendo o mesmo sacramento.
Vida
Em 997, tornou-se rei após a morte de seu pai, que sonhava em unir seu povo em uma única nação cristã, mas não conseguiu alcançá-la. Estêvão resolveu seguir o legado de seu pai, sendo um excelente estadista, unificou as trinta e nove tribos, até então hostis entre si, fundando o povo húngaro. Ele consolidou o cristianismo como única religião deste povo, e permitindo à Igreja maior estruturação.
Missão
Casou-se com a princesa Gisela, irmã do imperador da Baviera, Henrique II. O seu orientador espiritual e conselheiro, o bispo de Praga, Adalberto, confiou aos monges beneditinos de Cluny a missão de ensinar ao povo a doutrina cristã.
Conseguiu do Papa Silvestre II a fundação de uma hierarquia autônoma para a Igreja húngara. Para tanto, enviou a Roma o monge Astric, que o papa consagrou bispo com a função de consagrar outros bispos húngaros. Desta forma, criou dez dioceses, cuidou da fundação e da consolidação de muitas abadias, inspirando-se na reforma de Cluny.
Exemplo de Caridade
Fundou hospitais, asilos e creches para a população pobre, atendendo, especialmente, os abandonados e marginalizados.
Com toda a sua humildade, fazia questão de tratar pessoalmente dos doentes, tendo adquirido o dom da cura. Corajoso e diplomático, soube consolidar as relações com os países vizinhos, mesmo mantendo vínculos com o imperador de Bizâncio, adquirindo também o dom da sabedoria. Assim, transformou a nação próspera e o povo húngaro num dos mais fervorosos seguidores da Igreja Católica.
Legado
Santo Estêvão é exemplo do que podem fazer todas as pessoas influentes na sociedade. A influência é dom de Deus e há de orientar-se sempre para o bem. O apostolado cristão é dever de todos os que foram dotados de riquezas, poder e autoridade.
Páscoa
Muito hábil em política, o rei Estêvão I faleceu em 1038. Devido a seus grandes feitos, passou a ser venerado pelo povo húngaro, que fez do seu túmulo local de intensa peregrinação de fiéis, que iam agradecer ou pedir sua intercessão para graças e milagres.
Via de Santificação
Cinquenta anos mais tarde, após os seus feitos de santidade percorrem toda a Europa, foi incluído no livro dos santos, em 1083, pelo papa Gregório VII.
Minhas Orações
“A ti querido Estêvão, mestre da caridade, pedimos que rogue pelos nossos políticos e líderes sociais a fim de que se tornem verdadeiros discípulos da tua virtude de magnânimo. Por Cristo, nosso Senhor, amém!”
Santo Estêvão da Hungria, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 16 de agosto:
- Comemoração de Santo Arsácio, que professou a fé cristã e, deixando a vida militar, se retirou para a solidão em Nicomédia. († c. 358)
- Em Sion, no território de Valais, na Helvécia, hoje na Suíça, São Teodoro, primeiro bispo desta cidade, que defendeu a fé católica contra os arianos.(† s. IV)
- Na Bretanha Menor, na hodierna França, Santo Armagilo, eremita. († s. VI)
- No território de Le Mans, na Gália, hoje também na França, São Frambaldo, monge, que seguiu ora a vida solitária ora a vida cenobítica. († c. 650)
- Na floresta de Rennes, na Bretanha Menor, também na França, o Beato Rodolfo de la Fustaie, presbítero, fundador do Mosteiro de São Sulpício. († 1129)
- Em Subiaco, da Itália, o Beato Lourenço que, tendo matado um homem acidentalmente, decidiu expiar a sua pena com extrema austeridade e penitência. († 1243)
- Na Lombardia, também na Itália, São Roque, adquiriu fama de santidade com a sua piedosa peregrinação através da Itália, cuidando os afetados pela peste. († c. 1379)
- Em Florença, na Etrúria, hoje na Toscana, região da Itália, o Beato Ângelo Agostinho Mazzinghi, presbítero da Ordem dos Carmelitas. († 1438)
- Em Hagi, no Japão, o Beato Melchior Kumagai Motonao, pai de família e mártir. († 1605)
- Em Kioto, no Japão, o Beato João de Santa Marta, presbítero da Ordem dos Frades Menores e mártir. († 1618)
- Em Kokura, no Japão, os beatos mártires Simão Bokusai Kyota, catequista, e Madalena Bokusai Kyota, esposos, Tomé Gengoro e Maria, também esposos, e Tiago seu filho. († 1620)
- Na França, o Beato João Baptista Ménestrel, presbítero e mártir.(† 1794)
- Em Fanjiazhuang, província da China, Santa Rosa Fan Hui, virgem e mártir.(† 1900)
- Em Barcelona, na Espanha, a Beata Petra de São José, que fundou a Congregação das Irmãs Mães dos Desamparados. († 1906)
- Em Dénia, na província de Alicante, também na Espanha, o Beato Plácido Garcia Gilaber, religioso da Ordem dos Frades Menores e mártir, que consumou egregiamente o seu combate por Cristo. († 1936)
- Em Benicassim, na Espanha, o Beato Henrique Garcia Beltran, diácono da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos e mártir, († 1936)
- Em Picassent, localidade da província de Valência, na Espanha, o Beato Gabriel María de Benifayó (José Maria Sanchis Mompó) († 1936)
- Em Pozoblanco, perto de Córdova, na Espanha, o Beato António Rodríguez Blanco, presbítero da diocese de Córdova e mártir († 1936)
- Em Fuente el Fresno, na Espanha, os beatos mártires Vítor Chumillas Fernández, presbítero, e dezanove companheiros.
Fontes:
- vatican.va e vaticannews.va
- Martirológio Romano – liturgia.pt
- Arquisp.org.br
- Livro “Santos de cada dia” – José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003]
– Produção e edição: Melody de Paulo
Assunção de Nossa Senhora, dogma de fé
Origens
A Solenidade da Assunção da Bem-aventurada Virgem Maria é celebrada no dia 15 de agosto, desde o século V, com o significado de “Nascimento para o Céu”, ou, segundo a tradição bizantina, de “Dormição”. Em Roma, essa festa era celebrada desde meados do século VII, mas foi preciso esperar até 1° de novembro de 1950, quando Pio XII proclamou o Dogma da Assunção de Maria, elevada ao céu em corpo e alma.
Cumprimento da fé
No Credo Apostólico, professamos a nossa fé na “ressurreição da carne” e na “vida eterna”, fim e sentido último do caminho da vida terrena. Esta promessa de fé cumpriu-se em Maria, sinal de “consolo e esperança” (Prefácio). Trata-se de um privilégio de Maria, por ser intimamente ligado ao fato de ser Mãe de Jesus: visto que a morte e a corrupção do corpo humano são consequências do pecado, não era oportuno que a Virgem Maria – isenta de pecado – fosse implicada nesta lei humana. Daí o mistério da sua “Dormição” ou “Assunção ao céu”.
Maria elevada ao céu
O fato de Maria ter sido elevada ao céu é motivo de júbilo, alegria e esperança para nós: “Já e ainda não”. Uma criatura de Deus, Maria, já está no Céu e, com Ela e como ela, também nós, criaturas de Deus, estaremos um dia. Portanto, o destino de Maria, unida ao corpo transfigurado e glorioso de Jesus, será o mesmo destino de todos os que estão unidos ao Senhor Jesus, na fé e no amor.
A importância do corpo
A Solenidade da Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria, em corpo e alma ao Céu, é um sinal eloquente do que, não só a “alma”, mas também a “corporeidade” confirmam que “tudo era muito bom” (Gn 1,31), tanto que, como aconteceu com a Virgem Maria, também a “nossa carne” será elevada ao céu. Isto, porém, não quer dizer que somos isentos do nosso compromisso com a história; pelo contrário, é precisamente o nosso olhar, voltado para a Meta, o Céu, a nossa Pátria, que nos dá o impulso para nos comprometermos com a vida presente, nas pegadas do Magnificat: felizes pela misericórdia de Deus, atenciosos com todos nossos irmãos e irmãs, que encontramos ao longo do caminho, começando pelos mais fracos e frágeis.
Proclamação do Dogma
“Pelo que, depois de termos dirigido a Deus repetidas súplicas, e de termos invocado a paz do Espírito de verdade, para glória de Deus onipotente que à virgem Maria concedeu a sua especial benevolência, para honra do seu Filho, Rei imortal dos séculos e triunfador do pecado e da morte, para aumento da glória da sua augusta mãe, e para gozo e júbilo de toda a Igreja, com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados apóstolos S. Pedro e S. Paulo e com a nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que: a imaculada Mãe de Deus, a sempre virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial” (Pio XII, Munificentissimus Deus, 1º de novembro de 1950).
Páscoa
Maria encontra-se na glória de Deus; Ela alcançou a Meta, onde, um dia, todos nos encontraremos. Eis porque, hoje, Maria é sinal de consolação e esperança, pois, se Ela, criatura como nós, conseguiu, também nós conseguiremos. Mantenhamos nosso olhar e coração fixos naquela Mulher, que nunca abandonou seu Filho Jesus e, com Ele, agora, goza da alegria e da glória celeste. Confiemos em Maria! Que Ela nos ajude a percorrer o caminho da vida, reconhecendo as grandes coisas, que Deus faz em nós e em torno de nós, sendo capazes de engrandecê-Lo, com o Canto da nossa existência!
Minha oração
“Santíssima Mãe, Teu amor nos alcança e nos consola, Teu dogma aponta a verdade da ressurreição e a importância do corpo, assim como demonstrou o Teu filho. Ajudai-nos a crescer na fé e a nos tornarmos convictos desses fatos proclamados. Amém!”
Maria Assunta ao céu, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em de Agosto
- Em Roma, no cemitério de Calisto, junto à Via Ápia, a comemoração de São Tarcísio, mártir. († c. 257)
- Em Nicomédia, na Bitínia, hoje Izmit, na Turquia, os santos Estratão, Filipe e Eutiquiano, mártires. († data inc.)
- Em Milão, na Ligúria, hoje na Lombardia, região da Itália, São Simpliciano, bispo. († 401)
- Comemoração de Santo Alípio, bispo de Tagaste, na Numídia, atualmente na Argélia, que foi discípulo de Santo Agostinho.(† c. 430)
- Em Hildesheim, na Saxónia, região da Alemanha, Santo Alfredo, bispo. († 874)
- Em Alba Regia, na Panónia, hoje Szekesfehervar, na Hungria, Santo Estêvão, rei da Hungria. († 1038)
- Em Cracóvia, na Polónia, São Jacinto, presbítero da Ordem dos Pregadores. († 1257)
- Em Savigliano, no Piemonte, região da Itália, o Beato Aimão Taparélli, presbítero da Ordem dos Pregadores. († 1495)
- Em Pallanza, próximo de Novara, também na Itália, a Beata Juliana de Busto Arsízio, virgem da Ordem de Santo Agostinho. († 1501)
- Em Roma, Santo Estanislau Kostka, natural da Polónia, admitido no noviciado por São Francisco de Borja. († 1568)
- Na cidade de Wendo, próximo de Busira, na actual República Democrática do Congo, o Beato Isidoro Bakanja, mártir. († 1909)
- Em Chalchihuites, na região de Durango, no México, os santos mártires Luís Batis Sáinz, presbítero, Manuel Morales, pai de família, Salvador Lara Puente e David Roldán Lara. († 1926)
- Em Barbastro, próximo de Huesca, no território de Aragão, na Espanha, os beatos Luís Masferrer Vila, presbítero, e dezenove companheiros, mártires, religiosos da Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria. († 1936)
- Em Almazora, localidade próxima de Castellón, no litoral da Espanha, o Beato José Maria Peris Polo, presbítero da Sociedade dos Sacerdotes Operários Diocesanos e mártir. († 1936)
- Em Madrid, também na Espanha, a Beata Maria do Sacrário de São Luís Gonzaga (Elvira Moragas Cantarero), virgem da Ordem das Carmelitas Descalças e mártir. († 1936)
- Também em Madrid, o Beato Domingos Maria de Alboraya (Agostinho Hurtado Soler), presbítero da Congregação dos Terciários Capuchinhos de Nossa Senhora das Dores. († 1936)
- Em Motril, localidade próxima de Granada, no litoral da Espanha, o Beato Vicente Soler, presbítero da Ordem dos Agostinhos Recoletos e mártir. († 1936)
- Em Palma de Gandia, localidade da região de Valência, também na Espanha, o Beato Carmelo Sastre Sastre, presbítero e mártir. († 1936)
- Em Tárrega, povoação próxima de Barcelona, também na Espanha, o Beato Jaime Bonet Nadal, presbítero da Sociedade Salesiana e mártir. († 1936)
- Em Madrid, também na Espanha, o Beato José Santoja Pinsach, presbítero da Ordem dos Pregadores e mártir. († 1936)
- Em Málaga, também na Espanha, os beatos mártires Manuel Formigo Giráldez, presbítero da Ordem de Santo Agostinho, e Francisco Míguez Fernández, presbítero da Sociedade Salesiana. († 1936)
- Em Caldas de Oviedo, nas Astúrias, também na Espanha, o Beato Severiano Montes Fernández, presbítero da Ordem de Santo Agostinho e mártir. († 1936)
- Em Pádua, na Itália, o Beato Cláudio (Ricardo Granzotto), religioso da Ordem dos Frades Menores. († 1947)
Fontes:
- vatican.va e vaticannews.va
- Martirológio Romano – liturgia.pt
- Liturgia das Horas
- Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” – Prof Felipe Aquino [Cléofas 2007]
– Pesquisa e redação: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
– Produção e edição: Melody de Paulo
São Maximiliano Maria Kolbe, mensageiro da paz no Holocausto
Origens
Rajmund Kolbe nasceu em Zdunska-Wola (Lodz), no centro da Polônia, em 8 de janeiro de 1894, e foi batizado no mesmo dia. A família mudou-se então para Pabianice, onde Raimundo frequentou a escola primária, sentiu um misterioso convite da Virgem Maria para amar generosamente Jesus e sentiu os primeiros sinais de uma vocação religiosa e sacerdotal. Em 1907, Raimundo foi acolhido no Seminário dos Frades Menores Conventuais de São Leopoldo. Em 4 de setembro de 1910, iniciou o noviciado com o nome de Fr. Maximiliano; e, em 5 de setembro de 1911, fez a profissão simples.
Ordenação e Lema de vida
Foi transferido para Roma, onde viveu de 1912 a 1919. Fez a profissão solene em 1º de novembro de 1914. Ordenado sacerdote em 28 de abril de 1918. Uma sólida e segura formação espiritual abriu o espírito de frei Maximiliano a uma aguda penetração e profunda contemplação do mistério de Cristo. Estes sentimentos de fé e resoluções de zelo, que Maximiliano resume no lema: “Renovar tudo em Cristo pela Imaculada Conceição”, estão na base da instituição da “Milícia de Maria Imaculada” (MI).
Polônia e a Milícia da Imaculada
Em 1919, padre Maximilian estava de volta à Polônia onde, apesar de uma grave doença que o obrigou a permanecer durante muito tempo no sanatório de Zakopane, dedicou-se com ardor ao exercício do ministério sacerdotal e à organização da MI. Em 1919, em Cracóvia, obteve o consentimento do Arcebispo para imprimir o “Relatório de Registro” da MI e pôde recrutar os primeiros soldados da Imaculada Conceição. Em 1922, ele começou a publicação de “Rycerz Niepokalanej” (O Cavaleiro da Imaculada Conceição), a revista oficial da MI; enquanto em Roma o Cardeal Vigário aprova canonicamente a MI como uma “Pia União”.
Posteriormente, a MI encontrará cada vez mais adesões entre sacerdotes, religiosos e fiéis de muitas nações. Entretanto, na Polônia, padre Maximiliano obtém a possibilidade de instalar um centro editorial autónomo no Convento de Grodno, que lhe permite publicar “Il Cavaliere” com edição e difusão mais proveitosas para “trazer a Imaculada Conceição aos lares, para que as almas, aproximando-se de Maria, recebam a graça da conversão e da santidade”.
Expansão
Em 1927, padre Kolbe iniciou a construção de uma cidade-convento perto de Varsóvia, a que chamou “Niepokalanów” (Cidade da Imaculada Conceição). Desde o início, Niepokalanów assumiu a fisionomia de uma autêntica “fraternidade franciscana”, pela importância primordial dada à oração, pelo testemunho de vida evangélica e pela vivacidade do trabalho apostólico. Os frades, formados e orientados por padre Maximiliano, vivem em conformidade com a Regra de São Francisco, no espírito de consagração à Imaculada Conceição, e todos colaboram na atividade editorial e no uso de outros meios de comunicação social para o aumento do Reino de Cristo e a difusão da devoção à Santíssima Virgem. Padre Kolbe, autêntico apóstolo de Maria, gostaria de fundar outras “Cidades da Imaculada” em várias outras partes do mundo; mas, em 1936, ele teve de retornar à Polônia para reassumir a liderança de Niepokalanów.
Guerra
Ele acolhe refugiados, feridos, fracos, famintos, desanimados, cristãos e judeus no convento, a quem oferece todo conforto espiritual e material. Em 19 de setembro, a polícia nazista deportou o pequeno grupo de frades de Niepokalanów para o campo de concentração de Amtitz, na Alemanha, onde padre Maximiliano encorajou os irmãos a transformar a prisão em uma missão de testemunho. Todos puderam regressar livres à Niepokalanów, em dezembro. Em 17 de fevereiro de 1941, padre Maximiliano foi encarcerado na prisão de Pawiak, onde sofreu as primeiras torturas pelos guardas nazistas; e, em 28 de maio, foi transferido para o infame campo de concentração de Oswiipcim.
A presença do padre Kolbe, nos vários quarteirões do campo da morte, foi testemunha da fé do sacerdote, pronto a dar a vida pelos outros; do religioso franciscano, testemunha evangélica da caridade e mensageiro da paz e do bem para os irmãos; do cavaleiro de Maria Imaculada, que confia todos os homens ao amor da Mãe divina. Envolvido nos mesmos sofrimentos infligidos a tantas vítimas inocentes, ele reza e faz rezar, suporta e perdoa, ilumina e fortalece na fé, absolve os pecadores e infunde esperança.
Martírio
A fé o fez, com extremo entusiasmo de amor, oferecer-se livremente para substituir um irmão prisioneiro condenado, juntamente com outros nove em represália injusta, a passar fome. No bunker da morte, padre Maximiliano fez ressoar com a oração o canto da vida redimida que não morre, o canto do amor que é a única força criadora, o canto da vitória prometida à fé em Cristo. Em 14 de agosto de 1941, véspera da festa da Assunção de Maria Santíssima, faleceu com uma injeção de ácido carbônico.
A minha oração
“Ao santo amigo da Cruz e de Jesus, que destes sua vida no lugar dos inocentes e a eles dedicou-se todo o tempo, pedimos a graça de crescer nas virtudes da coragem e da defesa dos mais necessitados. Que Nosso Senhor nos eduque nesse mistério do martírio diário. Amém!”
São Maximiliano Kolbe , rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em de Agosto:
- No Hilírico, na hodierna Croácia, Santo Ursicino, mártir. († s. IV)
- Em Apameia, na Síria, São Marcelo, bispo e mártir. († c. 390)
- Em Roma, Santo Eusébio. († s. IV-V)
- Em Ross, na Irlanda, São Facanano, bispo e abade. († s. VI)
- Em Oudenburg, na Flandres, atualmente na Bélgica, o passamento de Santo Arnolfo, bispo de Soissons. († 1087)
- Próximo de Montebaróccio, no Piceno, hoje nas Marcas, região da Itália, o Beato Santo de Urbino Brancorsíni, irmão leigo da Ordem dos Menores. († 1390)
- Em Otranto, na Apúlia, região da Itália, cerca de oitocentos santos mártires, que, constrangidos a renegar a fé durante uma incursão dos soldados otomanos, mas exortados por Santo António Primaldo, idoso tecelão. († 1480)
- Em Nagasáki, no Japão, os santos mártires Domingos Ibáñes de Erquícia, presbítero da Ordem dos Pregadores, e Francisco Shoyemon. († 1633)
- Em Coriano, na Emília-Romanha, região da Itália, a Beata Isabel Rénzi, virgem, fundadora da Congregação das Piedosas Mestras de Nossa Senhora das Dores. († 1859)
- Em Picassent, localidade da província de Valência, na Espanha, o Beato Vicente Rubiols Castelló, presbítero e mártir. († 1936)
- Em El Saler, junto da cidade de Valência, na Espanha, o Beato Félix Yuste Cava, presbítero e mártir. († 1936)
- Perto de Barcelona, também na Espanha, a Beata Maria do Patrocínio de São José (Maria de Puiggraciós Josefa Francisca Badia Flaquer), virgem da Ordem das Carmelitas e mártir. († 1936)
Fontes:
- vatican.va e vaticannews.va
- Martirológio Romano – liturgia.pt
- Liturgia das Horas
- Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” – Prof Felipe Aquino [Cléofas 2007]
– Pesquisa e redação: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
– Produção e edição: Melody de Paulo
Santa Dulce dos Pobres, anjo bom da Bahia
Origens
Dulce Lopes Pontes nasceu, em 26 de maio de 1914, em São Salvador da Bahia (Brasil). Batizada com o nome de Maria Rita, foi a segunda dos cinco filhos de Augusto e Dulce Maria de Souza Brito Lópes Pontes. Órfã de mãe aos seis anos, ela tinha cerca de 16 anos quando começou a manifestar a qualidade que a teria distinguido ao longo de sua vida: a caridade. No porão da casa, acolhia crianças, adultos e idosos pobres e cuidava deles. De sua família e vizinhos, obtinha alimentos, roupas, remédios e alguns trocados que lhes destinava para aliviar seu sofrimento.
Freira
Enquanto cursava o mestrado em São Salvador da Bahia, ingressou na Ordem Terceira Franciscana. Mais tarde, conheceu o Superior Provincial dos Missionários da Imaculada Conceição. Logo que se formou, em 8 de fevereiro de 1933, ingressou nesta Congregação, que faz parte da grande família franciscana. Em 15 de agosto de 1934, fez os votos religiosos e adotou o nome de Dulce, em memória de sua mãe.
Os trabalhos
Em 1935, fundou o primeiro movimento operário cristão em São Salvador: o Sindicato Operário de São Francisco; em 1937, fundou o Clube dos Trabalhadores da Bahia; em 1939, inaugurou o Colégio Santo Antônio, escola pública para trabalhadores e filhos de trabalhadores, no bairro de Massaranduba, em São Salvador. No mesmo ano, iniciou-se a acolhida aos doentes em prédios abandonados da cidade; em 1949, com a permissão da Superiora, pôde acolher setenta enfermos em um abrigo obtido no galinheiro adjacente à casa de sua congregação.
Em 1960, foi inaugurado o Asilo Social Suor Dulce, com um Estatuto que abarcava todas as suas fundações e enfatizava seu caráter exclusivamente cristão e humanitário. Em julho de 1979, o Cardeal Arcebispo Avelar Brandão Vilela convidou Santa Teresa de Calcutá a São Salvador para abrir uma casa em Alagados. Irmã Dulce aproveitou para conhecê-la. Exatamente um ano depois, houve outro encontro importante, aquele com São João Paulo II. Em 8 de fevereiro de 1983, foi inaugurado o novo hospital Santo Antônio, considerado, pelos baianos, mais um “milagre de Irmã Dulce”.
Os últimos anos
Os últimos meses da vida da beata foram caracterizados pela doença. Piorou em novembro de 1990. Em outubro de 1991, São João Paulo II foi a São Salvador e quis ir às Obras visitar Irmã Dulce. O Cardeal Lucas Moriera Neves contou que o Santo Padre disse várias vezes: “Este é o sofrimento dos inocentes. Igual ao de Jesus”. Ele enfrentou todo o seu sofrimento abandonado nos braços do Senhor. Todo o Apostolado dos Beatos resplandece entre aqueles cristãos que fizeram caridade a Deus e ao próximo durante toda a sua vida. Sua caridade era maternal, terna.
A sua dedicação aos pobres tinha uma raiz sobrenatural e do Alto extraia energia e recursos para pôr em marcha uma espantosa atividade de serviço aos últimos. Longe de qualquer horizontalismo, como verdadeira alma franciscana, fez-se pobre com os pobres por amor ao supremamente pobre. Sem fomentar conflitos de classe, lembrou aos ricos da necessidade evangélica de partir o pão com os famintos.
Páscoa
Sua vida foi uma confissão da primazia de Deus e da grandeza do homem filho de Deus, mesmo onde a imagem divina parece obscurecida, degradada e humilhada. Em 13 de março de 1992, a Beata Dulce faleceu em São Salvador da Bahia. De todo o Brasil ela foi, e ainda se define, a “Mãe dos Pobres” e o “Anjo Bom da Bahia”. Em 13 de Outubro de 2019, o Papa Francisco realizou o ato de canonização.
Minha oração
“Ó mãe dos pobres, cuidai do povo brasileiro e olhai com mais atenção aos excluídos, assim como fizestes em toda a tua vida. Do mesmo modo, ensina-nos a viver sem indiferença para estes pequeninos. Por Cristo Nosso Senhor. Amém! “
Santa Dulce, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em de Agosto:
- Santos mártires Ponciano, papa, e Hipólito, presbítero. († c. 236)
- Em Ímola, na Flamínia, hoje na Emília Romanha, região da Itália, São Cassiano, mártir. († c. 300)
- Em Lião, na Gália, atualmente na França, Santo Antíoco, bispo. († c. 500)
- Em Poitiers, na Aquitânia, também na atual França, Santa Radegunda, rainha dos Francos, que, vivendo ainda Clotário, seu esposo, recebeu o sagrado véu e entrou no mosteiro da Santa Cruz de Poitiers. († 587)
- Em Skemáris, na região de Lazika, situada na cordilheira do Cáucaso, o passamento de São Máximo Confessor, abade de Crisópolis. († 662)
- Em Fritzlar, no território do Hesse, na Austrásia, hoje na Alemanha, São Vigberto, presbítero e abade. († c. 739)
- No mosteiro de Altenberg, no território de Wetzlar, também na Alemanha, a Beata Gertrudes, abadessa da Ordem Premonstratense.(† 1297)
- Em Kilmallock, na Irlanda, os beatos Patrício O’Healy, bispo de Mayo, e Cono O’Rourke, presbítero, ambos da Ordem dos Frades Menores. († 1579)
- Em Warwick, na Inglaterra, o Beato Guilherme Freeman, presbítero e mártir. († 1595)
- Em Roma, São João Berchmans, religioso da Companhia de Jesus. († 1621)
- Em Viena, na Áustria, o Beato Marcos de Aviano (Carlos Domingos) Cristófori, presbítero da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. († 1699)
- Num barco-prisão ancorado ao largo de Rochefort, na França, o Beato Pedro Gabilhaud, presbítero e mártir. († 1794)
- Em Saugues, povoação próxima de Le Puy-en-Velay, também na França, São Benildo (Pedro Romançon), da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs. († 1862)
- Em Barbastro, próximo de Huesca, cidade de Aragão, na Espanha, os beatos Secundino Maria Ortega Garcia, presbítero, e dezanove companheiros, mártires, religiosos da Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria. († 1936)
- Em Almazora, povoação da província de Castellon, também na Espanha, o Beato João Agramunt, presbítero da Ordem dos Clérigos Regrantes das Escolas Pias e mártir. († 1936)
- Em Albocácer, também na província de Castellon, o Beato Modesto Garcia Marti, presbítero da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos e mártir. († 1936)
- Em Barcelona, também na Espanha, o Beato José Bonet Nadal, presbítero da Sociedade Salesiana e mártir. († 1936)
- Em Revolts de Torrent, localidade da província de Girona, também na Espanha, os beatos Francisco Alfredo (Francisco Mallo Sánchez) e Hilarião Eugénio (Eugénio Cuesta Padierna), religiosos da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs e mártires. († 1936)
- Em Madrid, também na Espanha, os beatos Inocêncio Garcia Díez e Reginaldo Hernández Ramírez, presbíteros da Ordem dos Pregadores e mártires. († 1936)
- Em Salás de Palarrds, perto de Lérida, também na Espanha, os beatos José Tàpies Sirvant e seis companheiros, presbíteros da diocese de Urgel e mártires. († 1936)
- Em Berlim, no lugar chamado Plötzensee, na Alemanha, o Beato Tiago Gapp, presbítero da Sociedade de Maria e mártir. († 1943)
Fontes:
- vatican.va e vaticannews.va
- Martirológio Romano – liturgia.pt
- Liturgia das Horas
- Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” – Prof Felipe Aquino [Cléofas 2007]
– Pesquisa e redação: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
– Produção e edição: Melody de Paulo
Santa Joana Francisca de Chantal, amiga de São Francisco de Sales
Origens
Ele nasceu em Dijon, em 23 de janeiro de 1572, em uma família da alta nobreza da Borgonha. Seu pai é Benigno Frémyot, segundo presidente do Parlamento. Ela logo perdeu a mãe e cresceu sob a educação e moral de seu pai. Em 29 de dezembro de 1592, Giovanna casou-se com Cristóvão II, barão de Chantal. Ela foi imediatamente chamada de “a dama perfeita” por seus esforços na propriedade Bourbilly e pela atenção e preocupação que reservava ao esposo. Desta união perfeita, nasceram seis filhos: os dois primeiros morrem ao nascer; depois, chegam Celso Benigno, Maria Amata, Francesca e Carlotta. Doce, serena e afável, Giovanna é amada por sua família, assim como pelos criados.
Amizade que santifica
Na história da Igreja, encontramos alguns casos em que homem e mulher atuaram juntos no caminho da santidade, lembramos Francisco e Clara, Elzeario de Sabran e Delfina de Glandève, Teresa de Ávila e Giovanni della Croce, Bento e Escolástica, São Francisco de Sales e Giovanna Francesca Frémyot de Chantal, santa de hoje. Graças ao encontro com o bispo de Genebra, Joana definiu seu caminho de santidade. Os franceses a chamam de Santa Chantal e a veneram em Annecy, onde repousa ao lado de São Francisco de Sales.
Devota dos pobres
Quando Cristoforo se ausenta do castelo para cumprir seus deveres na corte, Giovanna deixa suas roupas elegantes e se dedica aos pobres, a quem oferece não apenas dinheiro, mas sua própria pessoa, servindo-lhes. Sua caridade tornou-se imensa durante a fome que atingiu a Borgonha no inverno de 1600-1601. É aqui que a baronesa transforma o seu lar num verdadeiro hospital para acolher mães e crianças em dificuldade e encarrega-se da construção de um novo forno para poder distribuir pão a todos aqueles que batem à sua porta. Um dia lhe disseram que só restava um saco de centeio no celeiro; ela, sem hesitar, mandou continuar a distribuição do pão.
Viuvez
Então, vem a primeira grande prova, a morte de Cristóvão, morto por um arcabuz baleado durante uma caçada. Ela continua viúva com apenas 29 anos, mãe de quatro filhos, a primeira com apenas cinco anos e a última alguns dias. Neste tempo de luto e dor, amadurece o desejo de consagrar-se a Cristo, mas os deveres familiares não lhe permitem uma escolha de vida tão drástica.
Enquanto espera conhecer a vontade de Deus, dedica-se totalmente aos filhos, à administração da casa e à oração. Seu sogro, o barão de Chantal, informa que ela deve se mudar imediatamente para a casa dele em Monthélon, se quiser que seus filhos participem da herança, e ela aceita, sabendo que ficaria encarregada da residência do velho barão. Por muito tempo, ela terá que suportar a opressão deste. Seu nome começa a se tornar conhecido por sua caridade. Ela não é mais chamada de “dama perfeita”, mas de “nossa boa senhora”.
Prova e providência
Outra prova difícil que ela enfrenta agora: seu guia espiritual não entende sua pessoa, ele não pode ler sua alma. Um dia, seu pai a convida a Dijon, desta vez para ouvir a Quaresma do bispo de Genebra, Francisco de Sales, cuja fama se espalha cada vez mais em Savoy e em toda a França. O primeiro encontro entre Giovanna e o bispo aconteceu em 5 de março de 1604. Desde então, foi estabelecido um caminho extraordinário de união fraterna e espiritual. A direção espiritual de Francisco de Sales realiza-se sobretudo através de correspondências.
Fundação da Ordem da Visitação
Em 1610, ela assinou uma escritura em frente ao notário em que se desfez de todos os bens em favor de seus filhos. Deixa assim a família e parte para Annecy; a 6 de Junho, juntamente com duas companheiras, Giacomina Favre e Giovanna Carlotta de Bréchard, entra na pequena e humilde «casa da Galeria», berço da Ordem da Visitação. Ela será sempre “mãe”, continuando a amar profundamente e com ternura os seus filhos.
Novas mortes, novas tristezas… tanto que apenas sua filha Francesca sobreviverá a ela entre filhos, irmãos, irmãos e nora. Portanto, Deus se torna para ela a única busca, o único fim de sua vida atual. Quando Francisco de Sales faleceu (28 de dezembro de 1622), Joana se viu sozinha no comando da nova família religiosa da Visitação. Ela se tornou uma peregrina nas ruas da França. Fundou 87 casas da visitação.
Páscoa
Consumida “no amor ao trabalho e no trabalho do amor”, como costumava dizer, faleceu em 13 de dezembro de 1641 no mosteiro de Moulins. As “Cartas de amizade e orientação” são o testemunho mais vivo da grande espiritualidade de Madre Chantal e são a prova de que ela era muito inteligente e “livre”, em vez de reduzida a uma sombra anônima de São Francisco de Sales. Canonizada por Clemente XIII, em 16 de julho de 1767.
Minha oração
“Santa Madre, que, aos moldes de Virgem da visitação, aprende a acolher e amar a todos, que possamos por sua intercessão seguir seus passos e desenvolver a arte do acolhimento. Por Cristo, Nosso Senhor.”
Santa Joana de Chantal , rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 12 de agosto:
- Em Catânia, na Sicília, atualmente região da Itália, Santo Euplo, mártir. († 304)
- Em Nicomédia, na Bitínia, hoje Izmit, na Turquia, os santos Aniceto e Fócio, mártires. († s. IV)
- Em Killala, na Irlanda, São Muredach, bispo. († c. s. V)
- Também na Irlanda, no mosteiro que recebeu o seu nome, Santa Lélia, virgem. († s. V)
- Em Bréscia, na Lombardia, região da Itália, Santo Herculano, bispo. († s. VI)
- Em Lérins, ilha da Provença, atualmente na França, os santos mártires Porcário, abade, e muitos outros monges. († c. s. VIII)
- Em Ruthin, no País de Gales setentrional, o Beato Carlos Meehan, presbítero da Ordem dos Frades Menores e mártir. († 1679)
- Em Roma, o Beato Inocêncio XI, papa. († 1689)
- Num sórdido barco-prisão ancorado ao largo de Rochefort, na França, o Beato Pedro Jarrige de la Morélie de Puyredon, presbítero e mártir. († 1794)
- Em Nam Dinh, cidade do Tonquim, hoje no Vietnam, os santos mártires Tiago Dô Mai Nam My, presbítero, António Nguyen Dich, agricultor, e Miguel Hguyen Huy My, médico. († 1838)
- Em Hornachuelos, vila próxima de Córdova, na Espanha, a Beata Vitória Díez y Bustos de Molina, virgem e mártir. († 1936)
- Em Valdemoro, próximo de Madrid, também na Espanha, o Beato Flávio (Atilano Dionísio Argüeso González), religioso da Ordem de São João de Deus e mártir. († 1936)
- Em Barbastro, próximo de Huesca, no território de Aragão, também na Espanha, os beatos Sebastião Calvo Martínez, presbítero, e cinco companheiros, mártires, religiosos da Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria. († 1936)
- Em Tarragona, também na Espanha, o Beato António Perulles Estivill, presbítero da Irmandade de Sacerdotes Operários Diocesanos e mártir. († 1936)
- Em Fuencarral, na cidade de Madrid, também na Espanha, o Beato Boaventura Garcia Paredes, presbítero da Ordem dos Pregadores e mártir. († 1936)
- Em Puente del Arzobispo, próximo de Toledo, também na Espanha, o Beato Domingos Sánchez Lázaro, presbítero da diocese de Toledo e mártir. († 1936)
- Em Villacañas, próximo de Toledo, também na Espanha, o Beato Francisco Maqueda López, candidato ao presbiterado e mártir. († 1936)
- Em Dachau, próximo de Munique da Baviera, na Alemanha, os beatos Floriano Stepniak, da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, e José Straszewski, presbíteros e mártires. († 1942)
- Em Planegg, também próximo de Munique da Baviera, na Alemanha, o Beato Carlos Leisner, presbítero do Movimento Apostólico de Shönstatt e mártir. († 1945)
Fontes:
- vatican.va e vaticannews.va
- Martirológio Romano – liturgia.pt
- Liturgia das Horas
- Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” – Prof Felipe Aquino [Cléofas 2007]
- Santiebati.it
– Pesquisa e redação: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
– Produção e edição: Melody de Paulo
Santa Clara, patrona da televisão
Origens
Santa Clara nasceu em Assis, Itália, no ano de 1193, em uma nobre família. Destacou-se pela sua caridade e respeito para com os pequenos, por isso, ao se deparar com a pobreza evangélica vivida por Francisco de Assis, apaixonou-se por esse estilo de vida.
Encontro com Francisco de Assis
Em 1212, quando tinha apenas dezenove anos, a jovem abandonou o seu lar para ir ao encontro de Francisco de Assis, na igreja de Santa Maria dos Anjos. Ela cortou o cabelo e vestiu um modesto hábito de lã, além disso, pronunciou os votos perpétuos de pobreza, castidade e obediência.
Clara foi, primeiro, para o mosteiro beneditino de São Paulo das Abadessas. Pouco depois, foi para a Ermida de Santo Ângelo de Panço, onde Inês, sua irmã de sangue, juntou-se a ela.
Clarissas
Ao se dirigir ao convento de São Damião, Clara – juntamente com outras moças – deu início a uma nova vida religiosa. Elas, primeiramente, foram chamadas de “Damianitas”, depois, como Clara escolheu, elas foram chamadas de “Damas Pobres” e, finalmente, de “Clarissas”.
Seguindo as orientações de Francisco, em 1216, Clara aceitou para a sua Ordem as regras beneditinas e o título de abadessa. Porém, conseguiu o “privilégio da pobreza” do Papa Inocêncio III, mantendo o carisma franciscano.
Patrona da televisão
Em 1226, Francisco de Assis morreu, e Clara acompanhou o funeral dele sem sair do quarto, já que estava doente. Ela via as imagens como se projetadas na parede. Anteriormente a isso, ela teve esse mesmo tipo de visão em uma noite de Natal, quando viu o presépio e pôde assistir ao santo ofício que acontecia na igreja de Santa Maria dos Anjos. Por essas visões, foi proclamada oficialmente “Patrona da Televisão”.
Outro grande feito dessa santa foi a expulsão dos turcos muçulmanos da cidade de Assis. Ela portava nas mãos o Santíssimo Sacramento.
Páscoa
Santa Clara faleceu, no dia 11 de agosto de 1253, aos 60 anos de idade. Foi canonizada no ano de 1255, pelo Papa Alexandre IV.
Minha oração
“Santa Clara, que, seguindo os passos de São Francisco de Assis, iluminou o mundo com a vossa obediência ao Senhor, ajudai-nos a ter um coração como o vosso: humilde, pobre e temente a Deus. Amém!”
Santa Clara, patrona da televisão, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 11 de agosto:
- Em Comana, no Ponto, hoje Gumenek, na Turquia, Santo Alexandre, chamado o Carvoeiro, bispo. († s. III)
- Em Roma, no cemitério “Ad Duas Lauros”, junto à Via Labicana, São Tibúrcio, mártir. († s. III-IV)
- Também em Roma, a comemoração de Santa Susana. († data inc.)
- Em Assis, na Úmbria, hoje na Toscana, região da Itália, São Rufino, que é considerado o primeiro bispo desta cidade e mártir. († c. s. IV)
- Em Benevento, na Campânia, também região da Itália, São Cassiano, bispo. († s. IV)
- Em Évreux, na Gália, hoje na França, São Taurino, que é venerado como primeiro bispo desta cidade. († c. s. V)
- Na Irlanda, Santa Atracta, abadessa, que, segundo a tradição, recebeu das mãos de São Patrício o véu das virgens. († s. V)
- Na província de Valéria, hoje na Úmbria, região da Itália, Santo Equício, abade. († a. 571)
- Em Cambrai, na Austrásia, atualmente na França, São Gaugerico, bispo. († c. 625)
- Em Arles, na Provença, também na atual França, Santa Rustícola, abadessa, que dirigiu santamente as monjas durante quase sessenta anos. († 632)
- Em Gloucester, na Inglaterra, os beatos João Sandys e Estêvão Rowsham, presbíteros, e Guilherme Lampley, alfaiate, mártires. († 1586, 1587, 1588)
- Num barco-prisão ancorado ao largo de Rochefort, na França, o Beato João (Tiago Jorge Rhem), presbítero da Ordem dos Pregadores e mártir. († 1794)
- Em Milão, na Itália, o Beato Luís Birághi, presbítero da diocese de Milão, fundador da Congregação das Irmãs de Santa Marcelina. († 1879)
- Em Agullent, povoação do território de Valência, na Espanha, o Beato Rafael Afonso Gutiérrez, mártir. Com ele comemora-se também o beato mártir Carlos Díaz Gandia. († 1936)
- Em Prat de Compte, povoação próxima de Tarragona, também na Espanha, o Beato Miguel Domingos Cendra, religioso da Sociedade Salesiana e mártir. († 1936)
- Nos confins do Tibete, o Beato Maurício Tornay, presbítero e mártir. († 1949)
- Fontes:
- vatican.va e vaticannews.va
- Martirológio Romano – liturgia.pt
- Arquisp.org.br
– Produção e edição: Bianca Vargas
São Lourenço, diácono amigo do Papa Sisto II
Origens
São Lourenço nasceu na Espanha na primeira metade do século II. Conta-nos a história que São Lourenço tinha grande amizade com o Papa Sisto II, o qual confiou-lhe a função de arquidiácono. Ele administrava os bens e as ofertas para ajudar os pobres, órfãos e viúvas.
Tesouros da Igreja
No ano 258 d.C., foi publicado um decreto do imperador Valeriano, em que ordenava que todos os bispos, presbíteros e diáconos deveriam ser condenados à morte.
Lourenço, alguns diáconos e o Papa Sisto II foram presos. O Pontífice foi assassinado no dia 6 de agosto. O imperador poupou a vida de Lourenço pedindo que lhe entregasse os “tesouros da Igreja”. Ele reuniu órfãos, cegos, coxos, viúvas e idosos e apresentou ao imperador dizendo: “Eis aqui os nossos tesouros, que nunca diminuem e podem ser encontrados em toda parte”.
Páscoa
No dia 10 de agosto, São Lourenço também foi martirizado. Segundo uma antiga “Paixão”, coletada por Santo Ambrósio, ele foi queimado em uma grelha. Após a sua morte, o corpo de São Lourenço foi deposto em uma sepultura na Via Tiburtina. No lugar do seu martírio, foi construída uma igreja, dedicada a São Lourenço, em Panisperna.
Minha oração
“São Lourenço, que nunca desanimastes na fé em Deus, dai-nos o desejo e a força de enfrentar as dificuldades por amor e seguir o Evangelho. Amém!”
São Lourenço, diácono amigo do Papa Sisto II, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 10 de agosto:
- Comemoração dos santos mártires, em Alexandria, no Egito, que morreram durante a perseguição do imperador Valeriano. († 257)
- Em Dunblane, na Escócia, São Blano, bispo. († s. VI)
- Em Alcamo, na Sicília, região da Itália, o Beato Arcângelo de Calatafíni Piacentíni, presbítero da Ordem dos Menores. († 1460)
- Em Iki, cidade do Japão, o Beato Agostinho Ota, religioso da Companhia de Jesus e mártir. († 1622)
- Num barco-prisão ancorado ao largo de Rochefort, na França, os beatos Cláudio José Jouffret de Bonnefont, da Sociedade de São Sulpício, Francisco François, da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, e Lázaro Tiersot, da Ordem Cartusiana, presbíteros e mártires. († 1794)
- No lugar chamado El Saler, próximo de Valência, na Espanha, o Beato José Toledo Pellicer, presbítero e mártir. († 1936)
- Em Valência, também na Espanha, o Beato João Martorell Sória, presbítero da Sociedade Salesiana e mártir. Com ele é também comemorado o Beato mártir Pedro Mesonero Rodríguez, religioso da mesma Sociedade. († 1936)
- No campo de concentração de Dachau, próximo de Munique da Baviera, na Alemanha, os beatos Francisco Drzewiecki, da Congregação da Pequena Obra da Divina Providência, e Eduardo Grzymala, presbíteros e mártires. († 1942)
- Fontes:
- vatican.va e vaticannews.va
- Martirológio Romano – liturgia.pt
- Arquisp.org.br
– Produção e edição: Bianca Vargas
Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein), mártir
Origens
Edith nasceu em Breslávia, na Baixa Silésia, Polônia, em 1891; ela era a 11ª filha de um casal muito fervoroso de judeus. O pai morreu quando ela ainda não tinha completado dois anos. A mãe educou as crianças dentro da religião judaica.
Durante a adolescência, Edith teve uma crise e afastou-se de Deus. Mais tarde, dedicou-se a uma vida de estudos na Universidade de Breslau, tendo como meta a Filosofia.
Fé e ciência
A sua conversão aconteceu, em 1921, quando ela leu a autobiografia de Santa Teresa d’Ávila durante uma noite. “Quando fechei o livro, disse para mim mesma: é esta a verdade”, declarou ela mais tarde. Recebeu o Batismo e a Crisma, em 1922, contra a vontade dos pais, mas nunca renegou suas raízes judaicas.
Usou seus dons acadêmicos para servir a Deus. Tornou-se professora e Irmã carmelita em Colônia, em 1934, com o nome de Teresa Benedita da Cruz.
Perseguição
A perseguição nazista aos judeus alemães intensificou-se, e por isso Edith foi transferida para o Carmelo de Echt, na Holanda, juntamente com sua irmã Rosa, que também foi batizada na Igreja Católica e prestava serviço no convento.
Os bispos católicos dos Países Baixos fizeram um comunicado contra as deportações dos judeus. Em forma de represália, Hitler mandou invadir o convento na Holanda e prender Edith e sua irmã. Elas e mais 244 judeus católicos foram levados para o campo de concentração Auschwitz. Ali, cuidou das crianças encarceradas e ensinou o Evangelho aos presos.
Páscoa
Edith Stein morreu, em agosto de 1942, juntamente com a sua irmã Rosa nas câmaras de gás de Auschwitz; depois, seu corpo foi queimado. Foi canonizada em Roma, em 1998, pelo então Papa João Paulo II.
Minha oração
“Ó Santa Teresa Benedita da Cruz, ajuda-me a ter um encontro verdadeiro com Jesus, a fim de morrer para as coisas deste mundo e viver apenas para Ele. Santa Edith Stein, interceda por mim a Deus Pai, para que logo estejamos todos juntos no paraíso. Amém.”
Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein), rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 9 de agosto:
- Em Roma, no cemitério de São Lourenço, junto à Via Tiburtina, São Romão, mártir. († c. 258)
- No mosteiro de Achonry, na Irlanda, São Nateu, bispo e abade. († s. VI)
- Em Kilmore, também na Irlanda, São Fedlimino, bispo. († c. s. VI)
- Em Constantinopla, hoje Istambul, na Turquia, a comemoração dos santos mártires. († c. 729)
- Em Palena, na Calábria, atualmente nos Abruzos, região das Itália, o Beato Falco, eremita. († s. X/XI)
- Em Florença, na Etrúria, atualmente na Toscana, também região da Itália, o Beato João de Salerno, presbítero da Ordem dos Pregadores. († c. 1242)
- No monte de Verna, também na Etrúria, região da Itália, o Beato João de Fermo, presbítero da Ordem dos Menores. († 1322)
- Em Londres, na Inglaterra, o Beato Ricardo Bere, presbítero e mártir. († 1537)
- Num sórdido barco-prisão, ancorado ao largo de Rochefort, na França, o Beato Cláudio Richard, presbítero da Ordem de São Bento e mártir. († 1794)
- Em Salamanca, na Espanha, Santa Cândida Maria de Jesus (Joana Josefa Cipítria), virgem, que fundou a Congregação das Filhas de Jesus. († 1912)
- Em Molokai, ilha do arquipélago do Hawai, Santa Mariana Cope de Molokai (Bárbara Kobb), virgem das Irmãs da Ordem Terceira de São Francisco de Siracusa. († 1918)
- Em Barbastro, na Espanha, o Beato Florentino Asêncio Barroso, bispo e mártir. († 1936)
- Em Barcelona, também na Espanha, os beatos Rúben de Jesus (Rúben López Aguilar) e seis companheiros, religiosos da Ordem de São João de Deus e mártires. († 1936)
- Em Azanuy, localidade da província de Huesca, também na Espanha, os beatos Faustino Oteiza Segura, presbítero, e Florentino Filipe Naya, religiosos da Ordem dos Clérigos Regrantes das Escolas Pias e mártires. († 1936)
- Em Argés, localidade próxima de Toledo, também na Espanha, o Beato Guilherme Plaza Hernández, presbítero da Irmandade dos Sacerdotes Operários e mártir. († 1936)
- Em Carcaixent, localidade próxima de Valência, também na Espanha, o Beato Germano Maria (José Maria Garrigues Hernández), presbítero da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos e mártir. († 1936)
- Em Villa de Don Fradique, perto de Toledo, também na Espanha, o Beato Francisco López-Gasco Fernández Largo, presbítero da diocese de Toledo e mártir. († 1936)
- Em Madrid, também na Espanha, o Beato José Maria Celaya Badiola, religioso da Sociedade Salesiana e mártir. († 1936)
- Em Barcelona, também na Espanha, o Beato Lourenço Gabriel (José Figueras Rey), religioso da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs e mártir. († 1936)
- Em Brandeburgo, na Alemanha, o Beato Francisco Jägerstätter, mártir. († 1943)
- Fontes:
- vatican.va e vaticannews.va
- Martirológio Romano – liturgia.pt
- Arquisp.org.br
– Produção e edição: Bianca Vargas
São Domingos de Gusmão, fundador da Ordem dos Pregadores
Origens
São Domingos nasceu em Caleruega, na Castela Velha, em 1170, Espanha. Pertencia a uma família nobre, católica e rica: seus pais eram Félix de Gusmão e Joana d’Aza e seus irmãos, Antonio e Manes. Na sua família, havia um tio sacerdote. Assim, a vontade de evangelizar já estava presente desde a infância.
O chamado
Domingos dedicou-se aos estudos, tornando-se uma pessoa muito culta. Mas, aos 24 anos, o chamado ao sacerdócio foi maior e Domingos começou a fazer parte dos Canônicos da Catedral de Osma, a pedido do Bispo Diego. Logo, foi convidado para auxiliar o rei Afonso VII nos trabalhos diplomáticos do seu governo e também para representar a Santa Sé.
Luta contra a heresia
Durante a Idade Média, havia a heresia dos albigenses, ou cátaros, no sul da França. O Papa Inocêncio III enviou Domingos e Dom Diego para enfrentar os Albigenses e propagar o Evangelho. Porém, com a morte repentina de Diego, Domingos de Gusmão permaneceu sozinho na missão.
Fundador da Ordem dos Frades Predicadores
Em 1215, Domingos fundou uma Ordem que oferecia uma nova proposta de evangelização cristã e vida apostólica. Em 22 de dezembro de 1217, Papa Honório III emitiu a aprovação definitiva, dando-lhe o nome de “Ordem dos Frades Pregadores”. Eles foram conhecidos como homens sábios, pobres e austeros.
Páscoa
São Domingos de Gusmão morreu em 6 de agosto de 1221, com 51 anos, no Convento de Bolonha.
Foi canonizado pelo Papa Gregório IX, que o havia conhecido pessoalmente após 13 anos da sua morte.
Minha oração
“São Domingos de Gusmão, santo mestre, ajuda-me a sempre a espalhar a verdade de Cristo e lutar contra todo tipo de blasfemia e descrença. Amém.”
São Domingos de Gusmão, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 08 de agosto:
- Em Albano, na Via Ápia, os santos Segundo, Carpóforo, Vitorino e Severiano, mártires. († s. III f.-IV in.)
- Em Roma, os santos Ciríaco, Largo, Crescenciano, Mémia, Juliana e Esmeraldo, mártires. († s. IV in.)
- Em Tarso, na Cilícia, na atual Turquia, a paixão de São Marinho. († c. 303-311)
- Em Milão, na Ligúria, hoje na Lombardia, região da Itália, Santo Eusébio, bispo. († c. 462)
- Em Vienne, na Gália Lionense, hoje na França, São Severo, presbítero. († c. s. V)
- Em Bordéus, na Aquitânia, também na atual França, São Múmulo, abade de Fleury. († 678)
- Em Cízico, na atual Turquia, Santo Emiliano, bispo. († s. IX)
- No mosteiro de Götweig, na Áustria, Santo Altmano, bispo de Passau. († 1091)
- Em Gallese, na Toscana, região da Itália, São Famião, eremita. († c. 1150)
- Em Londres, na Inglaterra, o Beato João Felton, mártir. († 1570)
- Em York, também na Inglaterra, o Beato João Fingley, presbítero e mártir. († 1586)
- Em Xixiaodun, no Hebei, província da China, São Paulo Ke Tingzhu, mártir. († 1900)
- Em Zamora, na Espanha, Santa Bonifácia Rodríguez de Castro, virgem. († 1905)
- Em Sydney, na Austrália, Santa Maria da Cruz, virgem, que fundou a Congregação das Irmãs de São José e do Sagrado Coração. († 1909)
- Em Póggio a Caiano, na Etrúria, hoje na Toscana, região da Itália, a Beata Maria Margarida, virgem, que fundou o Instituto Franciscano das Irmãs Mínimas do Sagrado Coração. († 1921)
- No lugar chamado El Saler, perto de Valência, na Espanha, o Beato António Silvestre Moya, presbítero e mártir. († 1936)
- Em Valência, também na Espanha, as beatas Maria do Menino Jesus e companheiras, virgens do Instituto das Filhas de Maria das Escolas Pias e mártires. († 1936)
- Em San Andréu de Palomar, na Catalunha, também na Espanha, o Beato Antero Mateo Garcia, pai de família e mártir. († 1936)
- Em Villat de Olalla, também na Espanha, os beatos e mártires Cruz Laplana y Laguna, bispo de Cuenca e Fernando Español Berdié, presbítero da mesma diocese. († 1936)
- Em Traverseras, na Catalunha, também na Espanha, os beatos Dionísio Luís e Leonardo José, religiosos. († 1936)
- Em Fuente el Fresno, também na Espanha, o Beato Filipe José, da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs e mártires. († 1936)
- Em Vallirana, localidade da província de Barcelona, também Espanha, as beatas Maria do Carmo Zaragoza Zaragoza e Maria Rosa Adrover Marti, virgens da Congregação das Dominicanas de Santa Catarina de Sena e mártires. († 1936)
- Em Madrid, também na Espanha, o Beato Nicolau de la Torre Merino, religioso da Sociedade Salesiana e mártir. († 1936)
- Em Gusen, localidade da Alemanha, o Beato Vladimiro Laskowski, presbítero e mártir.
- Fontes:
- vatican.va e vaticannews.va
- Martirológio Romano – liturgia.pt
- Arquisp.org.br
– Produção e edição: Bianca Vargas
São Sisto II, Papa e seus companheiros diáconos
Contexto histórico
Os anos que se seguiram de 250 até 260 foram uns dos mais terríveis e, ao mesmo tempo, gloriosos do Cristianismo: terríveis, devido à fúria dos imperadores Décio e Valeriano; e gloriosos, por conta da têmpera dos inúmeros mártires que foram os que mais glorificaram a Deus.
Papado
O Santo Papa Sisto II, a quem celebramos neste dia, foi um desses homens que soube transformar o terrível em glória, a partir do seu testemunho de fé, amor e esperança em Cristo Jesus. Pertence à lista de cinco consecutivos Papas mártires, São Sisto II governou a Igreja durante um ano (257 – 258) e, nesse tempo, semeou a paz e a unidade no seio da Igreja de Cristo.
Mártires
Foi decapitado pela polícia durante uma cerimônia clandestina que ele celebrava num cemitério da via Ápia. Foram, ao mesmo tempo, executados seis dos sete diáconos que o rodeavam. Só pouparam algum tempo o diácono Lourenço, seu tesoureiro, a quem deixaram quatro dias para entregar os bens da Igreja. Assim se procedia desde que o imperador Valeriano (+260) estabelecera a pena de morte “sem julgamento, só com verificação de identidade”, contra os Bispos, padres e diáconos da religião cristã.
Testemunho
Dessa forma, São Sisto II e seus companheiros mártires entregaram a vida deles em sinal de fidelidade a Cristo e foram recompensados com o tesouro da eternidade no Céu. O martírio torna-se um grande testemunho para a comunidade cristã, além de fomentar a fé na vida eterna e na verdade do Evangelho. A comunidade a qual esses homens participavam foi enriquecida e amadurecida pela dor da tragédia transformada em alegria e admiração popular.
A minha oração
“Aos mártires pedimos a fortaleza da fé contra as tentações que vivemos constantemente, além da sabedoria para superar as provações, perseguições e ocasiões de luta. São Sisto, nosso exemplo de pastor, rogamos a intercessão e bênçãos. Amém!”
São Sisto e companheiros mártires, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 07 de Agosto:
- São Caetano de Thiene, presbítero, que em Nápoles, na Campânia, região da Itália. († 1547)
Em Augsburgo, na Récia, atualmente na Alemanha, Santa Afra, mártir. († 304) - Em Arezzo, na Etrúria, hoje na Toscana, região da Itália, São Donato. († s. IV)
- Em Chalons, na Gália, Bélgica, hoje na França, São Donaciano, bispo. († s. IV)
- Em Ruão, também na Gália, Bélgica, hoje na França, São Vitrício, bispo. († c. 410)
Em Besançon, na Borgonha, também na atual França, São Donato, bispo. († d. 658) - No território da Venécia, hoje na região do Véneto, na Itália, o Beato Jordão Forsaté, abade, que fundou mosteiros em Pádua. († c. 1248)
- Em Messina, na Sicília, região da Itália, Santo Alberto dégli Abbáti, presbítero da Ordem dos Carmelitas. († c. 1306/1307)
- Em Sassoferrato, no Piceno, hoje nas Marcas, também região da Itália, o Beato Alberto, monge da Ordem dos Camaldulenses. († 1350)
- Em L’Áquila, no território dos Vestinos, também na hodierna Itália, o Beato Vicente, religioso da Ordem dos Menores. († 1504)
- Em Gondar, na Etiópia, os beatos Agatângelo de Vendôme (Francisco Nourry) e Cassiano de Nantes (Gonçalo Vaz Lopes-Neto de Nantes), presbíteros da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos e mártires. († 1638)
- Em Lencastre, na Inglaterra, os beatos Martinho de São Félix (João Woodcock), da Ordem dos Frades Menores, Eduardo Bamber e Tomás Whitaker, presbíteros e mártires. († 1646)
- Em York, também na Inglaterra, o Beato Nicolau Postgate, presbítero e mártir. († 1679)
- Em Gorka Duchowna, cidade próxima de Poznam, na Polónia, o Beato Edmundo Bojanowski fundador da Congregação das Escravas do Imaculado Coração da Mãe de Deus. († 1871)
- Em Colima, no México, São Miguel de la Mora, presbítero e mártir, que, durante a perseguição contra a Igreja, por ser sacerdote foi coroado com o martírio. († 1927)
- Em Los Yébanes, próximo de Toledo, na Espanha, os beatos Teodósio Rafael (Diodoro López Hernando), Carlos Jorge (Dalmácio Bellota Pérez) e Eustáquio Luís (Luís Villanueva Montoya), religiosos da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs e mártires. († 1936)Fontes:
- vatican.va e vaticannews.va
- Martirológio Romano – liturgia.pt
- Liturgia das Horas
- Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” – Prof Felipe Aquino [Cléofas 2007]
– Pesquisa e redação: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
– Produção e edição: Bianca Vargas
Festa da Transfiguração do Senhor
História
A festa da Transfiguração recorda a dedicação das Basílicas do Monte Tabor, celebrada desde o fim do século V. Esta festa é posterior à da Exaltação da Cruz (14 de setembro), da qual depende a sua data, marcada para 6 de agosto, 40 dias antes da Exaltação da Cruz. A festa começou a ser celebrada também no Ocidente, a partir do século IX, quando foi inserida no calendário romano pelo Papa Calisto III, em 1457: uma ocasião histórica pela feliz recordação da vitória contra os Turcos, ocorrida no ano anterior, que ameaçavam seriamente o Ocidente.
Festa no Oriente
A Transfiguração do Senhor está entre as grandes festas e solenidades da Igreja oriental, vem precedida com a oração das vésperas solene, seguido da grande vigília de oração, é evidente que, para os nossos irmãos orientais, esta festa tem uma importância extraordinária, pois traduz profundamente a teologia da divinização do homem.
Sagrada Escritura
O episódio da Transfiguração chegou até nós por meio dos relatos dos Evangelhos Sinóticos (Mt 17,1-9; Mc 9,2-10; Lc 9,28-36), mas também por meio de uma alusão, contida na Segunda Carta de São Pedro Apóstolo (1.16 a 18), proposta pela forma litúrgica como uma leitura do livro do profeta Daniel (7-9-10.13-14), se a festa for celebrada na semana.
Neste evento prodigioso, Moisés e Elias (a Lei e os Profetas) apareceram conversando com Jesus. Diante de tudo isso, Pedro se voltou para Jesus para expressar a sua admiração e seu temor pelo que ele e os outros dois discípulos tinham visto e em que eles estavam participando: “Rabino, que quer dizer (mestre), é bom estarmos aqui: vamos fazer três tendas, uma para ti, uma para Moisés e outra para Elias”.
Uma nuvem chegou, símbolo da presença divina como a que acompanha os judeus, (cf. Êxodo 16, 16), que os envolveu com sua sombra, da qual veio uma voz: “Este é o meu Filho amado: escutai-o!”, repetindo o que Deus, o Pai, já havia revelado por ocasião do batismo de Jesus no Jordão, a primeira teofania da Trindade. “Filho Amado” é um dos mais importantes títulos cristológicos, inspirados por (Isaías 42, 1), onde o termo “amor” significa o Servo de Javé, enquanto o convite: “ouvir”, lembra (Deuteronômio 18,25), onde Moisés anuncia a vinda do profeta do fim dos tempos ao qual o povo deve ouvir.
Essa voz e a sombra da nuvem lançaram os discípulos em grande medo, de modo a prostrá-los ao chão. Mas quando os discípulos olharam em volta, não viram senão só Jesus. Esta presença, é o único essencial, é a coisa mais importante a ser encontrada no final de uma grande experiência. Ao descerem da montanha, Jesus ordenou que não contassem a ninguém sobre a experiência teofânica vivida, exceto depois que o Filho do Homem ressuscitou dos mortos, o que eles não compreenderam.
Teofania
A Transfiguração é, portanto, uma teofania, uma manifestação tanto da vida divina de Cristo como da Trindade. Nesse sentido, o episódio da vida de Jesus é considerado como o batismo de Jesus no Jordão. A voz do Pai declara Jesus como seu filho amado; o Filho está brilhando de luz, símbolo de sua descida divina; o Espírito envolve os discípulos à sombra da nuvem, tornando-se o portador da voz que testemunha a identidade de Jesus. Jesus foi transfigurado aos olhos dos seus discípulos, e até mesmo os olhos dos discípulos foram transfigurados, no sentido de uma transformação de sua capacidade de ver, contemplar, para ser capaz de encontrar em Cristo a glória de Deus através do Espírito Santo.
A minha oração
“Jesus, amigo de todos, assim como manifestastes a Tua glória aos discípulos, Te pedimos que se manifeste a nós, para que Te conheçamos melhor e Te amemos acima de tudo, acima de todos! Que o encontro contigo deixe marcas profundas em nossa história. Amém!”
Outros santos e beatos celebrados em 06 de Agosto:
- Em Roma, junto à Via Ápia, no cemitério de Calisto, a paixão de São Sisto II, papa, e seus companheiros. († 258)
- Em Alcalá de Henares, na Hispânia Cartaginense, hoje na Espanha, os santos irmãos Justo e Pastor, mártires. († 304)
- Em Roma, junto de São Pedro, o sepultamento de Santo Hormisdas, papa, que, como bom promotor da paz, conseguiu que no Oriente fosse resolvido o cisma de Acácio e no Ocidente fossem respeitados pelos novos povos os direitos da Igreja. († 523)
- Em Savona, na Ligúria, região da Itália, o Beato Octaviano, bispo e irmão do papa Calisto II. († 1132)
No território do Luxemburgo, o Beato Gecelino, eremita. († c. 1138) - Em Bolonha, na Emília-Romanha, região da Itália, o dia natal de São Domingos de Gusmão, presbítero. († 1221)
- Em Montevideu, no Uruguai, Santa Maria Francisca de Jesus (Ana Maria Rubatto), virgem, que, em Loano, cidade próxima de Savona, na Itália, fundou o Instituto das Irmãs Terciárias Capuchinhas. († 1904)
- Perto de Gandia, no território de Valença, na Espanha, o Beato Carlos López Vidal, mártir. († 1936)
- Em Roda-Holot, na Catalunha, também na Espanha, o Beato Adolfo Jaime (António Serra Hortal), religioso da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs e mártir. († 1936)
- Em Talavera de la Reina, próximo de Toledo, também na Espanha, o Beato Saturnino Ortega Montealegre, presbítero da diocese de Toledo e mártir. († 1936)
- Perto de Munique, cidade da Baviera, na Alemanha, o Beato Tadeu Dulny, mártir. († 1942)Fontes:
- vatican.va e vaticannews.va
- Martirológio Romano – liturgia.pt
- CNBB.or.br – Transfiguração do Senhor
- Liturgia das Horas
- Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” – Prof Felipe Aquino [Cléofas 2007]
– Pesquisa e redação: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
– Produção e edição: Bianca Vargas
Dedicação da Basílica de Santa Maria Maior
Milagre da Neve
Ao frade Bartolomeu de Trento, que viveu na metade do século XIII, devemos a versão sobre a origem da basílica de Santa Maria Maior. Segundo uma antiga lenda, um casal romano rico pediu luzes a Virgem para saber como empregar a sua fortuna. Então, em sonhos, recebeu uma mensagem de que Maria queria que lhe fosse construída uma igreja, precisamente sobre o monte Esquilino, que, entre os dias 4 e 5 de agosto, em pleno verão europeu, estaria coberto de neve. No dia 5 de agosto do ano 358, em pleno verão italiano, nevou no centro de Roma.
Segundo a tradição, a Praça Santa Maria Maior foi palco da evocação deste milagre. A Virgem havia indicado aquele lugar ao então pontífice Libério, para que fosse construído um templo em sua honra. A Basílica de Santa Maria Maior é chamada também Basílica de Nossa Senhora das Neves. A construção da igreja teve início durante o papado de Libério, e foi consagrada pelo Papa Sixto III. Essa igreja é uma das quatro Basílicas papais.
Relíquia
Santa Maria Maior é a primeira Basílica do Ocidente dedicada a Virgem Maria e uma das mais belas e adornadas de Roma. Segundo a tradição, nela se encontra um relicário com um fragmento da manjedoura do Menino Jesus. Nela foi realizado o primeiro presépio que se tem notícia na Igreja, por isso também ficou conhecida como basílica de “Santa Maria do Presépio”. Na basílica, encontram-se os primeiros e mais ricos mosaicos alusivos a Nossa Senhora, e é, de fato, um dos maiores e mais belo santuário mariano de toda a cristandade.
Tradição das flores
No dia dedicado a Virgem, em honra do local, todos os ritos litúrgicos são acompanhados de momentos em que acontece uma chuva de flores para relembrar o “milagre da neve”. Esse ato tornou-se tradição em Roma, uma expressão popular promovida até mesmo pela prefeitura da cidade.
Intenção e importância
A construção e dedicação desta Basílica é uma forma de reconhecer a grandeza da Santíssima Virgem Maria como Mãe de Deus. A dedicação da Basílica de Santa Maria Maior também é expressão desse amor e hiperdulia prestados hoje, nesta celebração, no mundo inteiro. Maria é a figura importantíssima e jamais pode ser deixada de lado na história da salvação. Devido a tão grande relevância, a Igreja, em sua sabedoria, dedica inúmeros templos e oferece durante o ano litúrgico várias memórias e festas, para que cada cristão possa também renovar a sua devoção a Maria, que é tão salutar para a salvação das almas.
A minha oração
“Queremos reconhecer-te como nossa Santíssima Mãe e a ti prestar homenagem. Amar-te e pedir o Vosso carinho e proteção, pois longe de ti não há salvação, nem segurança. Perto de ti caminho seguro e a estrada é certa! Amém.”
Santa Mãe de Deus , rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 05 de Agosto:
- Em Chalons-sur-Marne, na Gália, Bélgica, atualmente na França, São Mémio, venerado como o primeiro bispo desta cidade. († s. III-IV)
- Em Teano, na Campânia, região da Itália, São Páris, bispo, é considerado o primeiro a ocupar esta sede episcopal. († s. IV)
- Em Autun, na Gália Lionense, hoje na França, São Cassiano, bispo. († s. IV)
Em Nazianzo, na Capadócia, hoje Nenízi, na Turquia, Santa Nona, que foi esposa do bispo São Gregório o Velho e mãe dos santos Gregório o Teólogo, Cesário e Gorgónia. († 374) - Em Áscoli Piceno, hoje nas Marcas, região da Itália, Santo Emídio, celebrado como o primeiro bispo desta cidade e mártir. († s. IV)
- Em Viviers, na Gália, hoje na França, São Venâncio, bispo. († d. 535)
Em Tremblevif, localidade hoje chamada Saint-Viâtre, na região de Sologne, na Gália, hoje também na França, São Viador, eremita. († s. VI) - Em Maserfield, localidade posteriormente denominada Oswestry em sua honra, na região de Shrewsbury, na Inglaterra, Santo Osvaldo, mártir. († 642)
- Em Montegranaro, no Piceno, hoje nas Marcas, região da Itália, o Beato Francisco Zanfredíni, popularmente chamado “Cecco de Pêsaro”, da Ordem Terceira de São Francisco. († c. 1350)
- Em San Severino, também no Piceno, Santa Margarida, viúva. († c. 1395)
Num barco ancorado ao largo de Rochefort, na França, o Beato Pedro Miguel Noël, presbítero de Ruão e mártir. († 1794) - Em Más Lanes, na Catalunha, região da Espanha, o Beato Edmundo Ângelo (Pedro Masó Llagostera), religioso da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs e mártir. († 1936)
- Em Madrid, na Espanha, os beatos mártires Maximino Fernández Marinas, Vítor Garcia Ceballos e Manuel Moreno Martínez, presbíteros, e Eduardo González Santo Domingo, religioso, todos da Ordem dos Pregadores e mártires. († 1936)
- Em Fuente la Higuera, na Catalunha, também na Espanha, os beatos Gavino Olaso Zabala, presbítero da Ordem de Santo Agostinho e companheiros mártires. († 1936)
- Fontes:
- vatican.va e vaticannews.va
- Martirológio Romano – liturgia.pt
- Liturgia das Horas
- Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” – Prof Felipe Aquino [Cléofas 2007]
– Pesquisa e redação: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
– Produção e edição: Bianca Vargas
São João Maria Vianney, padroeiro dos sacerdotes
Origens
São João Maria Vianney nasceu no ano de 1786, em Dardilly, França. Seus pais, Mateus e Maria, tiveram sete filhos; ele foi o quarto. Desde a infância, ele dizia que queria ser sacerdote.
Rude camponês
Ele enfrentou a resistência do pai para seguir a vida religiosa, mas, com a ajuda do pároco, aos vinte anos de idade, ele foi para o Seminário de Écully. No local, ele encontrou dificuldades por causa de sua falta de instrução. Os professores e superiores o consideravam um rude camponês que não conseguia acompanhar os estudos, principalmente, filosofia e teologia.
Em 1815, João Maria Batista Vianney foi ordenado sacerdote, porém, com um impedimento: não poderia ser confessor, já que não era considerado capaz de guiar consciências. Três anos depois, conseguiu a liberação para exercer o apostolado plenamente.
Conversão de uma cidade
Então, foi designado vigário geral na cidade de Ars-sur-Formans, conhecida pelos vícios, bebedeiras, bailes, trabalhos aos domingos e blasfêmias. Contudo, ele reverteu essa triste realidade após treze anos de exemplo, caridade, piedade e perseverança. A igreja ficava lotada e todos queriam confessar-se.
A fama de santidade de João Maria Batista Vianney percorreu toda a Europa. Muitas pessoas iam até a paróquia de Ars para ver o padre e para confessar-se com ele.
Páscoa
A sua vida sacerdotal durou 40 anos. Ele morreu em 1859, com 73 anos. João Maria Batista Vianney foi canonizado pelo Papa Pio XI, em 1925, mas já era venerado como santo.
Foi proclamado padroeiro dos sacerdotes, além disso, no dia de sua festa, passou a ser celebrado o Dia do Padre.
Minha oração
“São João Maria Vianney, padroeiro dos sacerdotes, peço a vossa intercessão para não desistir dos meus objetivos, apesar das dificuldades, assim como foi com a vossa vida sacerdotal. Inspira-me a sempre estar junto de Deus. Amém.”
São João Maria Vianney, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 4 de agosto:
- Comemoração de Santo Aristarco de Tessalônica, que foi discípulo do Apóstolo São Paulo.
- Em Roma, junto à Via Tiburtina, os santos Justino e Crescenciano, mártires. († 258)
- Em Társia, na Bitínia, atualmente na Turquia, Santo Eleutério, mártir. († s. IV)
- Na antiga Pérsia, Santa Ia, mártir no tempo do rei Sapor II. († c. 362)
- Em Tours, na Nêustria, na hodierna França, a comemoração de Santo Eufrónio, bispo. († 573)
- Na floresta de Panaia, perto de Catanzaro, na Calábria, região da Itália, Santo Onofre, eremita. († 995)
- Em Split, na Dalmácia, na atual Croácia, São Rainério, bispo e mártir. († 1180)
- Em Bolonha, na Emília-Romanha, região da Itália, a Beata Cecília, virgem. († 1290)
- Em Londres, na Inglaterra, o Beato Guilherme Horne, mártir, monge na Cartuxa desta cidade. († 1540)
- Em Montréal, no Quebec, província do Canadá, o Beato Frederico Janssoone, presbítero da Ordem dos Frades Menores. († 1916)
- Em Madrid, na Espanha, o Beato Gonçalo Gonçalo, religioso da Ordem de São João de Deus e mártir. († 1936)
- Em Barcelona, também na Espanha, os beatos mártires José Batalla Parramon, presbítero, José Rabasa Bentanachs e Gil Rodício Rodício, religiosos da Sociedade Salesiana. († 1936)
- No campo de concentração de Dachau, cidade da Baviera, na Alemanha, o Beato Henrique Krzystofik, presbítero e mártir. († 1942)
- Fontes:
- vatican.va e vaticannews.va
- Martirológio Romano – liturgia.pt
- Arquisp.org.br
– Produção e edição: Bianca Vargas
Santa Lídia, uma das primeiras a ser venerada pela Igreja
Origens
O culto a Santa Lídia é uma das tradições mais antigas da Igreja. Sua casa foi a primeira igreja fundada na Europa por São Paulo. Lídia veio da Grécia asiática e instalou-se para o seu comércio em Filipos, porto do Mar Egeu.
Discípula de Paulo
Ela e a família se converteram no ano 55 quando encontraram os apóstolos Silas, Timóteo, Lucas e Paulo. Essa conversão é narrada em Ato dos Apóstolos, por São Lucas: “Dali fomos a Filipos, que é a cidade principal daquele distrito da Macedônia, uma colônia (romana). Nesta cidade, nos detivemos por alguns dias. No sábado, saímos fora da porta para junto do rio, onde pensávamos haver lugar de oração. Aí nos assentamos e falávamos às mulheres que se haviam reunido. Uma mulher, chamada Lídia, da cidade dos tiatirenos, vendedora de púrpura, temente a Deus, nos escutava. O Senhor abriu-lhe o coração para atender às coisas que Paulo dizia” (At 16,12-14). Depois disto, ela os convidou: “Se vocês me consideram fiel ao Senhor, permaneçam em minha casa”.
Influente e rica
Lídia era uma comerciante de púrpura, corante usado em tecidos finos, como a seda e a lã de qualidade. Dessa forma, ela era considerada uma mulher rica e influente, o que a ajudou a evangelizar outros filipenses. A missão de levar o Evangelho para o Ocidente a manteve próxima ao apóstolo Paulo.
O nome de Lídia foi incluso no Martirológico romano pelo cardeal César Barónio, em 1607, que estava responsável pela revisão da lista de santos.
Minha oração
“Ó santa Lídia, umas das primeiras santas a ser venerada, ajuda-me a abrir meu coração a Jesus como tu fizestes ouvindo os apóstolos. Que minha casa também seja Igreja, lar de fé e esperança. Amém.”
Santa Lídia, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 3 de agosto:
- Em Nápoles, na Campânia, região da Itália, Santo Asprenate, primeiro bispo desta cidade. († s. II-III)
- Em Autun, hoje na França, Santo Eufrónio, bispo. († d. 475)
- No monte Mássico, região da Itália, São Martinho, que permaneceu durante muitos anos recluso numa caverna. († 580)
- Em Anágni, também região da Itália, São Pedro, bispo. († 1105)
- Em Lucera, também região da Itália, o Beato Agostinho Kazotic, bispo, da Ordem dos Pregadores. († 1323)
- Em Alicante, na Espanha, o Beato Salvador Ferrándis Segui, presbítero e mártir. († 1936)
- Em Samalus, também na Espanha, os beatos mártires Afonso López López, presbítero, e Miguel Remon Salvador, religioso, ambos da Ordem dos Frades Menores Conventuais. († 1936)
- Em Barcelona, também na Espanha, o Beato Francisco Bandrés Sánchez, presbítero da Sociedade Salesiana e mártir. († 1936)
- Em Ronda, perto de Málaga, também na Espanha, os beatos António Mohedano Larriva e António Pancorbo López, presbíteros da Sociedade Salesiana e mártires. († 1936)
- Fontes:
- vatican.va e vaticannews.va
- Martirológico Romano – liturgia.pt
- Arquisp.org.br
– Produção e edição: Bianca Vargas
Santo Eusébio de Vercelli, exemplo de defesa do cristianismo
Eusébio nasceu na ilha da Sardenha no ano 283. Após a morte do pai, foi levado pela mãe para Roma para terminar os estudos eclesiásticos. Eusébio entrou para o clero muito jovem, e logo foi ordenado sacerdote. Em 345, foi consagrado bispo da diocese de Vercelli pelo Papa Júlio I.
Exílio
Durante o Concílio de Milão, em 355, Eusébio e outros bispos foram contra o Arianismo, que negava a divindade de Cristo. Por isso, foram condenados ao exílio na Palestina. Lá, Eusébio sofreu torturas físicas e psicológicas.
Em seguida, foi mandado para a Capadócia, na Turquia, e, de lá, para o deserto de Tebaida no Egito. Depois de seis anos de exílio, Eusébio, finalmente, alcançou a liberdade. Ele continuou o trabalho de evangelização indo a Antioquia, Ilíria, Itália e França.
Páscoa
Eusébio faleceu no dia 10 de agosto de 371 na diocese em Vercelli.
Suas relíquias foram sepultadas na catedral de Vercelli e permanecem lá até hoje.
Minha oração
“Santo Eusébio de Vercelli, bispo e mártir, exemplo de defesa da fé em Cristo, pedimos a força para vencer toda a tentação e seguirmos o caminho do Evangelho. Amém.”
Santo Eusébio de Vercelli, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 2 de agosto:
- São Pedro Julião Eymard, presbítero. Morreu na localidade de La Mure, perto de Grenoble, na França, onde tinha nascido. († 1868)
- Na África Setentrional, na atual Tunísia, a comemoração de São Rutílio, mártir. († a. 212)
- Em Roma, no cemitério de Calisto, Santo Estêvão I, papa. († 257)
- No território de Burgos, na Hispânia, Santa Centola, mártir. († data inc.)
- Em Pádua, na Venécia, hoje na Itália, São Máximo, bispo, que é considerado sucessor de São Prosdócimo. († s. III-IV)
- Em Marselha, na Provença, região da Gália, atualmente na França, São Sereno, bispo. († d. 601)
- Em Chartres, na Nêustria, hoje também na França, São Betário, bispo. († c. 623)
- Em Palência, na região de Castela, na Espanha, o passamento de São Pedro, bispo de Osma. († 1109)
- Em Caleruega, também na região de Castela, a comemoração da Beata Joana, mãe de São Domingos. († s. XIII in.)
- Em Barbastro, também na Espanha, os beatos Filipe de Jesus Munárriz Azcona, João Díaz Nosti e Leôncio Pérez Ramos, presbíteros e mártires. († 1936)
- Também em Barbastro, o Beato Zeferino Giménez Malla, mártir. († 1936)
- Em Híjar, localidade próxima de Teruel, na Espanha, o Beato Francisco Calvo Burillo, presbítero da Ordem dos Pregadores e mártir. († 1936)
- Em Madrid, também na Espanha, o Beato Francisco Tomás Serer, presbítero da Congregação dos Terciários Capuchinhos de Nossa Senhora das Dores. († 1936)
- Em Pianura, na Campânia, região da Itália, São Justino Maria Russolíllo, presbítero da diocese de Nápoles. († 1955)Fontes:
- vatican.va e vaticannews.va
- Martirológio Romano – liturgia.pt
- Arquisp.org.br
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Afonso Maria de Ligório, fundador da Congregação do Santíssimo Redentor
Origens
Afonso de Ligório nasceu no dia 27 de setembro de 1696, em Nápoles, na Itália. Era filho de pais cristãos, ricos e nobres, que deram-lhe todas as condições de estudo acadêmicos como religiosos.
Com 16 anos, doutorou-se em Direito Civil e Eclesiástico, atendendo os ricos e pobres com a mesma igualdade. Entretanto, após anos de profissão, perdeu uma causa de grande repercussão social por exclusiva interferência política.
Das leis humanas às leis de Deus
A situação ocasionou-lhe uma forte desilusão moral e decidiu, então, abandonar tudo e seguir a vida religiosa. A princípio, o pai não concordou, mas, quando viu Afonso renunciar à herança e aos títulos de nobreza, aceitou sua decisão.
Concluiu os estudos de teologia e foi ordenado sacerdote aos trinta anos, em 1726, dedicando o seu sacerdócio aos mais pobres.
Fundação da Congregação do Santíssimo Redentor
Em 1730, decidiu de deixar Nápoles para se retirar para o eremitério beneditino da Vila dos Escravos, perto de Caserta. Ali, fundou a Congregação do Santíssimo Redentor, destinada, exclusivamente, à pregação aos pobres, às regiões de população abandonada, sob a forma de missões e retiros. Essa experiência teve um sucesso imediato em Nápoles, a ponto de atingir cerca de 30 mil inscritos para serem educados. Ele mesmo viajou por quase todo o sul da Itália pregando a Palavra de Deus e a devoção a Maria.
Em 1762, com 66 anos, Afonso Maria foi nomeado Bispo de Santa Águeda dos Godos, em Benevento. Após 15 anos, renunciou o cargo por problemas de saúde.
Páscoa
Faleceu com 91 anos, em 1787, em Nocera dei Pagani, Itália. Deixou um acervo de cento e vinte livros e tratados. Entre os mais célebres, estão: “Teologia moral”; “Glórias de Maria”, “Visitas ao SS. Sacramento”; além do “Tratado sobre a oração”.
Santo Afonso Maria de Liguori foi canonizado em 1839 e proclamado Doutor da Igreja, por Pio IX, em 1871. Em 1950, Pio XII o proclamou “Padroeiro celestial de todos os confessores e moralistas”.
Minha oração
“Ó santo mestre e doutor da Igreja, concede-nos a devoção e amor pleno a Deus, capaz de fazer-nos abandonar tudo para servi-Lo. Amém.”
Santo Afonso Maria de Ligório, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 01 de agosto:
- Em Antioquia, na Síria, na Turquia, comemoração da paixão dos santos sete irmãos mártires.
- Comemora-se também Santo Eleázaro, um dos escribas mais notáveis.
- Na Via Prenestina, a trinta milhas de Roma, São Secundino, mártir. († data inc.)
- Em Gerona, na Hispânia Tarraconense, São Félix, mártir na perseguição do imperador Diocleciano. († s. IV in.)
- Em Vercelas, na Ligúria, hoje no Piemonte, região da Itália, o dia natal de Santo Eusébio, bispo, cuja memória se celebra amanhã. († 371)
- Em Bayeux, na Gália Lionense, hoje na França, Santo Exupério, que é venerado como primeiro bispo desta cidade. († c. s. IV)
- Na Aquitânia, também na atual França, São Severo, presbítero, que deu todos os seus bens para a construção de igrejas e para o serviço dos pobres. († c. 500)
- Em Besné, ilha próxima de Nantes, na Gália, hoje também na França, os santos Friardo e Secundelo diácono, eremitas. († s. VI)
- Em Marchiennes, na Gália Bélgica, atualmente também na França, São Jonato, abade, discípulo de Santo Amando.(† c. 690)
- Em Winchester, na Inglaterra, o sepultamento de Santo Etelvoldo, bispo, que redigiu a “Reguláris Concórdia”. († 984)
- Em Aosta, nos Alpes Graios, na hodierna Itália, o Beato Emérico de Quart, bispo. († 1313)
- Em Riéti, também na atual Itália, o Beato João Bufalári, religioso da Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho. († c. 1336)
- Em Roma, São Pedro Fabro, presbítero, um dos primeiros companheiros da Companhia de Jesus. († 1546)
- Em York, na Inglaterra, o Beato Tomás Welbourne, mártir. († 1605)
- Em Nam Dinh, no atual Vietnam, os santos Domingos Nguyên Van Hanh (Diêu), da Ordem dos Pregadores, e Bernardo Vu Van Duê, presbíteros e mártires. († 1838)
- Em La Mure, localidade da região de Isère, na França, o dia natal de São Pedro Julião Eymard, presbítero. († 1868)
- Em Madrid, na Espanha, o Beato Benvindo (José de Miguel Arahal), presbítero da Congregação dos Terciários Capuchinhos de Nossa Senhora das Dores e mártir. († 1936)
- Em Toledo, também na Espanha, o Beato Justino Alarcón Vera, presbítero da diocese de Toledo e mártir. († 1936)
- No campo de concentração de Dachau, na Alemanha, o Beato Gerardo Hirschfelder, presbítero diocesano e mártir. († 1942)
- No campo de concentração de Dachau, na Baviera, região da Alemanha, o Beato Aleixo Sobaszek, presbítero e mártir. († 1942)
- Num bosque próximo de Nowogrodek, cidade da Polónia, as beatas Maria Estela do Santíssimo Sacramento (Adelaide Mardosewicz) e dez companheiras da Congregação das Irmãs da Sagrada Família de Nazaré, virgens e mártires.Fontes:
- vatican.va e vaticannews.va
- Martirológio Romano – liturgia.pt
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