Lapidando o Matrimônio em Cristo.

Catequese Matrimonial, um pedido do Papa Francisco e um dever da Igreja

Em 2022, o Vaticano, por meio do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, lançou um novo documento sobre o catecumenato para a vida matrimonial – chamado “Itinerários Catecumenais para a vida matrimonial. Diretrizes Pastorais para Igrejas particulares”.

Neste documento, a Igreja destaca a necessidade de “um novo catecumenato”.

Isso é algo que o Papa vem pedindo, ao ressaltar que a preparação para o matrimônio deve ser uma verdadeira catequese, um catecumenato e não apenas um encontro de um ou dois dias.

Para muitos, isso parece uma novidade. Mas a catequese matrimonial é uma orientação antiga que ainda não foi implantada em muitos locais. Por isso, nesse documento, a Igreja renova seu pedido e o complementa com ainda mais clareza.

O documento reforça as etapas da preparação e o cuidado não somente com a etapa próxima – mais conhecida como os encontros de preparação – mas também com a etapa remota e a imediata.

Embora muitos candidatos ao matrimônio estejam pensando mais nos preparativos da festa do que no discernimento, é papel da Igreja lembrá-los e auxiliá-los nesta etapa próxima, para que iniciem a vida matrimonial com consciência do compromisso que é assumido.

Encontros de preparação para a vida matrimonial não são apenas para noivos !

Um dos pontos mais importantes é que a etapa próxima não seja restrita aos “noivos” ou àqueles que já preparam o casamento, mas que seja aberta a todos os “candidatos ao matrimônio”, o que também inclui os namorados maduros e os coabitantes que pensam em se casar.

Outro destaque do documento é para que esta etapa de catequese matrimonial tenha duração de aproximadamente um ano.

Esta duração favorece o amadurecimento dos casais em temas delicados que muitas vezes, sabemos, eles acabam aprendendo só nos encontros de preparação para o matrimônio e precisam de tempo para reflexão e amadurecimento.

O prefácio do Papa Francisco destaca:

– É um documento para todos da pastoral familiar!
– O novo catecumenato para o matrimônio visa fazer com que a preparação não seja demasiado superficial.
– “os casais deparam-se com o risco real de celebrarem um casamento nulo ou com bases tão frágeis que desmorone em pouco tempo”.
– A Igreja deve dedicar tempo a estes casais. E… “Dedicar tempo é sinal de amor: se não dedicarmos tempo a uma pessoa, é sinal de que não a amamos”

Além destes destaques, compartilha conosco o Papa:

É algo que me vem muitas vezes à mente quando penso que a Igreja dedica muito tempo, anos, à preparação dos candidatos ao sacerdócio ou à vida religiosa, mas tão pouco tempo, não mais do que algumas semanas, aos que se preparam para o matrimônio.”

E dentre muitos ensinamentos, o Papa conclui seu prefácio clamando: Iniciemos processos de renovação pastoral!”


Curso Gratuito sobre o Catequese Matrimonial

Para dar amplo conhecimento deste rico documento publicado pela Santa Sé, pelo Dicastério para o Leigos, a Família e a Vida, a Pius Edições lançará, em breve, um curso sobre especial sobre ele, abordando não somente a etapa próxima, mas todas as etapas da preparação para o matrimônio.

Não perca esta oportunidade e se cadastre ao final desta página para entrar no grupo da Pius Edições, onde informaremos sobre abertura de inscrições do curso.

Brasil tem grandes experiências de catequese matrimonial

Há vários anos, existem grandes experiências de catequese matrimonial no Brasil.

Especialmente na etapa próxima, diversas dioceses e paróquias em todo o país vêm buscando abandonar o modelo antigo, de poucos encontros, para oferecerem uma formação mais completa e bem alinhada à necessidade da Igreja e dos casais.

A partir do final da década de 1990, começaram a surgir materiais para guiar a catequese matrimonial na etapa próxima – os chamados encontros de preparação para vida matrimonial. Eles foram preparados por casais, sacerdotes, comissões diocesanas e pela Comissão Nacional da Pastoral Familiar.

Atualmente, há mais de uma dezena desses materiais em uso em todo o país.

O novo documento do Dicastério faz um grande incentivo para que as dioceses tenham a liberdade de escolher ou até criar seus próprios materiais, pois a Igreja não instituiu um único material, nem obriga a usar um em específico.

O importante, para estar em comunhão com as diretrizes da Santa Sé, é que a preparação seja feita de maneira alinhada aos ensinamentos da Igreja e na dinâmica que prepare bem os casais!

Um dos materiais que mais se disseminou no Brasil é o livro Matrimônio: Encontros de preparação – catecumenato matrimonial, escrito pelo casal Karina Parreira e André Parreira.

Ele foi inovador em sua praticidade, simplicidade de uso e fidelidade ao Magistério da Igreja. Por isso, foi muito bem acolhido e contribuiu na transformação da catequese matrimonial em todo o país, tendo alcançado mais de 100.000 casais em poucos anos.

Totalmente alinhado aos ensinamentos da Igreja, o livro tem dinâmica de leitura partilhada, que permite participação ativa de cada casal.

É um material didático e eficaz, que não deixa o encontro cansativo, mas animador.

E o livro não exige que os agentes de pastoral familiar sejam exímios palestrantes, pois a parte deles também é guiada.

Este livro, antes publicado pela Comissão Nacional da Pastoral Familiar, agora é publicado pelas Pius Edições e foi totalmente atualizado.

Uma guia seguro para os ensinamentos da Igreja

Uma das vantagens da didática do livro Matrimônio: Encontros de preparação é transmitir os ensinamentos da Igreja de forma simples.

Sabemos que não é tarefa simples para os agentes fazerem, eles mesmos, apresentações e palestras dos temas necessários à catequese matrimonial.

De um lado, não podemos esperar que todos os agentes tenham esta habilidade, de outro lado, não podemos deixar de transmitir a doutrina e promover as necessárias reflexões sobre o Matrimônio.

Atribuir este encargo a todos os milhares agentes – catequistas matrimoniais – é incorrer no risco de a doutrina da Igreja ser ensinada de forma incompleta e até com erros. Talvez também seja por isso que o número de catequistas matrimoniais é reduzido e não há grande oferta de “mão de obra” nas paróquias, comprometendo a disponibilidade da preparação.

A escassez de agentes vem sendo identificado como um dos grandes desafios da Pastoral Familiar no Brasil.

E foi compreendendo esta realidade que o guia “Matrimônio: Encontros de preparação” agrega inúmeras vantagens:

1. É um guia seguro e fácil de aplicar.

2. É um material dinâmico, que não cansa os casais.

3. É o material mais bem testado do Brasil, já utilizado por milhares de casais.

Diversos agentes de pastoral, sacerdotes e bispos atestam os benefícios de se utilizar este material, como o arcebispo de Ribeirão Preto, SP quem na apresentação da nova edição do livro, afirma:

Em 2019 a Arquidiocese Ribeirão Preto adotou como catequese matrimonial o texto de André e Karina “Matrimônio: encontros de preparação” precedida de uma Carta Pastoral. Foi a melhor decisão de nossa Igreja Particular em relação a evangelização da família. Já estamos colhendo bons frutos da aplicação desta Catequese Matrimonial.”

Dioceses e Paróquias adquirem os livros em lote com preço reduzido

A Pius Edições é a editora que lançou a nova edição do livro e é uma editora criada com o intuito de evangelização.

Como o livro é adquirido frequentemente pelas paróquias em lotes de 10 livros, 30, 50 unidades ou mais, há uma política de descontos que vai crescendo conforme o tamanho do pedido da pastoral.

Isso faz com que o custo por livro seja muito atrativo, permitindo que as paróquias forneçam um livro para cada casal candidato ao matrimônio e este seja um material de trabalho para os encontros de preparação.

Em muitos casos, a confecção de materiais pela diocese acabariam tendo custo superior ao de adquirir este guia, que é muito bem testado e aprovado, utilizado de forma mais ampla.

Apoio para a implantação dos encontros

Muitas dioceses vêm mudando o modelo, abandonando os encontros de final de semana e adotando 10 ou 12 encontros.

No início, pode haver uma certa resistência da parte de alguns, mas percebendo a importância do apelo do Papa Francisco e como é prático aplicar a dinâmica, a resistência acaba.

Nós temos trabalhado para dar apoio a paróquias e dioceses que estejam no modelo antigo e queiram adotar o formato de 12 encontros. 

Este apoio é como uma mentoria, uma consultoria, totalmente gratuita.

Ela pode ser apenas on-line, mas pode incluir formações na paróquia ou diocese presencialmente.

Quem vai acompanhar são agentes de pastoral com vasta experiência e tudo é alinhado conforme o desejo Pároco, como deve ser o serviço pastoral.

O contato para pedir apoio na implantação do novo modelo de encontros é feito pelo WhatsAppBasta clicar aqui para conversar com nossa equipe e ter mais informações sobre esta mentoria gratuita.

A catequese matrimonial é um tema muito importante e muito caro à Igreja. Como diz o Papa Francisco, é um dever da Igreja preparar estes casais. E quem atua neste serviço sabe como é gratificante ver os resultados.

https://www.pius.com.br/catequese-matrimonial-um-pedido-do-papa-francisco-e-um-dever-da-igreja/

Clique no link para ir até o site e preencher o formulário.


A presença de Deus no casamento une ainda mais os cônjuges.

 

 

Quando o casal permite que o Senhor se faça presente no seu lar, são por Ele guiados nos momentos de dificuldades. Essa união entre o casal e, do casal com Deus, torna-se ainda mais fortalecida.

Na união matrimonial, os cônjuges devem cumprir a ordem do Senhor:  que “as mulheres sejam submissas a seus maridos, como ao Senhor” e aos maridos ordenou “amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela” (Ef 5,22.25).

Portanto, o sacramento do matrimônio representa amor  até o sacrifício, fidelidade incondicional, cuidado, renúncia, zelo, amizade, perdão, respeito, etc.  

Esses são os mesmos valores que o Senhor tem pela Sua Igreja.

 

Como colocar Deus no casamento

 

Sabemos que na prática o matrimônio encontra muitos desafios, pois trata-se da união de duas pessoas com personalidades diferentes.

Além disso, os problemas do cotidiano também são capazes de nos inquietar, a tal ponto de, muitas vezes, não conseguirmos manter a serenidade.

Mas, lembre-se: quando se tem Deus no casamento, é Ele próprio quem atua dentro dessa união, nos ajudando no que é necessário.

Por isso, adotar algumas práticas no dia a dia é importante para abrir espaço para permitir que Deus possa agir em nosso meio.  Veja algumas dicas para colocar Deus no casamento!

 

Vida sacramental 

 

É nos sacramentos da Igreja que encontramos forças para – nas lutas diárias – buscar à santidade. De maneira especial, no Sacramento da Reconciliação (confissão) e da Eucaristia.

Quando confessamos nossos pecados e recebemos o perdão de Deus nos tornamos mais dispostos a pedir perdão e a perdoar o outro.

E, quando recebemos frequentemente a Jesus Eucarístico, fortalecemos nossa união particular com o Senhor. Consequentemente, ficamos mais dispostos à presença de Deus no casamento.

 

Para ter Deus no casamento é preciso oração diária

 

A oração é o alimento da nossa espiritualidade, é o que nos torna íntimos do Senhor. Portanto, sem a oração pessoal diária fica difícil darmos abertura para Deus agir em nosso meio.  

 

Encontro constante do casal para oração

 

Além das orações individuais, é muito importante que o casal se una em oração.

Juntos, os dois devem render graças a Deus pela sua união e pedir que o seu matrimônio seja fortalecido no amor do Senhor pela Sua Igreja.

Além disso, quando houver desentendimento, é necessário que o casal dê espaço para Deus agir no seu casamento, pedindo a unção do Espírito Santo para que lhes inspire a melhor solução.  

Juntos, leiam a Bíblia e meditem sobre o que Deus tem a lhes falar. Buscar juntos a vontade de Deus fortalece ainda mais o sacramento do matrimônio.

 

Pedir a intercessão de Nossa Senhora

 

Rezar o Terço em família e fazer a consagração à Nossa Senhora é outro meio de fortalecer o matrimônio.

Por isso, sempre que possível, reúna todos em sua casa para meditar os mistérios do santo Terço, pedindo à Virgem Maria que proteja sua família e para que cada um consiga viver com amor, responsabilidade e respeito o seu papel de pai, mãe e filhos.

 

 

 

 PREPARAÇÃO PARA O CASAMENTO


“Nem todos, porém, obedeceram ao Evangelho, pois Isaías diz: ‘Senhor, quem acreditou no que ouviu de nós’? Logo, a fé vem pelo ouvir, e o ouvir, pela palavra de Cristo” (Rm 10, 16-17). Ao apresentar o pilar da Palavra, esta passagem é recordada na apresentação das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil.

Num versículo anterior, a carta aos romanos fala da essencialidade do anúncio do querigma: “Como invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele a quem não ouviram? E como ouvirão, se ninguém proclamar” (Rm 14)?

Dois acontecimentos nos oferecem oportunidade de colocar novamente o foco de nossas reflexões na Palavra de Deus: a Assembleia da CNBB que deverá aprovar o documento“Animação Bíblica da Vida e da Pastoral da Igreja no Brasil”, e a realização do mês da Bíblia. Ambos nos convidam a voltarmos às as fontes dos valores essenciais de nossa fé e reforçarmos nossa vida e nossa missão fundada no pilar da Palavra. Finalmente, no dia 25 de setembro, último domingo do mês, celebraremos também o Domingo da Palavra de Deus, conforme estabelecido pelo Papa Francisco com o Motu Proprio “AperuitIllis”. A data comum estabelecida é o 3º. Domingo do Tempo Comum, mas o Brasil recebeu autorização da Santa Sé para celebrar no já tradicional Dia da Bíblia, no mês de setembro.

O texto bíblico escolhido para leitura, estudo, reflexão e oração este ano é o Livro de Josué. Este livro aborda uma questão bem atual, que é a da conquista da terra. Foi escolhido também em sintonia com a comemoração dos 200 anos da Independência do Brasil (1822). A passagem escolhida como lema é “O Senhor teu Deus está contigo por onde quer que andes” (Js 1,9), que conclui o versículo que se inicia com palavras de encorajamento: “Acaso não te ordenei que sejas forte e corajoso? Não tenhas medo, não te acovardes”.

O Livro de Josué vem após o Livro do Deuteronômio, que foi estudado no Mês da Bíblia de 2020. Enquanto o Deuteronômio conserva a memória da Aliança entre Deus e o povo de Israel realizada no deserto, o Livro de Josué descreve como a Aliança vai sendo vivida na terra de Canaã.

O Livro fala da conquista, da partilha e do estabelecimento do povo na terra de Canaã,realidade esta apresentada como herança prometida por Deus. A liderança de Josué é destacada, mas o povo reconhece a presença de Deus em cada vitória, por isso celebra e agradece a Deus por cada conquista.

Devido ao domínio de ideologias, o tema da terra tornou-se um tabu para muitos na Igreja, como outros temas ligados à doutrina social da Igreja. É preciso desvencilhar-se dos limites das ideologias para acolher com liberdade a mensagem da Palavra de Deus e a doutrina da Igreja que a interpreta para cada tempo. Assim, o Livro de Josué nos mostra como a terra é dom de Deus para todos. Ela não deve ser acumulada por uns poucos, mas repartida como uma forma de garantir o direito à vida digna para as famílias, e ser cuidada e não explorada.

O Livro de Josué, como qualquer outro livro da Bíblia, não pode ser lido de forma fundamentalista, ao pé da letra. Essa leitura já serviu para justificar guerras e agressões.A história do Brasil, no tocante à conquista da terra, pode ser um exemplo disso. É preciso estudar a história do texto na época em que foi escrito, para colher a mensagem da Palavra de Deus aí manifestada e válida para todos os tempos.

O estudo do Livro de Josué ajuda certamente a alimentar a esperança e compromisso de fé expressos pelo Papa Francisco na Encíclica Fratelli Tutti: “É possível desejar um planeta que garanta terra, teto e trabalho para todos. Este é o verdadeiro caminho da paz,e não a estratégia insensata e míope de semear medo e desconfiança perante ameaças externas. Com efeito, a paz real e duradoura é possível só a partir de uma ética global de solidariedade e cooperação ao serviço de um futuro modelado pela interdependência e a corresponsabilidade na família humana inteira” (FT, n. 127).

Don Tarcisio Scaramussa.


"A alegria do amor que se vive nas famílias é também a alegria da Igreja": estas são as primeiras palavras da Amoris laetitia, que constituem uma mensagem, mas também um apelo do Papa Francisco para que a Igreja saiba anunciar, especialmente aos jovens, a beleza e a abundância de graça que estão presentes no sacramento do matrimônio e na vida familiar. O convite é para formar e acompanhar os jovens para que não só compreendam, mas também experimentem a presença do Senhor no casal e assim, como diz o Papa Francisco, "amadureçam na certeza de que em seu vínculo há a mão de Deus". Assim inicia a apresentação do documento do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida que oferece aos pastores, aos cônjuges e a todos os que trabalham na pastoral familiar uma visão e uma metodologia renovada da preparação ao sacramento do matrimônio e para toda a vida conjugal. O documento é uma iniciativa do "Ano da Família Amoris Laetitia" e responde ao desejo do Santo Padre de oferecer novos caminhos de preparação para o sacramento do matrimônio.

 

Por que o casamento é um sacramento?

O Catecismo da Igreja ensina que “a aliança matrimonial, pela qual o homem e a mulher constituem entre si uma comunhão de vida toda, é ordenada por sua índole natural ao bem dos cônjuges e à geração e educação da prole, e foi elevada, entre os batizados, à dignidade de sacramento por Cristo Senhor” (CIC 1601).

Portanto, Cristo é a fonte de toda graça no matrimônio. Sendo assim,como outrora Deus tomou a iniciativa do pacto de amor e fidelidade com seu povo, agora o Salvador dos homens, Esposo da Igreja, vem ao encontro dos cônjuges cristãos pelo sacramento do Matrimônio” (CIC 1642).

O Sacramento do Matrimônio confere uma bênção sobrenatural à uma união natural, que conduz os cônjuges à uma experiência transcendente, que toca a eternidade.

Além disso, essa graça é atualizada todos os dias quando o casal permite a presença de Deus no casamento. 

“Permanece com eles, concede-lhes a força de segui-Lo levando sua cruz e de se levantar-se depois da queda, perdoar-se mutuamente, carregar o fardo uns dos outros, «submeter-se uns aos outros no temor de Cristo» (Ef 5,21) e amar-se com um amor sobrenatural, delicado e fecundo” (CIC 1642).

 

O lugar de Deus no casamento. O que ninguém contou para você!

É comum vermos ou ouvirmos casais jovens perguntando aos casais que possuem longas décadas de união: qual o segredo para um casamento feliz? Como conseguir uma união duradoura? Saiba hoje: o segredo é ter Deus no casamento!

Um casamento feliz, realizado e forte só é possível quando os dois permanecem unidos em Cristo. Afinal, o matrimônio é uma aliança sagrada que o casal assume perante Deus.

Desde o princípio, o casamento foi instituído por Deus para expressar amor, compromisso, fidelidade e cuidado mútuo.

A Bíblia narra que Deus pensou: “Não é bom que o homem esteja só”. E logo em seguida agiu: “Vou dar-lhe uma auxiliar que lhe seja adequada” (Gn 2,18).

Por isso, a partir da união matrimonial os dois passam a ser uma só carne (cf. Gn 2,24), um só coração. Em Deus, defenderão os mesmos princípios e valores, e cultivarão os mesmos sonhos e objetivos.

O homem e a mulher, ao unirem-se no matrimônio, representam a renúncia do egoísmo. Assumem um compromisso de se amarem e cuidarem um do outro e dos filhos que o Senhor lhes mandar. Tornam-se uma só carne. A partir de então, nada é especificamente de um só, mas dos dois.

No entanto, quando falta Deus no casamento, os cônjuges se esquecem da sacralidade da sua união, passam a se comportar como pessoas solteiras. Cada um a partir do seu individualismo, busca realizar seus próprios desejos, vontades e sonhos, ignorando os do outro e os filhos.

Esse é um comportamento autodestrutivo que – se não for corrigido – pode gerar discórdias e ferir gravemente a união.  

 

O segredo da cidade Bósnia onde jamais houve um divórcio




Pense em famílias que não se separam. Pense na ausência de crianças machucadas ou corações dilacerados.

Pense num mundo sem divórcio. Pense em famílias que não se separam. Pense na ausência de crianças machucadas ou corações dilacerados.

O casamento é a vocação mais desafiadora que existe, e o divórcio está aumentando em toda parte. Mas há uma cidadezinha na Europa que é uma exceção – uma notável exceção – a esta estatística perturbadora.

Na cidade de Siroki-Brijeg, na Bósnia e Herzegovina, nenhum divórcio ou família separada jamais foi registrado entre os seus mais de 26 mil habitantes! Qual seria o segredo de seu sucesso?

(Nota do autor: algumas fontes dizem que a população de Siroki-Brijeg é de somente 13 mil pessoas – e quase 100% católica! Mas, após pesquisar mais a fundo, creio que o número real de habitantes seja mais que o dobro desse valor).

A resposta é a bela tradição matrimonial do povo croata de Siroki-Brijeg. Na verdade, a tradição croata de casamento está começando a chegar ao resto da Europa e aos Estados Unidos, especialmente entre católicos devotos que perceberam as bênçãos que ela confere!

O povo de Siroki-Brijeg sofreu cruelmente durante séculos, pois a sua fé cristã sempre foi ameaçada: primeiro, pelos turcos muçulmanos; depois, pelos comunistas. Eles aprenderam, por experiência própria, que a fonte da salvação chega através da Cruz de Cristo. Ela não chega através da ajuda humanitária, dos tratados de paz ou dos planos de desarmamento – ainda que essas coisas possam trazer benefícios limitados.

Essas pessoas possuem uma sabedoria que não permite que elas sejam ludibriadas nas questões de vida e morte. É por isso que elas conectaram indissoluvelmente o casamento à Cruz de Cristo. Elas fundamentaram o casamento, que gera a vida humana, sobre a Cruz, que gera a vida divina.

Quando os noivos vão à igreja para se casar, carregam um Crucifixo com eles. O padre abençoa o Crucifixo e, em vez de dizer que os noivos encontraram o parceiro ideal com quem dividirão as suas vidas, ele diz: “Vocês encontraram a sua Cruz! É uma Cruz para ser amada, para ser carregada com vocês. Uma Cruz que não é para ser descartada, mas para ser guardada no coração”.

Quando o casal faz os votos matrimoniais, a noiva coloca a sua mão direita sobre o Crucifixo, e o noivo coloca a sua mão direita por cima da dela. Eles são unidos entre si e unidos à Cruz. O padre cobre as suas mãos com a estola, enquanto eles fazem as suas promessas de amar um ao outro na alegria e na tristeza, proclamando fielmente os seus votos de acordo com os ritos da Igreja.

Depois, os dois beijam primeiro a Cruz, e não um ao outro. Se um abandonar o outro, ele abandona o Cristo na Cruz. Eles perdem Jesus! Após a cerimônia, os recém-casados atravessam a porta de casa para entronizar aquele mesmo Crucifixo num lugar de honra. Ele se torna o ponto de referência de suas vidas, e o local de oração da família. O jovem casal crê firmemente que a família nasce da Cruz.

Nos tempos de dificuldade e de desentendimento, os quais surgem em todos os relacionamentos humanos em algum momento, não é ao astrólogo, ao advogado ou ao terapeuta de casal a quem eles imediatamente recorrem. Eles se voltam para a Cruz. Eles se ajoelham, choram lágrimas de arrependimento e abrem os seus corações, suplicando pela força de perdoar um ao outro, e implorando pela ajuda do Senhor. Essas práticas piedosas foram aprendidas desde a época da infância.

Aqui as crianças são ensinadas a beijar reverentemente o Crucifixo todos os dias, e a agradecer ao Senhor pelo seu dia antes de irem para a cama. Essas crianças vão dormir sabendo que Jesus as está segurando em Seus braços, e que não há nada a temer. Os seus medos e diferenças, às vezes tão comuns entre irmãos, desaparecem quando beijam Jesus na Cruz. Elas sonham em entronizar um Crucifixo na sua própria casa algum dia.

A família permanece indissoluvelmente unida à Cruz de Cristo. Seria essa simplesmente uma perspectiva mórbida para a vida conjugal e familiar? Ou seria isso um pedaço de sabedoria que poucos em nosso mundo moderno podem compreender?

O Catecismo ensina que o amor deve ser permanente, ou então não é amor verdadeiro. Ele não é um sentimento que vem e que vai, mas um poder de doação que sobrevive até mesmo ao término do sentimento.

No casamento, não podemos depender de nossas forças humanas. Se acharmos que podemos, nós fracassaremos. A tentação invade qualquer casamento, de um jeito ou de outro. No dia do nosso casamento, é difícil imaginar uma situação em que tudo não seja perfeito. Mal sabem os jovens corações que eles estão embarcando numa aventura que atingirá os picos mais elevados e os vales mais profundos. E é justamente nos momentos passados nestes vales que um esforço heróico será exigido do casal para manter-se no rumo. Às vezes, será preciso até que um dos esposos tenha disciplina mental para trazer o outro de volta para o casamento.

Aqueles que estão passando ou que já passaram por essa situação reconhecem a necessidade da graça para perseverar durante a tempestade ou o silêncio. Haverá dias em que tudo parecerá perdido. Mas, então, um momento de verdadeira graça pode renovar o amor e a vitalidade no relacionamento, renovando também o vínculo sacramental. E é nesses tempos de sérias dificuldades que os esposos podem praticar o real sentido daquelas palavras, aparentemente proféticas, que agora estão sendo adicionadas a algumas cerimônias de casamento: “Pode beijar a Cruz”.

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Texto original: Catholicism Pure & Simple